Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

TELESCÓPIO JAMES WEBB: IMAGENS DE GALÁXIAS CAUSAM SURPRESA NA COMUNIDADE CIENTÍFICA

 



Estas imagens de galáxias jovens obtidas pelo telescópio espacial James Webb causaram mais que uma sensação, nos círculos dos astrónomos e dos cosmólogos. É que estas galáxias são estimadas muito mais antigas do que se julgava possível. Caso esta estimativa se confirme, o modelo até agora aceite de expansão do Universo, conhecido popularmente como «Big Bang», estará posto em causa, pois as imagens referidas seriam incompatíveis com a teoria «inflacionária», que descreve a expansão do Universo no tempo próximo da sua origem. Trata-se - talvez - de uma mudança de paradigma. Se assim for, é da maior importância para a Cosmologia. 
Veremos se as discussões decorrentes das descobertas conduzem somente ao ajustamento de parâmetros dentro da teoria em vigor, ou se é necessário deitar para o caixote de lixo a teoria do Big Bang, que todos conhecemos. Neste caso, outra teoria cosmológica surgirá. 
Vale a pena visitar a página:

James Webb Space Telescope images reveal stunning galaxies, complex adolescent cosmos




https://www.abc.net.au/news/science/2022-08-16/james-webb-space-telescope-first-month-of-images-data/101322658

(mais imagens de galáxias, de uma beleza estonteante, na página acima assinalada)


PS1: Veja também, sobre o mesmo tema, o vídeo seguinte:

https://www.youtube.com/watch?v=vjcuQzZD7vI

domingo, 5 de junho de 2022

MITOLOGIAS (VI): ASTROLOGIA

                                           


Nesta curta nota, não pretendo abordar todos os aspetos da questão. A história da astrologia confunde-se com a história das civilizações e não se pode dissociar da conceção tradicional do Universo, dada pelas diferentes religiões.
Parece-me mais adequado pensar a astrologia como parte integrante de crenças que se cristalizaram - em várias civilizações - em ciclos de mitos. Com efeito, se os mitos são narrações produzidas e reproduzidas em determinadas culturas, tendo valor exemplar (como na Grécia Antiga, por exemplo), esses mitos são também visões do Mundo, da Génese ou das Origens. Têm como função explicar os mistérios do Cosmos, da Natureza, da existência Humana.
 
Na astrologia terão operado dois níveis distintos:
- O empirismo, com a observação de estrelas e planetas, em geral, das suas trajetórias na abóbada celeste, dos ciclos, da sua periodicidade, a repetição das figuras do zodíaco, cada constelação zodiacal aparecendo sobre um dado ponto da abóbada celeste no mesmo período do ano. Este nível tem uma importância prática, sobretudo a partir do momento em que é preciso determinar o tempo de semear em função da época do ano, ou outras tarefas do ciclo agrícola anual. Ou seja, a civilização agrária, a revolução neolítica, implicam o domínio, não apenas das espécies vegetais cultivadas, ou de animais domesticados e selecionados, como também o domínio do calendário, da meteorologia e de todos os fenómenos associados. Trata-se de saberes absolutamente indispensáveis, quer para a agricultura, quer para a pastorícia. 

- A religião, no sentido etimológico, tem a função de religar o homem com o cosmos, com o sopro divino, a harmonia natural e a criação. Como tal, a ordem de baixo tem de ser análoga à ordem o alto (Tábua de Esmeralda, dos Alquimistas). Isto, tanto no caso da astrologia, como da alquimia, é do domínio das correspondências: A relação do dia e hora do nascimento, com os astros (planetas, constelações) que se encontram por cima do indivíduo, nesse momento. Esta é uma relação direta, determinista e indelével. 
               
                                                     

Aquilo que hoje se designa por astrologia é uma forma de divinação, baseada na «carta dos céus» astrológica, correspondente à configuração astral no local e data do nascimento da pessoa. Mas, este conjunto de crenças tem uma origem muito evidente: Corresponde ao universo mental do politeísmo.
A astrologia é uma prática divinatória com a qual o cristianismo teve de se acomodar desde as origens. Mas, na sua essência a religião dos Evangelhos é contrária às práticas e teorias implícitas na astrologia. Basta reparar no que se passou com muitas festas «cristãs» como a festa do Natal cristão (o festival pagão do Sol Invicto e solstício de inverno) ou a Festa de S. João Baptista (celebração dos Deuses do fogo e solstício de verão). A religião cristã institucionalizada teve de acomodar práticas pagãs milenares presentes no império romano e em todas as áreas para onde o cristianismo se expandiu.
Mas, ao nível dos arquétipos, da psicologia profunda, a crença na astrologia desempenha um papel especial. Hoje, muitas pessoas absolutamente normais, cultas e equilibradas, têm uma crença na astrologia, nos signos. A um nível profundo, elas estariam à procura duma identificação com um animal fétiche, um totem: Trata-se, afinal, da mesma necessidade que os povos ameríndios têm de estar associados ao animal-totem. Mas, neste caso, trata-se de identificação coletiva, ao nível da tribo, enquanto na religião dos signos trata-se de identificação individual. Muitas pessoas na nossa sociedade têm desejo de pertença, mas não seguem uma religião aparente, institucional. A crença nos signos não é vista como «religião», mas preenche o papel central que é desempenhado por qualquer religião: RE- ligar o humano com o cosmos.
Será a astrologia de hoje, uma forma degradada e inconsciente de culto pagão? Note-se que ela permite às pessoas «justificar» o seu fatalismo. A crença num mecanismo que determina o indivíduo desde a nascença, é um determinismo férreo. Está-se perante a negação explícita do livre arbítrio, um conceito importante na teologia e filosofia ocidentais. O determinismo pode ser reconfortante para alguns: Possibilita mecanismos psicológicos de identificação e de conciliação consigo próprio.
Nas sociedades ocidentais, hedonistas e individualistas, a religião aparentemente não existe. É o que parece, mas -afinal - não é assim: É frequente ouvir-se dizer que «não acredito em Deus, nem na vida para além da morte». Porém, ao mesmo tempo, acredita-se que a configuração astral, no momento do nascimento, foi determinar todos os aspetos da personalidade. Além disso, as conjunções de astros traçariam o percurso da vida inteira, desde as escolhas no plano amoroso, às profissionais, etc. É uma forma da pessoa não se assumir como responsável pelos seus atos: «Aquilo que sou, aquilo que fiz, é devido ao meu signo».

Em resumo, os mitos nas cabeças dos contemporâneos, não serão assim tão diferentes da mitologia dos Sumérios, Fenícios, Egípcios, Gregos, etc. Há milhares de anos atrás, estes usaram o conhecimento empírico dos movimentos dos astros, de maneira que puderam viajar em terras incógnitas, ou por mares não navegados, ou fazer previsões corretas sobre as estações do ano e fenómenos meteorológicos associados. Estes, sempre foram conhecimentos muito úteis para agricultores e pastores. Eles banhavam num universo mental politeísta. Por dentro da matriz politeísta construíram explicações para os fenómenos astronómicos observados: O retorno periódico dos astros, correlacionado com fenómenos dos mares, da vegetação, das migrações das aves, etc.
Hoje, porém, uma «mitologia astrológica» parece desempenhar um papel de religião, mas degradada ao nível de crença. A crença, para sobreviver, tem de se fechar em relação à realidade, ao saber científico. A crença aposta na transformação interior do indivíduo e não busca coerência, nem com o mundo, nem com os saberes científicos. Isso não é importante para ela; é antes um obstáculo. No entanto, hoje, para se compreender os fenómenos cósmicos, é indispensável o conhecimento científico da Astronomia e da Cosmologia, que são tão diferentes da astrologia, como a Química é da alquimia.
Porém, note-se, há quem se interesse pela astrologia numa perspetiva não-ingénua, não-ocultista, como assunto antropológico. Compreender os mitos e as crenças, não só do passado ou de povos exóticos, mas igualmente de nossas sociedades contemporâneas, faz todo o sentido. É uma chave para o universo mental individual e para as ideologias que moldam as sociedades.

MITOLOGIAS (V) : COSMOGONIAS, OS MITOS DAS ORIGENS

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/05/mitos-v-das-origens-as-cosmogonias.html


MITOLOGIAS (IV)TRANSFORMAÇÕES ZOOMÓRFICAS

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/05/mitologias-ivtransformacoes-zoomorficas.html


MITOLOGIAS (III) QUIMERAS

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/05/mitologias-iii-quimeras.html


MITOLOGIAS (II): PROMETEU AGRILHOADO

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/05/mitologias-ii-prometeu-agrilhoado.html


MITOLOGIAS (I) : OS CICLOPES

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/05/mitologias-i-os-ciclopes.html

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

China: Asteroide caído há 49 mil anos; impacto nos humanos aí presentes.

[Baseado em artigo do SCMP, de 09 de Agosto: «Chinese scientists find evidence of most powerful asteroid strike humans ever experienced»]

O impacto que  originou a cratera, descoberta em Heilongjiag, pode ter sido centenas de vezes maior que a bomba atómica de Hiroxima.
O asteroide tinha uma velocidade bem maior do que aquele que varreu os dinossauros e o golpe deve ter sido devastador para quaisquer humanos que vivessem na região.

                    
                       Cratera Ylan na província de Heilongjiang


Os cientistas descobriram que uma cratera no noroeste da China podia ser o vestígio de um dos maiores impactos de asteroides, um acontecimento contemporâneo do homem moderno.
A espécie Homo sapiens terá aparecido há mais de 300 mil anos, em África. Só se conhecem crateras de impacto de asteroides de dimensões comparáveis, datadas de há mais que 300 mil anos, muito antes da emergência dos humanos modernos.
A cratera de Yilan num distrito próximo de Harbin, no Heilongjiang, terá sido formada à 49 mil anos, apenas. Ela terá sido resultante do impacto dum asteroide com cerca de 100 metros de largura.

O impacto, com suas ondas térmica e de choque, foi suficientemente poderoso para fundir o granito, transformando-o em vidro. O seu efeito destruidor estendeu-se, provavelmente, num raio de dezenas de quilómetros. O impacto criou um buraco com 579 metros de profundidade, uma vez e meia a altura do arranha-céus nova-iorquino de «Empire State».
Em termos geológicos, este fenómeno é muito recente: «é como se o acontecimento tivesse ocorrido ontem», diz o cientista que liderou o estudo, o Prof. Chen Ming, do «Guangzhou Institute of Geochemistry» e da Academia das Ciências Chinesas.
Alguns dos resultados obtidos foram publicados na revista científica «Meteoritics and Planetary Science», no mês passado.

Pode-se fazer a conjetura de que populações de H. longi, espécie fóssil recentemente descoberta na mesma região de Harbin, terão sido das mais afetadas, além de populações de Homo sapiens.


                                         
                                     Reconstituição do crânio de H. longi

É possível que o homem moderno tenha ocupado a região, encontrando aí a espécie H. longi, por volta do momento em que o asteroide caiu, segundo o referido Prof. Chen.
O facto desta cratera possuir um diâmetro muito menor que outras crateras causadas por eventos similares, terá a ver com o ângulo do impacto. Verifica-se também uma profundidade muito incomum desta cratera.


               
Partículas de vidro em forma de lágrima, resultantes de extrema pressão e calor

A análise laboratorial de partículas de rocha vitrificada com forma de lágrima, mostra que estas não podiam ser resultantes da atividade tectónica ou vulcânica. Somente um asteroide poderia produzir tais efeitos.
«Impactos de asteroides não são eventos distantes. Podem estar muito próximos de nós» diz o Prof. Chen Ming.


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domingo, 1 de agosto de 2021

WHAT A WONDERFUL WORLD!

                          

OS ASTRÓNOMOS DETECTARAM LUZ SURGINDO DETRÁS DE UM BURACO NEGRO pela primeira vez, comprovando, mais uma vez, a teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.

Os investigadores estavam a estudar raios-X irradiando de um buraco negro supermassivo, no centro duma galáxia espiralada a cerca de 1. 800 milhões de anos-luz, quando descobriram um fenómeno inesperado:
Juntamente com os raios-X esperados, que saíam da frente do buraco negro, também detetaram uns tantos «ecos luminosos», de uma origem que eles inicialmente não conseguiam localizar.

(Continuação do artigo , em inglês, AQUI)

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A primeira prova da relatividade generalizada foi obtida,  há cerca de 102 anos, na ocasião de um eclipse solar, por astrónomos e físicos que se deslocaram a vários pontos do Hemisfério Sul Terrestre para lá fazerem medições da coroa irradiando do sol. Um dos pontos escolhidos foi a ilha do Príncipe do Arquipélago de São Tomé e Príncipe, na costa atlântica (sul) de África, na altura uma colónia de Portugal.
A importância destas medições, que comprovaram a exatidão da teoria de Einstein, é enorme. Elas foram decisivas para a total adesão dos físicos à Teoria da Relatividade Geral.

Como é belo o Universo! Vejam, neste mini vídeo da NASA; um «tango» entre dois buracos negros, ou melhor, entre os dois halos formados, as coroas que os envolvem:

                      https://www.livescience.com/binary-black-holes-warp-dance.html



quarta-feira, 19 de maio de 2021

AFINAL, QUANTAS LUAS TEVE A TERRA?

 


Terão sido só duas ou mais? 

Os objetos carbonados que circulam desde tempos imemoriais em torno do nosso planeta, são designados por «lua» porque, no total, têm uma massa considerável.

É uma maneira de ver as coisas: dizer que existe «outra Lua», mas também aponta para a hipótese de no sistema Terra ter havido (pelo menos) duas luas, no passado remoto. 

O que resta da(s) outra(s) lua(s) seriam os tais objetos carbonados que as técnicas sofisticadas de deteção permitem visualizar.

Explicação detalhada:

https://www.rt.com/news/481914-astronomers-first-color-photo-minimoon/