Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

PAUL CRAIG ROBERTS ANALISA SITUAÇÃO DA ECONOMIA DOS EUA

                              


No artigo acima («o que o globalismo fez foi transferir a economia dos EUA para a China»), de uma clareza e precisão notáveis, Paul Craig Roberts destrói o mito de uma economia americana em crescimento e em condições de enfrentar a guerra comercial com a China (eu já tinha feito uma análise semelhante há alguns meses atrás; ver aqui )

Este autor, economista e ex-membro da equipa de Reagan, não é «esquerdista»: arruma-se no campo «conservador». Porém, faz análises implacáveis e justas da economia globalista, dos dogmas neo-liberais, da estupidez da governação, tanto pelos seus políticos como pela classe empresarial. Por isso, eu considero as suas análises muito mais significativas, pela sua lucidez e pelo bom-senso fundamental. 
Camões inventou a figura de «Velho do Restelo» e os gregos, muito antes disso, a de Cassandra: 
O Velho do Restelo é a personificação das vozes que se erguiam contra a expansão ultramarina, desguarnecendo o país, a causa profunda da decadência que iria custar a independência ao reino de Portugal. 
Cassandra era dotada pelos deuses do dom da profecia, mas esse dom era acompanhado pela maldição de ninguém acreditar naquilo que ela dizia. 
Paul Craig Roberts possui características de ambas as personagens lendárias; digo isto, sem desprezo ou ironia.

A conclusão lógica da sua demonstração rigorosa: é impossível imaginar outro resultado para a economia e o poderio dos EUA, que não seja o acelerar da sua queda. No final, os EUA cairão num estado semelhante ao dos países do chamado «Terceiro Mundo», nos anos 60 do século passado. 
Eu diria também que ao procurar desestabilizar e semear o caos por todo o lado, também está a contribuir para um cada vez maior isolamento: os EUA são o maior «Estado-pária» («Rogue state»), do qual todos os outros, amigos e inimigos, têm de se precaver.

É realmente impressionante acompanhar, como tenho feito, as crónicas deste eminente economista e político, há vários anos: a justeza das suas análises é muito superior à de quaisquer neo-liberais revestidos de mantos de «esquerda» que se pavoneiam no mundo mediático.

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