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terça-feira, 21 de dezembro de 2021

FALSIFICAÇÃO DO REAL ENQUANTO ESTRATÉGIA

 As palavras servem para educar, para informar, para esclarecer, mas também servem para confundir, para agredir, para iludir.

Apenas breves apontamentos sobre o papel, hoje mais do que nunca, da propaganda disfarçada de informação a todos os níveis, dos domínios económico e financeiro, ao ideológico.

A necessidade dos governos ditos democráticos se servirem da propaganda rebatizada «public relations» (relações públicas) foi teorizada e, de certo modo, posta em prática, por Edward Bernays. A propaganda tornou-se tal, que as realidades ficaram completamente ofuscadas para o público, em geral, crédulo e desinformado, mas com a ilusão (isto, também, efeito da propaganda) de estar mais bem informado, do que jamais no passado. 

A dominação, o poder, será sempre uma questão de saber-se quem detém o controlo económico e militar, mas com uma componente de propaganda, que se disfarça de «informação», «educação» e «ciência». Neste contexto, a cidadania deve ser levada a seguir o caminho traçado pela oligarquia. Para o poder, será muito mais fácil ele realizar seus objetivos com a adesão passiva, o consentimento fabricado, da cidadania. 

No mundo de hoje, ditaduras que realizam o esmagamento sangrento da dissidência, não são raras, contrariamente ao que possa parecer, mas esta modalidade violenta não é a preferida pelos poderosos, pois eles sabem que correm certos riscos: Nem todos os ditadores do passado, tiveram morte tranquila no seu leito. Só recorrem à ditadura aberta, quando não têm outro meio de manter ou de retomar o poder.

Nos dois anos que estamos a viver e sob a cobertura da pandemia de COVID, estão a ser transferidas imensas riquezas, dos mais fracos economicamente e dos Estados, para a posse de multimilionários, das grandes corporações, da grande banca e da finança privadas. 

Esta transferência objetiva tem a cobertura dos Estados, de instâncias supranacionais (OMS, FMI, UE. etc.) e da media corporativa, ponta-de-lança da propaganda ao serviço dos poderosos. Ela é acompanhada pela violação das constituições, dos direitos individuais e coletivos, particularmente, em nações que antes se apresentavam como um «modelo» de democracia liberal*.

Verifica-se a verdade afirmada por Che Guevara e por muitos outros, de que: «Os  Estados burgueses mais democráticos transformam-se em ditaduras, quando eles - burgueses - sentem o seu poder seriamente ameaçado. Nessa ocasião, deixam de ser democratas e passam a ser fascistas.» 

É isto que se está a passar e as forças políticas que se autoproclamavam representantes dos oprimidos, da classe trabalhadora, ao nível dos seus chefes e grupos parlamentares, alinharam plenamente no golpe. Vimos casos de partidos «de esquerda» serem os mais exigentes no cumprimento das restrições impostas, para demonstrar (a quem, senão aos seus donos?) que eram cumpridores das diretrizes vindas do verdadeiro poder. 

Creio que o efeito de obscurecer, camuflar, de fazer manobras de diversão, foi fundamental para o golpe ter sucesso. Sem isso, era impossível a monstruosa operação, que levou, no mundo inteiro, à ruína de muitos milhares de pequenos e médios empresários, ao desemprego de milhões de trabalhadores e à miséria de incontáveis pobres, que resvalaram para a indigência. Isto passou-se na indiferença das classes possidentes e governantes das nações. Porém, se é verdade que o mundo está largamente globalizado, então, aquilo que se passa em «Wall Street», terá efeitos catastróficos nas ruas de Calcutá ou de Nairobi. 

Em 2020, a falsa narrativa saiu imediatamente, ela estava bem preparada e ensaiada: A epidemia de COVID (real, mas banal, como tem havido muitas e bastante benigna, em comparação com os registos históricos das pandemias)  foi cozinhada de modo a parecer um cenário de catástrofe, com um vírus «incontrolável», «sem tratamento eficaz» e, sobretudo, «muito mortífero». As pessoas caíram nessa rede de mentiras, com a consequência de aceitarem como «mal necessário» os confinamentos e outras restrições à sua liberdade. Esta primeira operação (iniciada em 11 de Março 2020) teve um tal êxito, para os globalistas, que eles rapidamente adotaram a estratégia de «terror covidiano», com a imposição de ditadura vacinal

Relativamente ao passe vacinal, já expliquei noutros artigos que o objetivo não é sanitário. Trata-se de conseguir o rastreio permanente e ubíquo, a possibilidade de controlo de tudo o que se faça, e mesmo de «empurrar» as pessoas a consumir, na quantidade que eles acharem: isto está previsto, com o dinheiro 100% digital. Estes são objetivos reais. Estão anunciados claramente, pelo Fórum Económico de Davos e pelo BIS (Bank of International Settlements). É este o verdadeiro objetivo do pânico fabricado e da imposição de vacinação. 

Mas, embora isto seja importante para a oligarquia, a sua ofensiva não irá parar aqui: Eles sabem que são criminosos. Sabem que seus crimes são tipificados - pelos Códigos de Nuremberga e pela jurisprudência do Tribunal Penal Internacional, sobre genocídios e crimes em massa, cometidos em vários países. Têm de obter a impunidade permanente, de ficar «acima das leis».

Como se verifica já ao nível dos Estados, ditos democráticos, a capacidade de fazer respeitar a Lei que emana diretamente das constituições, foi subvertida. Os governos tornaram-se ditatoriais, subvertendo as constituições respetivas, sem que houvesse séria oposição da magistratura. Esta, em grande parte e salvo honrosas exceções, curvou-se: Fingiu que aquilo que os governos faziam estava de acordo com a ordem constitucional, quando eles sabiam que não era assim.

Estamos portanto numa etapa pré-totalitária, como caracterizou Hannah Arendt, onde a legalidade anterior -embora se mantenha formalmente em vigor -  é letra morta. Quem é o produtor de leis, o juiz exclusivo interpretando essas leis e o controlador de que estão a ser bem aplicadas? É o executivo, o governo, apoiado por uma fação política. A mesma situação ocorreu no século XX, em várias ditaduras. Só que estas ditaduras, para se instalarem, tiveram de enfrentar uma grande resistência, por isso houve uma repressão mais brutal.

As pessoas que julgam invalidar o argumento acima, apontando a existência de eleições, que se desenganem: Estudem a história contemporânea e verão que eleições não são incompatíveis com ditadura. Pelo contrário; esta ilusão permite que as pessoas acreditem que «existe democracia, pois há eleições». 

Umas eleições, mesmo que formalmente respeitem os preceitos, são feitas no contexto duma media controlada pelos que detêm o poder económico e, portanto, também político. São eles que decidem qual a largura da «janela de Overton»: Decidem quais opiniões são aceitáveis e quais as pessoas e correntes de opinião, que devem ser censuradas, excluídas, pois estão «fora do consenso» (Nota: consenso fabricado por eles!). 

Nestas condições, embora não se saiba exatamente qual a composição do governo seguinte, isso não importa, pois os que são realmente candidatos ao poder (e não a assentos em bancadas da oposição) sabem quais os limites do que podem, ou não, fazer. Têm de o saber, enquanto lacaios dos muito poderosos. Com efeito, estes, são os principais doadores, que lhes subsidiam as campanhas eleitorais e lhes alimentam as contas em off-shores. Isto é bem conhecido de todos, inclusive das autoridades judiciais: Mas, não são inquietados. 

Isto, não é apenas típico de países periféricos, como Portugal. Existem provas de corrupção, ao mais alto nível, nos EUA, na França, na Alemanha, etc. A conclusão é que, aquilo que chamam «democracia», tornou-se numa farsa. 

Quanto à questão da subida constante da extrema-direita, que rejeita qualquer modelo democrático, embora se sirva das eleições para o acesso ao poder, já não pode ser vista como «sendo culpa exclusiva da extrema-direita». O que se tem vindo a constatar, é que os regimes do «Ocidente», ditos democráticos, há decénios que estão numa deriva: cada vez mais autoritários e corruptos, cada vez mais parecidos com ditaduras, pelo que as suas posturas, face à real ameaça da extrema-direita, são também cada vez mais fracas. 

E depois, chega um momento em que os patrões de uns e de outros - os grandes capitalistas - decidem que o regime de democracia «para-lamentar» já não serve. Nesse momento, este regime entra numa crise aguda e morre de colapso cardíaco. Os novos poderes, a «respeitável» direita nacional-socialista, irão servir muito melhor os objetivos de manter a multidão tranquila, com as necessárias doses de repressão e de demagogia. 

Após um certo intervalo de tempo, que pode ser de decénios, as «elites», que governam por detrás dos cortinados, decidem que o desgaste do regime autoritário começa a ser prejudicial, ou potencialmente catastrófico (perigo de uma revolução vinda «dos de baixo»). Vai substitui-lo, através de uma «revolução», por novo regime, mas sempre sob o controlo dos mesmos. 

As pessoas só podem recorrer a si próprias, aos seus iguais, à entreajuda e solidariedade verdadeiras. As formas de auto-organização em cooperativas, ou outras formas, tornam-se como as «boias de salvação», num naufrágio. Nas circunstâncias criadas, muitas pessoas vão sofrer. É mais provável que sofram mais, caso fiquem passivas ou equivocadas, caso não tenham consciência clara de que não há salvação no Estado, no Partido, na Igreja, ou qualquer outro poder exercido sobre o povo. 

Para sobrevivermos nesta tormenta, teremos de fabricar, nós próprios, nossas «boias» e  «barcas salva-vidas». É indispensável construirmos tais meios ANTES da catástrofe se abater e reforçarmos os já existentes. Também implica aprendermos (ou reaprendermos) a ter um comportamento humano, uns em relação aos outros: «Respeitar e fazer respeitar a igualdade de direitos», é um sempre atual - e frequentemente desprezado - princípio ético. 

Note-se que, hoje, os oligarcas (Clinton, Soros, etc.) manipulam alguns esquerdistas, anarquistas, ecologistas, etc. que se tornam seus agentes. São eles, os oligarcas, que têm acendido os fogos da discórdia, da divisão. Deste modo, conseguem dominar tranquilamente na esfera económica e financeira, pondo o fogo - por vezes literalmente - nas sociedades, fragmentadas pelos fanatismos identitários.

Eu acredito que as pessoas têm um grande potencial, que são inteligentes. Todos percebem que é muito melhor que haja cooperação, do que antagonismos. 

Ingénuo? - Talvez, mas o certo é que não estou interessado na perpetuação duma sociedade da desigualdade extrema, da arrogância, do hedonismo, da opressão e da alienação. 

Acho que psicopatas e sociopatas, apenas, são favorecidos por tal contexto. Mas, o seu poder é ilusório. Irá ruir num instante, quando as pessoas acordarem e compreenderem como têm sido enganadas.

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*O problema principal dos sistemas políticos da UE, é o afunilamento da democracia à existência de eleições. Esta visão estreita já vem de longe, tem sido promovida durante décadas. Ela ajuda a manter a massa inibida, inerte, perante um ataque frontal às suas liberdades individuais (liberdade de palavra, de movimentos, de trabalho, etc.) e às liberdades coletivas (liberdade de associação, de reunião, de manifestação, etc.). Porque as pessoas deveriam perceber a incoerência fundamental em suspender ou restringir ou suprimir as liberdades, com o pretexto de combater uma epidemia viral. Devia ser claro para as pessoas, que isso era um mero pretexto, um expediente para reforçar (como num golpe de Estado, que realmente é) o controlo sobre os cidadãos, por parte do Estado, para além de tudo o que é tradicionalmente considerado aceitável. Proibir a alguém de trabalhar, de subsistir por não querer ser inoculado é de uma crueldade absoluta, idem, em relação a ter as crianças (não inoculadas) na creche ou escola. Concordo com Mesmet em como existe um efeito semelhante à hipnose, pois as pessoas não estão a «ver» aquilo que deveria ser evidente.

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PS1: No gráfico abaixo, relativo aos EUA, mas que será semelhante na Europa, vê-se como a disparidade entre ricos e pobres se alargou, nas últimas duas décadas. Os discursos de que «somos uma grande família», de que «temos todos os mesmos interesses», etc. falham redondamente e não podem convencer as pessoas que vivem cada vez com maiores dificuldades. Elas podem ver muito bem as riquezas que se acumulam, nos muitos ricos. A propaganda não pode suprimir o real.



terça-feira, 17 de agosto de 2021

BASTA DE FAZER DE NÓS COBAIAS!



             Basta de fazer das pessoas cobaias! 

Tenho muito poucas pessoas a quem possa chamar amigos. Três delas, tiveram graves incidentes de saúde, pouco tempo após receberem uma «vacina», Pfizer ou Astra-Zeneca, de  ARN ou ADN! 

Das pessoas amigas referidas, uma morreu subitamente, de modo inesperado. Outra teve um AVC, e outra um ataque cardíaco, que obrigou a intervenção cirúrgica. O traço comum a estes incidentes é que ocorreram pouco tempo depois de terem recebido as vacinas da Astra-Zeneca ou Pfizer.

As pessoas estavam habituadas a «confiar nas autoridades», especialmente em matérias científicas e de saúde pública. Infelizmente, o que a crise do COVID tem demonstrado, é que essa confiança é injustificada: Desde os «czares», ou sacerdotes «do culto covidiano» (os Neil Ferguson, Anthony Fauci,  e seus equivalentes noutros países), que têm conflitos de interesse conhecidos, quer em relação às farmacêuticas gigantes, quer em relação a cargos de nomeação governamental... até aos próprios governos, abusando do poder, com a imposição do «passaporte de vacinas», dos «lockdowns» e da negação dos direitos mais elementares dos cidadãos. O tempo é chegado de LUTARMOS TODOS, vacinados ou não, para acabar com esta deriva autoritária. 

Decidi publicar a carta abaixo. Ela está ligeiramente editada, em relação à versão inicialmente enviada por e-mail, a pessoas que me são mais próximas. 


CARTA ABERTA AOS VACINADOS COM «VACINAS» ADN [Astra-Zeneca, Sputnik-V, Johnson & Johnson] OU ARN [Moderna, Pfizer]


Dirijo-me àqueles e àquelas que se fizeram vacinar com as vacinas dos laboratórios acima apontados (ou outras que venham a existir e baseadas na mesma tecnologia].

Não tenho qualquer hostilidade ou desprezo por vós. Compreendo que, ou fostes iludidos e influenciados na campanha de medo que instrumentalizou o vosso espírito a submeter-se; ou então, escravos da necessidade, sabendo que a vossa vida seria feita num inferno, fostes forçados a ceder, sendo vacinado/a por medo de seres apontado/a  a dedo, ou bem pior, de te serem negadas as coisas mais básicas da vida, como ter um emprego, tomar um transporte público, etc. 

Tenho solidariedade para convosco. Não estou a fingir. Tenho o privilégio de não ter de me fazer «vacinar» com essas «vacinas de morte lenta», que já causaram muito mais mortes e efeitos secundários sérios, do que ocorridas com vacinas convencionais (usadas durante decénios) e que nós conhecemos.

Dito isto, aquilo que tenho também para vos dizer agora, é que não há motivo nenhum para as pessoas se dividirem, se zangarem sobre o que cada um faz com o seu corpo. Isto só a ele ou ela diz respeito. A ideia de transmissão assintomática é uma completa mentira, a qual já foi reconhecida pela OMS. 
Estamos perante um poder que usa o pretexto do COVID para tudo. Também usa o pretexto dos que aceitam e dos que recusam a vacinação para dividir a cidadania. São -  no mínimo - uns 30% da população, que têm dito «não», em países desenvolvidos como os EUA e a França. São as pessoas com mais educação (medida pelos graus académicos), que têm mais objeções a serem vacinadas, segundo inquérito recente, nos EUA. 
Por todos os motivos e mais um, devemos manter as pontes intactas, não ficar zangados uns com os outros, sobretudo por algo como «ser ou não ser» vacinado/a:
- Se és vacinado/a, é porque assim te sentes protegido/a. Então, que sentido tem estares muito incomodado/a com alguém ser não-vacinado/a? Não deverias ter grande receio...se acreditas realmente na utilidade da vacina. Depois, um não-vacinado(a) e de boa saúde, não oferece qualquer perigo. A transmissão por portadores assintomáticos foi demonstrada como inexistente, num artigo publicado na revista científica «Nature».
Quanto aos não vacinados/as: Não são os vacinados que vos causam as restrições absurdas.  São os senhores do poder. São eles, enquanto mandatários dos muito ricos os Bill Gates, Rockefeller, Rothschild, Soros, Zuckerberg, Jeff Bezos, «e tutti quanti»...

Leiam o que tenho a dizer sobre isto, no meu blog «Manuel Banet, Ele Próprio»: 

Existem evidências que ligam de forma inegável a oligarquia mundial, envolvida no chamado «Great Reset», à campanha de medo em torno do vírus corona. Tudo indica que o plano deles é muito mais ambicioso do que a vacinação universal e a generalizada identidade digital. Deve-se considerar que as ambições destes globalistas envolvem uma «revolução» totalitária e eugénica. O COVID surge como tática, como «manobra de diversão», para eles distraírem e dividirem os opositores e alcançarem o objetivo principal: a captura, a submissão, do sistema económico mundial.

Não digo que eu esteja certo, mas pode valer a pena consultar o que tenho registado no blog [...]. Posso estar errado (quem me dera!); mas também posso ter algum laivo de lucidez. Talvez encontrem alguns pontos de interesse nas minhas análises, que se estendem (em termos públicos) desde 2016 e muito antes, até.
É por amor e por espírito solidário, que vos envio esta carta. 
Qualquer um/uma de vós é uma pessoa que eu estimo, pela qual nutro sincera amizade. [...]

Faço o que posso, a vós de fazer a vossa parte.
Manuel Banet Baptista

sexta-feira, 16 de julho de 2021

QUEM FOI EDWARD BERNAYS ... e porque é essencial conhecer sua obra

                       

Edward Bernays desempenhou um papel de grande relevo, em vários momentos da sua longa vida (1891 – 1995). Mas, hoje a sua obra tornou-se ainda mais importante. Neste mundo contemporâneo é essencial nos dotarmos de conhecimentos aprofundados sobre os media, a publicidade, os mecanismos do poder, as narrativas que distorcem a nossa perceção, a «lavagem ao cérebro» ou condicionamento, sobre tudo o que nos impeça de raciocinar, de ver a realidade.

Os que detêm o poder, não são nenhuns anjos. Eles não se coíbem de usar contra nós os consideráveis meios de que dispõem: meios económicos e financeiros, mas também meios humanos, com competências técnicas e científicas, ao seu serviço.

Vejam e oiçam este vídeo sobre Edward Bernays, o criador da disciplina designada por Public Relations ou «PR», expressão que veio substituir o termo «Propaganda», depois da IIª Guerra Mundial.  Com efeito, "propaganda" era um termo inicialmente neutro, que acabou por adquirir conotação pejorativa pelo seu uso e abuso, pelos governos e grandes corporações, na persuasão e condicionamento das massas. 

Ver também a discussão do livro de David Colon: «Propagande: la manipulation de masse dans le monde contemporain» (nas edições Belin)

sábado, 1 de maio de 2021

VÍDEO DO PROF. CHOSSUDOVSKY (2021) - A VERDADE SOBRE A CRISE MUNDIAL DO CORONA

VEJA O VÍDEO

The 2021 Worldwide Corona Crisis - Prof. Michel Chossudovsky: https://vimeo.com/514871958


PS1: Os últimos desenvolvimentos reforçam os argumentos do Prof. Chossudovsky: 

Como era previsível, o «parlamento» europeu aprovou o passaporte da vergonha, o «certificado verde». 
É um «parlamento» só de nome, é um órgão fantoche, sem poder real, que se limita a carimbar as decisões tomadas pela Comissão Europeia e pelos Conselhos Europeus. 
Esta decisão entra em contradição frontal com a Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia, a Convenção Europeia Para a Protecção dos Direitos Humanos e os Regulamentos de Saúde Internacionais da OMS (1)Discrimina entre cidadãos, dá o acesso a uma vida «normal» às pessoas com o «passaporte» em dia e interdita uma vida normal a todas as outras, por muito que digam o contrário. 
Vai ser muito duro para quem não pode, ou não quer ser inoculado com os veículos de clonagem (ARNm) disfarçados de «vacinas».
Isto é um resultado concreto da viragem para a ditadura globalista, para o novo feudalismo... 
Podem felicitar Klaus Schwab, Bill Gates, George Soros, os donos dos Bancos, da Indústria Farmacêutica, etc, etc.

(1)
Veja pdf de E. Sorensen (Dinamarca), sobre passaporte sanitário:

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PS2: Mike Whitney apresenta AQUI elementos alarmantes usando uma diversidade de fontes, que mostram como os casos de doenças graves e mortes causadas pelas vacinas anti-COVID têm sido ocultadas ou minimizadas pelos poderes.

domingo, 21 de março de 2021

PARA ESTE MAL NÃO EXISTE IMUNIDADE


 Tenho reflectido muito em relação ao assunto que ocupa as primeiras páginas da comunicação social, do debate político, etc. Apenas me tenho coibido de fazer uma espécie de crónica quotidiana desse fenómeno de massas chamado COVID-19, porque estaria a somar a minha voz à gritaria, à cacofonia geral. 

Mas hoje, depois da conversa na véspera com um amigo médico e de um sono reparador me ter clarificado um pouco o espírito, pus-me a reflectir sobre alguns aspectos abordados na dita conversa. 

Entre muitos argumentos, que apresentei ao meu amigo, que estava muito reticente em considerar a hipótese de uma campanha institucional enganadora do público, para fazer a todo custo passar a ideia de uma necessidade sanitária de vacinação geral da população, apresentei o seguinte:

- O Professor Raoult, num recente vídeo, apresenta uma série de gráficos da pandemia de coronavírus, entre os quais alguns que mostravam - em paralelo - o quase desaparecimento da incidência (quer de casos detectados, quer de mortes) da gripe sazonal, neste período de pandemia de COVID-19. O fenómeno deste quase desaparecimento era notório nos países da Europa Ocidental, onde praticamente todos tinham tomado medidas estritas de confinamento, distanciamento social, uso obrigatório de máscaras... (não me refiro à campanha de vacinação em curso; os gráficos cobriam o período ANTERIOR à mesma).

Um facto muito curioso, se pensarmos que a gripe sazonal tem características muito semelhantes, quanto ao modo de transmissão: o vírus da gripe propaga-se pelo ar, pelas gotículas em suspensão, depois de alguém infeccioso ter espirrado ou tossido. Uma interpretação apressada dos dados, seria que a gripe sazonal foi eficazmente barrada pelas medidas contra o coronavírus... mas isso é absolutamente impossível.

O facto, mesmo em ciência, surge a partir de múltiplas observações no terreno, ou seja, é sempre construído. Não me custa acreditar que as pessoas encarregues de identificar e tratar os doentes com doença respiratória aguda, durante a presente crise do COVID, tenham muitas vezes tomado a decisão de assumir que estavam perante um caso de COVID, tendo apenas verificado depois (e nem sempre), que efectivamente existia um teste positivo do referido vírus. O próprio teste estava a ser usado de modo impróprio, sendo impossível sabermos realmente a partir dos testes positivos, quantos casos eram efectivamente de COVID (uma enorme percentagem de falsos positivos, por outras palavras). Muitos pacientes foram diagnosticados como padecendo de COVID, quando na verdade tinham outra doença pulmonar infecciosa aguda. A gripe sazonal é de todas elas, sem dúvida, a mais banal. 

Lembremos que no início do surto de coronavírus no Norte de Itália, em Fevereiro/Março de 2020, os óbitos foram sujeitos a autópsia, aliás contra a directiva da OMS que achava demasiado perigoso fazer-se uma autópsia a doentes falecidos com COVID: Os médicos que efectuaram essas autópsias, depararam-se com um quadro de co-morbilidades, ou seja, havia presença de outros vírus ou bactérias (três ou quatro agentes patogénicos, nalguns casos), conjuntamente com a presença de coronavírus. Isto acontecia em cerca de 95% dos casos. Tal incidência não deve espantar ninguém, pois o coronavírus ataca de forma severa as pessoas cujo sistema imunitário foi fragilizado, pela doença, pela idade, por várias afecções debilitantes.     

Mas este facto foi sonegado, eludido, pois era preciso que o coronavírus surgisse como «um terrível vírus mortífero, contra o qual não existia remédio»... Embora, graças a supressão de informação sobre resultados terapêuticos positivos, usando a hidroxicloroquina: Tudo se conjugava para que houvesse a tão desejada campanha mundial de vacinação, preconizada pelo GAVI, pela Fundação Bill e Melinda Gates, pelas grandes farmacêuticas e governos dos Estados ocidentais, muito céleres em firmar contratos onde as ditas farmacêuticas tinham garantia de vender muitos milhões de doses, e com uma total impunidade jurídica sobre acidentes devidos às vacinas. 

Agora, com o recuo de um ano inteiro, com as estatísticas das doenças infecciosas respiratórias que vão surgindo (estatísticas oficiais de organismos públicos da União Europeia), o facto de haver um quase desaparecimento da gripe sazonal, que costuma infectar uma percentagem enorme das pessoas e ser causa de morte nos idosos, em particular, precisa duma explicação séria:

- Ou houve um «efeito de barragem» muito eficaz da máscara e das medidas de distanciamento, quanto à gripe e esta não conseguiu propagar-se eficazmente pela população, como costumava. Mas, neste caso, como se explica a ineficácia ou fraca eficácia das mesmas medidas para o coronavírus, quando ambos estes vírus respiratórios têm o mesmo modo de transmissão? Não deveria a epidemia de COVID ter sido derrotada, da mesma forma que a gripe sazonal o foi?

- Ou as estatísticas de morbilidade e mortandade relativas ao coronavírus foram (intencionalmente, ou não!) inflacionadas com outras doenças infecciosas pulmonares, sendo a mais vulgar a gripe sazonal. Daí a colecta de muito poucos casos respeitantes a esta infecção corriqueira, no entanto mortal, para um certo número de cidadãos, exactamente dos mesmos grupos de risco que os relativos ao COVID. 

Não consigo imaginar como que «um efeito protector» do COVID em relação à gripe, que haveria se houvesse uma muito rápida ocupação do terreno pelo COVID, não deixando tempo a que a gripe se instalasse. 

A capacidade de infecção dos dois é semelhante, apesar das avaliações muito exageradas, que nos serviu a media. Em boa verdade, ela foi alimentada por alguns trapaceiros revestidos de «gurus» do coronavírus (como Anthony Fauci nos EUA, Neil Ferguson no Reino Unido, etc...). Porém, quase simultaneamente, os dados eram corrigidos por epidemiologistas famosos, como o Prof. Ioanidis (da Universidade de Stanford, EUA), ou  microbiologistas médicos, como o Prof. Raoult (do Centro de Doenças Contagiosas de Marselha, França). No entanto, quer a média, quer os governos, fizeram ouvidos moucos, sendo certo que os primeiros tinham obrigação deontológica de imparcialidade, não sonegando as interpretações que divergiam das «oficiais»; quanto aos segundos, tinham obrigação estrita de se dotarem de painéis diversificados de cientistas reputados. 

- Haverá algo mais grave, em relação aos governos e seus máximos responsáveis, do que terem-se deixado levar por pseudo-peritagem de pessoas cuja área do saber era a matemática estatística, e não a biologia ou a medicina ?!

Enfim, creio que não se pode persistir neste erro, sem o tornar um crime ainda maior. A persistência torna o crime cada vez mais grave - pelas suas consequências - a cada dia que passa.

O confinamento ad eternum ou os confinamentos intermitentes, a pretexto de «novas variantes», são fugas para a frente, absurdas do ponto de vista epidemiológico, como qualquer epidemiologista poderá explicar. Se os governantes não seguem os bons conselhos de quem sabe, apenas ouvindo aqueles que lhes dizem o que eles querem ouvir, não há dúvida que estão empenhados, que são comparsas, no crime. 

O mal para o qual não existe imunidade - creio que o leitor já compreendeu - é a estupidez... 

 PS1: Uma história grotesca, um pesadelo? Veja: https://www.youtube.com/watch?v=80Vz7tZLuBI

sábado, 13 de março de 2021

MINHA FILOSOFIA


Ao escrever este blogue, não estava na minha intenção inicial fazer dele um blogue de actualidade política ou económica. Estava antes com determinação em procurar afinar os meus próprios instrumentos conceptuais, para melhor estar comigo próprio, com o mundo e capaz de tomar os desafios da melhor maneira.

Sim, temos todos desafios a tomar, qualquer que seja a fase da nossa vida, pois é a realidade social e global que nos questiona. É ela que nos obriga a sair do conforto do «em si mesmo». 

Não se trata, para mim, de escrever sob o impulso do momento, nem de tentar fazer adeptos dos meus modos de pensar e de ser. Apenas creio ser minha prerrogativa dizer o que penso, o que acho realmente importante, fazendo valer argumentos, não indo buscar ao lado emocional, ao slogan, à frase feita, à adesão a este ou aquele credo. 

As pessoas são tesouros de sabedoria, de inteligência e de bondade, mas estão sob a permanente falsa narrativa, que mantém o seu cérebro fora da realidade. É como se estivessem sempre sob hipnose. Claro que há coisas com efeito hipnótico, algumas delas activamente procuradas pelos indivíduos, pois encontram algum alívio nisso. 

Mas, eu refiro-me a coisas de ordem bastante mais obscura. O jogar com forças/energias que se encontram no âmago dos seres: falo de manipulações dos sentimentos mais profundos, como sejam o medo da morte, do desconhecido, o desejo sexual e de poder, a necessidade de amor e de se sentir apreciado, acarinhado, a pertença ao grupo como forma de escape à angústia da solidão... etc...etc.

O que está a levar as sociedades - especialmente no Ocidente - a um grau de autodestruição, não é meramente a política ou a economia. Por muito profundas que sejam as feridas sociais resultantes destas décadas de destruição do tecido social, do chamado «pacto social», ou ainda «wellfare state», estas são as consequências de um fenómeno de outra ordem. 

Estamos perante uma regressão, uma forma de denegação de responsabilidade, um estado de infância prolongada, indefinida, acometendo adultos de todas as idades, dos 18 aos 88 anos. Esta crise está a socavar lentamente o fundamento da sociedade em que todos nós vivemos, mas não nos damos conta disso. De facto, estamos inconscientemente a nutrir esse monstro, que eu chamaria de «irresponsabilidade social» e que se correlaciona com a entrega da capacidade em nos auto-determinarmos, a entrega da responsabilidade por nós próprios e pelos outros. Tivemos esse sentido durante milénios, durante toda a evolução conduzindo à forma humana «moderna», o Homo sapiens, que temos sido durante trezentos mil anos. 

Face a este estado de coisas convém, antes de mais, especificar as consequências práticas que ele traz, antes de pensar fazer qualquer coisa de concreto, ou delinear uma estratégia.

A primeira consequência, é o controlo das sociedades por um punhado de indivíduos: Muito poucos, na verdade, embora assistidos, ajudados, por um grande número de peritos, não somente nas áreas tradicionais da repressão, como a polícia, as agências de espionagem, o aparato militar, etc., mas por técnicos e especialistas nos campos mais variados, incluindo as «ciências humanas», psicologia, sociologia, ciências da comunicação... com o objectivo de manter as pessoas sob controlo.

Assim, estamos sujeitos a um condicionamento, dito «soft», mas que na verdade é muito forte, porque envolve todo o campo da realidade social, com que a maior parte de nós se confronta dia-a-dia. Há uma parte de consentimento, uma parte apenas, porque nós não somos informados verdadeiramente, não conhecemos o que está do outro lado do ecrã. Não existe consentimento informado num processo de manipulação porque, para que tal processo tenha possibilidade de se exercer sobre nós, é indispensável que não tenhamos consciência dele. Assim que a tivermos, haverá repúdio, revolta e tomada das coisas em mãos. Ninguém gosta de ser manipulado; é uma violação da nossa mente, do nosso íntimo. 

Mas, o campo da «fábrica do consentimento» não se fica por aqui, pois intervém o medo: ele impede que as pessoas raciocinem, que façam um exame crítico das situações. Ele vai buscar os traumas da nossa mais tenra infância, que se encontram profundamente ancorados no nosso cérebro. Tal como uma criança pequena, a pessoa adulta com medo, com uma angústia vaga, mas permanente, vai procurar mecanismos ilusórios, para não sofrer a sensação. A fuga não é opção, nestas situações. Restam-nos as opções de encarar o mal de frente, ou a passividade. O que a maior parte de nós escolhe é a passividade, com uma data de «boas razões», que -afinal- se resumem a não querer correr um risco, seja ele verdadeiro ou não, seja ele avaliado no seu justo valor, ou hipertrofiado. 

Digo que a maior parte das pessoas estão em psicose de medo, porque vejo à minha volta tantas pessoas em estado de denegação. A denegação é o auto-ocultar das evidências que contradigam a narrativa oficial, ou universalmente difundida. Aqui joga uma percepção distorcida - mas muito comum - dos mecanismos sociais, que faz com que aquilo que é dito constantemente, em todos os tons, por todos os órgãos da comunicação social, «deve ser» verdadeiro (a célebre frase, atribuída a Goebbels: «uma mentira mil vezes repetida, torna-se verdade»). Mas, também joga o medo de estar «fora do rebanho», de ser ostracizado, de perder amigos, de ser acusado disto e daquilo... 

Atingiu-se o estádio de negação do Estado de Direito, que Hanna Arendt tão bem caracterizou, no seu famoso ensaio «Origens do Totalitarismo», quando as constituições não são abolidas, porém os direitos humanos individuais e colectivos (políticos, sindicais, associativos...) nelas consagrados, assim como os limites e a separação dos poderes, desaparecem. Isto acontece dum momento para o outro, sem que a cidadania se aperceba realmente o que estão a fazer com ela: Estão a espoliá-la dos seus direitos mais significativos, apenas bastando o poder acenar-lhes com o medo do invisível (do «terrorismo islâmico», do vírus «mortífero»...), para «justificar» estado de excepção, arbítrio e impunidade para os poderosos...

As condicionantes desta situação são muitas. Apenas posso apontar algumas evidências (como tenho feito abundantemente neste blog), em como o discurso do poder é falso, é uma falsa narrativa destinada a obter a nossa submissão. Não se trata já do consentimento, mais ou menos esclarecido e informado, como terá existido nas chamadas «democracias liberais». Mas, isto é o passado, ele não voltará a existir, pois as forças que conseguem moldar a visão das pessoas, não o querem. Elas são donas dos média, até mesmo dos órgãos ditos estatais. A média, ao contrário de um «quarto poder», tem sido antes um instrumento da ditadura dos muito poderosos, um auxiliar para fabricar o medo.Tem sido a câmara de eco da qual emana a falsa sensação de «consenso», sem qualquer preocupação em falar verdade, em dar a conhecer os pontos de vista contraditórios sobre a realidade. Hoje, trata-se da «ortodoxia» sobre o SARS-Cov-2 e o modo de combatê-lo, amanhã, será outra coisa qualquer. Eu não faço ideia o que seja, mas terá - aposto - assim como os prévios «espantalhos», a característica de infundir a ameaça de um terror difuso, incompreensível, indescritível, a que apenas especialistas e autoridades governamentais estariam em condições de fazer frente, devendo nós dar toda a confiança aos dirigentes, para eles nos «salvarem» desse perigo. 

Neste contexto, devemos dizer não! Não vamos contemporizar, não vamos acreditar na possibilidade de uma discussão pausada, racional. Pois, do outro lado, não existe desejo de uma discussão leal, mas de anátema da dissidência, de domínio absoluto, totalitário. Vamos dar a conhecer o que estas fórmulas de manipulação da opinião pública e das mentes têm de primitivo, de ensaiado repetidas vezes, por déspotas, por criminosos que querem levar-nos à guerra. Se eles o fizeram tantas vezes no passado, nós podemos aprender com a História, como enfrentar este estado de coisas, como contrariá-lo, como não cair nos erros do passado. 

A leitura (crítica, como sempre) de autores como Hannah Arendt, George Orwell, Aldous Huxley e mais recentemente Noam Chomsky, Naomi Klein e sem pretender citar todos os nomes importantes, pode ajudar-nos a adquirir os instrumentos conceptuais que permitam ver a manipulação, ocorrendo no presente. O interesse disto não é académico, pois o indivíduo que vê a manipulação, está - em simultâneo - a subtrair-se à mesma e mais capaz de fazer-lhe frente ou de salvaguardar-se, se comparado com alguém que seja o objecto passivo da mesma.

O re-conectar será uma resposta concreta perante o estado presente. É um processo de reestabelecer laços de troca social e afectiva, antes de mais, com todos os que se encontram no campo da nossa vivência. Talvez a Internet não seja apropriada para isso; as pessoas são inundadas por tanto lixo informativo, que podem simplesmente ignorar, ou fingir que ignoram, algo que queiramos dizer-lhes. 

Talvez seja mais eficaz uma troca pessoal /presencial, o dar um texto impresso, seja de nossa autoria, seja de outrem. Quer seja um livro ou um folheto, o conteúdo deve ter significado, não apenas para quem o dá, mas para quem o recebe. Isso tem de ser feito de modo a afastar qualquer equívoco; não se trata nem de proselitismo, nem de publicidade, de qualquer tipo. 

Importa exercitar a meditação, mas não a meditação que certos auto-proclamados «gurus» nos querem impingir, não a meditação de «fazer o vazio» na nossa mente! A meditação filosófica é um exercício de nós connosco próprios, em que uma parte da nossa mente questiona, interroga, e a outra parte tenta compreender, interpretar, não só em termos teóricos, mas em termos de realidade interior e social. 

A realidade é determinante, como critério de verdade. Mesmo quando temos poucas certezas, pois a vida parece-se muito mais aos raciocínios dos detectives, nos romances policiais, do que às equações descritivas dum fenómeno, nas ciências físicas. 

O meu princípio realista impõe-me que só posso saber algo da realidade, se estiver em contacto com esta; a realidade é o conhecimento que emana da experiência. A Teoria é algo respeitável, na medida em que foi a conclusão a que se chegou na busca da verdade, a partir de fenómenos e experiências. Em ciência, uma teoria é uma hipótese que resistiu a uma série de objecções, mantém-se «não-invalidada», mas esse estatuto é provisório. Não existem verdades definitivas em ciência. Aquilo que é somente vaga hipótese, sem base nos dados da experiência, pode ser considerado um devaneio, uma fantasia, uma adivinha, mas não é uma hipótese científica. Uma hipótese científica tem a preocupação de estar em consonância com os dados conhecidos, respeitantes ao fenómeno em causa. Não é qualquer um que formula uma hipótese científica sobre um dado assunto. Tem de conhecer muito bem o campo em causa, tem de mostrar aos outros, seus pares, que esta hipótese é digna de ser considerada. Estes, por seu turno, irão inspeccionar e criticar tal hipótese, pois é essa (também) a sua função. É importante pois, se a tal hipótese tiver potencial, vale a pena investir nela tempo, energia, dinheiro, para desenhar e realizar um dispositivo experimental que a ponha à prova. 

Vemos agora meros propagandistas do poder, quer tenham ou não diplomas ou títulos, que estão sempre a colocar-se numa postura de autoridade «científica». Mas, eles querem fazer passar como «verdade» aquilo que é apenas seu íntimo convencimento e isto, no melhor dos casos. O discurso do poder reveste-se da aparência da ciência: para dar credibilidade, alguns cientistas de formação não têm pudor e fazem o frete ao poder. Há múltiplas maneiras de se ser comprado, com honrarias, prestígio, posições académicas, etc. As pessoas que o são, podem nem ter clara consciência de se terem vendido. Note-se que não é o facto de aconselhar o poder que eu critico; mas antes, a lealdade (ou a falta  dela) para com os outros colegas, os que têm opiniões sensivelmente diferentes: quantos casos de perseguição, difamação, de exclusão, etc. temos presenciado, agora, nas chamadas «democracias liberais»? E muitas das pessoas sujeitas a esses tratamentos infames, nem eram marginais, mas cientistas respeitados e com carreira nas mais diversas instituições. Em resumo, eram pessoas do meio académico-científico. Agora, pensem na perseguição, discriminação, etc. dirigida a pessoas que não estejam escudadas por uma carreira prestigiosa: Não estaremos já nos primeiros passos duma viragem para uma forma de fascismo-totalitarismo tecnocrático, científico?

A verdade, ninguém a conhece, a priori. Por isso, deveria ser lícito defender qualquer ponto de vista. Em democracia, o emissor duma opinião tem a responsabilidade pelo que diz. Se houver, não apenas falsidade, como desejo de enganar o próximo, tal pessoa é susceptível de ser sujeita a um processo. Era assim, antes, nas democracias liberais genuínas: não existia nada que impedisse o dislate, ou até a mentira mal intencionada, a priori: Apenas o receio de processo judicial, ou a desaprovação pela sociedade. A existência dos «fact-checkers», censores anónimos, faz-nos recuar várias centenas de anos. Quando havia censura, estatal e eclesiástica, com livros proibidos e pessoas presas e torturadas, por escreverem certas coisas. 

Os ditos «liberais», os ditos «de esquerda», são quem mais se conformam com tal estado de coisas. Pior, são os que montam este aparato de censura e o defendem, com o pretexto de que o público está a ser «enganado» (segundo o critério DELES). Mas, os verdadeiros defensores da liberdade não têm medo das mentiras; combatem-nas, argumentando com os mentirosos. É uma atitude totalmente diferente de se colocar uma mordaça nos seus opositores e bani-los das plataformas sociais: Estes são métodos típicos dos tiranos e dos seus homens-de-mão.

Perante tudo isto, estou confiante, não de que detenha a razão, mas de que guardo o espírito lúcido, crítico e autocrítico. Tento aperceber-me da realidade real, não da «realidade» balizada por etiquetas ideológicas, sejam elas quais forem. Este é o meu ideal. 

Segui-lo, tem tido repercussões práticas importantes na minha vida. Tem minorado a hipótese de me autoiludir, ou de ser iludido por outros; e tem-me permitido, nestes tempos conturbados, conservar o equilíbrio e o bom-senso.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

MITOLOGIA COVIDIANA

Um estudo estatístico bem documentado, prova que a prevalência de casos de COVID é independente do grau mais ou menos restritivo das medidas sanitárias ditas «preventivas». O estudo compara os vários Estados dos Estados Unidos, nos quais alguns têm tomado atitudes marcadamente diferentes quanto às restrições a aplicar. 

Nomeadamente, o estudo debruça-se em detalhe sobre os efeitos dos confinamentos muito estritos, que aconteceram na Califórnia, por comparação com a Flórida, onde houve uma paragem dos confinamentos desde Setembro passado e onde não mais se repetiu esta situação. 

A comparação mostra que não houve estatisticamente diferença significativa e, a haver, ela seria favorável à Flórida. Com efeito, a população da Flórida é composta por uma percentagem superior de idosos em relação à Califórnia, um dos Estados com a população mais jovem dos EUA. 

Igualmente, o argumento dos californianos serem pouco cumpridores das restrições impostas, não colhe. Com efeito o estudo mostra - com o apoio de gráficos comparativos - que o comportamento social dos habitantes da Flórida tem sido mais «descontraído» que o da Califórnia, em todo este período. 

                     

https://mises.org/wire/almost-year-later-theres-still-no-evidence-showing-governments-can-control-spread-covid-19

Finalmente, a questão climática também não é pertinente, visto que ambos os Estados possuem um clima bastante ameno, onde a amplitude de temperaturas entre estação fria e quente é moderada.

O autor também se debruça sobre os dados estatísticos dos restantes Estados dos EUA. Verifica-se que não existe correlação entre as medidas mais estritas de confinamento e o grau de seriedade da epidemia, tanto nas mortes, como em relação a casos confirmados de COVID. O autor defende que a única correlação verificável tem a ver com factores sazonais e climáticos, esses sim, causando variações nos 50 Estados, sendo legítimo falar-se da «estação do COVID», assim como se fala da «estação da gripe».

Os fervorosos adeptos das medidas de distanciamento «social», de confinamento (ou prisão domiciliária, mais propriamente), das máscaras nos espaços públicos, mesmo abertos.... esses é que têm a obrigação de provar que estas medidas têm efectivo benefício para a população em geral. 

As campanhas massivas, tanto dos governos como da media convencional, não «provam» nada, mas têm espalhado a convicção da necessidade dessas medidas, quando toda a evidência é contrária a isso. 

Mais; o argumento de que os confinamentos evitariam a sobrecarga dos serviços de cuidados intensivos do sistema hospitalar é também falso, pois se verifica, como de costume no inverno, no hemisfério norte, um forte acréscimo do trabalho nas urgências hospitalares e nos cuidados de saúde, em geral, quer o país em causa esteja em confinamento estrito, quer não. 

A sazonalidade existe em relação a uma série de doenças, na população. As notícias divulgadas em Portugal, por exemplo,  da sobrecarga destas estruturas hospitalares, não só não referiam esta questão, como omitiam que os serviços «vulgares» de atendimento aos doentes, os centros locais de saúde, os hospitais de dia, etc, tinham sido sujeitos às restrições mais draconianas, afastando (intencionalmente?) doentes «normais» (ou seja, não COVID) do acesso e da utilização dos serviços locais e dos respectivos cuidados médicos. Claro que estes doentes não tinham outro recurso senão as urgências, que foram inundadas por imensas pessoas, algumas a precisar efectivamente de cuidados urgentes, mas outras apenas porque não tinham o acesso normal ao apoio médico nas unidades de saúde locais. 

As medidas tomadas em relação às estruturas locais de saúde foram um erro crasso (e mascarado) do governo português. A media, em vez de denunciar a imbecilidade de tais medidas (cujo efeito era previsível, logo à partida), atribui errónea e desonestamente o excesso de público nas urgências ao «COVID». 

Simplesmente, a estes propagandistas disfarçados de jornalistas, não lhes ocorreu que - estando o país inteiro «em confinamento» durante boa parte do inverno, apenas com algumas excepções pontuais - deveria haver menos pressão nas urgências, do que o habitual nesta época. Isto é, se os confinamentos e as outras medidas fossem realmente eficazes em evitar a saturação dos serviços de urgência nos hospitais!

Enfim, as campanhas de medo, de condicionamento da opinião pública, sucedem-se e a cidadania é simplesmente tratada como «gado», tanto pelo governo como pela media.

Só sabem fazer uma coisa: «mentir, mentir, mentir» como dizia Voltaire, ironicamente: «mintam e difamem, sempre alguma coisa ficará»... ou seja, já no tempo dele, verificava-se que a desinformação tinha um efeito, mesmo quando era óbvia a mentira ou distorção, para pessoas com um mínimo de espírito crítico.   

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

FAZER DE CONTA...

UMA PEQUENA AMOSTRA (INCOMPLETA!) DE COMO SE FAZ DE CONTA, NOS CÍRCULOS DO PODER, SEJA AO NÍVEL POLÍTICO, SEJA ECONÓMICO. 

1) Fazer de conta que esta abordagem da crise do COVID tem coerência e foi absolutamente indispensável para salvaguardar as populações, sujeitas aos «lockdowns». Desta falsa estratégia sanitária, os verdadeiros epidemiologistas, os verdadeiros cientistas já demonstraram o absurdo, a imbecilidade. Mas o crime é mantido através de manipulação e censura, nas «redes sociais» e na media, que seleccionam o que as massas podem ou não podem ver, ouvir, ler.

2) Fazer de conta, nos países da NATO, muito em especial nos EUA, que têm a peito a defesa da «liberdade e democracia», quando mantêm uma série de guerras e de ocupações, sem a mínima legitimidade, sem o mínimo mandato considerado válido à luz da lei internacional. Usam e abusam do poderio militar contra os mais fracos, mantendo o controlo directo nos países mais pobres, como o Afeganistão, ou empobrecidos pelas intervenções criminosas da NATO, como é o caso da Líbia... Os resultados humanitários das guerras e ocupações são desastrosos.

3) Fazer de conta, nos mesmos países «ocidentais», que o perigo vem da China e da Rússia, quando são eles que cercam estes países com bases militares, fazem exercícios bélicos às suas fronteiras, decretam unilateralmente sanções, totalmente ilegais, face à legalidade internacional. Na realidade, estão fazendo jogos de guerra perigosos, provocações, deitando por terra os acordos para redução de armamentos nucleares, subindo o tom de retórica de guerra. Têm estado a atiçar as tensões com as outras potências nucleares, mas mantêm os seus súbditos enganados, acenando-lhes com o «perigo» chinês ou o «perigo» russo. 

4) Fazer de conta, que políticos e governantes trabalham pelo bem-estar e desenvolvimento dos seus países. Na realidade, são uma casta parasitária, como carraças, abocanhando o poder. Eles fazem escolhas, não no interesse das populações, mas dos lóbis que os controlam. Com efeito, são estes poderosos interesses, financeiros e industriais, que contribuem decisivamente sob forma de «donativos» (uma forma de «corrupção legal») para os partidos e candidatos, durante as campanhas eleitorais e que mantêm uma teia de conivências com o poder. Quem manda é o «Estado profundo». Não é a vontade do eleitorado que prevalece.

5) Fazer de conta que respeitam a democracia e que estão atentos às opiniões públicas, será seu principal (e único?) talento. Na verdade, à cidadania, apenas estão constantemente a servir-lhe propaganda e não informação verdadeira. Desta forma, as pessoas são induzidas a pensar o que lhes convém a eles, aos donos dos regimes ditos «democráticos». Logo que há vozes e movimentos dissidentes, são tratados com brutalidade, mas isso não é «notícia». Pelo contrário, é notícia o que seja, ou pareça ser, desrespeito pelos direitos humanos nos tais países (Rússia, China, etc...). 

6) Fazer de conta que estão a tentar resolver os problemas económicos e financeiros, quando têm simplesmente feito tudo para inflacionar bolhas especulativas, com a criação monetária desabrida, o que irá causar hiperinflação. Para já, está causando uma crise da dívida, que tornará - cedo ou tarde - inevitável o colapso. Têm feito o necessário para dar ainda mais poder aos poderosos; os que possuem «a parte de leão» das acções, obrigações e outros instrumentos, que têm sido inflacionados. As consequências serão para os pobres. As pessoas perderão as pensões, os direitos sociais, o emprego. Os políticos sabem isso, mas mascaram o discurso com expressões enganosas, tais como  «estimular a economia», que não querem dizer nada ou melhor, dizem o contrário daquilo que é, na realidade. 

7) Fazer de conta, que estão preocupados com a sustentabilidade e sobrevivência dos ecossistemas, etc. Supostamente, justificam com uma pseudo-ciência as políticas de «zero carbono». Na verdade, trata-se da agenda dos muito ricos. Os George Soros, Bill Gates, Rockefeller, Schwab, Bezos, a gente de Davos ... são quem lhes ditam a tal conversão («Green New Deal»), no interesse da oligarquia mundial. Não hesitam em falsificar os dados da ciência, enquanto polvilham os discursos de boas intenções ambientalistas. Entretanto, não deixam de alimentar a máquina de guerra, a mais poluidora e destruidora das actividades humanas. Aumentam - não limitam, nem reduzem - o fabrico e compra de armamentos sofisticados, que absorvem fatias enormes dos orçamentos dos Estados. Todas estas actividades são fortes poluidoras e causadoras de escassez de matérias-primas estratégicas. Mas, tais poluições e depredações da guerra e as despesas militares, «não existem» ao nível os discursos. Assim o ordena o «bom gosto» destes serial killers e sua boa-consciência ambientalista.


terça-feira, 22 de setembro de 2020

Mentiras, Malditas Mentiras e Estatísticas de Saúde

MÉDICOS PELA VERDADE (ESPANHA) 
             (Vídeo censurado pelo Youtube)                           

 Como complemento, pode-se ler um excelente ponto da situação da utilização da epidemia pelo governo britânico:

PS1: Esta Carta Aberta dirigida às Autoridades públicas de Saúde da Bélgica foi subscrita por 394 doutores em medicina 1,340 profissionais de saúde e 8,897 cidadãos, até agora (23/09/2020).

terça-feira, 1 de setembro de 2020

FEUDALISMO, CAPITALISMO, NEO-FEUDALISMO : VISÃO DA HISTÓRIA

                                 Medieval knight Royalty Free Vector Image - VectorStock

Vou arriscar apresentar uma visão histórica, embora eu não seja mais do que um curioso, interessado em estudar a História, sobretudo para compreender as dinâmicas do presente, pois quem não conhece o passado, não consegue interpretar correctamente o presente, mesmo que seja dotado de muita inteligência e acumule muita informação. Com efeito, a dimensão histórica, se não explica tudo do presente, pelo menos, explica a dinâmica que levou ao estado presente das coisas. Tudo o resto, é uma espécie de «espuma», de acontecimentos superficiais, que não desencadeiam real mudança de rumo nas sociedades, por mais que causem uma transitória comoção.

Assim, as pessoas deveriam compreender a profundidade do sistema em que nos encontramos hoje em dia mergulhados, indo muito mais além dos sistemas políticos instaurados com o liberalismo. Isto é, a maior parte das pessoas faz remontar o sistema de governo às revoluções liberais e democráticas, que sacudiram o Ocidente e depois se espalharam pelo Mundo, começando pela revolução americana, na segunda metade do século XVIII, a revolução francesa, nos finais do mesmo século, as revoluções da América Latina, desde os primeiros decénios do século XIX e as revoluções europeias ao longo do século XIX. Estas, eram essencialmente republicanas e estavam misturadas com uma forte componente nacionalista. 

Porém, uma análise do sistema de governo, no sentido mais amplo, deve incluir muito mais que o governo, o poder político propriamente dito: também é essencial a análise da propriedade, a influência da religião e da Igreja (ou Igrejas), assim como o modo como o povo se relaciona com as classes dirigentes.

Com o feudalismo nos países do Ocidente europeu, que se veio a instalar em consequência do desmoronar do Império Romano, nos séculos IVº-Vº, verifica-se a fase de conquista por povos germânicos - Godos, Visigodos, etc.- que estão interessados em fazer valer seus direitos de conquista sobre terras que foram do Império romano. Para tal, precisam de se fazer legitimar como reis e senhores de determinado território, por vezes uma província do antigo Império, por vezes menos que isso. Eles precisavam do aval da autoridade espiritual, da Igreja. Apenas ela - nesses momentos conturbados - faria com que os seus súbditos aceitassem as novas entidades reinantes, visto que tinham a unção de Igreja. Mas, muito cedo começou a haver contendas e lutas pelo poder, no interior desses reinos, sendo indispensável para o rei local distribuir terras e os rendimentos associados, por seus tenentes, seus colaboradores, seus parentes. Nasce então o feudalismo, onde o poder do rei se torna apenas virtual ou nominal, para além do palácio real e das terras directamente possuídas pela coroa e administradas em nome dela. Nos territórios dos duques, condes, marqueses e barões, estes tinham poder e exerciam-no como senhores das terras e das gentes que aí viviam. É um facto que eram vassalos do rei, porém sua dependência quase se resumia a serem obrigados a tomar armas e levantarem tropas, nos territórios que administravam, em caso de guerra. Esta situação de dependência militar do rei, em relação aos senhores feudais teve como consequência que o rei caísse na dependência daqueles. Os senhores feudais tinham imenso poder e não hesitavam demarcar-se do rei, quando este tentava interferir com o que consideravam ser as suas competências e privilégios. 

   Como o rei tinha pouco poder - de facto - em muitos casos, os mercadores, artesãos, camponeses, estavam sujeitos a uma multidão de regulamentos e de obrigações. Estas dependências não se limitavam aos senhores feudais, pois incluíam a Igreja, que se comportava exactamente como grande senhor feudal, ela própria: Recolhia impostos sob forma de géneros e de trabalho, dos que viviam nas suas terras, ou sob sua jurisdição. É por isso que a burguesia, desde muito cedo, reforçou o poder dos reis (por exemplo, em Portugal uma revolução popular e burguesa pôs no poder um novo rei, D. João I). 

O poder dos reis vai afirmar-se contra o poder da aristocracia, em múltiplos casos, nos vários reinos europeus. A Igreja foi muitas vezes aliada dos reis, neste jogo de limitar o poder da aristocracia. Do mesmo modo, a burguesia foi cooptada, através de vários mecanismos, que lhe permitiam aceder ao estatuto de nobreza, sendo frequente haver nas cortes (parlamentos), um partido constituído por nobreza hereditária e outro por nobres mais recentes, «a nobreza de função».

O absolutismo, que resultou na eliminação dos aspectos potencialmente perigosos, para a autoridade real, do feudalismo, foi consolidado pela aliança entre os reis e a burguesia. Muito depressa, esta vai ter um papel decisivo na condução das diversas políticas, com excepção do comando militar, domínio reservado à nobreza antiga, a «de sangue». 

Fazendo um salto no tempo, por cima das revoluções democráticas e burguesas, que se desenrolaram ao longo dos dois séculos e meio anteriores, verificamos que, hoje em dia, se está perante um enfraquecimento do Estado, o substituto da figura do rei (atribui-se a Luís XIV a frase: «o Estado sou eu»). Está-se perante a destituição do poder do cidadão: a cidadania nominal deixou de ter conteúdo real. A partir das técnicas de manipulação da opinião pública, desde os meados dos anos 20 do século passado, os poderosos puderam manter ou recuperar o controlo sobre os cidadãos: controlando a mente, a vontade, os desejos, os sentimentos, pela propaganda («public relations»), sempre mais sofisticada e universal.

As constituições são apenas papéis, com umas palavras impressas, que se agitam quando se quer fazer valer determinada posição, mas que, nem os que se encontram no poder, nem as oposições, realmente respeitam, nem querem fazer respeitar.

 O poder, no século presente e já no anterior, é sobretudo económico, encontra-se na mão das corporações, conglomerados gigantes, possuindo ramos inteiros de indústria, fatias consideráveis da riqueza das nações, até mesmo com rendimento superior ao P.I.B. de várias nações e não das menores. 

Quem está à frente dos bancos, ou multinacionais das indústrias  tecnológicas, é - para todos os efeitos práticos oligarquia, ou seja, senhores feudais. São pessoas efectivamente tão poderosas como os senhores feudais. Mas, os senhores feudais da Idade Média exerciam seu poder em reinos, muitas vezes, de pequenas dimensões. Hoje em dia, a oligarquia exerce seu poder ao nível mundial e fá-lo com garantia de ser intocável, de estar muito acima dos poderes políticos, que - apenas teoricamente - se poderiam colocar ao mesmo nível que os poderes dos monarcas, dos Estados da era feudal. O poderio desta oligarquia globalizada exerce-se ao nível de organismos internacionais «públicos», como a OMS, em que as multinacionais farmacêuticas e fundações, como a de Bill e Melinda Gates, exercem a suserania, colocando seu secretário-geral num papel de mero fantoche.

O mesmo acontece com o complexo militar-industrial, mormente nos EUA, em que os sistemas ditos de «defesa» são cada vez mais caros, exercem uma punção cada vez maior no orçamento federal, mas isso é conseguido graças aos poderosos grupos de influência, «lobbies», destinados a favorecer os negócios destes fabricantes de instrumentos mortíferos. Os lobbies que circundam os locais de poder executivo e legislativo - o Pentágono e as Câmaras dos Representantes e o Senado - dispõem de rios de dinheiro, que lhes permitem comprar as boas graças de quem quiserem. 

Com efeito, o sistema dito «representativo», enferma dum grave problema: quaisquer políticos, para conseguirem ser eleitos, têm de ter muito dinheiro para pagar as campanhas eleitorais, muitos milhões. Estes números são tais, que é impossível imaginar que através de donativos modestos, de muitos seguidores ou simpatizantes, se pudesse igualar o que recebem como «donativo» (na realidade, investimento) de empórios bancários e financeiros, da construção, das indústrias químicas, farmacêuticas, turísticas, etc, etc. O problema é simples de resolver, em teoria, mas na prática, é impossível, pois a maioria dos políticos, quer enquanto membros de partidos, quer a título individual, irá sempre impedir à nascença, ou fazer abortar, quaisquer projectos legislativos que verdadeiramente impedissem que o mundo empresarial comprasse suas influências junto da casta política. 

Temos - portanto - uma partição muito assimétrica do poder, entre os servos e os senhores: os servos estão destituídos de poder verdadeiro, incapazes de fazer valer sua vontade, na «coisa pública», a todos os níveis. As suas armas são irrisórias, face ao armamento das polícias. Comparativamente, as armas dos servos medievais eram mais eficientes, face aos soldados dos senhores feudais.

 O armamento, nos Estados modernos, não apenas é muito mais sofisticado, como não deve ser visto apenas como limitando-se a armas de fogo: os dispositivos de vigilância electrónica, as câmaras de vídeo que filmam locais públicos, etc., um aparato muito diversificado, que tornam qualquer tentativa de revolta armada um jogo suicida, da parte dos revoltosos.

Torna-se quase impossível a dissidência política verdadeira. O que se verifica é cooptação de pessoas e partidos que tradicionalmente se colocavam do lado do povo, dos trabalhadores, contra os poderosos. Quanto à revolta niilista, à partida, não tem qualquer objectivo político. O revoltado (não digo «revolucionário», note-se) vai quebrar umas montras, confrontar-se com a polícia, etc., mas isto não implica qualquer estratégia contra o poder. Podem sempre dizer que estão a «deslegitimar» o poder mas, na verdade, estão a fazer o contrário; estão a dar pretexto para o mesmo poder recorrer à repressão, com mão cada vez mais pesada, com o pretexto de que está perante opositores violentos ... A própria polícia, o próprio Estado, têm interesse em que se dêem incidentes violentos, para melhor poder reprimir manifestantes pacíficos, apanhados no meio de um motim.

Realmente, não existe solução, a não ser que haja um despertar, uma tomada de consciência, dum número elevado de pessoas, que compreenda que o poder pode estar nas suas mãos, se se unirem em busca de uma solução. Uma acção política de massas continuada é mais difícil de se realizar do que no passado. Mas, alternativas como movimentos niilistas, apenas desejosos de extravasar violência, ou cidadãos disciplinados, dispostos a votar naqueles que - na própria legislatura ou na seguinte - irão trair os compromissos assumidos com os eleitores... não são alternativas!

Entendo por acção política de massas continuada, uma rede de centros (ou grupos, colectivos) onde se tomam iniciativas destinadas a melhorar o quotidiano, sendo através de tais formas concretas que se podem forjar novos relacionamentos e uma nova cultura, não-tributária do circo eleitoral (isso inclui - obviamente - as eleições municipais). 

Sei que é possível grupos de pessoas construírem esta dinâmica, já participei nalguns desses grupos com tais características e tenho conhecimento sobre muitos outros.