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sábado, 2 de novembro de 2024

Nº0 «ESPECTROGRAFIAS» (APRESENTAÇÃO)

 NA IDADE DOS ENTES ESPECTRAIS


Estamos na idade em que se sobrepõe, na consciência de biliões de indivíduos, a imagem, o espectro, o ícone, o símbolo, à realidade. 

Assim, as pessoas estão, cada vez mais, sujeitas a uma dupla ditadura: 

- A ditadura da necessidade, da dura lei da escravidão assalariada, ou da falsa liberdade do trabalhador «por conta própria». A ausência da consciência deste facto elementar, é (em si mesma) uma alienação que torna possíveis todas a outras. 

- A ditadura dos espectros, ídolos reinantes no subconsciente, no nosso cérebro, que nos puxam para a conformidade ao paradigma dominante e que acabam por determinar os afetos e a vivência social.


Muitos filósofos e pensadores do século XX e do século XXI, analisaram esta mudança. Ela corresponde, na sua essência, à transformação da sociedade capitalista industrial clássica, na sociedade de consumo, ou seja, como eu prefiro chamar-lhe, na sociedade da mercantilização de tudo. Não apenas mercantilização dos objetos em  mercadorias; também do tempo, do espaço, da natureza, dos corpos humanos e das mentes. Através da grelha de leitura acima e tendo em conta os factos da mutação do sistema capitalista, as ideologias revelam-se como projeções, conscientes ou inconscientes, da  mercantilização universal.

Irei apresentar alguns materiais, nos próximos tempos, de pensadores que estabeleceram as bases para uma crítica radical da sociedade capitalista contemporânea, a sociedade da mercantilização generalizada. 

Com a sua especial capacidade crítica, eles puderam escalpelizar o funcionamento dos media: Qual o seu papel na sociedade do espetáculo, a sua relação com a fabricação da ilusão de democracia, como se desenvolveram as formas atuais e perversas de censura, de controlo da informação e das ideias, em suma o novo totalitarismo.   

Serão evocadas obras de nomes célebres, como Marshall Mcluhan, Guy Debord, Noam Chomsky, e outros. 

Espero, seja uma descoberta , tanto para mim como para vós, de importantes autores e dos seus contributos, que nos poderão ajudar a «sair da matrix». 

Por outras palavras: Espero que nos ajudem a nos emancipar da sociedade formatadora na qual estamos enredados.

PS: Alguns artigos sobre o tema, neste blog. 

[PROPAGANDA 21] (DO Nº1 AO 22. ARTIGOS EM QUE FACTOS DE PROPAGANDA, NO SÉC. 21, SÃO POSTOS EM EVIDÊNCIA)

EDWARD BERNAYS

FALSIFICAÇÃO DO REAL ENQUANTO ESTRATÉGIA

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OS RESTANTES NÚMEROS DE «ESPECTROGRAFIAS» PODEM SER CONSULTADOS AQUI

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Quando a metáfora de " David contra Golias" já não é apropriada

                             Einstein, um defensor convicto do socialismo

Esta metáfora é usada, habitualmente, para designar uma situação de confronto em que existe uma disparidade manifesta nas forças em presença. Teve a sua razão de ser nos séculos passados e ainda se aplica hoje em dia em situações de "guerra assimétrica": Os Houthis contra as esquadras dos EUA e aliados; O Hamas contra o exército de Israel; inúmeras situações de guerrilha, no passado e no presente, quando umas escassas dezenas de guerrilheiros põem histéricos os poderosos exércitos e os governos .

Mas, infelizmente, a proporção das guerras assimétricas acima nomeadas não tem analogia com a sociedade de controle, onde os media gigantescos e o sistema escolar, dos quais ninguém escapa, são capazes de moldar a perceção do Mundo e das consciências de milhões de pessoas. Obviamente, elas não se apercebem, não têm consciência de serem manipuladas. Porém, alguém que desperta para a realidade tentacular destas autênticas prisões da consciência (como em «Matrix») vai quebrar «o encantamento», vai progressivamente aperceber-se que o que tem assimilado, desde criança e ao longo da sua vida, não é mais do que condicionamento massivo, originado pelos detentores do poder, em particular, pelos que o exercem através da media.

Com efeito, as agências de «inteligência» de diversos países, em particular os mais poderosos, vigiam cuidadosamente os media do seu país e de todos os outros. Estes instrumentos do Estado, discretamente, através de pessoas compradas por eles nos vários media, «sugerem» que se publique tal ou tal «informação», que pode muito bem ser desinformação; os chefes de redação e outros responsáveis por esses media, sabem perfeitamente do que se trata, quase nunca declinando satisfazer o pedido dos ditos serviços. Mas, além disso, os media mainstream, em qualquer país, vão examinar ao pormenor o curriculum de um/a candidato/a a jornalista, na sua instituição: Se o/ candidato/a se afasta da corrente dominante, é logo posto/a de lado, não importa qual o grau de qualificações, o talento, ou a experiência que exibe. A composição dos grandes media, que nós podemos comprar num quiosque ou obter por via digital, é sempre, invariavelmente selecionada pela enorme subserviência ao poder do dinheiro, em particular, que lhes paga a subsistência, através de anúncios, de doações, além de serem multimilionários, os proprietários ou acionistas principais desses media. Também, no dia-a-dia, os grandes media possuem laços privilegiados com determinadas personagens políticas, as quais lhes fornecem informações, que eles podem depois propagar como vindas de fontes anónimas. Há uma espécie de simbiose do jornalismo com políticos do poder e com os capitalistas.

Se a proverbial relação David contra Golias se aplica ainda no terreno da guerra assimétrica, creio que não se aplica já no caso da influência exercida sobre as massas de público pelos media corporativos (os Golias), em comparação com jornalistas não vinculados ao sistema (uma «molécula» do corpo de David).
Neste caso, por mais talentosos e corajosos que sejam (pois vão buscar a notícia onde as coisas se passam), dificilmente conseguem sobreviver economicamente, na generalidade dos casos, se eles efetivamente mantiverem a independência. Além do aspeto «alimentar», existe a questão do alcance das armas (os media alternativos para onde escrevem, ou filmam, etc.), da impossibilidade de alcançarem um público da mesma ordem de grandeza que o dos «mamutes dos media».
Por outras palavras: se a desproporção de meios e forças é demasiado grande, não existe já possibilidade efetiva de triunfo, sendo o combate demasiado «assimétrico». Estamos, globalmente, perante uma monstruosa e inédita ditadura, que nos escraviza os corpos e as mentes.

Caitlin Johnstone é uma jornalista australiana «ferozmente independente». Ela demonstra como, para além do controlo que os grandes partidos e seus «sponsors» possam ter sobre os mecanismos da votação, da escolha dos candidatos dentro dos partidos, ou da manipulação pelas doações chorudas que os capitalistas fazem com vista a favorecer determinados candidatos, para além de tudo isso, o fator decisivo é a média corporativa ao mando da oligarquia, que molda, ano após ano, decénio após decénio, a consciência do eleitor e a distorção da realidade que ele recebe como «informação», mas que é somente propaganda política disfarçada. Nestas circunstâncias, diz Johnstone, o eleitor vai votar de acordo com uma consciência alienada, não com a visão bem informada, objetiva da situação. Este fator, por si só, é mais potente que todas as outras corrupções juntas, mencionadas no início deste parágrafo.

Podemos dizer que nada disto é muito novo, apesar dos meios de difusão e receção da informação terem sofrido grandes transformações tecnológicas. Já Einstein, em 1949, alertava para a extrema gravidade do controlo dos media para os processos democráticos (ele tinha os EUA à frente dos olhos...).
No seu ensaio “Why Socialism?”, Einstein escreveu o seguinte para a National Review : 

“The result of these developments is an oligarchy of private capital the enormous power of which cannot be effectively checked even by a democratically organized political society. This is true since the members of legislative bodies are selected by political parties, largely financed or otherwise influenced by private capitalists who, for all practical purposes, separate the electorate from the legislature. The consequence is that the representatives of the people do not in fact sufficiently protect the interests of the underprivileged sections of the population. Moreover, under existing conditions, private capitalists inevitably control, directly or indirectly, the main sources of information (press, radio, education). It is thus extremely difficult, and indeed in most cases quite impossible, for the individual citizen to come to objective conclusions and to make intelligent use of his political rights."

Isto era verdade há 75 anos, quando Einstein o escreveu e permanece verdadeiro, hoje em dia.

terça-feira, 27 de julho de 2021

«LOCKDOWN» E PROJETO DE BIOPODER DA OLIGARQUIA EM MARCHA

 Definitivamente,  estou convencido que um grande número de pessoas sofre, neste momento, de alucinação coletiva. Como designar de outro modo o facto de se ignorar a extensão brutal da pobreza, da ruína, no Mundo e mesmo nas nossas sociedades afluentes, ditas «civilizadas», com milhões de pessoas arrastadas súbita e cruelmente para a maior miséria*? 



A enorme psi-op (operação psicológica) que dá pelo nome de COVID-19, teve como principal desígnio obscurecer, mercê da infusão de um síndroma de medo pânico, a mente da quase totalidade da cidadania. Esta operação, desejada, planeada, levada a cabo pela oligarquia, os multibilionários, arrastando consigo o "establishment" científico, a burocracia dos Estados e todas as instituições relevantes, desde os governos até às universidades, foi bem sucedida para além de qualquer expectativa. A oligarquia, não pensou - inicialmente - que seria tão fácil realizar este golpe de Estado mundial. Pensou que encontraria muita resistência por parte dos pobres, dos desapossados. Ficou, primeiro, estarrecida e depois, encantada, com o facto de serem estes mesmos (os espoliados), que mais entusiasticamente defendiam a agenda deles, dos muito ricos.

Não importa o que se pense sobre o vírus, real ou não, mortífero ou não, criado em laboratório ou não, o facto é que esta pandemia é um instrumento para a maior transferência de riqueza que jamais ocorreu na História. Transferência, escusado será dizer, dos pobres, dos explorados, dos desapossados, em direção aos que já possuíam muito poder, dos que mandavam, não apenas em sectores inteiros de indústrias, como também dominavam os governos e, mesmo, as instituições e agências internacionais. 

Claro, que isto tudo não ocorreu de um momento para o outro. As pessoas que se apercebem,  de repente, das estranhas coisas que estão a ocorrer, são como alguém que acorda de um longo sono, observa a realidade, sim, mas não percebe todo o desenvolvimento que tiveram as coisas, no entretanto. Por isso, incapaz de encontrar o fio à meada, o mais certo, é esse indivíduo fazer uma leitura do novo, através dum quadro de referências irremediavelmente datado, o qual, porventura, estava adaptado ao mundo de à 50 ou 100 anos atrás.

Mas, é com isto que conta a oligarquia: com este enorme desfasamento, com esta enorme dose de ignorância, com esta «vontade de não saber», dos indivíduos alienados, que não sabem que foram condicionados toda a vida, que não se dissociaram (mentalmente, que seja) da sociedade tal como lhes é imposta, desde o berço.

                

A oligarquia estava num beco sem saída, pelo menos desde a grande crise mundial de 2007-2008. Não irei aqui retraçar todas as etapas da crise, nunca resolvida, na verdade (o leitor pode referir-se a este tópico consultando o podcast NB1 abaixo e meus artigos, que fornecem links para outras referências bibliográficas): Basta que se tenha em mente que o processo de acrescentar dívida à dívida, para resolver um problema cuja essência era o excesso de dívida, parecia o projeto de loucos. Claro, que os muito ricos podem não ter uma lucidez mental perfeita, mas têm ao seu serviço exércitos de cientistas competentes, mas vassalos, que estão sempre a procurar a salvaguarda de seus patrões. 

Não! O projeto de ir aguentando, enquanto se construíam meios para efetuar a transição para o novo paradigma, sem que esta transição implicasse uma rutura, pondo em causa a predominância, o controlo, o poder da muito pequena minoria que nos governa... Isso não era nem estúpido, nem utópico!

De facto, a preparação para o «grande golpe» foi notável: eles não divulgaram o porquê de certas medidas, ou deram apenas uma justificação que as massas podiam «engolir». Esta tática, permitiu-lhes que fossem realizando o Great Reset na maior tranquilidade. Note-se que este Great Reset está quase concluído... embora as prostitutas da media falem dele, sempre, no futuro.


A transição começou a ser planeada logo após os primeiros sobressaltos da crise de 2008. Logo, a oligarquia percebeu que tinha de mudar tudo, para que tudo ficasse como dantes. Segundo, percebeu que tinha de fazer essa transição, de tal forma que as coisas surgissem como que por acaso, como efeito do destino, ou como algo imprevisto e imprevisível. 

Os derivados pendentes, após a débacle de 2008, mantinham-se e iam-se acumulando. Fala-se da ordem de quadriliões de dólares ao nível mundial, o que é uma soma propriamente astronómica. Se houver uma subida rápida das taxas de juro, devido à subida da taxa de inflação, o castelo-de-cartas dos instrumentos sintéticos da finança pode rebentar, desencadeando um enorme fogo de artifício. Por outro lado, a repressão constante das taxas de juro, para impedir o crescimento da inflação irá conduzir ao marasmo e, no longo prazo, anular o próprio capitalismo, pois não haverá condições de acumulação do capital privado para investimento. 

Para obviar estes dois perigos - que se traduzem numa crise inflacionista ou uma crise deflacionista - encontrou a oligarquia (e seus capangas), uma solução: controlo total das sociedades, gerindo e extraindo diretamente o produto do trabalho , pela oligarquia.

A total escravização da espécie humana poderia ocorrer através da utilização dos meios de IA (Inteligência Artificial), de armazenamento dos dados em massa (bulk data storage) e dos processos digitais de rastreamento quer dos movimentos dos capitais (as criptomoedas de Estado, digitalização a 100%) e dos indivíduos (passe «sanitário» com o rastreamento digital associado). Mas, par tornar este projeto possível, era necessário convencer o público que se tratava de «progresso»,  dum aumento de segurança, quer em relação às contas bancárias - já não estariam sujeitas a hackers - quer à saúde e prevenção de epidemias a vírus  - naturais ou fabricados em laboratório.

Não haveria possibilidade de levar a cabo tal programa de escravização, propriamente monstruoso, se não houvesse uma domesticação dos intelectuais, incluindo os cientistas, jornalistas, etc. ou seja, os «fazedores de opinião». A oligarquia estava consciente da maior "arma de destruição maciça das consciências", que são a media, falada, escrita e sobretudo da televisão (e agora também os vídeos internet). Esta dependência do ser humano em relação ao audiovisual tem raízes muito profundas na biologia evolutiva. Por isso, os oligarcas começaram a comprar cadeias inteiras de media, com jornais, tvs, magazines, empresas de software, etc. Isto começou em grande escala, nos anos oitenta do século passado. Hoje, a media não é o «quarto poder» que ela tanto se vangloria ser. Globalmente, tornou-se o instrumento, os «grilhões digitais», da servidão dos povos.

A possibilidade dum mundo mais justo e mais «verde», ocupa a cabeça das pessoas, em especial, nas novas gerações. Isso é muito compreensível. Porém, as falsas instâncias revolucionárias multiplicaram-se, o wokismo, a extinction rebellion é um exemplo recente, assim como os Antifa. 

O pavor de um mundo devastado e um clima completamente desregulado, saltou das páginas e telas dos livros e filmes de ficção científica para as mentes das pessoas, com muita facilidade. A religião tradicional, moribunda, não consegue mobilizar as pessoas, fazê-las estar de joelhos, perante o deus-dinheiro, todo-poderoso. Por isso, a nova religião, a ecologia (uma pseudo ecologia, anticientífica) substitui as outrora poderosas e hoje marginais ideologias do fascismo ou comunismo. 

A pseudo ecologia tem servido de álibi à destruição programada da ecosfera, em prol de uma ultraminoritária oligarquia, uma aberração moral e lógica. Pois um ecossistema  sustentável, equilibrado, em zonas protegidas, nunca poderá subsistir no meio dum depauperado ecossistema global que o rodeia. Quer ao nível local, quer global, isso será totalmente instável. O mesmo se passa na esfera económica, o que mostra a insanidade fundamental dos muito poderosos: não se pode conceber que um oásis de abundância se mantenha,  estavelmente, num mar de miséria.  

A guerra do COVID existe (ver NB2 em baixo), mas o inimigo não é o SARS-Cov-2, por muito real que seja: és tu, leitor! 

A existência de lockdowns (termo do vocabulário prisional) vai continuar,  durante um certo tempo: serão intermitentes, permitindo às populações respirarem um bocadinho, para depois as mergulhar de novo nestes «estados de exceção». Como o «water-boarding» (tortura muito usada pelos interrogadores americanos no Iraque e no Afeganistão), este vai-e-vem é destinado a quebrar a resistência psicológica das pessoas.

No entanto, quando o processo de transição for considerado completado, eles irão fazer as populações voltar a uma certa «normalidade», uma nova «normalidade». Pode-se adivinhar que este processo de transição permita salvaguardar as grandes fortunas, os grandes impérios corporativos, a matriz fundamental do capitalismo e do imperialismo. 

Há que «queimar» as divisas existentes, através da hiperinflação, para fazer com que o novo dinheiro digital seja considerado, universalmente, como «a norma». Mas esse dinheiro digital implica o controlo governamental sobre as nossas contas bancárias, a possibilidade de cancelar as contas de qualquer «dissidente», um «(designado) ciber ou bio -terrorista», etc. Vai ser possível dirigir os indivíduos para consumirem mais ou menos de certos produtos, pode-se atribuir uma caducidade à validade do dinheiro digital. Vai ser possível cobrar juros e impostos do montante que os governantes quiserem, não as taxas atuais.

A existência de uma sociedade do tipo comunismo autoritário, como a descreve Klaus Schwab não será um sonho florido. Será  uma distopia, um horrível cenário para quase todos, escravizados, submetidos a capatazes-robots. 

A palavra «transumanismo» serve para encobrir esse abismo de servidão e de desumanização. Não  tem nada que transcende o humanismo, como o nome parece indicar. É, propriamente, antiumanismo, na sua forma mais radical. Muito distante e fora do alcance da vista, uma pequena elite de «superiores»  tratará de gerir o mundo em todas as dimensões: desde a economia, até à «saúde» e reprodução dos escravos. Não existirá totalitarismo  benigno, disso podemos estar certos. Porém, será muito diverso do Nazismo, ou dos regimes de Estaline, ou de Mao na «revolução cultural».

«Não possuirás nada e serás feliz» 


Mas, o que se vai universalizar é a realidade presente da China de Xi Jinping, em que um povo de 1,6 milhares de milhões se submete, pelo bem estar material, a perder completamente a privacidade, a ser rastreado 24h/24h, a ser sujeito a vigilância permanente no Twitter, ou Facebook (ou os equivalentes na China ). Em todo e qualquer lugar, está-se sujeito à vigilância através de dispositivos vídeo de reconhecimento facial, ou de processos de identificação pela iris.O comportamento é escrutinado e, conforme seja classificado, o indivíduo  tem acesso ou é-lhe negado o que antes era um direito próprio. No chamado "livre ocidente" estão a imitar isso, com o passe vacinal. Só  um ingênuo poderá acreditar que eles fiquem por aqui, que não  vão  mais além.  

Quando a oligarquia tiver instalado o biopoder totalitário sobre todos, então irá fazer voltar tudo à normalidade, mas será a «nova normalidade».



...... 
* Segundo J. Kim: 
« Soaring food and commodity prices along with continuing rolling global lockdowns, unlikely to end until 2023 at the earliest, that impede the ability of the hundreds of millions around the world that most desperately need to work to purchase food, are a lethal combination for creating mass hunger and starvation. Most sinister about these soaring food costs over just the last rolling twelve-months, is the fact that 24/7 coverage by the mainstream media about the delta variant of the virus has kept this significant information out of the media headlines and out of the consciousness of the masses  [...]»

NB1: Why the Lockdowns Will NOT End Until 2023 & The Real Reasons Behind Their Continuation

NB2 : O rigoroso e completo inventário feito pelo Prof. Chossudovsky não deixa dúvidas. Estamos perante a mais monstruosa campanha, destinada a reduzir e controlar a população mundial.

NB3: BRANDON SMITH  chega exatamente às mesmas conclusões, que eu próprio. 
Não somos os únicos, há muitos intelectuais, cientistas, analistas políticos, e são de variados quadrantes político-ideológicos: https://www.zerohedge.com/geopolitical/brandon-smith-why-are-globalists-and-governments-so-desperate-100-vaccination-rates

NB4 : Veja como políticos da Austrália estão seriamente a propor ao governo que pregue multas elevadas a quem coloque notícias, nas redes sociais, sobre os protestos contra o «lockdown»: A notícia no Facebook que lhe pode custar uma multa de 11.000 dólares.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

ALIENAÇÃO, NECESSIDADE DE REVISITAR O CONCEITO

Nos dias de um Freudo-Marxismo omnipresente no discurso dos «opinadores», algumas décadas atrás, falava-se de alienação, sobretudo para citar o desapossamento do operário em relação ao produto do seu trabalho e ao seu próprio trabalho. Em simultâneo, usava-se o termo para menosprezar os que se entretinham com «futilidades» e não se dedicavam à «luta revolucionária»; neste caso, o uso da palavra alienação era para verberar as pessoas que se satisfaziam com o que a sociedade de consumo lhes podia fornecer, alienando-se no consumismo, na ausência de consciência social. Essas formas de usar o termo, ambas carregadas de ideologia, foram tornando a palavra «antiquada» e logo a riqueza polissémica do conceito de alienação deixou de ser percebida. 
Porém, no momento presente, vale a pena que nos debrucemos melhor sobre este conceito. Com efeito, «alien», significa etimologicamente «estrangeiro», só depois veio a significar um louco: assim, um doente mental está alienado na medida em que perdeu a consciência dos seus próprios atos e do seu entorno. Não compreende já, minimamente, como se encontra inserido no ambiente natural e social, já não conseguindo adequar o seu comportamento a uma realidade exterior. 
Mas o mesmo termo pode ser usado e também significa que um indivíduo perdeu ou que nunca teve os direitos de «cidadão», pois o «estrangeiro» é, por definição, aquele que não possui cidadania. 
O estado de não participação na coisa pública em que a maior parte das pessoas se confina, mesmo as que ainda «se interessam por política», faz delas alienadas, num determinado sentido. 
Elas são alienadas no sentido de serem jogetes nesta economia de mercado, condicionadas a consumir, a produzir para consumir, consumir para terem a ilusão de viver, de serem «alguém». 
As pessoas consomem bens, mas também consomem «ideias» ou slogans, formas abastardadas e ultra-simplificadas de uma determinada teoria. 
Elas julgam conhecer os filósofos ou pensadores, quando apenas leram (superficialmente) algumas citações dos mesmos. Elas nem sequer lêem: têm a TV, a Internet, o Twitter, etc. para se informarem e comunicarem. 
Assim, a alienação tem progredido: basta estar-se atento ao facto das pessoas se julgarem cada uma delas o centro do mundo e atuando como tal.  
Não posso, neste breve artigo, analisar em profundicade as raízes e ramificações desta alienação. Evidentemente, um fenómeno complexo terá muitas causas, que se interpenetram, não haverá nunca uma explicação linear, que possa minimamente satisfazer. Em sociologia e em psicologia social, entre muitos conceitos que podem ajudar-nos, vale a pena recordar o conceito de alienação, contextualizando-o, usando-o com rigor. 
O conceito, assim renovado, permitirá compreender como as multidões são tão facilmente usáveis, manipuláveis pelos media, como é que estes conseguem desencadear o medo, sobretudo,  como forma de manipulação dos sentimentos das multidões, deixando de lado quaisquer laivos de verosimilhança, de rigor informativo. 
Com efeito, um espírito livre verá facilmente os truques de propaganda, disfarçados de informação, usados pelos media corporativos. Porém, essa manipulação, tão visivel, tão fácil de desmontar, tem capacidade de influenciar e mesmo moldar o comportamento de pessoas. Como é que muitas pessoas, mesmo as que têm um nível de instrução elevado, se deixam enredar num universo ficcional, que reproduz os estereótipos da propaganda disfarçada de «informação»? 
- Penso que nós estamos a viver o início de uma nova era de totalitarismo: existem demasiadas coisas que se parecem com os inícios dos Estados totalitários do século XX, das tomadas de poder quer de Estaline, quer de Hilter, assim como de outros poderes totalitários. Os regimes totalitários que então se instalaram, não se afirmaram de início como uma enorme chapa de chumbo por cima do povo que os aclamou. 
Eles foram conquistando todos os mecanismos de controlo da sociedade e não apenas do Estado, efetuando um trabalho de propaganda massiça, sem quaisquer contrapontos, pois estes foram impiedosamente esmagados, mas em segredo. Assim, a generalidade dos indivíduos não tinha a mínima noção da brutalidade exercida contra as dissidências, nem sabia a escala da supressão dessas dissidências. 
Agora, o «totalitarismo soft» não necessita da supressão física das dissiências. As poderosas cadeias de média, autênticas máquinas de propaganda ao serviço dos poderes apenas se limitam a «ignorar» algo. 
Podem «ignorar» um movimento, uma corrente, até ao momento em que esta realidade se torne demasiado incómoda. Assim, muitas pessoas caem na armadilha mediática e fazem coisas somente para atrair a atenção dos media... que lhes dão uns instantes da sua programação, para logo se dedicarem a encher os écrans com futilidades, mediocridades, desporto-espectáculo, etc. com aquilo que o «grande público» gosta...
Hoje em dia, a barbárie é chamada pelos próprios «defensores dos direitos humanos», que não se importam que «sua» candidata (por ser mulher?) possa afirmar-se como campeã do feminismo e simultaneamente, receber os milhões e fazer os favores correspondentes à Arábia Saudita, o reino mais misógino e brutal que existe à face da Terra! 
Existe muito boa gente muito preocupada com os refugiados das guerras do Médio-Oriente. Claro, estes refugiados devem ser tratados com todo o carinho que merecem, mas porque razão é que as pessoas não dirigem simultaneamente a sua firme desaprovação perante as pessoas e os poderes - os dirigentes duma NATO com intervenções militares criminosas - primeiramente responsáveis pela destruição de suas vidas, de seus haveres e de seus países inteiros? Como é isto possível sem uma operação muito bem concertada de lavagem ao cérebro? Como é isto possível sem que as pessoas se apercebam da óbvia incongruência? 
O conceito de alienação -na sua polissemia - parece-me adequado para analisar a sociedade de hoje: as pessoas estão «alheadas», «alienadas» da sua cidadania, estão «ignorantes» ou «alienadas» da realidade social, apenas concentradas num círculo imediato de «interesses», nas suas «micro-redes sociais» que apenas reforçam recíprocamente os seus preconceitos. 
Materialmente, também estão - sem dúvida - «alienadas», quando usam compulsivamente a parafrenália informática em todo o lado... o telemóvel, a tablet, o desktop... etc. 
Mas não usam, de forma nenhuma, ou só de forma muito deficiente, o seu «PC interno», ou seja, o cérebro, que poderia analisar e processar corretamente informação, se elas tivessem o cuidado de o utilizar de forma apropriada!!
Penso que, apesar de tudo e no longo prazo, haverá sempre pessoas capazes de usar de forma criativa os instrumentos da revolução digital. Nós vemos exemplo disso - felizmente - em muitos campos. 
Infelizmente, porém, em face de meia-dúzia de pessoas realmente criativas, que o seriam também na ausência da revolução digital,  vemos imensas que se deixam alienar e dominar pelos poderes: essa assimetria é assustadora. 
Não temos uma cidadania mais esclarecida porque melhor informada. Temos exatamente o contrário daquilo que foi esperado, com optimismo, nos anos 70 do século passado, pelos que olhavam  para a revolução da informática, então nascente.
Não tenho receita ou remédio para oferecer perante estes novos fenómenos de alienação e suas diversas vertentes, mas creio que a consciência de que existe um problema é um primeiro passo. Depois, caberá a cada um, em diálogo com os seus semelhantes,  encontrar a resposta adequada, na vida pessoal e social.