Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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domingo, 17 de dezembro de 2023

THE GREAT TAKING; A GRANDE TOMADA - Documentário de David Webb

Uma importante revelação sobre como funcionam realmente os sistemas bancário e financeiro, envolvendo as nossas poupanças, as pensões, as contas bancárias, etc. Em caso de falência sistémica, nada disto restará. Provavelmente, grande parte dos bens imobiliários e outros, também serão submetidos a transferência, sem proteção efetiva aos atuais proprietários. Muitas pessoas, mesmo que não estivessem em dívida, de repente ficam sem nada.

 Estudem este vídeo e o livro, pois dão informação que nos podem ajudar a desenhar estratégias* pessoais e familiares, para preservar o essencial, aquando do próximo grande colapso, que já está em marcha.



 David Webb desmascara o sistema que os banqueiros centrais instalaram para se apropriarem de todos os bens, da gente toda.
O documentário é acompanhado por um livro com o mesmo título: The Great Taking

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(*) A tempestade que se aproxima será completamente inédita, em termos de experiência humana. Os que se mantêm na ignorância serão varridos, quer sejam «ricos» ou «pobres». O que vai ser decisivo é ter acesso a fontes primárias de abastecimento (morar no campo, em zona agrícola) e ter uma rede de verdadeira solidariedade (sobretudo a família). As lutas políticas serão cada vez mais agudas e podem conduzir vários países à guerra civil. A fome e o medo levarão pessoas a cometer atos hediondos. A brutalidade da repressão ao serviço dos poderosos não conhecerá qualquer limitação da lei ou do respeito humano. Quem está na ilusão, não pensará abrigar-se: depois, já será demasiado tarde.

(**) Pode ativar as legendas automáticas em inglês para melhor compreensão.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

CRISE DE EVERGRANDE: A COMPANHIA CHINESA MAIS PODEROSA NO IMOBILIÁRIO

EVERGRANDE: empreendimento imobiliário em Quidong


                                    Polícia protege a sede da Evergrande face a manifestação de lesados

É difícil de prever se haverá eventuais efeitos «bola-de-neve» nas diversas economias e empresas ocidentais, com o descalabro da maior empresa de imobiliário da China.
Esta empresa foi, talvez, a mais emblemática. Levou muitas pessoas de modestas posses a sacrificarem poupanças e endividarem-se junto da banca, para comprar apartamentos.
A bolha do imobiliário nas grandes cidades atingiu valores completamente loucos. Na China, o imobiliário é visto sobretudo como um investimento, não como a necessidade vital, de ter uma habitação para lá viver. As pessoas assimilavam investir no imobiliário, a terem um retorno garantido. Como se isto fosse o caminho certo para o enriquecimento.
Os números apontados no vídeo abaixo são de provocar vertigens, mesmo para uma economia gigante como a da China. Pode parecer que o Estado está por detrás desta empresa e que não a deixará cair, mas o facto é que o sistema chinês é muito disfuncional. Existem imensos «elefantes brancos». A maioria, são empresas de propriedade estatal ou das autoridades provinciais. Nomeadamente, tem havido falências em bancos locais, com as poupanças de muitos residentes nessas zonas.
O governo chinês não tem sabido como arrefecer esta bolha do imobiliário, mas terá de fazer qualquer coisa agora, nesta emergência. Com efeito, a condição para a sustentabilidade deste governo autoritário é de manter as pessoas suficientemente satisfeitas - no plano material - para elas não terem vontade de questionar o poder.
O desafio assumido recentemente em congresso do PCC e declarações do Presidente Xi Jin Pin é da transformação da economia e da sociedade chinesas: O plano é, basicamente, de manter a capacidade de exportação dos bens industriais, mas também de promover o enriquecimento da população em geral e gerar assim um dinamismo das indústrias dirigidas ao consumo interno.

Será este o momento do contágio às indústrias e ao setor financeiro, ou apenas um pequeno «blip» na progressão da China para o primeiro lugar mundial ?

                                        

Ver também:    https://www.youtube.com/watch?v=lbH_8Nj51HU

Ouvir esta análise da relação do HSBC (não é propriedade do Estado Chinês) e doutros, com o sector de desenvolvimento imobiliário chinês:

https://youtu.be/VxztRmPBl8k

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(28-09-2021) Os blocos de apartamentos inacabados, são implodidos... Veja qual o efeito da declaração de falência de Evergrande:

 https://www.youtube.com/watch?v=hBkMe4TdHDQ


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(14-10-2021) Já ouviu falar de «Country Garden»? Talvez seja a próxima situação de colapso, após o fracasso de Evergrande. Veja este vídeo: 

https://www.youtube.com/watch?v=4gyQWKElSMk


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Última atualização (26-10-2021): O governo de Pequim «convidou» (intimou, na realidade) o dono da Evergrande (Hui Ka Yan) a avançar com o seu próprio dinheiro para pagar as enormes dívidas da firma. Isto é indicação de que o governo não vai avançar com o «salvamento» do sector imobiliário.

domingo, 18 de agosto de 2019

A CRISE VIRÁ DO LADO DA DÍVIDA SOBERANA, DOS TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA


                        Resultado de imagem para treasure bond coupon

Sabe-se que o grave problema que afecta o sistema económico e financeiro ocidental é a enormidade da dívida. Dívida dos Estados, dívida das empresas e dívida das famílias... tudo somado, a quantidade de dívida é muito maior do que a existente nas vésperas do colapso de Lehman Brothers!

O processo de um Estado se ver livre da dívida pública é somente um, na prática. Embora, em teoria, um governo pudesse decretar insolvência, reconhecendo estar falido e portanto não pagar aos seus credores, isso é demasiado penoso e politicamente suicida. Portanto, os governos irão fazer aquilo que sempre fizeram, ou seja, inflacionam a sua moeda nacional (no caso do Euro, será antes a moeda comum de uma série de Estados da União Europeia).

Um dos casos mais graves de acentuado crescimento da dívida pública, sem fim à vista e com tendência para se agravar, é o dos EUA. Obama conseguiu o «glorioso feito» de duplicar, durante os seus dois mandatos, a dívida pública acumulada antes dele, desde o início da existência dos EUA.
Nada menos fiável do que os EUA. Se decidirem que algum país está com exigências excessivas, podem simplesmente obliterá-lo do mapa... veja-se o caso da Líbia! 
Mesmo os aliados não estão a salvo de serem «esfolados»: como clausula secreta dos acordos que instituíam o sistema do petro-dólar (em 1973), os sauditas foram obrigados a fornecer muitos biliões em treasuries, que provinham do petróleo, para os seus protectores de Washington disporem dessas somas colossais. Não estão nominalmente na posse do Tesouro, mas é como se estivessem: as tais treasuries servem como «fundo de estabilização» do Tesouro. Quando os mercados variam bruscamente ou quando algo vai num sentido desfavorável aos interesses de Washington, esse fundo gigantesco intervém, discretamente. Os especialistas dos mercados conhecem bem as intervenções do referido fundo.    
É basicamente o medo, a impressionante máquina militar, que impõe «respeito» pelo dólar US, com o qual os EUA compram tudo o que precisam, dando em troca... esses papéis verdes impressos! 

A China foi acumulando, em resultado do seu comércio com os EUA e outras partes do mundo, a gigantesca soma de 1,3 triliões de dólares, que estão sob forma de obrigações do Tesouro dos EUA («treasuries»).
Há quem diga que esta constitui uma arma poderosa da China, que poderá despejar no mercado fazendo baixar subitamente o valor dos referidos treasuries. Mas, isso é falso. Não só não é possível eles desfazerem-se de tal soma bruscamente, como teria um efeito oposto ao desejado. Ainda por cima, poderia desencadear uma guerra, por os EUA se sentirem acossados naquilo que é fundamental para eles, a sustentabilidade da sua dívida...

Os russos, há algum tempo, desfizeram-se de quase todas as suas treasuries. Mas eles tinham muito menos, do que a China tem. O que eles fizeram foi genial: Eles deram os treasuries como aval a vários bancos europeus, para garantia de empréstimos aos mesmos bancos. Depois, fizeram default sobre as dívidas a esses bancos e estes tomaram posse das treasuries, dadas como aval. Assim, não colocaram no mercado essas treasuries e obrigaram a outra parte a aceitá-los. Não me parece que se possa repetir isso.

Os Chineses fizeram a Belt and Road: é - além de outras coisas - um processo lento de se desfazerem de treasuries. Com esses dólares, eles financiam grandes obras, portos, aeroportos, caminhos de ferro, etc. nos países mais diversos, com os quais têm acordos. Ficam aliviados do excedente em dólares e tornam-se credores de vários países, sendo possível que recebam em pagamento géneros (matérias-primas), ou notas de crédito denominadas em Yuan.

Segundo uns analistas, os americanos têm de comprar a si próprios (a FED compra ao Tesouro, o qual emite dívida) cerca de 70% da dívida emitida e têm de fazer malabarismos, usando derivados (credit default swaps), para criar a ilusão de procura de treasuries e assim sustentar seu preço. 
Também conseguem procura porque têm uma taxa ligeiramente acima de zero, enquanto muitas das obrigações europeias (como os bunds alemães) estão com juros negativos, ou seja, o emprestador tem - ao fim de x anos - a soma investida, MENOS uma determinada soma y, correspondente ao juro negativo. 

A dívida excessiva a nível mundial não poderá ser aliviada por uma espécie de «jubileu», pois haverá países que ficam a perder imenso com isso por comparação com outros que até incluem os mais ricos, pois estes têm tido um comportamento irresponsável de acumulação de dívida, sem contrapartida em criação de riqueza. Quando uma pessoa ou uma empresa ou um Estado se endividam pode ser uma coisa boa e sensata ou o contrário: se for para investir em algo que por sua vez irá gerar rendimento, irá produzir algo (bens ou serviços), irá traduzir-se por um acréscimo de rendimento (ao nível dos Estados, maior receita de imposto), então é provável que tal investimento seja sensato e produtivo. Mas um empréstimo gasto em despesa não reprodutível, que não vai gerar capital que o pague no médio/longo prazo, é somente um peso suplementar que incide sobre as economias, sobretudo das gerações futuras. 

Num contexto de sobre-endividamento, a inflação é desejada por bancos centrais e por governos, porque vai «comer» parte da dívida acumulada, ou seja, é como um «default» suave, a uma taxa de uns pouco por cento ao ano, que o público não compreende e atribui à ganância dos comerciantes ou às reivindicações excessivas dos assalariados, etc... mas, não aos verdadeiros culpados.

Perante um aumento descontrolado da dívida, a tentação é desvalorização correspondente do dinheiro, o que tem sido feito, de forma sistemática, sem que as pessoas percebam o que se está a passar: se a inflação registada nas estatísticas ao longo de um ano, for de 2%, por hipótese mas - na verdade -  sendo esta de 4 ou 5 %, como se tem verificado, é muito difícil alguém contrariar o discurso oficial. Seria preciso um instrumento independente, de recolha e tratamento estatístico, algo como um Instituto de Estatística alternativo, ou algo parecido, com credibilidade igual ou superior aos institutos do Estado. 

Portanto, a aceleração da impressão monetária, ou seja,  «Quantitive Easing» e as taxas de juro próximas de zero ou negativas  anunciadas pelos bancos centrais ocidentais, irão apenas contribuir para manter durante algum tempo (quanto?) as bolhas das bolsas de acções, das obrigações, do imobiliário... em que se tem vivido. 
Mas, chegará o momento em que as pessoas compreenderão que estão a ser aldrabadas, que números crescentes não representam aumento de valor, não correspondem a nada de sólido. 

A perda de confiança numa divisa, nas divisas «em papel», é um processo muito rápido: compreende-se que os bancos centrais dos países do Oriente se previnam disso, comprando todo o ouro que podem nos mercados. Alguns financeiros, gerindo fundos bilionários, também compreendem o que se está a passar e também estão a aconselhar os seus clientes a fazer o mesmo.

A subida dos metais preciosos, em especial do ouro (e isto é notável) faz-se, apesar da existência confirmada de conluio entre bancos centrais ocidentais e grandes bancos, emissores de contratos de futuros (um tipo de derivado) sobre o ouro e a prata. Eles despejam no mercado, em momentos especiais, quantidades abismais de contratos. É assim que o preço do ouro e da prata têm sido reprimidos, ao ponto de, em paridade do poder de compra, a prata nunca ter estado tão barata! Se estes contratos correspondessem - de facto - a ouro físico, seria necessária várias vezes a produção anual minerada. Evidentemente, trata-se duma fraude, mas fraude consentida pelas entidades ditas supervisoras dos mercados e pelos bancos centrais.
O sistema de emissão de dinheiro ilimitado e controlado pelas entidades globais, é inviável: dentro de um prazo (não determinável exactamente, pois dependerá da duração e profundidade da crise vindoura), terá de haver uma profunda reforma do sistema monetário.  
Mas, entretanto, é bem provável que haja guerras, revoluções, fomes, transferências de riqueza, fenómenos que se verificaram no passado, em associação com as crises económicas mais graves.

sábado, 27 de julho de 2019

O COLAPSO JÁ COMEÇOU

                                      https://www.youtube.com/watch?v=4jc_aJdx7_w
Através de uma demonstração clara e rigorosa, Charles Sannat explica-nos que o colapso poderia ser apenas uma hipótese, porém tal não acontece, porque ele já está aqui. 
Evidentemente, tal afirmação parece artificial e puxada pelos cabelos, à primeira vista, tendo ele a inteligência de antecipar as críticas e objecções, com respostas breves mas convincentes, que permitem olhar estas realidades da economia com olhos de ver. Trata-se de escolher a realidade (a «pílula azul» da Matrix) e não ingerir a «pílula vermelha» do sonho, ou da falsa realidade, como no célebre romance de ficção-científica «Matrix». 
O que me separa de Sannat não é pouco. É mesmo uma perspectiva distinta, pelo menos, à partida. Porém, o ponto de chegada é praticamente igual. Por isso mesmo, deviam as pessoas que seguem o meu blog estar alerta a partir deste vídeo e deste artigo, se não é o caso de que estejam já. 
Tenho feito repetidas chamadas de atenção não apenas para a insustentabilidade da economia pós-falência de Lehman Brothers (Set. 2008), como para a utilização da guerra como forma de adiamento do inevitável colapso final.
Escrevi em 24 de Agosto de 2018, num ensaio intitulado 
...
Praticamente, os analistas (mesmo de esquerda) não arriscam ver o fim do capitalismo, enquanto sistema de domínio mundial, tendo o imperialismo como suporte de poder, essencial para o sistema. 
Porém, as condições de funcionamento do capitalismo deterioram-se, a capacidade de arrancar lucro é cada vez menor, esse lucro é sempre feito à custa de um maior sofrimento das populações e do ambiente. 
Em suma, é um capitalismo depredatório numa escala global, que pretende sempre mais e mais crescimento, o que não é compatível com um mundo finito e cujo funcionamento saudável depende de subtis equilíbrios ecológicos, os quais estão a ser gravemente postos em causa.

Como resultado deste caminhar pelos labirintos da realidade económica e geo-política, as pessoas, por mais diversas que sejam as ideologias à partida, acabam por se pôr de acordo quanto à realidade e quanto a uma leitura da mesma.

Neste blog tenho repetidas vezes dado a conhecer sinais do que se passa, do que está a passar-se sob os nossos olhos, o que realmente tem ocorrido. 
Tem sido difícil, apesar das quase 70  mil leituras, deste blog, desde a sua fundação em 2016: As pessoas simplesmente estão anestesiadas pelo preconceito do passado, os anglo-saxónicos chamam a isso «normalcy bias», ou seja, a crença de que o amanhã será como hoje, visto que o dia de hoje foi como ontem. 
Por outras palavras, as pessoas teimam acreditar que está tudo «normal», porque o mundo aparenta estar normal.
A minha esperança é que muitas cabeças, que não renunciaram a pensar, a inquirir, comecem a tomar a verdadeira medida das coisas. 
Quanto mais amplo for esse despertar, os que já estão a trabalhar no domínio da realidade serão reforçados por amigos e companheiros, que compreendem a não-contradição entre o interesse individual e o colectivo. 
Esse movimento, aliás, já começou, em muitos países; ele é destinado a salvaguardar as pessoas, o seu património, a sua cultura e agricultura. 
Todas as outras pessoas foram hipnotizadas, zombificadas, por tecnologias digitais e sobretudo, por uma ideologia totalitária matreira, que se apresenta com as vestes «liberais». Pode-se falar com propriedade de «totalitarismo digital», para caracterizar o fenómeno. 
Serão essas que serão mais facilmente engolidas na imensa onda do tsunami económico, da catástrofe global em curso. 

Não estou a referir-me a mais uma crise do capitalismo. Estou a falar do fim do capitalismo. Mas, não é razão para os anti-capitalistas se alegrarem pois, em substituição do odiado capitalismo, não virá uma qualquer nova forma de socialismo, de maior justiça social e económica. 
Será antes uma retoma do feudalismo, mas agora numa escala global; um neo-feudalismo, ou seja, um sistema mundial controlado por uma dúzia de imensas fortunas, que tratarão os Estados como súbditos...