Se tivesse de escolher a entrevista mais esclarecedora sobre a China e o seu papel na nova arquitetura internacional durante estes últimos tempos, esta seria provavelmente entrevista acima, a escolhida.
domingo, 2 de junho de 2024
ASCENÇÃO ECONÓMICA DA CHINA E OS DESENVOLVIMENTOS DOS BRICS
SONDA CHINESA ATERROU NA FACE OBSCURA DA LUA
https://www.youtube.com/watch?v=svW5JNPAD6c
quinta-feira, 30 de maio de 2024
MARTIN ARMSTRONG: CRONOLOGIA DA 3ª GUERRA MUNDIAL E DA FALÊNCIA DOS EUA
Eu encontro muitos pontos de contacto com ele, embora eu esteja numa posição ideológica completamente diferente da dele. É que ele diz as coisas como elas são; não faz cálculos sobre se agrada a fulano, ou sicrano.
O que ele diz essencialmente, é que os grandes poderes políticos, económicos e financeiros estão a empurrar para a guerra, porque estimam que não têm outra saída. Precisam da guerra para se manterem no poder e para manterem o controlo sobre os países e os povos.
Não admira que seja uma voz completamente banida pelo mainstream, embora tenha cada vez mais seguidores que descobrem, com surpresa, a profunda lógica que subjaz à sua previsão dos acontecimentos.
Oiçam a entrevista, ela tem muito conteúdo. É pena que não esteja ativa a legendagem em inglês. Garanto-vos, porém, que vale a pena!
quarta-feira, 29 de maio de 2024
EFEITO BOOMERANG: PROÍBIÇÃO DE EXPORTAÇÃO DE "CHIPS" DOS EUA PARA CHINA
terça-feira, 28 de maio de 2024
CRÓNICA (Nº 27) DA III GUERRA MUNDIAL: Quebra das referências e imposição de ordem totalitária
Tenho acompanhado, com angústia, a evolução da minha sociedade, deitando também uma olhadela ao que vejo pelo mundo fora, através dos media (tanto «mainstream», como «alternativos).
Não gostei nada, mas mesmo nada, da estupidez da campanha de massas para fazer as pessoas temerem uma infeção banal, por coronavírus, como se fosse o fim do mundo. Esta foi uma campanha de medo, de coerção (com máscaras - sem efeitos de proteção demonstrados - para servir de símbolo da servidão). Pior, verificou-se a perseguição de sumidades médicas e científicas que realizaram terapêuticas com ivermectina ou hidroxi-cloroquina. Foram brutalmente difamados por «jornalistas» ao serviço dos globalistas. Isto tinha uma (má) razão de ser: O facto da tão desejada, pelas multinacionais farmacêuticas, autorização especial de colocação no mercado das vacinas que tinham fabricado. Ela só era possível, caso não existisse já um medicamento eficaz para combater a epidemia. Daí a criminalização do uso daqueles dois fármacos, para obterem a autorização de «urgência» e a colocação no mercado das "vacinas" mortíferas.
Mas, o cenário não se ficou por aqui: A clique globalista conseguira fazer passar despercebido um crash do sistema através dos «lockdown» (confinamentos). Estes serviram para a operação de colapso programado de grande parte das empresas, sobretudo, as que tinham intervenção na economia real, como fornecedoras de bens e serviços. Em contraste, foram favorecidos o grande capital financeiro (bancos sistémicos, fundos especulativos) e as grandes empresas tecnológicas (Microsoft, Apple, Facebook, Google, etc.), as quais tiveram um boom, graças aos confinamentos e à «nova economia», instalada ou reforçada por ocasião dos «lockdown», em muitos sectores de serviços.
Porém, uma tomada de controlo parcial da economia nunca seria considerada suficiente para os poderosos deste mundo. Eles estavam cientes da necessidade da falência completa do sistema, seguida pela «Nova Ordem», à maneira deles. Isto só poderia ser disfarçado com uma «boa guerrinha», das que causam imensos mortos, feridos e destruição. A sua preferência era ser longe das sedes de Wall Street, do Pentágono, da City de Londres e da OTAN, em Bruxelas.
Durante todo o ano de 2021, na Ucrânia, a guerra não declarada, mas guerra de extermínio da população civil russófona, teve rédea larga. Os ocidentais estavam a armar e treinar o exército da Ucrânia, ao nível de serem considerados tão eficazes como os da OTAN (os ucranianos foram persuadidos que iriam abrir-lhes as portas da OTAN e da UE...). No Ocidente «não viam» o sofrimento nestes anos todos (8 anos de guerra civil), apesar de um número estimado de vítimas civis de 15 000, nas populações do Donbass.
Finalmente, a Rússia invadiu a Ucrânia com uma força militar destinada a proteger os russos étnicos, habitantes das duas repúblicas separatistas do Donbass. O governo de Moscovo sentia-se obrigado a vir em auxílio a estes russos, para evitar um banho de sangue (o «dever de proteger», reconhecido pela ONU). Mas, logo foram desencadeadas sanções e mais sanções (longamente planeadas), com ataques histéricos de políticos americanos e europeus ocidentais, assim como da media ao serviço dos grandes interesses.
Claro que a manobra de isolar a Rússia lhes saiu furada. A situação era tal, que a Rússia se tinha longamente preparado para as sanções. Por um lado, a sua economia era muito mais saudável do que os ocidentais imaginavam e por outro, não existiu isolamento da Rússia, devido à recusa do «Sul Global» e dos BRICS em se alinhar numa guerra económica contra a Rússia.
Os ocidentais mostraram que estavam fora da realidade e que, de facto, estavam a proporcionar a criação doutro bloco rival (e maior) da OTAN e amigos. Ou talvez não, talvez estivessem cientes das realidades e - no entanto - convencidos de que a globalização à sua maneira e gosto, era impossível de ser alcançada. Terão decidido acabar com ela, criando uma situação de guerra mista ou híbrida, para «segurar» os países Ocidentais e seus Estados-clientes, ao nível mundial.
Mas, a rutura Ocidente/Sul Global, como estamos a assistir em relação a Israel/Palestina, não podia ser pior. Pior para os povos sujeitos à brutalidade de massacres sobre civis, perante a indiferença dos países aliados de Israel, o que afinal não é senão disfarce para a aprovação discreta dos desmandos que o exército de Israel tem cometido: O genocídio da população de Gaza, indefesa, sob nossos olhos, 24 h por 24, 7 dias da semana, mês após mês, durante 7 meses.
Quais as motivações dos poderes ocidentais em apoiar Israel, de modo incondicional, nesta matança cruel e indisfarçável?
- Eles mostram assim que se um povo, uma nação, se rebelar contra a ordem mundial que eles instituíram, será tratado sem contemplações, nem direitos humanos, nem leis da guerra, nem haverá a mínima consideração em relação às decisões da ONU e das instâncias jurídicas internacionais.
- Mostram aos seus próprios povos que eles não são protegidos por quaisquer garantias, direitos e liberdades. Que serão reprimidos à bastonada e com prisões as manifestações contra o genocídio, dos estudantes e de todos os que têm conservado sua consciência humana. As cliques políticas dão rédea livre à perseguição contra quaisquer dissidências, passando «leis» inconstitucionais, que instauram o Estado totalitário. Daqui para a frente, irão servir-se dessas leis entretanto criadas, para esmagar qualquer resistência cívica e pacífica dos seus próprios cidadãos.
Não sei a causa exata do que acontece com a generalidade das pessoas e com o seu comportamento, mas parece-me que estão amedrontadas e sobretudo equivocadas acerca do que se está a passar. Nos países ocidentais, as campanhas, primeiro psicológicas e em seguida militares, só podem ser entendidas pela lógica de uma tomada de poder totalitária, com a «capa» habitual de que o fazem para proteger a democracia liberal que, entretanto, eles desfiguram, não restando sequer a aparência de uma ordem democrática.
Existem forças políticas, media alternativos e personalidades, que dizem mais ou menos o que eu digo, acima. O problema, é o efeito maciço sobre os povos da propaganda mediática, conjugada com a brutalidade do poder e sobretudo, a ausência de uma forte oposição institucional (estão quase todos dentro mesmo saco). Por isso, os próximos decénios não vão ser fáceis: Será uma era de guerras «eternas» e com a separação do Mundo em dois.
A globalização será coisa de passado: Haverá circuitos separados para o comércio, tal como o intercâmbio científico, artístico e intelectual, em geral. Será bem pior de a «Guerra fria nª1» e também será diferente. Porque não será uma «guerra fria», mas uma «guerra híbrida» e constante, sem acalmias, sem períodos de negociações intensas entre os dois blocos, será uma espiral descendente em direção à barbárie e ao militarismo, dentro e fora de fronteiras.
segunda-feira, 27 de maio de 2024
Playlist: TALENTOS LATINO-AMERICANOS [Segundas-f. musicais nº2]
ESTA «PLAYLIST» É DEMASIADO VASTA. ABRE JANELAS - TANTAS QUANTAS AS CANÇÕES - PARA O QUE DE EXCELENTE EXISTE NESTA CULTURA, RESULTANTE DA FUSÃO DE POVOS DO MUNDO INTEIRO.
Tantos estilos, tantas inspirações e sentimentos tão diversos! Aqui, podes ouvir uma pequena e incompleta amostra da música latino-americana! Cada composição ou interpretação vale por si.
Cada uma destas canções tem uma história associada. Deixo aos meus leitores a tarefa de descobrirem qual a sua génese e as peripécias associadas às diversas interpretações !
domingo, 26 de maio de 2024
Craig Murray: O IMPULSO PARA A GUERRA
No Ocidente, qualquer desvio de qualquer ponto da arquitectura das crenças neoliberais é um desafio para todo o sistema e, portanto, deve ser erradicado.
Consegue imaginar a indignação e a emoção que teriam sido expressadas pelas potências ocidentais se não fosse Fico, mas sim um líder pró-Ucrânia e anti-Rússia dentro da UE, que tivesse sido atacado? As novas encomendas de armas que teriam sido apresentadas aos fabricantes de armas, as tropas que teriam sido mobilizadas, os sabres que teriam sido sacudidos?
Em vez disso, temos os meios de comunicação social a dizer-nos que Fico se opôs ao envio de armas para a Ucrânia e se opôs a ameaçar a Rússia. Disseram-nos que ele não aceitou a narrativa dominante sobre as vacinações contra a Covid. A mídia não diz que ele merecia levar um tiro, mas eles vêm muito, muito perto.
Os colegas líderes da UE seguiram a forma correta ao fazer declarações de choque e repulsa pelo ataque a Fico, mas foram formais e superficiais. A mensagem “na verdade não é um de nós” foi muito clara.
Existe agora um conjunto ordenado de crenças neoliberais que qualquer pessoa numa nação ocidental que participe em assuntos públicos deve subscrever, ou elas estarão fora de questão.
Não subscrever todas estas crenças faz de você um “populista”, um “teórico da conspiração”, um “fantoche de Putin” ou um “idiota útil”.
Estas são algumas das “crenças-chave”:
Ortodoxias Dependentes
Dentro desta arquitectura de crenças, outras ortodoxias dependem, tais como a forma correcta de responder a uma pandemia complexa, ou o apoio à NATO e a impunidade para os serviços de segurança. (O apoio a Israel é provavelmente melhor retratado como um ponto dependente, mas com o tema de Gaza tão proeminente neste momento, mudei-o figurativamente para a estrutura principal.)
Qualquer desvio em qualquer ponto de crença é um desafio para todo o sistema e, portanto, deve ser erradicado. Notarão que não há espaço algum, nesta arquitectura de pensamento, para valores como a liberdade de expressão ou a liberdade de reunião. Eles simplesmente não cabem. Nem é possível nesta arquitectura incorporar a democracia real, o que daria às pessoas a escolha daquilo em que acreditar.
Se aceitarmos esta arquitectura de pensamento, então devemos argumentar que o genocídio em Gaza é uma coisa boa, e ameaça toda a estrutura se afirmarmos que não é uma coisa boa. É por isso que temos assistido ao espectáculo de políticos que desafiam e depois reprimem o seu próprio povo, dispostos a colocar todo o seu capital político ao serviço do sionismo genocida.
As palavras lutam para transmitir os horrores que todos vimos em Gaza, e de forma alguma diminui o terrível sofrimento nem a extensão do crime observar que causou uma grande ruptura no sistema de crenças neoliberal que não pode ser escondida do povo .
Gaza tem ramificações que levam a questionamentos em todo o sistema. Porque é que o Tik Tok está a ser proibido, para impedir que as pessoas obtenham informações sobre Gaza? Por que é um problema que a plataforma seja propriedade da China?
O que a China fez que a torna inimiga? A China não tem planos militares para o Ocidente. Das compras recentes que a maioria de nós fez de bens físicos, uma grande proporção veio da China. Por que um parceiro comercial importante é um “inimigo”?
Por que a Rússia é nossa inimiga? A noção de que o exército russo irá desembarcar em Wash é totalmente implausível. O Estado russo, ao longo de séculos e de regimes extremamente diferentes, nunca teve a menor vontade de invadir as Ilhas Britânicas. No Reino Unido, sob vários governos, durante quase três séculos, charlatães têm alegado uma ameaça de invasão russa para justificar maiores despesas com a defesa.
Por que a necessidade de ter “inimigos”?
[Craig Murray é autor, locutor e ativista dos direitos humanos. Foi embaixador britânico no Uzbequistão de agosto de 2002 a outubro de 2004 e reitor da Universidade de Dundee de 2007 a 2010. Sua cobertura depende inteiramente do apoio do leitor. As assinaturas para manter este blog funcionando são recebidas com gratidão.]
Este artigo é de CraigMurray.org.uk.