Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

COMO SE CONECTA A PANDEMIA COM O «GREAT RESET»?

 À medida que a crise económica mundial se vai agravando*, os poderes do capital estão cada vez mais determinados em reforçar (e perpetuar) os «lockdown», instaurando uma espécie de ditadura internacional permanente, sob capa de medidas «sanitárias». O apelo de profissionais de saúde e de investigadores, enviado a trinta governos, pode mostrar o hiato existente entre a verdadeira ciência, a verdadeira avaliação científica e a gestão política de uma situação sanitária. Um estado de colapso da economia real é escondido, contra todas as evidências do dia-a-dia, com dados forjados sobre inflação e desemprego, números  tão manipulados pelos governos ocidentais e suas agências, que deixaram de ter qualquer credibilidade.

O facto é que a inflação tem de ser escondida, pois ela funciona como sinal de que se está perante um colapso. Ora, os governos e os seus mandantes precisam de jogar com a percepção do público, para poderem levar a cabo o «Great Reset» de acordo com os seus interesses. Neste esquema, insere-se a permanente supressão do preço dos metais preciosos, mormente do ouro, através de manipulação de contratos de futuros («ouro-papel») nas bolsas de matérias-primas, nas quais 90% dos contratos de compra e venda de ouro, não têm qualquer metal subjacente. Os bancos comerciais ditos «bullion banks» - sob o mando dos governos ocidentais- têm sido capazes suprimir o preço do ouro e da prata, manipulando os contratos de futuros (que eles criam a preceito). 

Caminha-se para a digitalização completa do sistema monetário. Quando esta estiver realizada, com moedas 100% digitais emitidas pelos bancos centrais, isso vai permitir um muito maior controlo da economia, que é o seu objectivo verdadeiro. Mas esse objectivo não poderá realizar-se num instante. Há múltiplos problemas técnicos, políticos, legais, etc. que precisam de resolver para completar a «revolução» do desaparecimento do dinheiro físico (cash). Um dos problemas, é a reforma de contratos, incluindo contratos com derivados, onde as taxas LIBOR são mencionadas. Este sistema do LIBOR vai ser completamente reformado. Os termos contratuais arriscam-se a ficar nulos, se não forem reformulados. Isso implica a renegociação ou a feitura ex-novo de milhões de contratos. Não é tarefa fácil de ser realizada, sem grandes litígios e perdas dos intervenientes nos contratos.

Muitas pessoas são atraídas para a miragem do bitcoin e de outras criptomoedas, mas esquecem que estas têm cotação em moedas «fiat» (dólares, euros, etc...) nas plataformas de câmbio (as quais são, aliás, muito frágeis porque susceptíveis de serem pirateadas). Se o bitcoin sobe de forma impressionante, na verdade, não é o bitcoin que está subindo, é a moeda na qual é medido seu valor (em geral, o dólar) que está caindo. O termo «miragem» é pesado, mas apropriado, pois os referidos bitcoin (ou outras criptomoedas) deixarão de valer, assim que os governos, coordenados com os bancos centrais, emitirem uma proibição de uso destes como meios de pagamento... O que - estou certo - farão um pouco antes ou em simultâneo com o lançamento das suas próprias moedas digitais, emitidas pelos respectivos bancos centrais. As criptomoedas independentes dos Estados, dos governos e dos bancos centrais, irão descer «dos píncaros da Lua», para zero. As pessoas que transaccionam em criptomoedas estão conscientes desse perigo: sua estratégia mostra-o, pois ela se resume em acumular capital numa moeda tradicional («fiat»), usando o bitcoin como mero veículo de especulação. Compram quando está muito baixo e vendem próximo dum máximo, convertendo logo as criptomoedas em dólares. 

Chegará um momento em que a descolagem da economia real (em colapso) e a economia fictícia (bolsas, divisas e criptomoedas), será óbvia, mesmo para o investidor mais obtuso: Todo este artifício de manipulação, toda esta economia financeirizada, vai ruir. Nessa altura, será impossível salvar algo que esteja dentro do sistema financeiro. O colapso será geral; os investidores pequenos e médios irão perder 90% dos seus investimentos. Os grandes irão tornar-se donos e senhores, não apenas do capital das empresas, mas de propriedades imobiliárias (terrenos agrícolas ou urbanos...) e outros bens duradouros. 

O que a maior parte das pessoas não consegue enxergar é que a perda das liberdades decorrentes de um estado de excepção permanente, a pretexto de uma pandemia, é coerente com os planos das oligarquias mundiais (coligadas no essencial, embora rivais em relação à hegemonia). O jogo chama-se «controlo total», sendo as pessoas obrigadas a entrar no novo modelo, queiram ou não queiram. Os progressistas ficam ofuscados, iludidos com as promessas de «green new deal» ou outras patranhas de slogans bem sonantes, que lhes despertam ecos de simpatia porque vão (verbalmente apenas) ao encontro dos seus sonhos e ideologias. Mas aquilo que os globalistas - que se exprimem pela boca de um Klaus Schwab - desejam, é somente o retorno ao feudalismo. Mas agora à escala global, em que os servos «não possuem nada» e serão «felizes», na medida em que os Senhores feudais os deixem viver e trabalhar... para eles!.

(*) PS: Pierre Jovanovic explica a gravidade da catástrofe económica, em especial europeia...


segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

2019 - SERÁ «O ANO EM QUE TUDO SE DESMORONOU»?

                         


Não estou a fazer retórica quando escrevo este título. Com efeito, o Outono/ Inverno de 2018 já anunciava a cor e o tom do ano que aí vem e que ainda está muito jovem.
Os sinais críticos de uma crise bolsista já se fizeram sentir em um sem número de ocasiões entre Setembro do ano anterior e o Ano Novo deste ano. A grande queda de Wall Street e em particular dos títulos que constituíam uma espécie de «montra» do mercado bolsista (os famosos «FANG») mostrou ser muito mais do que uma correcção. Mostrou que se tratava de uma inversão de tendência. Com a maior parte dos títulos cotados muitas vezes acima do valor real das empresas respectivas não admira que seja uma queda longa e dolorosa para seus detentores.
Os bancos não ficaram melhor; veja-se o caso do Deutsche Bank um banco sistémico, o maior banco do espaço europeu, cuja saúde é considerada periclitante, dado o enorme peso dos derivados na sua carteira, assim como a série de processos - da sua intervenção no falseamento dos mercados dos metais preciosos e do LIBOR - cujas multas cumuladas atingem um montante total muito alto. 
As pensões de reforma, sobretudo nos países onde estas são privadas, estão sob perigo eminente de entrar em colapso. Estes fundos de pensões apostaram em títulos especulativos, para fazerem face à enorme e prolongada baixa dos juros, consequência da política de ajuda aos bancos, efectuada por governos e bancos centrais ocidentais, ao longo de todo o período pós-2008.
A «normalização» em curso, com a subida das taxas directoras do banco central americano (a FED) e a não renovação da compra de activos (muitos deles «tóxicos») do BCE aos bancos comerciais da zona euro, já tem consequências visíveis na retracção dos mercados, quer bolsista (e que apenas agora começou...), quer obrigacionista (a queda das obrigações de alto rendimento). 
Também se observa o esvaziamento das bolhas no sector imobiliário, a começar pelos valores mais altos, como Vancouver e Toronto (Canadá), Los Angeles e Nova Iorque (EUA) ou ainda Londres e Paris. 
A situação só é risonha no sector dos mercados de metais preciosos, com espectaculares recuperações dos preços do ouro e da prata, assim como da platina, sobretudo em divisas como a Libra esterlina, o Dólar australiano, embora também em Euros e Dólares. Isto não nos surpreende, pois o ouro é um valor-refúgio, quando todos os activos baseados em dívida (incluindo o «cash») já não inspiram confiança.
Quanto ao cidadão comum, está claro que o «tiro de partida» foi dado pelos «coletes amarelos» em França, mas com o agravamento da crise, haverá muitas mais e talvez piores explosões de descontentamento dos governados face às suas elites. 
Os que sofrem, por vezes, não compreendem como foram espoliados, mas compreendem bem por quem o foram: pela aristocracia que se pavoneia no maior luxo, usando os recursos fornecidos pelo dinheiro público, pelos contribuintes, por todos nós. 

                          The EU bubble is doomed to burst in 2019, financial analyst warns

A situação da economia hoje é reflexo duma década em que o valor do dinheiro foi sistematicamente sabotado, deixando os pobres, os que dependem de pensões para sobreviver, os que têm salários de miséria, numa situação dramática. Com efeito, para esconder a situação e para poderem pagar cada vez menos, aparentando desembolsarem o mesmo, os governos foram maquilhando os números da inflação, ao mesmo tempo que abraçavam o «Quantitative Easing» ou seja, da impressão de quantidades abismais de dinheiro electrónico, no intuito de salvar os bancos. Para os que governam no «Ocidente», a primeira prioridade são eles, os bancos... 
Agora fala-se cada vez mais de «reset», ou seja, de uma reestruturação ao mais alto nível, o que pode muito bem acontecer na próxima década, pois aquilo que se perfila no futuro mais próximo é uma crise mundial caracterizada por hiperinflação, após um breve mas violento episódio deflacionário, de falências em cadeia. Quando ficar claro que o valor do dinheiro em papel foi completamente destruído (por eles, a finança e os governos), irão tentar construir um novo sistema monetário e financeiro. Não me parece que tenham grandes hipóteses de ter muito sucesso. 

A infeliz Venezuela está aí para nos indicar o que acontece a um país que entra pelo caminho da hiperinflação. Não existem receitas milagre para sair da espiral hiperinflacionária, mesmo para um país com as maiores reservas de petróleo conhecidas...
O que será de um país de economia frágil, completamente dependente de tecnologias estrangeiras, importador líquido de bens alimentares (embora pudesse ser um exportador) e que se tem deixado seduzir por uma economia especulativa (imobiliário...) e por um turismo de moda efémera?  Todos sabemos, com certeza, o nome e as coordenadas geográficas do mesmo....