quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
O PROBLEMA COM O DINHEIRO... NÃO É O DINHEIRO [CHARLES HUGH SMITH]
domingo, 27 de fevereiro de 2022
[Charles Hugh Smith] SISTEMA FINANCEIRO ESTÁ OTIMIZADO PARA OS SOCIOPATAS E A EXPLORAÇÃO
https://www.financialsense.com/contributors/charles-hugh-smith
Neste momento da história, as evidências são facilmente contestadas, porque o processo de fabricar provas auto- justificativas tem sido aperfeiçoado. As provas auto- justificativas são, agora, um produto que se pode comprar a preceito: Falseie o tamanho da amostra, manipule os dados com estatística, evoque um contexto para enquadrar as evidências de modo a que se incline para um dos lados (o seu), omita as evidências desinteressadas e polvilhe com matemáticas obscuras, e aí tem... As evidências e as narrativas são apresentadas como «factos», em vez do que realmente são, a trapaça elaborada, bem encenada, construída para maximizar os ganhos privados da ínfima minoria e explorar a imensa maioria.
Para que todo o sistema esteja ao serviço da ganância patológica duns poucos, o melhor é desvalorizar a verdade, relegá-la a uma mera opinião entre outras e as cadeias causais, a meras narrativas. Neste momento da História, a verdade foi rebaixada a simples quimera; existe apenas opinião e todas as opiniões são iguais. Todas as opiniões se reduzem a crenças e todas as crenças são iguais. Todas as narrativas se valem. Todas as questões se reduzem a valores: os valores são todos igualmente desenraizados, flutuando livremente, e valem todos o mesmo: zero.
Esta trapaça atingiu a perfeição no sistema financeiro, que está agora otimizado para a exploração em benefício dos sociopatas. Como explicou Nassim Taleb (com referência a Adam Smith), os mercados só funcionam se existirem regras, impostas por igual a todos os participantes. No presente sistema, há dois conjuntos de regras: um, que se pode resumir a «vale tudo» para os super-ricos e bem relacionados, e outro para todos os restantes.
Tosquie biliões às ovelhas, pagará uma multa modesta e, se todas as suas apostas saírem furadas, será resgatado porque o seu negócio é demasiado importante para falir. Desvie uma pequena soma dum banco, ou agência financeira e vai parar à prisão. Venda um produto financeiro que foi desenhado para fracassar , como se fosse de baixo risco. E então?! O cliente que tomasse mais atenção! Afinal, isto é o livre mercado a operar. Venda uma pequena quantidade de droga e vai parar ao inferno prisional.
- Dois conjuntos de regras: um simulacro de regras para os ricos - mais outra trapaça - e regras punitivas para todos os outros.
Visto que as evidências, as cadeias causais e os valores foram desprezados, já não existe o reconhecimento de que o desejo do ganho (a ganância) tanto pode desencadear exploração, como ser benéfica para o coletivo. Se o vosso desejo de ganhar leva a que façais um produto que é melhor, mais depressa, mais barato, com maior durabilidade e eficiência do que os produtos concorrentes disponíveis, o vosso ganho é o resultado de um avanço, que também serve os interesses da grande maioria.
Se o vosso desejo de ganho vos leva a construir algo - um objeto, ou um produto financeiro - defeituoso, desenhado para falhar (como as hipotecas fraudulentas ou os produtos-lixo que se destinam a encher os aterros), ou se subir o preço, simplesmente porque pode fazê-lo, a vossa ganância serve apenas os vossos interesses, à custa da maioria. Isto é a combinação perfeita da exploração. Cleptocratas e sociopatas, rejubilam neste ambiente!
Este sistema está otimizado para a exploração, pois os exploradores podem explorar as pessoas comuns, sem que elas percebam que foram saqueadas. Já não temos os meios para distinguir a fraude do facto, nem a exploração, de mercados baseados em regras.
Ezste contexto de generalizada exploração e degradação é o "Céu na Terra" para os sociopatas que não veem qualquer diferença entre ganhos obtidos esbulhando o próximo e obtidos por fornecer um produto/serviço de melhor qualidade. Eles prosperam, explorando o sistema e os seus participantes: assalariados, sócios, fornecedores, depositantes, devedores, credores e clientes.
Mas, na desoladora paisagem causada pela exploração e supremacia do interesse egoístico, algumas coisas continuam a ser verdadeiras e outras falsas. Algumas verdades permanecem evidentes por si próprias. Tal como tenho mostrado muitas vezes, podemos ver o salário/horário e o custo dos produtos e serviços essenciais em 1980, 1990, 2000, 2010 e no presente e fazer um cálculo de quantas horas de trabalho foram necessárias para pagar as despesas essenciais, como aluguer, cuidados de saúde, custos de educação das crianças, transportes, etc. Estes cálculos revelam que a capacidade aquisitiva dos salários tem vindo a descer durante as últimas décadas. Esta evidência não pode ser nulificada com declarações de que seja opinião, crença ou «um conjunto diferente de valores» --porque é um facto.
Se nós medirmos prosperidade pelo trabalho necessário para comprar as coisas básicas, todos, exceto os do topo da escala salarial, são menos prósperos hoje. Estes factos e esta cadeia causal são evidentes, por si próprios. Alguns dos que recolheram os ganhos produzidos na economia pelo trabalho da grande maioria, conseguem comprar a comunicação social mercenária, para manufaturar a ilusão de que a maioria está melhor, mas estas ditas «notícias» e «análises», só servem para nos distrair dos mecanismos de extorsão que operam "24/ 7".
Chamemos a este sistema financeiro aquilo que é, na realidade: O Metaperverso, a construção de um mundo de trapaças em benefício dos próprios, otimizado para a exploração, a perversão da justiça, o esbulhar dos muitos em benefício dos poucos, tudo isso protegido e ocultado por uma nuvem de confusão, onde tudo se equivale, na ausência de valor e onde a verdade já não existe. Tudo o que resta, são as baboseiras dos trapaceiros a competirem entre si.
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
CARTAZES DE SÁTIRA POLÍTICA/ ARTE DE RUA, EM WASHINGTON
ARTE DE RUA EM WASHINGTON
POSTERS ANÓNIMOS SURGIRAM NAS RUAS DE WASHINGTON. SÃO CRÍTICOS DE BIDEN, FAUCI E DA «DITADURA COVIDIANA».
O cartaz acima é um deles: Biden, com "auréola" de seringas e rodeado de crianças. Todas elas usando máscaras vermelhas.
A imitação de cartazes de «agit-prop» soviética não é fortuita.
Tradução da frase no cartaz: «Crianças boas são crianças dóceis».
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NB1: Charles Hugh Smith aborda a questão de como a corrupção «matou» a política, tanto nos EUA, como nos outros países ditos de «democracia representativa».
NB2: O satirista político CJ Hopkins, na sua última crónica do «Culto Covidiano» anuncia a derrocada do mesmo, o acordar das pessoas, a retirada desorganizada dos que o instalaram, ou ajudaram a instalar. Espero que tenha inteira razão!
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
[Charles Hugh Smith] A CHINA FARÁ REBENTAR A BOLHA DE TUDO
Autor: Charles Hugh Smith escrevendo no blog OfTwoMinds blog,
É bem seguro que a China enfrenta problemas estruturais. Uma listagem de artigos no número da Agosto da revista «Foreign Affairs» consagrada à China reflete isso:
A Aposta de Xi: A Corrida para Consolidar o Poder e Evitar o Desastre
A Conta Económica Chinesa: O Preço de Reformas Falhadas
Os Barões-Ladrões de Pequim: Pode a China Sobreviver à Sua Idade Dourada?
A Vida do Partido: Quão Seguro Está o Partido Comunista da China?
Isto são questões espinhosas, difíceis: o precipício demográfico resultante da política de uma criança apenas, a crescente desigualdade de riqueza, a corrupção alastrando, problemas de saúde pública (obesidade e diabetes, etc.), depredação ambiental e uma economia a desacelerar.
O que os analistas convencionais não conseguem compreender plenamente, a meu ver, são 1) a ameaça existencial para o Partido Comunista da China e para a economia chinesa, decorrente da sua bolha de crédito, sem precedentes, formando metástases 2) a sua crise de energia que desponta.
Como expliquei num artigo do meu blog, What's Really Going On in China?, («O que está realmente a ocorrer na China?») o PCC e o governo institucionalizaram informalmente a «irresponsabilidade» (a desconexão entre o risco e as suas consequências) como estando no âmago da sua política.
Qualquer perda financeira, não importa quão arriscada ou quão cheia de dívidas, era coberta pelo Estado (por resgate externo, pelo refinanciar da dívida, por novos empréstimos, etc.). Tal era visto enquanto "custo do desenvolvimento rápido", consequência da visão de que a ineficiência e o desperdício eram inevitáveis no rápido desenvolvimento da indústria, da infraestrutura imobiliária e de uma economia virada para o consumidor.
Aquilo que os dirigentes da China não compreenderam plenamente foi que esta garantia implícita de «bailouts» (resgates) - o equivalente, nos EUA, ao «A Fed guarda-nos as costas» - incentivou a especulação baseada em dívida, como sendo o «investimento» de mais baixo risco, e de mais elevado retorno, especialmente quando comparado com os investimentos arriscados de baixo lucro, de estreitas margens, nas indústrias de exportação (Lembremos que as margens de lucro das empresas de exportação chinesas rondam os 1% a 3%).
Este é o fator oculto que está a minar a produtividade e a economia chinesas: a dívida em todos os sectores está a subir em flecha, para financiar a especulação, não os ganhos de produtividade.
Esta institucionalização da irresponsabilidade incentivou os jogos de apostas menos produtivos e de maior risco - Não somente para grandes conglomerados como EverGrande, mas também para as famílias da classe média, que investiram no sistema de «shadow-banking» (um conjunto de empréstimos desregulamentados no sector privado, para financiar devedores com risco elevado, a juros altos) e compraram dois, três ou quatro apartamentos para «investimento».
As contradições resultantes desta massa de poupança investida em condomínios vazios, são sistémicas e perigosas: 1) logo que um andar esteja arrendado, perde valor pelo facto de ser «usado» 2) a vasta maioria dos andares de «investimento» é ilíquida, visto que a maior parte dos novos compradores quer um andar novo, não um usado, portanto o mercado para os usados é extremamente estreito, fora das localizações mais desejáveis, no interior de cidades como Pequim ou Xangai.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
BEM-VINDO À ERA DO CAOS E DAS NOVAS ARMAS ALIMENTANDO CONFLITOS
O primeiro deles pode ser visionado aqui.
O terceiro, sairá em Janeiro do próximo ano.
Uma audição e visionamento muito educativos pois importa saber quais os factores de conflito e o nível de insegurança que os sistemas actuais potenciam.
Quem desconhece esta informação poderá duvidar que o mundo «esteja em cima dum barril de pólvora», mas ao tomar conhecimento dos dados aqui resumidos, já não poderá duvidar disso.
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
COMO É CALCULADO O ÍNDICE DE INFLAÇÃO?
Tabelas - IPC Portugal actuais e histórico
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sábado, 23 de setembro de 2017
SOBRE NEOFEUDALISMO E PORQUE DELE NÃO SE FALA
quinta-feira, 11 de maio de 2017
PORQUE AS PROPINAS DO ENSINO SUPERIOR SUBIRAM MUITO ACIMA DA INFLAÇÃO?
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL. LANÇANDO ACHAS PARA A FOGUEIRA...
Aliás, não seria indispensável uma entidade complexa e pesada chamada «Banco Central»: a função histórica do Banco Central emerge com a economia mercantil do início do século XVIII, com as moedas de ouro, prata e outros metais em circulação a serem parcialmente sustituídas por títulos desse mesmo banco central. Logo nos primeiros tempos deste sistema, se verificaram fraudes monumentais, como a de John Law...