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domingo, 17 de dezembro de 2023

THE GREAT TAKING; A GRANDE TOMADA - Documentário de David Webb

Uma importante revelação sobre como funcionam realmente os sistemas bancário e financeiro, envolvendo as nossas poupanças, as pensões, as contas bancárias, etc. Em caso de falência sistémica, nada disto restará. Provavelmente, grande parte dos bens imobiliários e outros, também serão submetidos a transferência, sem proteção efetiva aos atuais proprietários. Muitas pessoas, mesmo que não estivessem em dívida, de repente ficam sem nada.

 Estudem este vídeo e o livro, pois dão informação que nos podem ajudar a desenhar estratégias* pessoais e familiares, para preservar o essencial, aquando do próximo grande colapso, que já está em marcha.



 David Webb desmascara o sistema que os banqueiros centrais instalaram para se apropriarem de todos os bens, da gente toda.
O documentário é acompanhado por um livro com o mesmo título: The Great Taking

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(*) A tempestade que se aproxima será completamente inédita, em termos de experiência humana. Os que se mantêm na ignorância serão varridos, quer sejam «ricos» ou «pobres». O que vai ser decisivo é ter acesso a fontes primárias de abastecimento (morar no campo, em zona agrícola) e ter uma rede de verdadeira solidariedade (sobretudo a família). As lutas políticas serão cada vez mais agudas e podem conduzir vários países à guerra civil. A fome e o medo levarão pessoas a cometer atos hediondos. A brutalidade da repressão ao serviço dos poderosos não conhecerá qualquer limitação da lei ou do respeito humano. Quem está na ilusão, não pensará abrigar-se: depois, já será demasiado tarde.

(**) Pode ativar as legendas automáticas em inglês para melhor compreensão.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

A CORRIDA AO OURO AINDA AGORA COMEÇOU

 


Seria difícil alguém contradizer Lena Petrova. Ela fundamenta rigorosamente cada afirmação que faz. Independentemente do «recado publicitário» no fim do vídeo,  são apresentados vários indicadores por Lena Petrova. O sentido destes indicadores é perfeitamente claro. 

A corrida ao ouro é impulsionada por bancos centrais, sem dúvida a China e outros países do oriente, ou ligados aos BRICS, mas também do campo ocidental, como é o caso da Polónia. 

Os bancos centrais compram ouro em quantidades tais, que o ouro minerado, anualmente, não chega: Isto significa que o ouro guardado em cofres, está a ser descarregado no mercado por uns e adquirido por outros. Penso que os primeiros são -sobretudo- os bancos comerciais do Ocidente. Estes têm de fazer face à subida rápida dos juros das obrigações e de cobrir suas perdas em apostas feitas nos mercados de derivados. Estes mercados são dos mais opacos em toda a finança, pois suas operações executam-se, geralmente, sem serem incluídas nos balanços das entidades bancárias. 

As grandes fortunas privadas e os "hedge funds", estão - pelo contrário - a imitar os bancos centrais orientais. Não se pode querer sinal mais claro de estarmos próximo dum ponto de inflexão no sistema monetário internacional. 

O que me parece mais provável, é os bancos centrais ocidentais «levarem ao tapete» suas respetivas divisas e tentarem, depois ou em paralelo, o «passe de mágica», da introdução das divisas digitais emitidas pelos bancos centrais (CBDC). 

Isto não vai resolver nada: Quanto muito, vai dar a ilusão ao público não-esclarecido, de que se entrou num novo paradigma. Na realidade, estão a camuflar as dívidas incorridas pelos Estados e outras entidades. O incumprimento destas dívidas e diversas obrigações irá sobretudo impactar os pobres e as classes médias. A classe financeira e os Estados entrarão em incumprimento, mas farão o jogo de apagar ou baralhar as pistas. 

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PS1 (15/12/2023): Dentro de pouco tempo, vamos ver a FED anunciar a inversão da política de subida das taxas de juro - ou seja - de restrição do crédito. Irá iniciar novo ciclo de expansão monetária, ou «Quantitative Easing»: A retoma da impressão monetária irá aumentar a pressão inflacionista. 

Em ambos os casos (restrição ou expansão do crédito), a economia real irá sofrer, com terríveis consequências para todos nós (ver AQUI , ou AQUI , entre vários outros artigos publicados).

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

CRISE SISTÉMICA


Os grandes banqueiros estão muito à frente da maioria de nós nas jogadas dos mercados, porque estão a jogar no «tabuleiro principal», enquanto nós apenas temos uma ideia - a posteriori - do que se passa no jogo. Sim, em tempos «normais», eles, banqueiros têm o tempo do seu lado. Têm na mão as rédeas de empréstimo do dinheiro, sempre com base em garantias ou colateral, que está bem seguro. Assim, as desgraças de uns são as oportunidades de outros. 

Só que a subida rápida das taxas de juro de referência dos principais bancos centrais traz consigo a subida correlativa de todo o tipo de obrigações no mercado, as quais constituem grande parte do colateral de vários negócios. A subida do juro duma obrigação, equivale a esta valer menos em absoluto; o valor duma obrigação desloca-se no sentido inverso do juro associado a ela. 

Igualmente, os maiores bancos têm elevada exposição à enorme quantidade de derivados chamados OTC («over the counter»). São os bancos que detém, normalmente, uma das partes do contrato, ou são os seus garantes. Ora, a maioria dos derivados está correlacionada com taxas de juros. Se as taxas se tornam repentinamente diferentes do que está previsto nos contratos, os seus detentores podem acionar cláusulas de salvaguarda. Aí, a outra parte, ou os que se ofereceram como garantes, estão na obrigação de «resolver» estes contratos. A crise recente, que obrigou à intervenção de urgência do Banco Central no Reino Unido, distribuindo biliões de libras aos fundos de pensões britânicos, para estes não se afundarem,  foi devida a estes se terem lançado nos negócios perigosos com derivados, para assegurar os pagamentos das pensões aos seus pensionistas. O risco deste mercado global de derivados é incalculável. Estima-se que estão investidos mais de 2 quadriliões de dólares, ao nível global, em derivados. 

Para a banca, um negócio que foi durante muitos anos seguro, o dos empréstimos sobre hipotecas para compra de residência, foi agora afetado pelas subidas das taxas LIBOR que, por sua vez, determinam o montante dos juros das hipotecas. Isto, além da quebra do mercado do imobiliário, traduz-se em situações de não-pagamento e em renovadas ondas de despejos. Pense-se nos numerosos dramas de famílias despejadas por alturas de 2008. 

A destruição massiva de riqueza, seja ela devida à inflação, bem acima dos 10% dos números «oficiais», seja por haver uma onda de falências e desemprego, vai fazer com que a crise de 2008 se assemelhe a «um passeio no parque». 

Muitas pessoas, com mais credenciais do que eu, avisaram sobre o desfecho que as coisas iriam tomar, pouco tempo após a crise de 2008. O rumo observado desde então, foi o resultado da determinação dos governos e bancos centrais em pouparem os privilegiados com as sucessivas ondas de «QE», ou seja, de impressão monetária. O resultado, previsível, é a espiral de inflação que já está fora de controlo das autoridades financeiras e monetárias. As consequências serão muito mais graves do que na crise de 2008, porque nenhum banco central ocidental, nem sequer todos eles juntos, têm «a varinha de condão» que lhes permita afastar o mal que eles próprios causaram.

Desde 2017 que, sem sensacionalismos, pude fazer o diagnóstico das disfunções deste sistema e do seu provável desfecho. Fui buscar a informação aos mais sérios analistas dos mercados, a economistas que não são do «mainstream», na sua maioria, e analisei criticamente todas as informações que me chegavam. Globalmente, não errei nos meus diagnósticos. As decisões que  tomei, em boa altura (o timing é sempre muito importante!), foram as mais apropriadas e permitem-me que enfrente com serenidade o «Grande Tsunami». 

Verifico porém que, nos últimos tempos, muito do que se pode ler ou ouvir, tem o objetivo de precipitar as pessoas na ilusão de que «agora há grandes oportunidades de investimento», quando - afinal - tudo está a desmoronar-se. De facto, os que fazem estas sugestões são irresponsáveis, pois, neste momento, qualquer investimento, seja em que área for, deve ser visto com imenso cuidado. 

Penso que a atitude correta é a de preservar o que já se tem, sem ter a veleidade de fazer apostas, sejam elas «prudentes» ou «arriscadas»: Imagine-se uma situação, em que tem de se defender com um número restrito de balas da sua arma: - Vai desperdiçar balas, disparando contra qualquer sombra que julgue ser a do inimigo? - Ou vai poupar as balas, para quando houver maior probabilidade de acertar no alvo?  

O bom senso fundamental deveria ditar-nos o seguinte comportamento: Do momento, manter uma certa capacidade de investimento, quando se está no início de uma gravíssima crise, de que não sabemos ao certo a duração, para que, depois no final desta, possamos investir com segurança e garantirmos um retorno positivo do investimento.

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PS1: Leia o brilhante e profundo artigo de Mike Whitney, AQUI: Ele fornece o contexto geopolítico, que eu não abordei no meu artigo acima. Noutros artigos, tenho analisado os problemas enunciados por Mike Whitney.

PS2: Lynette Zang explica tudo! Dos derivados, ao "Shadow Banking", da crise de 2008 à crise atual...



PS3: Como referi, a Arábia Saudita está a virar completamente de aliança, hoje encontro entre Xi Jin Pin e MbS.


PS4: A grande bolha de tudo, está rebentando. Porém, os gestores dos fundos especulativos, para fazer durar a «festa» da especulação um pouco mais, decidiram lançar a narrativa de que a FED iria mudar brevemente de orientação, só que isto não tem qualquer base real. Verifica-se mais uma vez que, para os que estão por fora, a bolha irá rebentar-lhes na cara, enquanto os que estão por dentro, irão retirar discretamente as «castanhas do lume»!

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

EFEITOS PERVERSOS DA SUBIDA DO DÓLAR




Infelizmente para a economia americana e para as economias dos países ocidentais, um dólar «forte» não resulta de uma renovada capacidade produtiva, de um renascer da atividade industrial, como se poderia ingenuamente crer, se apenas nos restringíssemos a medir a força relativa do dólar, em relação a outras divisas dos restantes países ocidentais.

De facto, os EUA estão no meio de uma crise, que se traduz por cada vez menor influência geopolítica, com a deserção da Arábia Saudita e da OPEP do arranjo, que data de 1973 e que deu origem ao «petrodollar». Este está na base do dólar ter sido - nestes anos todos- considerado, por amigos ou inimigos, como moeda de reserva internacional, que todos deviam possuir, pois só com dólares se podia adquirir petróleo.

Porém, a enorme produção de dólares durante todo o período de 2008 até agora, só se tem vindo a acelerar. A recente inversão de tendência da FED é apenas aparente, pois o «Quantitative Tightening», (ou seja, limitação, não redução, do aumento da massa monetária), apenas tem um efeito psicológico. De facto, a FED continua a fazer, através de «swaps» com os grandes bancos sistémicos, operações que se traduzem num aumento do crédito disponível.

Mas, por que razão a FED se sente obrigada a continuar com o «Quantitive Easing» (ou seja, impressão monetária) pela porta do cavalo?

A FED e Jerome Powell temem a possibilidade de congelamento do crédito, a grande ameaça da crise de 2008, que quase se transformou  em  rutura do sistema. Este congelamento ocorreu de novo em Setembro de 2019, com a subida dos juros para valores inéditos de 10%, do mercado «repo», ou seja, o crédito de curto prazo interbancário, antes - portanto - da epidemia do COVID. A partir de Setembro de 2019, a FED começou a fazer o papel de fornecedor de liquidez ao referido mercado «repo», sendo a crise do COVID aproveitada como pretexto para a FED despejar - de forma já não disfarçada - somas abismais nos bancos.

Quanto à subida das taxas de juro das obrigações, esta começou antes da FED e os outros bancos centrais do Ocidente decidirem uma subida das taxas de referência. Estas subidas oficiais foram avalizar aquilo que os mercados secundários já estavam a fazer. Portanto, não é por os presidentes dos Bancos Centrais declararem que vão subir as taxas de juros, que elas sobem. Passa-se o contrário, elas sobem primeiro nos mercados; os bancos centrais são obrigados a seguir a onda.

Com a subida das taxas de juros das obrigações, a situação tornou-se muito perigosa para os mercados financeiros, em particular, tendo em conta os montantes astronómicos de derivados, aos quais estão expostos os grandes bancos sistémicos, os fundos de pensões, as companhias de seguros e o negócio das hipotecas. O Banco de Pagamentos Internacionais (o banco central dos bancos centrais, com sede em Basileia) calcula que existiam, em Junho de 2021, o equivalente de 8.8 triliões de dólares investidos em derivados pelas entidades acima citadas. Destes instrumentos derivados, os mais comuns e que mobilizam maiores somas mundialmente, estão adossados a índices de taxas de juros. A subida rápida destas taxas de juros pode despoletar a venda em cascata e/ou situações de incumprimento. Como as instituições financeiras, bancos e outros, estão muito alavancados, é fatal que vários entrem em falência. Warren Buffet, há muitos anos, dizia que os derivados são «armas financeiras de destruição massiva».


O dólar forte é causador da aceleração da insolvabilidade duma economia ocidental largamente dolarizada. Basta pensar-se na imensa quantidade de dólares emitidos pelos bancos internacionais (não-EUA) e que circulam no sistema financeiro mundial. São impropriamente chamados «euro-dólares» pois, na realidade, são dólares emprestados, ou emitidos por entidades algures no mundo (não apenas na Europa!), fora dos EUA. No momento presente, em todo o mundo, as trocas comerciais e as transações financeiras são em mais de 60%, feitas usando dólares. Isto significa que muitos governos têm de comprar dólares no mercado internacional para poderem pagar prestações e juros das dívidas contraídas em dólares. Isto é particularmente verdadeiro para países frágeis do Terceiro Mundo. Nos mercados, a subida do dólar tem um efeito depressor das exportações dos EUA, enfraquecendo o débil tecido industrial dos EUA. O facto de muitas mercadorias serem importadas pelos EUA, com preços mais baixos, poderá ter um efeito no curto prazo, mascarando perante os eleitores o falhanço da política económica do governo Biden. Porém, creio que, mesmo esse efeito, vai ser anulado pelas ruturas de stocks, pelo aumento da inflação e pelo crescimento do desemprego. De qualquer maneira, a visão politiqueira a curto prazo, tanto em políticas económicas como em geoestratégia, têm sido uma característica da presente administração.

A política de manter um dólar alto tem efeito dramático em países como o Japão, acelerando a sua monetização da dívida e sobretudo obrigando-o a colocar à venda as «Treasuries» americanas, mas para poder fazer face a um custo acrescido (em dólares) das importações. Quando vemos isso em relação a uma economia ainda muito forte, embora também altamente endividada, faz-nos lembrar as economias da Europa, em particular de Portugal, que estão muito endividadas também e que têm uma estrutura produtiva bem mais frágil.

A política económica americana tem sido impiedosa para com os seus aliados, quer estes sejam da Europa Continental, quer do Reino Unido, quer do Japão. Como os poderes dos EUA dispõem do instrumento dólar, usam-no como arma de guerra. São eles que estão a cavar a fossa do seu próprio poderio. Isso não deveria surpreender um estudante da História. Os impérios, em geral, falham pelas medidas que tomam, relativamente a seus súbditos ou vassalos. Não são submersos por uma vaga de invasões de outros poderes, senão quando já estão internamente muito fracos, incapazes de manter o funcionamento do sistema. É exatamente o que estamos a viver agora.




ALGUMAS CITAÇÕES RELATIVAS AO TEMA:

Rising interest rates are also a sea-change for derivatives, and particularly for the banks exposed to them. Interest rates swaps, of which the Bank for International Settlements reckoned there were $8.8 trillion equivalent in June 2021, have been deployed by pension funds, insurance companies, hedge funds and banks lending fixed-rate mortgages. They are turning out to be a financial instrument of mass destruction.

https://www.goldmoney.com/research/banking-crisis-the-great-unwind




As the USD rises in strength on the back of Powell’s impossible Volcker-revival and tangled derivatives, other Dollar-desperate nations from Argentina to Japan find themselves with not enough Greenbacks to pay their debts or settle trades, wires and oil purchases, which thus forces them to print (i.e., debase) more of their local currencies to make USD-denominated payments.

But Japan takes the cake for debasing its own currency all on its own, as no nation has ever loved a money printer and currency-debaser more.

This might explain why Japan is leading the charge in dumping its USTs into the FOREX markets, which only adds more pressure to rising yields and hence rising rates.

Thanks Kuroda—just one more central banker with a mouse-clicker gone mad… Perhaps he’ll be next in line for a Nobel Prize?

But Japan is not alone, as other nations dump the once sacred UST just to keep their currencies afloat…

https://goldswitzerland.com/how-an-illiquid-dollar-ruins-the-world/





"... Rates rising have absolutely frozen the real estate market. If you own a property, who is going to buy it? Rates have gone from 3.25% to more than 7%. I am on the record that once we saw a 3% yield on the 10-Year Treasury, you would start to see a tightness in credit. Now, we are over 4%. What few people are talking about is what has this already done to the derivatives market?

...Think about how big the derivatives market is. Total credit worldwide is $350 trillion, but you have derivatives pushing $2 quadrillion. I have said this all along, derivatives will blow up. Warren Buffett has called them financial weapons of mass destruction. They are far bigger than central banks can fix.”

Holter goes on to say, “The real economy runs on credit. Everything you look at, everything you touch and everything you do every day has many uses of credit to get to the final product or situation..."


" So, once credit freezes up, it’s completely game over. In a past interview, I said they are pulling the plug. They have to pull the plug because, mathematically, the debt cannot be paid. The derivatives cannot perform. So, they have to pull the plug. They also have to do one other thing, and that is they have to kick the table over. What will the false flag event be? I have no idea...

They have to kick the table over so they can say our policies were working, but whatever this event will be stopped them.”



[...]
Equally important are the global ripple effects of the US Fed’s increasingly desperate and distorted actions. The strong USD policies intentionally and currently used by the Powell Fed have had a crippling and destabilizing impact on global currencies, from developed to developing, as the rest of the world has been forced to import US inflation and debase their own currencies to settle trillions in imposed USD transactions. In short, as the USD rises, the rest of the world’s currencies (and hence economies), friend and foe alike, are forced to suffer. As Matthew quips: “With financial and political allies like the U.S., who needs enemies?”



quinta-feira, 13 de outubro de 2022

QUE TAL UMA CRISE BANCÁRIA, A SOMAR À CRISE ENERGÉTICA?

                                             

 Os bancos dos países ocidentais, sobretudo da UE, do Japão e Reino Unido, têm estado super alavancados, isto quer dizer que a soma de tudo aquilo que têm emprestado ultrapassa, nalguns casos de perto de  30 vezes, as somas em cash e outros ativos que possuem e que eles têm como garantia. O principal elemento desta alavancagem monstruosa é o mercado dos derivados. É um mercado muito pouco regulado, que não entra nas contabilidades dos bancos, pelo que as quantidades em jogo e o risco associado são apenas estimativas. No entanto, estas apontam para uma potencial quebra em «castelo de cartas», visto que a subida dos juros das obrigações e a contração do crédito, tanto ao público, como interbancário, vai desencadear uma série de ativações (automáticas) das cláusulas de segurança nos referidos contratos de derivados. Tipicamente, um determinado contrato está baseado sobre índices ou valores de ativos. Estes estão fora do controlo das entidades que emitem e compram esses mesmos derivados. Assim, quando são feitos os contratos, há cláusulas de salvaguarda, para o caso em que haja um desvio demasiado grande de certos parâmetros, em relação aos mesmos aquando da assinatura dos contratos. É o caso recente dos aumentos de juros grandes e bruscos, tanto nas obrigações soberanas (emitidas pelos Estados), como as obrigações de empresa. Ninguém sabe qual o comportamento no curto prazo dessa «nebulosa» dos derivados, que mobiliza muitos triliões. Porém, a instabilidade e o receio imperam. Isto explica, em parte, a dificuldade presente do Crédit Suisse em se recapitalizar. Mais uma vez, entra o mesmo cenário que na Grande Recessão de 2008. Lembremos que foi a ausência de empréstimos interbancários, que poderiam resolver défices de liquidez temporários, que despoletou a crise. Os «pacotes de créditos hipotecários» foram os catalisadores, mas a consequência imediata disso foi que nenhum banco confiava na solvabilidade do seu vizinho; todos se retraíam de emprestar dinheiro, mesmo nos prazos mais curtos. O cenário repetiu-se em Setembro de 2019, seguido pela avalancha de QE (impressão monetária) da FED, até ao tsunami em Março 2020, supostamente por causa do COVID. 

Na realidade, a enormidade das dívidas acumuladas e a alavancagem de muitos bancos - incluindo bancos ditos sistémicos - faz com que já não haja «potência de fogo» de nenhum banco central, ou mesmo do FMI, para diferir (não digo eliminar) a derrocada. 

Situação das contas de diversos bancos. Para análise detalhada, ler Artigo* de Alasdair Macleod 

Creio que os bancos centrais - mais uma vez-  enganaram-se a si próprios. Seguiram estúpidas teorias monetaristas, entre elas o neokeynesianismo e  -mais recentemente - a famosa MMT. Essencialmente, ambas teorias advogam que os Estados podem manter-se em défice permanente, que o aumento da moeda em circulação é percebido pelos mercados como crescimento, como confiança no investimento, etc. A ideia é que esta «crença» dos mercados acaba por despoletar o crescimento, tem um efeito «estimulador» da economia. Tenho imensa dificuldade em compreender como tantas pessoas adultas, muitas delas com doutoramentos, conseguem autoiludir-se a este ponto: 

- De facto, se há um aumento da massa monetária em circulação, ele vai traduzir-se num enfraquecimento dessa moeda e isso vai despoletar a inflação. Esta pode ser diferida, assim como a água numa represa de uma barragem hidroelétrica pode ser retida durante algum tempo, até um certo nível. Mas, a partir de certo volume, têm de se abrir as comportas, que permitem que a água escoe, que a inflação deixe de estar confinada aos ativos financeiros e se alargue ao consumo geral (é aquilo que estamos a ver agora). No caso da barragem, se isso não for feito, a pressão constante da água sobre as paredes e o transbordar de água por cima do parapeito causarão inundação a jusante, ou pior ainda, uma rutura na própria barragem, seguida de inundação brusca. 

A analogia com o sistema monetário mundial é muito forte. Existe, como sabemos, ligação forte entre todos os bancos centrais, que também estão conectados ao sistema bancário e financeiro de cada país e internacional. No caso presente, uma crise séria, causando a falência dum «banco sistémico», como o Crédit Suisse ou o Deutsche Bank (ou outro grande banco internacional equivalente), irá despoletar uma série de fenómenos de vendas de pânico, de falências e «default» (= falhas de pagamento) em cascata. Mas, agora, não haverá já dinheiro do jogo «Monopoly» que possa salvar (temporariamente) a situação como em 2008. Ou então,  bem podem eles produzir divisas-fiat, nas quantidades que quiserem. Mas, o público e as empresas não quererão mais esse dinheiro «Monopoly». 

Também não servirá de grande coisa «afundar o vizinho» para se manterem à tona, como os americanos têm feito - desde há muitos anos - aos europeus. Agora, agiram de forma espetacular, com o atentado terrorista dos gasodutos NordStream. A cidadania mais esclarecida, mais consciente, já está a mobilizar-se. Em França, Alemanha, Rép. Checa, Itália, etc, há grandes manifestações. 

A U. E. está enredada nas suas contradições, entre servir os respetivos povos e suas economias nacionais, ou sujeitar-se ao «diktat» americano. Estes, através da OTAN (sobretudo), estão sempre a «torcer o braço» aos europeus para estes fazerem as «guerras dos americanos» contra os seus competidores. 

Não sei se, na U.E., chegarão a um ponto de rutura ou não, mas sei que não será o fim do mundo. As crises vão e veem. Causam muito desemprego, miséria, agitação social, além de que muitos valiosos ativos mudam de mãos. Mesmo que seja o fim do capitalismo, também não é o fim do mundo. Só temos que ter muito cuidado com a histeria de certos atores políticos que - conscientemente ou não - têm estado a aproximar a humanidade do holocausto nuclear. Isso sim, seria o fim de tudo.

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*)  https://www.goldmoney.com/research/banking-crisis-the-great-unwind

sábado, 8 de outubro de 2022

A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL JÁ COMEÇOU

Matthew Piepenburg e Egon von Greyerz 



A indiferença com que muitas pessoas , aparentemente, reagem a esta situação inédita nas suas vidas, deixa-me de boca aberta.  
- O que induzirá esta atitude, quando a crise já está a bater em pleno? 
- Tenho notado que na media «mainstream» quando analistas hipócritas falam da crise financeira, descrevem-na como algo no "futuro", como uma probabilidade. Assim, muitas pessoas vão perpetuando  seus comportamentos de antes da crise. Outras, que se julgam muito espertas, aproveitam-se da descida das bolsas, para investirem suas poupanças no casino globalista. Quanto aos falsos analistas, estes não deixam de «fazer o frete» aos seus patrões, aos que provocaram e tiram partido do colapso. O que eles, os globalistas, chamam uma oportunidade, para nós é uma descida aos infernos.  
Oiçam o diálogo acima e tirem as vossas conclusões.

 

terça-feira, 27 de julho de 2021

«LOCKDOWN» E PROJETO DE BIOPODER DA OLIGARQUIA EM MARCHA

 Definitivamente,  estou convencido que um grande número de pessoas sofre, neste momento, de alucinação coletiva. Como designar de outro modo o facto de se ignorar a extensão brutal da pobreza, da ruína, no Mundo e mesmo nas nossas sociedades afluentes, ditas «civilizadas», com milhões de pessoas arrastadas súbita e cruelmente para a maior miséria*? 



A enorme psi-op (operação psicológica) que dá pelo nome de COVID-19, teve como principal desígnio obscurecer, mercê da infusão de um síndroma de medo pânico, a mente da quase totalidade da cidadania. Esta operação, desejada, planeada, levada a cabo pela oligarquia, os multibilionários, arrastando consigo o "establishment" científico, a burocracia dos Estados e todas as instituições relevantes, desde os governos até às universidades, foi bem sucedida para além de qualquer expectativa. A oligarquia, não pensou - inicialmente - que seria tão fácil realizar este golpe de Estado mundial. Pensou que encontraria muita resistência por parte dos pobres, dos desapossados. Ficou, primeiro, estarrecida e depois, encantada, com o facto de serem estes mesmos (os espoliados), que mais entusiasticamente defendiam a agenda deles, dos muito ricos.

Não importa o que se pense sobre o vírus, real ou não, mortífero ou não, criado em laboratório ou não, o facto é que esta pandemia é um instrumento para a maior transferência de riqueza que jamais ocorreu na História. Transferência, escusado será dizer, dos pobres, dos explorados, dos desapossados, em direção aos que já possuíam muito poder, dos que mandavam, não apenas em sectores inteiros de indústrias, como também dominavam os governos e, mesmo, as instituições e agências internacionais. 

Claro, que isto tudo não ocorreu de um momento para o outro. As pessoas que se apercebem,  de repente, das estranhas coisas que estão a ocorrer, são como alguém que acorda de um longo sono, observa a realidade, sim, mas não percebe todo o desenvolvimento que tiveram as coisas, no entretanto. Por isso, incapaz de encontrar o fio à meada, o mais certo, é esse indivíduo fazer uma leitura do novo, através dum quadro de referências irremediavelmente datado, o qual, porventura, estava adaptado ao mundo de à 50 ou 100 anos atrás.

Mas, é com isto que conta a oligarquia: com este enorme desfasamento, com esta enorme dose de ignorância, com esta «vontade de não saber», dos indivíduos alienados, que não sabem que foram condicionados toda a vida, que não se dissociaram (mentalmente, que seja) da sociedade tal como lhes é imposta, desde o berço.

                

A oligarquia estava num beco sem saída, pelo menos desde a grande crise mundial de 2007-2008. Não irei aqui retraçar todas as etapas da crise, nunca resolvida, na verdade (o leitor pode referir-se a este tópico consultando o podcast NB1 abaixo e meus artigos, que fornecem links para outras referências bibliográficas): Basta que se tenha em mente que o processo de acrescentar dívida à dívida, para resolver um problema cuja essência era o excesso de dívida, parecia o projeto de loucos. Claro, que os muito ricos podem não ter uma lucidez mental perfeita, mas têm ao seu serviço exércitos de cientistas competentes, mas vassalos, que estão sempre a procurar a salvaguarda de seus patrões. 

Não! O projeto de ir aguentando, enquanto se construíam meios para efetuar a transição para o novo paradigma, sem que esta transição implicasse uma rutura, pondo em causa a predominância, o controlo, o poder da muito pequena minoria que nos governa... Isso não era nem estúpido, nem utópico!

De facto, a preparação para o «grande golpe» foi notável: eles não divulgaram o porquê de certas medidas, ou deram apenas uma justificação que as massas podiam «engolir». Esta tática, permitiu-lhes que fossem realizando o Great Reset na maior tranquilidade. Note-se que este Great Reset está quase concluído... embora as prostitutas da media falem dele, sempre, no futuro.


A transição começou a ser planeada logo após os primeiros sobressaltos da crise de 2008. Logo, a oligarquia percebeu que tinha de mudar tudo, para que tudo ficasse como dantes. Segundo, percebeu que tinha de fazer essa transição, de tal forma que as coisas surgissem como que por acaso, como efeito do destino, ou como algo imprevisto e imprevisível. 

Os derivados pendentes, após a débacle de 2008, mantinham-se e iam-se acumulando. Fala-se da ordem de quadriliões de dólares ao nível mundial, o que é uma soma propriamente astronómica. Se houver uma subida rápida das taxas de juro, devido à subida da taxa de inflação, o castelo-de-cartas dos instrumentos sintéticos da finança pode rebentar, desencadeando um enorme fogo de artifício. Por outro lado, a repressão constante das taxas de juro, para impedir o crescimento da inflação irá conduzir ao marasmo e, no longo prazo, anular o próprio capitalismo, pois não haverá condições de acumulação do capital privado para investimento. 

Para obviar estes dois perigos - que se traduzem numa crise inflacionista ou uma crise deflacionista - encontrou a oligarquia (e seus capangas), uma solução: controlo total das sociedades, gerindo e extraindo diretamente o produto do trabalho , pela oligarquia.

A total escravização da espécie humana poderia ocorrer através da utilização dos meios de IA (Inteligência Artificial), de armazenamento dos dados em massa (bulk data storage) e dos processos digitais de rastreamento quer dos movimentos dos capitais (as criptomoedas de Estado, digitalização a 100%) e dos indivíduos (passe «sanitário» com o rastreamento digital associado). Mas, par tornar este projeto possível, era necessário convencer o público que se tratava de «progresso»,  dum aumento de segurança, quer em relação às contas bancárias - já não estariam sujeitas a hackers - quer à saúde e prevenção de epidemias a vírus  - naturais ou fabricados em laboratório.

Não haveria possibilidade de levar a cabo tal programa de escravização, propriamente monstruoso, se não houvesse uma domesticação dos intelectuais, incluindo os cientistas, jornalistas, etc. ou seja, os «fazedores de opinião». A oligarquia estava consciente da maior "arma de destruição maciça das consciências", que são a media, falada, escrita e sobretudo da televisão (e agora também os vídeos internet). Esta dependência do ser humano em relação ao audiovisual tem raízes muito profundas na biologia evolutiva. Por isso, os oligarcas começaram a comprar cadeias inteiras de media, com jornais, tvs, magazines, empresas de software, etc. Isto começou em grande escala, nos anos oitenta do século passado. Hoje, a media não é o «quarto poder» que ela tanto se vangloria ser. Globalmente, tornou-se o instrumento, os «grilhões digitais», da servidão dos povos.

A possibilidade dum mundo mais justo e mais «verde», ocupa a cabeça das pessoas, em especial, nas novas gerações. Isso é muito compreensível. Porém, as falsas instâncias revolucionárias multiplicaram-se, o wokismo, a extinction rebellion é um exemplo recente, assim como os Antifa. 

O pavor de um mundo devastado e um clima completamente desregulado, saltou das páginas e telas dos livros e filmes de ficção científica para as mentes das pessoas, com muita facilidade. A religião tradicional, moribunda, não consegue mobilizar as pessoas, fazê-las estar de joelhos, perante o deus-dinheiro, todo-poderoso. Por isso, a nova religião, a ecologia (uma pseudo ecologia, anticientífica) substitui as outrora poderosas e hoje marginais ideologias do fascismo ou comunismo. 

A pseudo ecologia tem servido de álibi à destruição programada da ecosfera, em prol de uma ultraminoritária oligarquia, uma aberração moral e lógica. Pois um ecossistema  sustentável, equilibrado, em zonas protegidas, nunca poderá subsistir no meio dum depauperado ecossistema global que o rodeia. Quer ao nível local, quer global, isso será totalmente instável. O mesmo se passa na esfera económica, o que mostra a insanidade fundamental dos muito poderosos: não se pode conceber que um oásis de abundância se mantenha,  estavelmente, num mar de miséria.  

A guerra do COVID existe (ver NB2 em baixo), mas o inimigo não é o SARS-Cov-2, por muito real que seja: és tu, leitor! 

A existência de lockdowns (termo do vocabulário prisional) vai continuar,  durante um certo tempo: serão intermitentes, permitindo às populações respirarem um bocadinho, para depois as mergulhar de novo nestes «estados de exceção». Como o «water-boarding» (tortura muito usada pelos interrogadores americanos no Iraque e no Afeganistão), este vai-e-vem é destinado a quebrar a resistência psicológica das pessoas.

No entanto, quando o processo de transição for considerado completado, eles irão fazer as populações voltar a uma certa «normalidade», uma nova «normalidade». Pode-se adivinhar que este processo de transição permita salvaguardar as grandes fortunas, os grandes impérios corporativos, a matriz fundamental do capitalismo e do imperialismo. 

Há que «queimar» as divisas existentes, através da hiperinflação, para fazer com que o novo dinheiro digital seja considerado, universalmente, como «a norma». Mas esse dinheiro digital implica o controlo governamental sobre as nossas contas bancárias, a possibilidade de cancelar as contas de qualquer «dissidente», um «(designado) ciber ou bio -terrorista», etc. Vai ser possível dirigir os indivíduos para consumirem mais ou menos de certos produtos, pode-se atribuir uma caducidade à validade do dinheiro digital. Vai ser possível cobrar juros e impostos do montante que os governantes quiserem, não as taxas atuais.

A existência de uma sociedade do tipo comunismo autoritário, como a descreve Klaus Schwab não será um sonho florido. Será  uma distopia, um horrível cenário para quase todos, escravizados, submetidos a capatazes-robots. 

A palavra «transumanismo» serve para encobrir esse abismo de servidão e de desumanização. Não  tem nada que transcende o humanismo, como o nome parece indicar. É, propriamente, antiumanismo, na sua forma mais radical. Muito distante e fora do alcance da vista, uma pequena elite de «superiores»  tratará de gerir o mundo em todas as dimensões: desde a economia, até à «saúde» e reprodução dos escravos. Não existirá totalitarismo  benigno, disso podemos estar certos. Porém, será muito diverso do Nazismo, ou dos regimes de Estaline, ou de Mao na «revolução cultural».

«Não possuirás nada e serás feliz» 


Mas, o que se vai universalizar é a realidade presente da China de Xi Jinping, em que um povo de 1,6 milhares de milhões se submete, pelo bem estar material, a perder completamente a privacidade, a ser rastreado 24h/24h, a ser sujeito a vigilância permanente no Twitter, ou Facebook (ou os equivalentes na China ). Em todo e qualquer lugar, está-se sujeito à vigilância através de dispositivos vídeo de reconhecimento facial, ou de processos de identificação pela iris.O comportamento é escrutinado e, conforme seja classificado, o indivíduo  tem acesso ou é-lhe negado o que antes era um direito próprio. No chamado "livre ocidente" estão a imitar isso, com o passe vacinal. Só  um ingênuo poderá acreditar que eles fiquem por aqui, que não  vão  mais além.  

Quando a oligarquia tiver instalado o biopoder totalitário sobre todos, então irá fazer voltar tudo à normalidade, mas será a «nova normalidade».



...... 
* Segundo J. Kim: 
« Soaring food and commodity prices along with continuing rolling global lockdowns, unlikely to end until 2023 at the earliest, that impede the ability of the hundreds of millions around the world that most desperately need to work to purchase food, are a lethal combination for creating mass hunger and starvation. Most sinister about these soaring food costs over just the last rolling twelve-months, is the fact that 24/7 coverage by the mainstream media about the delta variant of the virus has kept this significant information out of the media headlines and out of the consciousness of the masses  [...]»

NB1: Why the Lockdowns Will NOT End Until 2023 & The Real Reasons Behind Their Continuation

NB2 : O rigoroso e completo inventário feito pelo Prof. Chossudovsky não deixa dúvidas. Estamos perante a mais monstruosa campanha, destinada a reduzir e controlar a população mundial.

NB3: BRANDON SMITH  chega exatamente às mesmas conclusões, que eu próprio. 
Não somos os únicos, há muitos intelectuais, cientistas, analistas políticos, e são de variados quadrantes político-ideológicos: https://www.zerohedge.com/geopolitical/brandon-smith-why-are-globalists-and-governments-so-desperate-100-vaccination-rates

NB4 : Veja como políticos da Austrália estão seriamente a propor ao governo que pregue multas elevadas a quem coloque notícias, nas redes sociais, sobre os protestos contra o «lockdown»: A notícia no Facebook que lhe pode custar uma multa de 11.000 dólares.

terça-feira, 13 de abril de 2021

[E. von Greyerz] A PONTA DO ICEBERG - ARCHEGOS & CRÉDIT SUISSE




(Tradução de Manuel Banet)

                          

Bill Hwang, o fundador do fundo privado Archegos, que acabou de perder 30 mil milhões de dólares, provavelmente não se deu conta, quando deu um nome à sua companhia, que estava predestinada a grandes coisas. Archegos é uma palavra grega que significa chefe ou aquele que lidera de forma que os outros podem segui-lo.

ARCHEGOS, O PRIMEIRO DE MUITOS QUE HÃO DE VIR

Este, até há poucos dias, fundo privado desconhecido é um anunciador do que está para vir ao mercado dos derivados de cerca de 1.5 quadriliões de dólares. Eu avisei, sobre as bolhas dos derivados, há vários anos. Archegos apenas acendeu o rastilho e em breve todo o mercado irá explodir.
Eu sei que, tecnicamente, Archegos era um «Escritório de Família», por razões de regulações mais favoráveis. Mas, para todos os efeitos e propósitos, é um fundo privado, e é assim que o considero.
Warren Buffett disse dos derivados, que eram «armas financeiras de destruição massiva» e ele estava absolutamente certo.
Os gananciosos banqueiros construíram derivados que são armas nucleares auto-destrutivas. O caso Archegos mostra ao mundo que um pequeno fundo privado desconhecido pode obter linhas de crédito de 30 mil milhões de dólares ou mais, e que isso pode levar rapidamente a um contágio e perdas incontroláveis.
E quando as apostas dum fundo privado saem furadas, não são apenas os seus investidores que perdem todo o seu dinheiro, também os bancos que se aventuraram a financiar a especulação de Archegos, massivamente alavancada, daí resultando uma perda de cerca de 10 mil milhões de dólares dos fundos dos seus accionistas.
Isto, obviamente, não irá afectar os bónus dos banqueiros, que apenas serão reduzidos quando os bancos forem à falência. Lembrem-se da crise do Lehman em 2008. Sem o massivo pacote de resgate dos bancos centrais, os bancos Morgan Stanley, Goldman Sachs, JP Morgan etc. ter-se-iam afundado. Porém, os bónus aos CEOs nestes bancos eram os mesmos nesse ano, que no ano anterior.
Isto é o lado absolutamente escandaloso, pior do capitalismo. Mas, como dizia Gordon Gekko no filme «Wall Street» - "A ganância é boa"! Bem, quando tudo acabar, talvez não seja tão boa como eles pensam.

DERIVADOS –  «MOINHOS» DE DINHEIRO QUE IRÃO GIRAR FORA DE CONTROLO

Os derivados têm sido moinhos de dinheiro para os maiores bancos de investimento durante décadas. Hoje, virtualmente tudo nas transacções financeiras, assume a forma de derivados. Muito poucos portefólios consistem nos instrumentos subjacentes. Pelo contrário, qualquer coisa - portefólios de acções, ETFs, fundos de ouro, etc. - usa derivados ou instrumentos sintéticos. Além disso, os mercados de juros e de divisas (forex) são todos em derivados. Por exemplo, o portefólio de Archegos consistia em «Total Return Swaps» (Nota do tradutor: neste tipo de derivados, o activo financeiro subjacente, referido como activo de referência, costuma ser um índice de acções, um cabaz de empréstimos ou de obrigações. Ver [1]).
Como acabámos de ver, quando os derivados implodem e os activos que os sustentam são vendidos pelo broker primário a qualquer preço, os prejuízos são instantâneos e irreparáveis.
Mesmo assim, o contágio foi evitado desta vez, com os bancos a assumir todos os prejuízos. Mas tal não será o caso da próxima vez quando, não apenas 30 mil milhões dólares de derivados implodirem, mas múltiplos desta soma.

[leia o artigo na íntegra, em inglês, AQUI, no site de Egon von Greyerz]

PS1: o novo artigo de Egon von Greyerz é uma continuação e actualização do da semana passada:

sábado, 16 de maio de 2020

A PRESENTE EXPANSÃO MONETÁRIA E O SEU PREVISÍVEL RESULTADO

                            Final Currency Debasement to Zero Has Started | GoldBroker.com

Em consequência da crise artificialmente desencadeada com a paragem - por ordem dos governos do Ocidente - de metade da produção mundial, temos agora que enfrentar a crise económica mais profunda, desde a grande depressão de 1929-1934. 
O resultado da crise, que agora apenas começou e que irá durar provavelmente uma década ou mais, não será fácil de antecipar nos planos social e político
Embora seja certa - desde já - uma quebra dos padrões de bem-estar e de riqueza, mesmo nos países ocidentais outrora afluentes, as agitações sociais, causadas pelo empobrecimento brusco de grande parte da classe média, são imprevisíveis. 
Mas, o meu propósito - neste artigo - é enfatizar as consequências directas das políticas económicas dos governos, apoiados pelos respectivos bancos centrais.  
A expansão extraordinária da massa monetária, levada a cabo pela FED, o banco central dos EUA, e imitada pelos outros bancos centrais, tem consequências aparentes e ocultas. 
Quanto às consequências aparentes, pode-se constatar a obtenção de meios monetários praticamente ilimitados pelos Estados, para fornecer apoios extra em muitas direcções:
- aos trabalhadores e às famílias, que ficaram - de repente - sem recursos (o chamado «dinheiro de helicóptero») 
- às empresas de pequena e média dimensão, salvas da falência, graças ao crédito concedido pela banca. Mas, este crédito somente é concedido porque está garantido pelo erário público.
- aos bancos, em situação real de falência, com balanços cada vez mais negativos, à medida que a crise se vai avolumando: mais e mais devedores deixarão de pagar suas prestações hipotecárias, simultaneamente com a desvalorização do que foi dado em garantia dos empréstimos, etc...
- aos Estados, através da compra sistemática das suas emissões de dívida. Este financiamento dos Estados pelos bancos centrais, embora anátema face à ordem neoliberal, é hoje praticado pelos mesmos neoliberais.
Esta aceleração do crédito e da emissão monetária, está a causar uma expansão brutal dos activos da  FED, emissora do dólar, principal moeda de reserva mundial e das trocas comerciais.  A FED troca dinheiro líquido pelas mais diversas «garantias», incluindo agora «junk bonds» (obrigações cuja segurança é considerada abaixo do limiar de investimento). Apenas no espaço de um ano, estima-se em 62% a expansão dos activos da FED.  
O mesmo se passa com outros bancos centrais. Esta situação equivale à «nacionalização» de grande parte da economia, mas sem que exista um verdadeiro controlo e pilotagem, por parte dos governos respectivos. Vão ser os bancos centrais a decidir, na prática, as políticas concretas dos Estados e dos governos. Note-se que coloquei «nacionalização» entre aspas, pois os bancos centrais, da maior parte dos países ocidentais, são privados: é o caso da FED, do Bank of England, do ECB, etc.; são conglomerados de entidades bancárias privadas que detêm o controlo. Existe uma supervisão dos Estados, mas sem a possibilidade destes decidirem sobre as políticas monetárias.  

O que descrevi acima, pode deixar indiferente alguns, que não percebem o alcance destas mudanças, porém, as suas consequências serão muito amargas para todos. 

De entre as consequências ocultas, a mais preocupante, é uma inflação descontrolada. A inflação não poderá ser contida, como até agora. Ela não se confinará aos mercados financeiros, às acções, obrigações e produtos financeiros derivados. 
Outra consequência oculta, é a destruição do valor real das divisas (do seu poder de compra), que se vai acelerar. 
Só poderá tirar benefício desta situação, neste contexto, uma pequena minoria, que detém bens duradoiros, com potencial para gerar rendimento:
- terra agrícola, imobiliário, ou as poucas empresas rentáveis, apesar da depressão que aí vem. 
Mesmo dentro de cada categoria de activos, será necessário diferenciar: por exemplo, o imobiliário comercial não será rentável, neste contexto; talvez apenas poderá sê-lo no médio-longo prazo.
A destruição do valor das divisas obrigará à reestruturação da ordem monetária existente. 
Haverá que estabelecer, num ponto ou noutro do futuro, um acordo global entre as diversas potências, algo equivalente a um novo «Bretton Woods».
Mas ninguém pode, hoje, saber quais os resultados desse futuro «Bretton Woods». No entanto, existem numerosos indícios de que se chegou ao fim do ciclo do domínio mundial pelo Ocidente, com os EUA à cabeça. 

É um caso de «suicídio» civilizacional: estamos a presenciar o resultado conjugado da ilusão decorrente da «hubris», da arrogância e da ganância da oligarquia, da sua miopia política, da demagogia...
Os povos dos países ocidentais não têm responsabilidade directa, embora tenham caído na ilusão de que podiam «decidir pelo voto» as políticas dos Estados e governos respectivos. 
Serão os «de baixo» a pagar o custo - pesado e amargo - dos desmandos da oligarquia estúpida e corrupta que os explora. Esta, tudo fará para continuar como o parasita que suga o sangue do hospedeiro, mesmo enfraquecendo-o ao ponto de o matar...

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A FRAGILIDADE DO SISTEMA FICOU EXPOSTA


Uma perturbação numa refinaria, por mais importante que seja, não vai causar uma carência de petróleo ao nível do mercado global. Os sauditas garantem que o nível de produção voltará ao normal até ao fim do mês. Mesmo que a afirmação seja um bocado optimista, não é nada que tenha uma repercussão planetária no mercado do crude ou do petróleo refinado. 
Então, por que razão os mercados, não apenas dos combustíveis, mas também os mercados financeiros estão em estado pré-comatoso?
Por que razão há um quase congelamento do mercado «overnight» de empréstimo entre os bancos, que causa a intervenção do banco central dos EUA (a FED)? 
- Sabe-se que a FED despejou nos bancos (através de um «bail-out» que não se confessa como tal) em 3 dias sucessivos, muitos biliões de dólares para fornecer liquidez ao mercado de empréstimo interbancário...

Isto revela a gravidade da situação: Porque é muito anómalo o comportamento da FED.  
A explicação que encontro para este pânico interno (ignorado do «grande público», pois a media corporativa faz bem o seu miserável papel de DESinformar as massas), é o seguinte:

- Os bancos encontram-se quase insolventes em circunstâncias normais e podem rapidamente passar a estar mesmo insolventes, ao contrário do que o público é informado e do que os responsáveis dão a entender. 
Mas, se um «cisne negro» atingir o sistema financeiro global, estes bancos ficam em apuros. 
O sistema está, neste momento, em apuros porque o petróleo subiu em flecha, muito para lá das expectativas de muitos investidores e especuladores, inclusive dos peritos que trabalham nos bancos sistémicos
Ora, a quantidade (nos EUA e internacional) de empréstimos e de alavancagem sobre esses mesmos empréstimos, à indústria do petróleo de xisto é avassaladora
O processo de extracção de petróleo do xisto é intrinsecamente um processo não rentável; são necessárias mais unidades de energia para extrair gás ou petróleo de xisto do que as quantidades respectivas obtidas são capazes de fornecer. A rentabilidade aparente resulta de operações financeiras, que consistem em fazer o público, em última instância, financiar os projectos, através de obrigações. 
Estas são negociadas nos mercados e usadas para originar complexos produtos derivados. Uma engenharia financeira dos bancos, tendo rentabilidade somente para eles e para os poucos negócios de exploração de petróleo de xisto que não fizeram falência.  
Para que esta indústria do petróleo de xisto seja financiada, uma montanha de empréstimos tem de ser colocada nos mercados: o juro dos empréstimos é que vai variar, ao sabor dos mais diversos acontecimentos no mundo, incluindo as guerras. 
Ora, se um «cisne negro» surge, como foi o caso há dias, abrindo-se a possibilidade de uma guerra contra o Irão, todas as «apostas» (que são, afinal de contas, os derivados) vão estar completamente desequilibradas:  É como se num jogo Benfica -  Belenenses, este segundo clube tivesse a vitória. Seria algo tão inesperado, que somente alguns adeptos mais fiéis do clube de Belém teriam apostado nele.
Portanto, muitas apostas terão sido perdidas  (neste caso, devido ao aumento súbito do petróleo) causando uma enorme drenagem de liquidez no sistema (para pagar as tais apostas, muitos activos financeiros terão sido vendidos).     

A fragilidade do sistema financeiro é enorme, o que equivale a dizer a fragilidade do capitalismo dos nossos dias. Sim, o sistema está à mercê de um grupo de guerrilheiros suficientemente determinado para atingir um órgão vital (a refinaria saudita, a maior refinaria do mundo) ou uma artéria principal (o estreito de Ormuz). 

             

Hoje, são os Houthis, amanhã, quem sabe?

Esta é a realidade: aquilo que a «filtragem» da media corporativa não permite que o público  perceba, neste imbróglio. 

Quer isto dizer que os EUA vão para a guerra ou vão recuar e não atacarão o Irão? 
-Não faço a menor ideia, agora. 
Porém, sei que é muito fácil desencadear uma guerra... mas, os que a desencadeiam não sabem qual será o seu desfecho.