ESTA «PLAYLIST» É DEMASIADO VASTA. ABRE JANELAS - TANTAS QUANTAS AS CANÇÕES - PARA O QUE DE EXCELENTE EXISTE NESTA CULTURA, RESULTANTE DA FUSÃO DE POVOS DO MUNDO INTEIRO.
Tantos estilos, tantas inspirações e sentimentos tão diversos! Aqui, podes ouvir uma pequena e incompleta amostra da música latino-americana! Cada composição ou interpretação vale por si.
Cada uma destas canções tem uma história associada. Deixo aos meus leitores a tarefa de descobrirem qual a sua génese e as peripécias associadas às diversas interpretações !
Tomara eu viver dentro da música dos discos do Vinícius, com balanço tropical e só poesia. Não custa muito; basta ouvir com atenção e fechar os olhos… imaginando estar a presenciar esses momentos mágicos, tal como eles ocorreram, tal como ficaram registados.
Mas, para além desse sonho, posso também escrever inspirado por um poema do Vinícius, ou entoar uma destas melodias. Gosto do passado, desse passado, que me pertence um pouco, também, pois cresci ao som de toda essa profusão de sons e de palavras, que assimilei, mais como se bebe uma «morte lenta», ou uma «caipirinha», do que com o cérebro racional, analítico.
Do «Canto de Ossanha», até ao «Samba em Prelúdio» e mais, muito mais… Posso mergulhar no passado feliz... tão feliz, que nem sabia que o era. E, o que resta, é um bem precioso. Persiste como eco, como registo, como reverberação.
É o melhor que tenho para combater o tédio, a depressão, o cansaço e a estupidez; tudo o que demasiadas vezes me enche os neurónios, quando olho a mediocridade das figuras narcísicas, que julgam ser «artistas», mas falta-lhes o essencial: Musicalidade.
O pior é que têm quem lhes compre os discos, vá aos recitais, etc., pelo que se constata que não existe «progresso» na arte dos sons, pelo menos nalgumas épocas, existe involução.
A música popular vai de par com a época em que é produzida. Se a época transporta muita esperança, vontade de emancipação, criatividade e rebeldia, como nos anos sessenta, a marca fica gravada nas músicas, em especial na dita popular.
Eu não gosto de falar em música popular ou erudita, porque a música é una. Uma composição pode ser de boa qualidade e simples, ao mesmo tempo: Neste caso, é quase certo que irá ser retomada por vários artistas-intérpretes. Vai inseminar várias gerações, que se inspiram nessa composição, recriando-a até que se torne «um clássico».
Parece-me que a poesia de Vinícius de Moraes e a música de João Gilberto, Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, se fundem de modo tão harmonioso, que são como uma só. Impossível de dissociar!
Esta forma de arte é tão brasileira. Mas, também fez parte do «substrato comum» da minha geração, nos anos 60 e 70, em Portugal.
A minha geração apropriou-se desta música fantástica, foi o «prato de resistência» nas atuações de cantores, em palcos, estúdios, bares e botequins... e nas festas entre amigos!
«O samba, que coisa mais rica»! E assim, temos uma nova semana. Para nos alegrar, trouxe a música excelente do Brasil, com inspiração popular e erudita, fundidas na síntese originalíssima de Vinícius de Moraes. O poeta «branco mais negro do Brasil», como ele assim se designava.
Ele teve muitos músicos e interpretes talentosos a trabalhar com ele. Fizeram sobressair a música interna dos seus poemas, ficando para a posteridade como obras-primas do reportório da Música Popular Brasileira. Baden Powell foi um deles; um dos grandes compositores da música brasileira a ter intensa colaboração com Vinícius.
A MÚSICA ESTÁ NAS NOSSAS VEIAS AFRO-BRASIL-PORTUGAL
O primeiro encontro entre o poeta e diplomata Vinicius de Moraes e o jovem - e já afamado - compositor Antonio Carlos Jobim aconteceu em um bar no ventre do Rio de Janeiro, em 1956. Desta parceria nasceram belas composições que se tornaram conhecidas em todo o mundo, tais como "Felicidade", "Garota de Ipanema", "Chega de Saudade", entre tantas outras.
Gravado em 18 de Outubro de 1978, este DVD é um registo inédito e único da apresentação destes dois "monstros sagrados" da música brasileira nos estúdios da RTSI Televisione Svizzera.
Além do próprio Jobim ao piano e de Toquinho no violão, os músicos Azeitona (baixo), Mutinho (bateria), Roberto Sion (flauta e sax) e Georgiana de Moraes (percussão) mostram ao mundo toda a elegância e a beleza da música brasileira.
O show -- que tem participação especial de Toquinho e Miúcha -- reúne grandes sucessos da dupla Vinicius & Jobim, além de parcerias destes com outros autores, entre eles Chico Buarque e Caetano Veloso. No repertório, canções como "Tarde em Itapuã", "Desafinado", "Wave", "Águas de Março", "Samba do Avião", "O Que Será" e muito mais.
Um DVD antológico. Para ver, ouvir e se emocionar! 0:20 Samba de Orly2:50 Tributo a Caymmi7:37 Tarde em Itapoã12:03 Desafinado15:35 Wave17:55 Samba de uma Nota Só20:40 Águas de Março24:35 Samba do Avião27:04 O que Será (À Flor da Pele) (Chico Buarque)30:07 Samba para Vinicius31:46 Vai Levando35:15 A Felicidade37:17 Água de Beber40:52 Garota de Ipanema / Sei Lá48:30 Berimbau / Canto de Ossanha
Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão
E por falar em cachorro
Sei que existe lá no morro
Um exemplar
Que muito embora não sambe
Os pés dos malandros lambe
Quando eles vão sambar E quando o samba está findo Vira-lata esta latindo a soluçar Saudoso da batucada Fica até de madrugada Cheirando o pó do lugar
Eu gosto muito de cachorro vagabundo
Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão
E até mesmo entre os caninos
Diferentes os destinos
Costumam ser
Uns têm jantar e almoço
E outros nem sequer um osso
De lambuja pra roer
E quando passa a carrocinha
A gente logo adivinha a conclusão
O vira-lata, coitado
Que não foi matriculado
Desta vez "virou"... sabão
Eu gosto muito de cachorro vagabundo
Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão
TICO-TICO NO FUBÁ
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer umas minhocas no pomar
Ó por favor, tire esse bicho do celeiro
Porque ele acaba comendo o fubá inteiro
Tira esse tico de cá, de cima do meu fubá
Tem tanta coisa que ele pode pinicar
Eu já fiz tudo para ver se conseguia
Botei alpiste para ver se ele comia
Botei um gato, um espantalho e alçapão
Mas ele acha que fubá é que é boa alimentação
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá
O tico-tico tá
Tá outra vez aqui
O tico-tico tá comendo meu fubá
O tico-tico tem, tem que se alimentar
Que vá comer é mais minhoca e não fubá
Estas imagens mostram como foi a mítica Carmen Miranda, que marcou, não apenas o Brasil, mas também os EUA e a Europa, com sua fulgurante sensualidade desinibida... Foi um símbolo e assim permaneceu, mesmo depois de falecida.
O QUE É QUE A BAIANA TEM
O que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem)
Tem brinco de ouro tem (tem)
Corrente de ouro tem (tem)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (tem)
Pulseira de ouro tem (tem)
E tem saia engomada tem (tem)
Tem sandália enfeitada tem (tem)
E tem graça como ninguém...!
O que é que a baiana tem? (bis)
Como ela requebra bem...!
O que é que a baiana tem? (bis)
Quando você se requebrar caia
por cima de mim (tris)
O que é que a baiana tem?
Mas o que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem?)
Tem brinco de ouro tem (ah!)
Corrente de ouro tem (que bom!)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (e que mais?)
Pulseira de ouro tem (tem)
Tem saia engomada tem (tem)
Sandália enfeitada tem
Só vai no Bonfim quem tem...
O que é que a baiana tem? (bis)
Só vai no Bonfim quem tem...
O que é que a baiana tem? (bis)
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Ai, quem não tem balangandãs
não vai no Bonfim
Ôi, quem não tem balangandãs
Não vai no Bonfim
Ôi, não vai no Bonfim (6 vezes)
Muitas figuras notáveis no samba antecederam e sucederam a Carmen... mas ela foi e ainda é sinónimo de sensualidade da música latina e do samba para o público internacional !
ADEUS BATUCADA Adeus, adeus Meu pandeiro do samba Tamborim de bamba Já é de madrugada
Vou-me embora chorando Com meu coração sorrindo E vou deixar todo mundo Valorizando a batucada
Adeus, adeus Meu pandeiro do samba Tamborim de bamba Já é de madrugada
Vou-me embora chorando Com meu coração sorrindo E vou deixar todo mundo Valorizando a batucada
Em criança com samba eu vivia sonhando Acordava e estava tristonha chorando
Jóia que se perde no mar Só se encontra no fundo Samba mocidade Sambando se goza Nesse mundo
E do meu grande amor Sempre eu me despedi sambando Mas da batucada agora me despeço chorando E guardo no lenço esta lágrima sentida Adeus batucada Adeus batucada querida