A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime hitleriano. Na verdade, são os palestinianos os mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade em basear a política em dados étnicos ou «rácicos». A política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e inúmeros documentos oficiais em todos os países (incluindo Israel).
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quinta-feira, 3 de julho de 2025

AS ROTAS DA SEDA E O PAPEL DE XI'AN, ANTIGA CAPITAL

AS SEDAS NO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PORTUGAL 

A nossa incultura, mesmo nos que se dizem «cultos», sobressai agora devido ao extremo «encolhimento» das distâncias, não apenas geográficas, como também nos modos de vida, uniformizados e semelhantes em boa parte das nações que - no seu conjunto - compõem a ONU. Mas, sempre houve nações mais importantes que outras e a China é um exemplo flagrante disso. Sabia que a China teve uma economia florecescente e uma sociedade muito avançada para os padrões comuns da época, até ao séc. XVIII inclusivé? A prosperidade da China veio sobretudo do trabalho árduo e engenhoso do seu povo, pensemos nas sedas e no delicado trabalho que necessariamente tinha de ser ofício especializado de operários/as, desde o desfazer do casulo de bicho da seda, para libertar os filamentos, até aos tecidos, ao seu tratamento, às cores e motivos estampados. Hoje em dia as operações podem ser parcial ou totalmente mecanizadas, nas várias etapas, mas no século XVIII tratava-se de um trabalho de longa aplicação. O nosso Marquês de Pombal, numa tentativa sem precedentes, decidiu implantar em Portugal uma indústria da seda: ainda existem edifícios da antiga fábrica da seda, no bairro das Amoreiras (as folhas desta  árvore nutriam o «bicho» ou larva) e também uma série de casas (todas com traçado idêntico e muito simples) destinadas a alojar a população operária desta indústria. Era plano do governo de então, retirar o monopólio das sedas importadas à Inglaterra, dando oportunidade a uma população fabril ter trabalho, assim como a burguesia e nobreza, principais consumidores destes tecidos de luxo, terem tecidos de comparável qualidade, mas a um preço sensivelmente menor, não tendo que pagar direitos  aduaneiros. Além das sedas, também as cerâmicas, com a Fábrica do Rato, a indústria do vidro, dos vinhos, etc. mereceram o impulso régio para sua criação e/ou desenvolvimento.  A substituição de importações por produções nacionais, foi um dos objetivos estratégicos do Marquês. Estes e outros aspectos da política económica destinavam-se a industrializar o país, tornando-o auto-suficiente em relação  a uma série de bens e mesmo exportador. 


Não irei AQUI fazer a história das Rotas da Seda. As pessoas têm abaixo alguns links que poderão consultar: Serão BONS pontos de partida para investigações mais aprofundadas. 

https://fr.unesco.org/silkroad/content/xian


https://instaviagem.com/guia/atracoes-turisticas/china/xi-an/bairro-muculmano


O Reino de Xi'an ponto de partida das Rotas da Seda

Apenas acrescento uma nota sobre Xi'an, uma rica cidade comerciante, que também foi  capital do reino respectivo e acolheu uma comunidade de mercadores muçulmanos. Xi'an era um dos pontos de partida e de chegada, ou  encruzilhada das caravanas da Rota da Seda, que percorriam milhares de quilómetros, de leste a oeste e vice-versa, por terra e por mar, num fluxo de comércio contínuo e lucrativo. 

Não só Xi'an acolheu os mercadores de outras etnias e outras religiões (também cristãos nestorianos, sírios e persas)  como lhes proporcionou condições dignas de habitação, como o bairro muçulmano, tendo - no seu centro - uma mesquita. Este conjunto monumental foi preservado, sendo visitável hoje. 

As fotos mostram vários aspectos dessa mesquita e dos jardins que a envolvem. À primeira vista, parecerão típicos pagodes chineses. Mas, na realidade, são locais de culto da religião de Maomé.

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Mesquita do bairro muçulmano de Xi'an (fotos de Manuela Moita)

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- De cima para baixo: (1) pavilhão com inscrições de versos do Corão, escritas em chinês; (2) o minarete de onde se apelava à oração às sextas-feiras; (3) o grande pórtico na entrada do complexo de edifícios e jardins. 

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Os momentos de apojeu das civilizações, são geralmente os de maior tolerância cultural e religiosa, aceitando pacificamente as influências e trocas com outros povos. 

Quando as nações entram em decadência, pelo contrário, tornam-se intolerantes em relação a ideias, costumes e pessoas, especialmente se vindos do estrangeiro... Acaba por se tornar num processo de auto-destruição, até à decrepitude e morte.