Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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terça-feira, 18 de janeiro de 2022

CARTAZES DE SÁTIRA POLÍTICA/ ARTE DE RUA, EM WASHINGTON

 ARTE DE RUA EM WASHINGTON

POSTERS ANÓNIMOS SURGIRAM NAS RUAS DE WASHINGTON. SÃO CRÍTICOS DE BIDEN, FAUCI E DA «DITADURA COVIDIANA». 

https://www.zerohedge.com/political/rogue-street-art-appears-overnight-dc-mocks-biden-faucis-covid-regime



O cartaz acima é um deles: Biden, com "auréola" de seringas e rodeado de crianças. Todas elas usando máscaras vermelhas. 

A imitação de cartazes de «agit-prop» soviética não é fortuita. 

Tradução da frase no cartaz: «Crianças boas são crianças dóceis».

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NB1: Charles Hugh Smith aborda a questão de como a corrupção «matou» a política, tanto nos EUA, como nos outros países ditos de «democracia representativa». 

NB2: O satirista político CJ Hopkins, na sua última crónica do «Culto Covidiano» anuncia a derrocada do mesmo, o acordar das pessoas, a retirada desorganizada dos que o instalaram, ou ajudaram a instalar. Espero que tenha inteira razão!


sábado, 8 de maio de 2021

ÓPIO E «RETIRADA» DOS AMERICANOS DO AFEGANISTÃO

                               Soldados americanos no Vietname

Conhecido desde a antiguidade grega, estudado pelo médico português Garcia da Orta, muito usado pelas suas propriedades anestesiantes e analgésicas, o ópio foi, desde cedo, reconhecido como substância causadora de grave adição

Esteve na base das guerras imperialistas que subjugaram o «Império do Meio» (a China Imperial) à potência britânica, a qual impôs o comércio do ópio (vindo das colónias da Índia e comercializado por britânicos) à China, com as devastadoras consequências de espalharem a miséria, a destruição das bases mesmas da sociedade, subjugando o poder político, ferindo de morte a reverência propriamente religiosa da generalidade dos chineses ao poder imperial. 

Mais tarde, após a IIº Guerra Mundial, quando o imperialismo dominante passou a ser o americano, foi utilizado pela CIA no contexto de apoio à contra-guerrilha, nas florestas do Laos contra as forças comunistas. Daí a criação de uma zona fora de todo o controlo, o «Triângulo Dourado», que se tornou uma das principais fontes de heroína. Paradoxalmente, esta mesma heroína foi uma das causas da perda da guerra do Vietname, pois era largamente utilizada pelos GI's, os Marines, e outros corpos de soldados americanos envolvidos nesta guerra. Mas também causou a perda de referências, a desestruturação das mentes, a destruição dos indivíduos na sede do Império. Inicialmente usada, juntamente com outras substâncias, como o LSD, em programas secretos (MKULTRA) para destruir a resistência crescente da juventude americana, em especial, dos estudantes nos campus, a heroína tornou-se uma adição para milhões de pessoas nos EUA, causadora de imensas perdas em mortes por «over-dose» e de vidas desfeitas, sem esquecer a criminalidade dos gangs associados à droga.

A chamada «guerra contra a droga» (War on Drugs) foi efectivamente uma investida contra os países da América Central e do Sul, como demonstraram Noam Chomsky e outros intelectuais e activistas. 

Mas o princípio de utilizar as drogas, como estratégia para desmoralizar, enfraquecer, corromper e tornar mais fácil a submissão de populações e regimes, continuou. 

Cultivo de papoila do ópio no Afeganistão

No Afeganistão, a produção de papoila do ópio tinha sido quase eliminada pelos Taliban. Eles tinham um acordo, assinado com Bill Clinton, em que os EUA aceitavam levantar o embargo de petróleo, permitindo assim que este país paupérrimo da Ásia Central tivesse acesso a uma fonte energética absolutamente vital para eles. Em contrapartida, os Taliban comprometiam-se a acabar com a cultura do ópio e sua exportação. 

A situação foi completamente subvertida, quando a pretexto de ir atrás dos responsáveis pelo 11 de Setembro de 2001, os EUA desencadearam ataques ao Afeganistão, seguidos de ocupação pelas forças dos EUA e aliados da NATO. No encalço dos americanos, vieram bandos de «senhores da guerra» que também eram «senhores da droga» (do ópio e heroína), coligados na «Aliança do Norte». A partir deste ponto, com pleno apoio de  militares e dos agentes da CIA, estes criminosos chefes de bando tinham luz verde para dominar e fazer o que entendessem nos territórios que controlavam, desde que pusessem à distância as guerrilhas ligadas a Al Quaida e aos Taliban (principalmente vindos das tribos Pashtun).

As forças americanas especiais, com apoio e enquadramento da CIA, faziam sair a droga clandestinamente, para abastecer os mercados europeus, onde obtinham um lucro enorme e quase nenhuma concorrência. 

Quanto aos senhores da guerra afegãos, encarregavam-se de passar a droga, através das fronteiras das repúblicas resultantes do rebentamento da URSS, em direcção à Rússia. O mesmo se passava em relação ao Irão.

             

Estes países sofreram um crescimento súbito da adição ao ópio e à heroína, muito abundantes logo após a invasão americana do Afeganistão.

Na Europa, a difusão da heroína foi feita a partir das bases americanas de Rammstein (Alemanha) e do Kosovo, assim como de outras. A CIA, com os lucros enormes deste tráfico obviamente ilegal, financia operações «negras». São operações que os dirigentes da CIA não querem dar a conhecer, nem querem ser responsabilizados por elas perante o Congresso. As comissões do governo e do Congresso dos EUA, que supervisionam as actividades da CIA, não têm de «saber oficialmente» da existência de tais operações, nem terão de discutir financiamentos para tais fins.

É evidente que uma media vendida ao imperialismo não lhe dirá o que está acima, nem dará pormenores sobre a guerra suja da CIA e das forças especiais americanas. 

Quem não pesquisar por si próprio/a, não saberá nada: só assim será possível acreditar no mito de que os EUA são um império «benevolente», preocupado com os «direitos humanos» e com uma visão «moral» da política...

                                       
                                      «Retirada dos EUA do Afeganistão» por Abby Martin


https://mail.google.com/mail/u/0/?tab=rm&ogbl#inbox/GTvVlcSBmzbFNsRbnTCWCfVwLQxdWsqvkvNqqJQhtpJSNHzLMQQbHtdPVtjlBQHGCsCWkpPdJZPMP?projector=1&messagePartId=0.1

https://en.wikipedia.org/wiki/Opium_Wars

https://en.wikipedia.org/wiki/CIA_involvement_in_Contra_cocaine_trafficking

https://en.wikipedia.org/wiki/Allegations_of_CIA_drug_trafficking

https://chomsky.info/199804__-2/

https://www.theguardian.com/news/2018/jan/09/how-the-heroin-trade-explains-the-us-uk-failure-in-afghanistan

 https://www.unz.com/pescobar/an-empire-in-love-with-its-afghan-cemetery/

Documentário de RT: https://www.youtube.com/watch?v=gMz049ZskQw

https://thegrayzone.com/2021/04/16/biden-afghanistan-war-privatizing-contractors/

https://www.globalresearch.ca/the-spoils-of-war-afghanistan-s-multibillion-dollar-heroin-trade/91

https://www.counterpunch.org/2021/05/07/united-states-withdraws-from-afghanistan-not-really/

domingo, 18 de abril de 2021

NOVA ETAPA DA GUERRA FRIA QUE, DE FACTO, NUNCA DEIXOU DE EXISTIR.


Tradução de artigo de Rick Rozoff
em Pesquisa Global, 16 de abril de 2021


                             

Os trinta membros do Conselho do Atlântico Norte, o órgão de tomada de decisões políticas da NATO consistindo de embaixadores de todos os estados membros, publicou uma declaração apoiando a declaração da administração de Joe Biden de uma emergência nacional atribuída a acções russas, reais ou imaginárias.



"De acordo com a Lei de Poderes Económicos de Emergência Internacional (50 USC 1701 et seq.) (IEEPA), eu informo que emiti uma Ordem Executiva declarando uma emergência nacional com relação à ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, política externa, e à economia dos Estados Unidos representada por actividades estrangeiras prejudiciais especificadas, do Governo da Federação Russa.”

Num rol de acusações, que incluem nada menos que sete graves - nalguns casos, as mais graves - acusações, a carta continuou:

“Eu determinei que actividades estrangeiras prejudiciais específicas do Governo da Federação Russa - em particular, esforços para minar a realização de eleições democráticas livres e justas e instituições democráticas nos Estados Unidos e seus aliados e parceiros; participar e facilitar actividades cibernéticas maliciosas contra os Estados Unidos e seus aliados e parceiros; promover e usar a corrupção transnacional para influenciar governos estrangeiros; para exercer actividades extra-territoriais visando dissidentes ou jornalistas; minar a segurança em países e regiões importantes para a segurança nacional dos Estados Unidos; e violar princípios bem estabelecidos do direito internacional, incluindo o respeito pela integridade territorial dos Estados - constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, política externa e economia dos Estados Unidos."

A última vez que esta linguagem quase apocalíptica foi usada em relação à Rússia, foi depois das tropas soviéticas terem entrado no Afeganistão, em Dezembro de 1979. No seu discurso sobre o Estado da União em Janeiro de 1980, o presidente Jimmy Carter pronunciou estas palavras (dando origem à Doutrina Carter de mesmo nome), escritas por seu Conselheiro de Segurança Nacional Zbigniew Brzezinski e modeladas sobre a Doutrina Truman de 1947, que marcou o início da Guerra Fria:

“Que nossa posição seja absolutamente clara: uma tentativa de qualquer força externa de obter o controle da região do Golfo Pérsico será considerada um ataque aos interesses vitais dos Estados Unidos da América, e tal ataque será repelido por todos os meios necessários, incluindo força militar. ”

As preocupações de Truman relacionavam-se com actividades comunistas na Grécia e na Turquia. As de Carter, com a influência potencial da Rússia no Golfo Pérsico. As de Biden, são globais na sua natureza: tudo, desde interferência nas eleições doutras nações (algo que a sua nação, os EUA, claro, nunca fez) até usar "luvas" para influenciar agentes do governo (este artigo foi escrito em Chicago); até perseguir dissidentes e jornalistas com actividades «extra-territoriais» (a opinião de Julian Assange sobre esta matéria seria interessante) até mostrar falta de respeito pela integridade territorial de Estados (foram os EUA e não a Rússia que apoiaram a secessão do Kosovo, do Sudão do Sul e da Eritreia, na era pós-Guerra Fria).
Mesmo o ataque de 1941 a Pearl Harbor, não representou uma ameaça de vida ou morte para os Estados Unidos e seus "aliados e parceiros" em todas as partes do mundo, como Biden gostaria que acreditássemos que a Rússia representa, ao "constituir um país incomum e uma extraordinária ameaça à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos.” Washington declarou guerra à pressa contra o Japão, há oitenta anos. O que Biden fez hoje, pode muito bem ser o equivalente a essa acção.


Russia continues to demonstrate a sustained pattern of destabilising behaviour, including its violations of Ukraine’s and Georgia’s sovereignty and territorial integrity, and continued violation, non-implementation, and circumvention of numerous international obligations and commitments, including the Budapest Memorandum. Examples include attempted interference in Allied elections, including the U.S. presidential election; widespread disinformation campaigns; and malicious cyber activities. The United States and other Allies assess that all available evidence points to the responsibility of the Russian Federation for the SolarWinds hack. We stand in solidarity with the United States. We condemn the attack on Alexei Navalny, a Russian opposition figure, with the use of a nerve agent from the banned Novichok group. Any use of chemical weapons, under any circumstances, is a clear breach of international law and contrary to the Chemical Weapons Convention. Reports that Russia encouraged attacks against U.S. and NATO forces in Afghanistan are also of concern.

A declaração da NATO, com sua ladainha de acusações, prossegue com a resolução dos Estados membros consultarem-se entre si regularmente, para "abordar as acções da Rússia, que constituem uma ameaça à segurança euro-atlântica." Exige que a Rússia cesse o que a NATO caracteriza como seu comportamento desestabilizador. Também exorta a Rússia - e apenas a Rússia - a interromper as alegadas provocações perto e diminuir as tensões na fronteira do Donbass e "na Crimeia, anexada ilegalmente."

A observação de que a guerra é a continuação da política por outros meios foi atribuída a Carl von Clausewitz. É igualmente verdade, que o tipo de denúncia política e ditame detalhado acima, pode constituir a condução da guerra por outros meios. Talvez apenas até que a coisa real chegue.

terça-feira, 30 de março de 2021

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA - PARTE X

 


Se regressar mentalmente a alguns (poucos) anos atrás, reconheço que, se alguém me viesse contar sobre o quotidiano actual na sociedade, eu não acreditaria

Por isso, aconselho-vos a leitura do texto futurístico, de TE Creus, talvez ficcional, talvez antecipatório.

Este intróito leva-me a considerar a realidade da trapaça do COVID de frente: com efeito, nunca é demais repeti-lo, não é por o vírus ser real e por haver mortes reais, que tudo aquilo que os «esclarecidos» dirigentes e seus conselheiros têm dito e defendido é lógico, é científico, é realista, é humano.

Mas, ainda mais grave, é a passividade e conivência de quase toda a esquerda, cobarde, enfeudada ao sistema, comprada - quanto mais não seja - pelas mordomias (as migalhas) que lhe concede a oligarquia, nos diversos países e mesmo a nível mundial. É detestável o papel que estão a fazer , pois muitos se situam na «vanguarda» da «luta pelo desmascarar dos ditos conspiracionistas» , quando, na verdade, estão a colaborar sem vergonha e sem remates de consciência (ambas coisas de que sempre careceram) na morte da liberdade de expressão.

Os Klaus Schwab, os Bill Gates e os George Soros deste mundo podem sorrir, satisfeitos: em pouco tempo, conseguiram neutralizar discretamente os que se vangloriavam de ser os defensores dos trabalhadores, os que estão na primeira linha da defesa dos direitos humanos, etc... É caso mesmo para dizer, não apenas os neutralizaram como os recrutaram (veja-se o caso de BLM «black lives matter», ou de AF «antifa» e muitos outros pelo mundo fora).

Que amigos (e outros) não gostem do que escrevi, paciência! O facto é que denunciei há um ano, (ver aqui, também aqui) o maior golpe jamais realizado, ao nível global: pois essa análise é corroborada agora, por pessoas muito mais informadas e competentes do que eu. É aquilo que tem de ser dito; assim como aquilo que irei dizer a seguir:

Não seria possível tudo o que vemos: os despedimentos em massa, o esmagamento da capacidade reivindicativa dos trabalhadores, o atirar milhões de pessoas para a precariedade, logo para a doença mental, a depressão e o suicídio... nem tão pouco, a continuação das guerras de desgaste, cruéis e punindo as populações civis inocentes, no Iémen, na Síria, no Afeganistão, ou a ameaça muito séria de guerra a quente, com pontos de fricção em várias zonas no globo (essencialmente nas fronteiras da Rússia e da China), com o triunfo nos neo-cons do Estado profundo nas «eleições» americanas, que deram «a vitória» a um caquético fantoche, às ordens dos bilionários. Não seria possível isto tudo, sem uma traição secular de grande parte da esquerda. Na verdade, ela já tinha traído há muito, só que não tinha tido ensejo de revelar o que era, essencialmente.

Nunca mais voltará o mundo de antes, pois estamos em plena 3ª Guerra Mundial, a qual se compõe de complexas batalhas em diversas frentes, que vão das sanções, com efeitos devastadores nas populações civis dos países «inimigos» (vejam as vítimas no Irão ou na Venezuela, são as crianças, os doentes, os pobres, não são os militares de alta patente nem os governantes, que isso seja bem claro), às guerras por procuração e até à vigilância generalizada e militarização da sociedade civil, nos países dominantes.

Mas, nem tudo são trevas. Assiste-se ao acordar de uma consciência mais humana, mais próxima das muitas espiritualidades que nos legaram milhares de anos de História. 

O cristianismo, o budismo, o islamismo e todas as espiritualidades, não têm «culpa» das distorções, da hipocrisia e da falsidade dos que dizem professar tais religiões...

única luz de esperança que vejo agora, provém das pessoas que sinceramente aderem a qualquer religião, seja a que está mais próxima da minha cultura e modo de sentir, seja de outra. 

Muitos não compreendem que haja valores espirituais, pois os «valores» que eles conhecem, traduzem-se apenas em cifrões, em cotações bolsistas, etc.: São os materialistas vulgares e filosóficos... Para eles, a vida é o desfrutar, o prazer, não têm nenhum respeito ou preocupação com a verdadeira amizade, com o verdadeiro amor, com tudo aquilo que é intrinsecamente humano.   

Eles estão - aparentemente  - triunfantes: Os muito ricos enriqueceram ainda mais, desde há um ano. Sobretudo, consolidaram o seu poder. Para isso, jogou a descida dos padrões morais, sobretudo no mundo «rico», a ideologia do consumismo, hedonismo e egoísmo ostensivos. Também a traição dos chamados intelectuais, com especial destaque para os auto-proclamados defensores dos oprimidos, dos explorados, etc...

Claro que uma grande crise também está prenhe de grandes oportunidades; não apenas de destruição. Eu antevejo que as oportunidades não se limitarão à nova configuração do poder económico, mas também haverá uma «varridela» enérgica nas chamadas elites, nos políticos, na própria tecnocracia. 

Convido os leitores a procurar tudo o que não é relatado, filmado ou transmitido pela média corporativa, mas por fora. Aí, por vezes, encontram-se as mais interessantes e originais formas de pensamento e de organização. 

Os fascistas tecnocráticos são muito persistentes, mas existe já uma resistência: pessoas e grupos, considerados marginais hoje, mas que nos trazem a brisa fresca do futuro, não contaminada pela podridão do presente. Nada está definitivamente traçado.

domingo, 27 de dezembro de 2020

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA - PARTE IX


Relendo o escrito sob o mesmo título, o oitavo da série, publicado a 24 de Setembro deste ano, constata-se, pelo desenrolar dos acontecimentos, que eu não me enganei. 
Mas, isto não é nenhum mistério, não possuo poderes de divinação. Simplesmente, os factos estavam lá, diante de meus olhos, bem visíveis, nessa altura. Não é necessário ter-se uma bola de cristal! Basta não termos a vista embaciada por uma ideologia ou pela propaganda insidiosa, para correctamente vermos o presente.

«As previsões são muito difíceis de se fazer... sobretudo em relação ao futuro», como dizia alguém, um humorista-filósofo. 
Portanto, vou me cingir ao presente. 

O maior golpe de Estado de toda a história parece estar a desenrolar-se a preceito para seus planejadores e executantes. Mas, quem são eles? 

- São os mesmos para quem esta crise manufacturada, do COVID, representa um acréscimo considerável nos lucros. Apple, Google, Facebook, Netflix, Amazon, Microsoft, Tesla... são as grandes vencedoras deste jogo. As suas acções atingiram novos cumes, os índices da bolsa de Nova Iorque seriam negativos sem a sua participação. Além disso, esmagam qualquer hipótese de concorrência e obtêm contratos sumarentos com os governos (principalmente os dos EUA).

- Os outros vencedores são os grandes da indústria farmacêutica, na qual estão investidos multi- bilionários como os Bill Gates ou os Rockefeller. No caso das farmacêuticas, conseguem colocar as suas vacinas não testadas (Moderna, Pfizer, Astra-Zeneca...) ou os seus medicamentos de duvidosa eficácia (ex.: Remdesivir da Gilead), sem verdadeira supervisão dos organismos teoricamente independentes, presentes nos diversos Estados. Estes deveriam, em nome da Saúde Pública, controlar se os referidos medicamentos e vacinas se conformam ou não com as exigências necessárias para serem licenciados. Desde já, se pode afirmar claramente que não, nenhuma vacina está em condições de passar o teste para aprovação. Afinal, tal aprovação é obtida com o pretexto de uma «urgência», que não é mais que pressão exercida sobre políticos e agências que - teoricamente - deveriam ser independentes dos interesses das grandes farmacêuticas. Ainda por cima, os fabricantes de vacinas obtiveram «um passe livre», ou seja, estão isentos de quaisquer responsabilidades sobre acidentes decorrentes do uso de suas vacinas, não podem tais casos ser julgados em tribunal. As vítimas terão de recorrer aos Estados, sendo portanto eles - ou seja, nós todos, contribuintes - a pagar pelo que foi incompetência, ou desleixe, ou mão criminosa dos fabricantes... 

- No plano dos Estados e dos governos, a crise do COVID foi «um maná». Não de dinheiro, porém, pois ficaram numa situação de falência manifesta: os chamados estímulos à economia, são apenas impressão monetária, cujo benefício é para os muito ricos, apenas, indo inflacionar as bolhas de activos financeiros, com prejuízo para a economia real. 
Foi um maná, porque lhes permitiu por em prática técnicas de controlo de massas, que se atribuíam tradicionalmente aos regimes totalitários, em particular ao da China Popular. 
A introdução de tais técnicas foi «pacífica», raros foram os que apontaram os aspectos das mesmas, claramente violadores da legalidade, da constitucionalidade e da protecção dos direitos humanos. Porém, assiste-se à introdução de toda a espécie de controlo, por uma «polícia sanitária», associada à saturação «das ondas» com propaganda, já nem sequer disfarçada, ao ponto de ser impossível ouvir, ver ou ler, na media «mainstream», algo que contradiga a narrativa dominante. Em duas palavras, a democracia morreu.

- Os magnates e políticos que se reúnem entre eles, no Clube de Bilderberg ou no Fórum Mundial de Davos, parecem levar a cabo o seu jogo sem grande oposição. As oposições estão neutralizadas pelo medo, pela cooptação, ou pela influência de organizações ditas independentes, as NGO /ONGs - organizações não-governamentais - que fazem o jogo dos muito poderosos, financiadas pelas suas fundações (como NED - National Endowment for Democracy dos EUA, ou a Fundação para «uma Sociedade Aberta» de Georg Soros).

- Sabia-se, desde o princípio, a quem beneficiavam os tumultos levados a cabo por «Black Lives Matter» e «Antifa», sabia-se mesmo quem eram os seus financiadores. A existência de uma atmosfera de golpe de Estado, de revolta latente, contra o regime Trump, tinha de se revestir do aspecto duma revolta popular, mas as forças que estavam por detrás do palco, as que manobravam os manifestantes, não deixavam dúvidas sobre quais as causas profundas. O resultado eleitoral obtido por Joe Biden, depois do núcleo duro do partido democrata ter afastado os outros candidatos à presidência, que tinham algum laivo de esquerda, como Bernie Sanders ou Elizabeth Warren, foi o mais inexpressivo que dar se pode. Os apoiantes de Trump dizem que a eleição lhe foi roubada. Pode ser que tenham razão, mas... numa eleição, «não são os votantes que contam, são os que contam os votos*».

- No domínio geo-estratégico, a máquina de guerra dos EUA, só ou conjuntamente com seus aliados, reforçou ou intensificou a ocupação do Afeganistão, da Síria, do Iraque. As esquadras dos EUA sulcam os mares da China, bloqueiam o acesso de navios mercantes aos portos da Venezuela. Com apoio da vassalagem - NATO, etc -  intensificam manobras e provocações às fronteiras de países «inimigos» Rússia e China. Viveram-se em 2020 momentos só comparáveis às fases mais tensas da chamada Guerra Fria. 
De facto, esta nunca deixou de existir: Há um «partido», sempre presente dentro de ambos os partidos do poder nos EUA - Democrata e Republicano - que tem sido dominante: o «partido» que defende os interesses do complexo militar-industrial e advoga uma constante pressão, ou seja, provocações constantes, contra os inimigos, «com vista a que estes não se atrevam a tomar acções ofensivas», falando a linguagem deles.

- Temos agora situações de total inversão dos papeis: Os supostos anti-democráticos regimes de Putin e de Xi Jin Pin, avançam com soluções de paz, de redução da escalada militar, do armamento estratégico; os «democráticos» líderes do Ocidente, fazem o oposto e incentivam a subversão, «revoluções coloridas», às fronteiras ou dentro dos territórios adversários.

- Temos os líderes dos países dos BRICS, supostamente anti-liberais, a proporem maior abertura comercial, um entendimento básico para manter o livre comércio. Enquanto os líderes do «Ocidente», supostamente herdeiros da tradição liberal (tanto liberalismo político, como económico),  não param de erguer barreiras, de impor sanções (ilegais) e discriminar ou excluir empresas, sendo o caso da Huawei, apenas o mais visível. 

- Finalmente, no plano da economia mundial, os países ditos emergentes, são os que realmente já emergiram, pois tiveram uma recuperação rápida da sua produção, após a crise do COVID, como se verifica pelo crescimento da China e da Coreia do Sul. Enquanto europeus e norte-americanos, supostamente «desenvolvidos», estão a afundar-se a grande velocidade. 
É legítimo estranhar que, para esse afundamento do Ocidente, estejam a contribuir afinal os que detêm as rédeas da economia e do poder político. Porém, os oligarcas e seus mandatários políticos não são idiotas nem suicidas. Eles sabem que as economias dos seus países estão metidas num beco sem saída.
O montante das dívidas, sejam elas dos Estados, empresas ou famílias, atingiu e ultrapassou os níveis de solvência, ou seja, os níveis de endividamento em que as dívidas são pagáveis pelos devedores. Tal já não é o caso. Em vez disso, há uma fuga para a frente, uma impressão monetária desenfreada, que impulsiona bolhas especulativas, como nunca. 
O resultado disto será, com certeza, muito duro para «os de baixo» e, mesmo, para os «do meio». 

- O chamado Great Reset resume-se ao seguinte: 
Um plano destinado a eliminar as dívidas acumuladas, sem que a oligarquia perca muito, ou até, nalguns casos, consiga ganhar, pela ampliação do seu mercado, por exemplo. 
Por contraste, sabendo-se que os 99%, o pouco que possuem irão perder, os oligarcas e os governos ao seu serviço preparam o terreno: reforçam polícias, dotando-as de meios, torcem e retorcem as legislações, para que a repressão sobre os desapossados possa ocorrer, (se possível) com um semblante de legalidade. Para tal, também lhes interessa ter uma media totalmente escrava, ou seja, propalando um fluxo contínuo de «informação» que é, na realidade, condicionamento psicológico das massas. 

- Não acredito que as pessoas sejam estúpidas; podem estar desinformadas. Mas, muitas estão a acordar para a distopia em curso e compreendem que eles (os poderosos) só querem manter a passividade das multidões para continuar no poder. 
Acredito que este jogo dos poderosos é muito arriscado, pois não podem evitar que muitas pessoas e povos se revoltem, face às injustiças e ao agravamento da exploração e miséria, que eles estão a provocar, neste momento. 
Inclusive, acredito que haja pessoas, nos organismos de repressão do Estado, que percebem como estão a ser usadas contra suas próprias famílias, pelos globalistas /fascizantes. 

Esta ínfima oligarquia, agrupada em clubes, fórums, ONG's, fundações, empresas de «high tech» e de armamento e em diversos departamentos estatais, tem o intuito de se apropriar todos os recursos do planeta, mas só pode fazê-lo pela astúcia, pela corrupção de elementos políticos eleitos das nações. 

Ela tem uma agenda muito clara**, que conduzirá, caso a cidadania deixe, a um controlo das massas mais eficaz que as ditaduras totalitárias do passado. 

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*Uma afirmação correntemente atribuída a Stalin, mas nada permite afirmar que ele jamais a tenha proferido. A ideia é que o controlo do processo pós-eleitoral é determinante do resultado, ou seja, as eleições são falsificadas. Isso é que é determinante para o seu resultado...

**Quem tenha dúvidas sobre a veracidade da agenda da oligarquia mundial, veja o excelente documentário, saído a 15 de Janeiro de 2021, The New Normal.
 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

O RESULTADO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NOS EUA...

 É sempre o pior possível! Quando a máquina poderosa do Estado Profundo dos EUA se põe a manipular tudo e todos, sobretudo os candidatos aos mais altos cargos de poder, muita coisa pode acontecer, mas nunca em favor do povo. 

O povo é que NUNCA ganha, enquanto o «establishment», os grandes e poderosos lobbies que constantemente rondam Washington, sim: com qualquer candidato eleito, ganham eles, porque mantêm o controle... 

Como escreve a excelente jornalista Caitlin Johnstone, «o retrato do Império USA é o de um sorridente assassino em série.»  

                     

Pouco importa a que gang pertença, se ao «Partido Democrático» ou ao «Partido Republicano», as duas alas do Partido Único no poder. 

A violência política é o espelho de uma mentalidade intolerante. Tanto mais intolerante quanto, no fundo, estão de acordo sobre muitas coisas, os activistas que se confrontam, se agridem e se matam. Confrontam-se em torno de etiquetas, de símbolos, de figuras carismáticas ou odiadas. 
Sobre as coisas que realmente interessam, tanto ao povo americano como ao mundo, adoptam «naturalmente» o ponto de vista do poder. Estão - à «esquerda» e à «direita» - sujeitos a uma lavagem ao cérebro constante e em profundeza, desde pequenos. 
Não conseguem realmente raciocinar, os que estão por baixo, só uns poucos escapam a esta situação. Há um fosso, não apenas de riqueza material, entre ricos e pobres, mas também no acesso à cultura e à educação, a uma educação de qualidade onde se possa desenvolver o pensamento crítico. 

Nesta altura é importante que o mundo compreenda que - com Trump ou Biden - o rumo estratégico internacional dos EUA já está definido por pessoas que nunca foram eleitas e que o público, em geral, ignora quem sejam. 

Para caracterizar o poder nos EUA, a melhor analogia é o símbolo da hidra de múltiplas cabeças, da mitologia: de nada servia seccionar algumas dessas cabeças, pois as outras iriam tomar o seu lugar. 


Com efeito, a solução ao problema, não é «cortar algumas cabeças da hidra», mas tirar de cena o monstro (o imperialismo e totalitarismo), que tem devastado o planeta e continua a ameaçá-lo com guerras e todas as desgraças possíveis, para conseguir sobreviver e se manter no poder, durante mais um ou dois decénios (no máximo).


PS1 (08/12/2020): veja a entrevista de Gerald Celente sobre esta eleição e o sistema eleitoral dos EUA.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

ESTAREMOS A ASSISTIR AOS ÚLTIMOS DIAS DO JORNALISMO INDEPENDENTE?

 Hoje (02 de Nov. 2020), no preciso dia em que foi anunciada a morte de um dos maiores jornalistas da actualidade, Robert Fisk, tenho a sensação de que estamos a viver um ataque sem precedentes contra a liberdade de informação: 

A demissão de Glen Greenwald do jornal on-line, de que é fundador, «The Intercept». 

A continuada «campanha de silêncio», perante o julgamento iníquo de Julian Assange, por parte da media corporativa.

Além da perseguição e censura contra imensas pessoas que se têm pronunciado contra as políticas de «lockdown» e a forma como os governos estão a gerir as questões do Covid-19, por parte dos gigantes das «redes sociais» (Facebook, Twitter, Google, Youtube...), que estão mais associadas ao controlo das mentes, do que a dar oportunidade às pessoas de se expressarem.

 Mas, as coisas não se ficam por aqui: neste momento, aumentam de intensidade as campanhas orquestradas a partir do poder, contra a Rússia e a China, com o intuito (muito claro) de manter a população dos países Ocidentais sob uma capa de medo e receio das manobras do «inimigo», exactamente como nos piores momentos da Guerra Fria Nº1, durante o período do «Mac Carthismo». 

Estas «salvas» de artilharia mediática costumam anteceder as guerras (com tiros). 

Quais vão ser os países e povos que irão suportar a brutalidade do imperialismo dos EUA, após a eleição do novo presidente? 



quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

REPORTAGEM DE «LES-CRISES» SOBRE UKRAINEGATE CENSURADA



Facebook, sem aviso prévio, decidiu censurar a página facebook de «Les Crises», um site criado e coordenado por Olivier Berruyer: 
Com efeito, as revelações sobre o caso Burisma e a implicação profunda de Joe Biden, ingerindo-se directamente nos assuntos internos da Ucrânia, para salvar o seu filho Hunter e gabando-se disso, são demonstração cabal das duas faces do poder americano, sempre a criticar os outros por aquilo que pratica, numa escala ainda maior!

Veja o vídeo "UKRAINEGATE- PARTIE 1"
no link abaixo:


Ao vídeo acima, sucedem-se vários outros; o 2º episódio pode ser visto em https://www.les-crises.fr/exclu-les-crises-2e-partie-de-notre-serie-documentaire-ukrainegate-des-faits-qui-derangent/


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Comentário pessoal: Não sei o que a oligarquia no poder nos EUA pretende, ao transportar a candidatura de Joe Biden para primeiro plano. Não tenho a mínima dúvida que são eles que têm subsidiado e dado todas as condições para Biden ser nomeado o candidato democrata às presidenciais de 2020. 
Talvez a possibilidade de um candidato «socialista», Elizabeth Warren ou Bernie Sanders, os encha de receio e prefiram a estes potenciais vencedores face a Trump, um velho corrupto e estúpido, fácil de ser manipulado e chantageado? 
Talvez estejam secretamente rendidos ao «charme» dos muitos biliões de dólares que Trump lhes fez ganhar, já não querendo a vitória dum candidato do partido democrata.
Neste caso, seria lógico empurrarem o incompetente e corrupto Biden para a frente, com o pretexto de que ele pertence à linha «centrista», contra a linha «esquerdista» de vários outros candidatos... Ao fazê-lo, estão a favorecer imenso Trump, pois Biden não conseguirá sequer os votos duma larga franja de eleitorado democrata! 

ACTUALIZAÇÃO (29/01/2020): 
O ex-procurador Victor Chokin coloca uma queixa em tribunal contra Biden. Ver em:
https://www.les-crises.fr/breaking-news-prosecutor-shokin-files-a-complaint-against-joe-biden-for-interference-in-ukraine-s-legal-proceedings/

segunda-feira, 10 de junho de 2019

PRIMEIRO-MINISTRO DA MALÁSIA ABRE «CAIXA DE PANDORA» POLÍTICA DA UCRÂNIA




O primeiro-ministro da Malásia, Mahatir Mohamad, enviou ondas de choque num discurso público em que descartou o relatório «oficial» holandês que dava como responsáveis os russos pelo disparo contra o avião da companhia aérea Malaysia Air, voo 17 em Julho de 2014, semanas depois de um golpe orientado pela CIA que derrubou o presidente eleito da Ucrânia. 
Apesar da media ocidental ter silenciado os comentários do líder da Malásia, este está a criar um sério embaraço para o ex-vice presidente Joe Biden e seus colaboradores na Ucrânia, tais como Igor Kolomoisky, nos seus esforços patéticos para condenarem a Rússia pelos seus próprios crimes.

Durante um diálogo no Clube Japonês de Correspondentes Estrangeiros, no dia 30 de Maio, Mahatir desafiou o governo holandês a providenciar provas da sua afirmação de que o avião da Malaysian Airlines FH17 que se despenhou na Ucrânia tinha sido alvejado por um míssil BUK de fabrico russo, disparado de um regimento russo estacionado em território russo (Kursk). O primeiro-ministro malaio disse aos media japoneses: «Eles acusam a Rússia, mas onde estão as provas? Nós sabemos que o míssil que deitou abaixo o avião é de modelo russo, mas ele poderia também ter sido fabricado na Ucrânia.” Sem hesitações, Mahatir acrescentou, “É precisa uma prova sólida para mostrar que foi disparado pelos russos; poderia ter sido pelos rebeldes na Ucrânia, poderia ter sido pelas tropas governamentais da Ucrânia, porque eles também têm o mesmo míssil.”
Continuou, fazendo a exigência de que o governo da Malásia possa ser autorizado a inspeccionar a caixa negra do avião despenhado, afirmando o óbvio, sendo o avião malaio, com um piloto malaio e onde uma parte dos passageiros eram malaios: “Pode ser que não tenhamos a capacidade de peritagem mas podemos comprar os serviços de tal peritagem. Por algum motivo, a Malásia não foi autorizada a inspeccionar a caixa negra para ver o que se passou.”
Afirmou ainda, “não sabemos porque fomos excluídos do inquérito, mas desde o princípio, vemos demasiada política nisso e a ideia parece ter sido, não de descobrir como é que isso aconteceu, mas de tentar colar as culpas nos  russos.”
O voo da Malaysian Air MH17 estava no caminho de Amsterdam para Kuala Lumpur quando foi abatido acima de uma zona de conflito no leste da Ucrânia a 17 de Julho de 2014. Somente em Maio de 2018 o grupo de investigação, liderado pelos holandeses, produziu o seu relatório alegando que um míssil BUK foi usado para abater o avião da Malaysia Airlines, indicando que ele fora disparado a partir da 53ª brigada antiaérea da Federação Russa, estacionada em Kursk próximo da fronteira ucraniana. O Grupo de Investigação Holandês (Joint Investigation Team – JIT) declarou que “chegou à conclusão de que o BUK-TELAR que abateu o MH17 veio da 53ª brigada de mísseis antiaéreos estacionada em Kursk na Rússia,” segundo o investigador-chefe holandês, Wilbert Paulissen. Paulissen acrescentou, “Estamos convictos que o que encontrámos justifica as  conclusões…”
O grupo liderado por holandeses não apresentou uma prova forense concreta e Moscovo tem repetidas vezes desmentido envolvimento num tal ato, que não faria sentido em termos militares ou políticos para os russos. Em 2018 o ministro da defesa russo providenciou provas de que o míssil BUK que alvejou o avião de passageiros malaio foi manufacturado numa fábrica da Rússia em 1986 e depois despachado para a Ucrânia. A sua última localização registada era uma base militar ucraniana.
Ao levantar de novo dúvidas sobre as conclusões dos investigadores holandeses, Mahatir abriu potencialmente uma caixa de Pandora, que poderia afectar membros do governo ucraniano da época, nomeadamente Igor Kolomoisky , o bilionário apoiante de Volodymyr Zelensky, o recém-eleito presidente da Ucrânia. Potencialmente, também, poderia implicar o então vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e muitos outros.

Questões em Aberto

Os investigadores independentes da destruição do MH17 sublinham o facto de que a equipa de inquérito liderada por holandeses deliberadamente excluiu a Malásia, assim como a Rússia, do seu grupo, mas incluiu os representantes ucranianos do regime resultante do golpe de Estado apoiado pela CIA, que dificilmente se pode considerar uma parte desinteressada. Além disso todas as escutas apresentadas como prova da culpa dos russos vieram dos serviços secretos ucranianos, SBU. Desde o golpe apoiado pela CIA na Ucrânia em 2014, o SBU tem estado envolvido em repetidas acusações fabricadas contra a Rússia, até mesmo simulando o assassínio de um jornalista, que depois se revelou estar bem  vivo.
Um dos problemas que o grupo holandês JIT nunca abordou é porquê, quando se estava numa zona de guerra e os voos comerciais internacionais eram aconselhados a evitar o espaço aéreo da Ucrânia do Leste, o voo MH17 recebeu a ordem, comprovadamente, pelas autoridades de controlo aéreo em Dnepropetrovsk, a mudar o seu itinerário e voar directamente por cima da zona de guerra. Segundo um sítio Internet holandês, Post Online, o Eurocontrol, a organização europeia para a segurança da navegação aérea, informou o parlamento holandês sobre o estatuto dos radares da Ucrânia, em 2016, informando que a organização ucraniana de controlo de tráfego aéreo UkSATSE falhou informar o Eurocontrol, no Verão de 2014, sobre a situação não-operacional de três sistemas de radar no Leste da Ucrânia, uma violação grave da lei. Um dos três radares tinha sido tomado na sequência do golpe apoiado pela CIA, em Abril, por um bando usando capuz, que destruiu as instalações.

Além disso, noutra falha, o serviço ucraniano UkSATSE recusou autorização para que o seu controlador aéreo em Dnepropetrovsk, responsável pelo controlo do voo MH17, fosse questionado. Segundo reportagens russas, o indivíduo «foi de férias» e nunca mais reapareceu.

O Factor Kolomoisky

Na altura do abate do MH17, o governador ucraniano da província de Dnepropetrovsk, era Igor Kolomoisky. Kolomoisky, que é classificado como o terceiro mais rico da Ucrânia, com um império que se estende pelo petróleo, carvão, metais e banca, também está referenciado como directamente ligado, via entidades off-shore, à Burisma, uma companhia ucraniana de gás, que tem o filho do Vice-presidente Joe Biden no seu quadro de directores.
Kolomoisky, que é bem conhecido por contratar bandidos e neonazis para espancar os seus oponentes na Ucrânia, assegurou um posto lucrativo na Burisma para Hunter Biden, apesar da inexperiência deste em algo relacionado com a Ucrânia ou com petróleo e gás, como agradecimento a Joe Biden, por este ter anulado a proibição de visto de viagem aos EUA a Kolomoisky. Joe Biden era a pessoa mais responsável da administração Obama, encarregue do golpe da Praça Maidan em 2014, orquestrado pela CIA, para derrubar o presidente eleito, Viktor Yanukovych.
As observações de Mahatir chamaram a atenção de novo para as circunstâncias misteriosas envolvendo o avião da Malaysian Air MH17 em 2014 e o papel que – potencialmente – Kolomoisky e outros teriam nisto. O papel de altos funcionários da Ucrânia, corruptos e apoiados pela administração Obama, está agora a ser examinado.
O novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é largamente mencionado como protegido de Igor Kolomoisky. Zelensky tornou-se um nome conhecido como comediante numa estação de TV de Kolomoisky, o qual forneceu fundos e pessoal para a campanha vitoriosa do comediante, em Maio de 2019, em que o derrotado foi o presidente cessante, Petro Poroshenko, inimigo declarado de Kolomoisky. Após a vitória eleitoral de Zelensky, Kolomoisky regressou à Ucrânia, após um exílio na Suíça, no seguimento de um azedo conflito e ruptura com Poroshenko em 2015.
Estas peças todas formam um puzzle geopolítico muito obscuro, que mostram o papel sujo que a Ucrânia e a administração Obama jogaram ao demonizar a Rússia, assim como a Administração Trump. Recentemente, verifica-se que o Conselheiro Especial Mueller e seu pessoal, confiaram no testemunho do empresário ucraniano Konstantin Kilimnik, que trabalhava para o presidente da campanha de Trump, Paul Manafort, a figura chave supostamente ligada aos serviços secretos russos, como peça-chave para construir o caso de conivência com a Rússia ou das interferências nas eleições presidenciais de 2016.
Porém, longe de ser um agente de Putin, novas provas mostram que Kilimnik, pelo menos desde 2013, era um informador confidencial do Departamento de Estado dos EUA, de acordo com o jornalista dos EUA, John Solomon. Solomon cita documentos do Departamento de Estado, incluindo e-mails que ele viu, onde Kilimnik é descrito como «importante fonte» de informação para o Departamento de Estado dos EUA. O relatório de Mueller deixou de fora este detalhe embaraçoso, por algum motivo. Kilimnik trabalhou para Paul Manafort o qual, antes do golpe de 2014 na Ucrânia, tinha servido como «lobbyist» para o presidente eleito Viktor Yanukovych e seu Partido das Regiões.
Os actos sombrios de certas personagens na Ucrânia podem vir, em breve, recair sobre elas próprias, quer figuras da Ucrânia tais como Kolomoisky, ou pessoas como Joe Biden e família. Quanto à autoria verdadeira do disparo contra o avião MH17, existem investigadores holandeses e outros, que acreditam estar ligado a agentes ao serviço de Kolomoisky, aos negócios ucranianos de Hunter Biden e aos factos reais nas investigações ao «Russiagate» de Mueller. Todos esses aspectos poderiam ser mais reveladores para o inquérito do departamento de Justiça dos EUA, do que o inquérito de Mueller tem sido. Cada vez mais, se verifica que parece ter sido a Ucrânia e não a Rússia que foi a fonte de interferência na eleição de 2016 e não aquilo que nos têm dito a media do poder, como a CNN.


F. William Engdahl é um consultor de risco e um conferencista, possui uma licenciatura em política pela Universidade de Princeton e é um autor de «best-sellers» sobre petróleo e geopolítica. Escreve em exclusivo para o magazine on-line “New Eastern Outlook.”

[Traduzido por Manuel Banet Baptista para https://ogmfp.wordpress.com/ ]