Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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sábado, 8 de maio de 2021

ÓPIO E «RETIRADA» DOS AMERICANOS DO AFEGANISTÃO

                               Soldados americanos no Vietname

Conhecido desde a antiguidade grega, estudado pelo médico português Garcia da Orta, muito usado pelas suas propriedades anestesiantes e analgésicas, o ópio foi, desde cedo, reconhecido como substância causadora de grave adição

Esteve na base das guerras imperialistas que subjugaram o «Império do Meio» (a China Imperial) à potência britânica, a qual impôs o comércio do ópio (vindo das colónias da Índia e comercializado por britânicos) à China, com as devastadoras consequências de espalharem a miséria, a destruição das bases mesmas da sociedade, subjugando o poder político, ferindo de morte a reverência propriamente religiosa da generalidade dos chineses ao poder imperial. 

Mais tarde, após a IIº Guerra Mundial, quando o imperialismo dominante passou a ser o americano, foi utilizado pela CIA no contexto de apoio à contra-guerrilha, nas florestas do Laos contra as forças comunistas. Daí a criação de uma zona fora de todo o controlo, o «Triângulo Dourado», que se tornou uma das principais fontes de heroína. Paradoxalmente, esta mesma heroína foi uma das causas da perda da guerra do Vietname, pois era largamente utilizada pelos GI's, os Marines, e outros corpos de soldados americanos envolvidos nesta guerra. Mas também causou a perda de referências, a desestruturação das mentes, a destruição dos indivíduos na sede do Império. Inicialmente usada, juntamente com outras substâncias, como o LSD, em programas secretos (MKULTRA) para destruir a resistência crescente da juventude americana, em especial, dos estudantes nos campus, a heroína tornou-se uma adição para milhões de pessoas nos EUA, causadora de imensas perdas em mortes por «over-dose» e de vidas desfeitas, sem esquecer a criminalidade dos gangs associados à droga.

A chamada «guerra contra a droga» (War on Drugs) foi efectivamente uma investida contra os países da América Central e do Sul, como demonstraram Noam Chomsky e outros intelectuais e activistas. 

Mas o princípio de utilizar as drogas, como estratégia para desmoralizar, enfraquecer, corromper e tornar mais fácil a submissão de populações e regimes, continuou. 

Cultivo de papoila do ópio no Afeganistão

No Afeganistão, a produção de papoila do ópio tinha sido quase eliminada pelos Taliban. Eles tinham um acordo, assinado com Bill Clinton, em que os EUA aceitavam levantar o embargo de petróleo, permitindo assim que este país paupérrimo da Ásia Central tivesse acesso a uma fonte energética absolutamente vital para eles. Em contrapartida, os Taliban comprometiam-se a acabar com a cultura do ópio e sua exportação. 

A situação foi completamente subvertida, quando a pretexto de ir atrás dos responsáveis pelo 11 de Setembro de 2001, os EUA desencadearam ataques ao Afeganistão, seguidos de ocupação pelas forças dos EUA e aliados da NATO. No encalço dos americanos, vieram bandos de «senhores da guerra» que também eram «senhores da droga» (do ópio e heroína), coligados na «Aliança do Norte». A partir deste ponto, com pleno apoio de  militares e dos agentes da CIA, estes criminosos chefes de bando tinham luz verde para dominar e fazer o que entendessem nos territórios que controlavam, desde que pusessem à distância as guerrilhas ligadas a Al Quaida e aos Taliban (principalmente vindos das tribos Pashtun).

As forças americanas especiais, com apoio e enquadramento da CIA, faziam sair a droga clandestinamente, para abastecer os mercados europeus, onde obtinham um lucro enorme e quase nenhuma concorrência. 

Quanto aos senhores da guerra afegãos, encarregavam-se de passar a droga, através das fronteiras das repúblicas resultantes do rebentamento da URSS, em direcção à Rússia. O mesmo se passava em relação ao Irão.

             

Estes países sofreram um crescimento súbito da adição ao ópio e à heroína, muito abundantes logo após a invasão americana do Afeganistão.

Na Europa, a difusão da heroína foi feita a partir das bases americanas de Rammstein (Alemanha) e do Kosovo, assim como de outras. A CIA, com os lucros enormes deste tráfico obviamente ilegal, financia operações «negras». São operações que os dirigentes da CIA não querem dar a conhecer, nem querem ser responsabilizados por elas perante o Congresso. As comissões do governo e do Congresso dos EUA, que supervisionam as actividades da CIA, não têm de «saber oficialmente» da existência de tais operações, nem terão de discutir financiamentos para tais fins.

É evidente que uma media vendida ao imperialismo não lhe dirá o que está acima, nem dará pormenores sobre a guerra suja da CIA e das forças especiais americanas. 

Quem não pesquisar por si próprio/a, não saberá nada: só assim será possível acreditar no mito de que os EUA são um império «benevolente», preocupado com os «direitos humanos» e com uma visão «moral» da política...

                                       
                                      «Retirada dos EUA do Afeganistão» por Abby Martin


https://mail.google.com/mail/u/0/?tab=rm&ogbl#inbox/GTvVlcSBmzbFNsRbnTCWCfVwLQxdWsqvkvNqqJQhtpJSNHzLMQQbHtdPVtjlBQHGCsCWkpPdJZPMP?projector=1&messagePartId=0.1

https://en.wikipedia.org/wiki/Opium_Wars

https://en.wikipedia.org/wiki/CIA_involvement_in_Contra_cocaine_trafficking

https://en.wikipedia.org/wiki/Allegations_of_CIA_drug_trafficking

https://chomsky.info/199804__-2/

https://www.theguardian.com/news/2018/jan/09/how-the-heroin-trade-explains-the-us-uk-failure-in-afghanistan

 https://www.unz.com/pescobar/an-empire-in-love-with-its-afghan-cemetery/

Documentário de RT: https://www.youtube.com/watch?v=gMz049ZskQw

https://thegrayzone.com/2021/04/16/biden-afghanistan-war-privatizing-contractors/

https://www.globalresearch.ca/the-spoils-of-war-afghanistan-s-multibillion-dollar-heroin-trade/91

https://www.counterpunch.org/2021/05/07/united-states-withdraws-from-afghanistan-not-really/

quinta-feira, 18 de junho de 2020

DANIEL ESTULIN - RESUMO DE 2 WEBINAR [3 DE JUNHO E 13 DE JUNHO]



Estulin fala de toda a mudança que está vivendo o mundo, numa visão global não convencional. Ele é um ex-membro do serviço secreto soviético, que se especializou em análise conceptual. O seu estudo de Bilderberg e os livros que daí resultaram são enormes sucessos, best-sellers mundiais. Tem uma posição própria e original. Podemos aprender muito com ele. Não somos obrigados a perfilhar as suas teses, para extrair informações e conceitos muito valiosos para construir o nosso próprio ponto de vista. 


                                 13 de junho:

Explicação dos distúrbios que estão ocorrendo nos EUA, mas também noutros sítios. Os subsídios aos desempregados, etc, vão acabar no final do Verão. Em todo o Ocidente capitalista e não apenas EUA, o que vai acontecer, quando começar a fome generalizada?
Estulin explica que estamos perante uma ruptura, um colapso do modelo actual, não se tendo qualquer modelo substituto. 
A globalização capitalista está morta, estamos perante um colapso sistémico.


[NOTA: os vídeos acima foram retirados do Youtube, por alguém. Recentemente foi publicado um vídeo com o início do webinar mais recente de Daniel Estulin de 29 de Agosto, que pode ser visto por enquanto.]

quinta-feira, 26 de março de 2020

[Manlio Dinucci] O DR. STRANGELOVE CUIDA DA NOSSA SAÚDE


                   



Perante o Coronavírus - declara o US European Command (Comando Europeu dos Estados Unidos) – “a nossa primeira preocupação é proteger a saúde das nossas forças e a das forças dos nossos Aliados. Portanto, anuncia que reduziu o número de soldados do exercício Defender Europe 20 (Defensor da Europa 20). Mas esse mesmo exercício continua.
Em 16 de Março, o Comando afirma que “desde Janeiro o US Army enviou 6.000 soldados dos Estados Unidos para a Europa”, com 12.000 peças de equipamento (desde armamentos pessoais a tanques) e que foi “completado o movimento de soldados e equipamentos, de vários portos para áreas de treino na Alemanha e na Polónia.” Além de que, “9.000 soldados dos EUA estacionados na Europa”, também participam no exercício.
Ø O objectivo declarado pelos USA é “instalar uma força de combate credível na Europa, de apoio à NATO”, evidentemente, contra a “agressão russa”.
Ø O objectivo verdadeiro - escrevemos há dois meses e meio, no il manifesto (o único jornal que então dava notícias do Defender Europe 20 ) - é semear tensão e alimentar a ideia do inimigo.
O cenário declarado do exercício nunca poderia verificar-se, também porque um confronto armado entre a NATO e a Rússia seria, inevitavelmente, nuclear. Esse é o cenário real para o qual se treinam as forças americanas, na Europa. Confirma-o o General Tod D. Wolters, Chefe do Comando Europeu dos Estados Unidos e, como tal, Comandante Supremo Aliado na Europa.
Numa audiência no Senado dos Estados Unidos, em 25 de Fevereiro de 2020, declara que “as forças nucleares, garantia suprema da segurança dos Aliados, apoiam todas as operações militares dos EUA na Europa".(1) O que significa que o Defender Europe 20 é um exercício não só de forças convencionais (não nucleares), mas também de forças nucleares.
Em 18 de Março, foi comunicado que dois bombardeiros nucleares B-2 Spirit, que fazem parte da task-force que chegou dos USA em 9 de Março, decolaram de Fairford, em Inglaterra, para treinar na Islândia e no Atlântico Norte, juntamente com três caças noruegueses F-35. Esses dois tipos de aviões foram projectados para o uso das novas bombas nucleares B61-12, que os EUA instalarão, em breve, em Itália e noutros países europeus, substituindo as actuais B-61.
Wolters eslarece na audiência do Senado, qual é a função das forças nucleares USA na Europa. Quando a Senadora Fischer lhe pergunta o que pensa do não primeiro uso das armas nucleares, o General responde: “Senadora, sou defensor de uma política flexível de primeiro uso”. Aquele que, na Europa, detém nas suas mãos as armas nucleares USA/NATO, declara oficialmente, baseado num critério “flexível”, ser partidário do primeiro uso para o first strike - para o ataque nuclear de surpresa.
Perante uma declaração desta gravidade, que obriga os generais russos a colocar o dedo no gatilho nuclear, silêncio absoluto dos governos, dos parlamentos e dos grandes meios de comunicação mediática da Europa.
Na mesma audiência, o General Wolters afirma que
Ø “Desde 2015, a Aliança deu mais importância à aplicação das capacidades nucleares” e que
Ø “O Comando Europeu dos Estados Unidos apoia plenamente as recomendações, contidas na Nuclear Posture Review 2018, para instalar o míssil balístico de baixa potência W76-2”.
A ogiva nuclear de baixa potência W76-2, já instalada em mísseis lançados de submarinos (anunciou o Pentágono, em 4 de Fevereiro), pode também ser instalada em mísseis balísticos com base no solo, perto do território inimigo. É particularmente perigosa. As armas nucleares de menor potência – alertam, também, especialistas americanos competentes - aumentam a tentação de usá-las primeiro, podem levar os comandantes a pressionar porque, num ataque, usa-se a bomba nuclear, sabendo que a “chuva de partículas radioactivas/fall out” seria limitada”. Seria como lançar um fósforo aceso num barril de pólvora.

il manifesto, 24 de Março de 2020

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Página 14 -- Parágrafo #3



quarta-feira, 11 de março de 2020

O PÂNICO DO CORONAVÍRUS ATINGE UM PAROXISMO

                              Image result for Vittorio-Emanuele

                            (galeria Vittorio-Emanuele de Milão, completamente deserta)

É verdade que esta crise é devida a um perigo bem real. 
O coronavírus, contrariamente ao que certos irresponsáveis nos querem fazer crer, não tem uma taxa de mortalidade semelhante à gripe (0.2% nas nossas sociedades) mas muito maior, pelo menos, dez vezes mais: o coronavírus é mortal para 3.6% dos pacientes contaminados, na população chinesa. 
Mas, também é verdade que as «elites» querem aproveitar o medo do coronavírus, para fazerem passar - sem contestação - as suas medidas de reforço da mundialização.
Enganam-se os que pensam (ainda!) que a mundialização é um processo globalmente positivo para a humanidade. 
O facto é que a fragilidade das nossas sociedades fica completamente aparente com esta epidemia, com a ruptura de cadeias de produção internacionais que - desde há alguns decénios - sustentavam o nosso consumo e nosso modo de vida. 
O exemplo pior é o dos medicamentos, fabricados na China numa percentagem tal, que é impossível relocalizar a produção, no curto prazo, na Europa e América do Norte. 
É socialmente mais grave essa dependência em medicamentos, que a paragem de produção dos telefones móveis (celulares), ou dos automóveis das marcas  europeias e americanas, montados a partir de peças fabricadas em quatro continentes.

Mas, prestem atenção ao que vem aí: não sabemos ao certo o que os «think-tanks» da mundialização estão cozinhando discretamente, em reuniões não publicitadas... mas podemos ter uma certeza; o que planearem será em proveito das oligarquias, dos multimilionários e bilionários. 

Tal como o 11 de Setembro de 2001 (que foi pretexto para o governo dos EUA lançar a sua «Guerra ao Terror», com guerras de agressão contra países frágeis, que não eram realmente a causa do terrorismo), também esta epidemia servirá de álibi para intensificar a guerra comercial e de sanções contra todos os que não aceitam a hegemonia USA
- A China, a Rússia, o Irão e outros, estarão sob pressão ainda maior e os países ocidentais estarão sob chantagem permanente, não podendo ter relações normais (diplomáticas e comerciais) com estes países unilateralmente sancionados pelos EUA ansiosos, ao perder a hegemonia no continente europeu e além dele. 

Oxalá me engane, mas devemos estar preparados para situações de arbitrária privação de liberdade, de controlo draconiano da informação e de perda completa de autonomia financeira, com a digitalização forçada e total do dinheiro.   

PS1: Brandon Smith escreve...«A finalidade disto é provocar o máximo de caos. 
Esta é a razão porque a media corporativa, a  Casa Branca, o CDC  e a OMS, têm sistematicamente minorado a ameaça de pandemia, até à semana passada. 
Por este motivo, as pessoas que se preparam para a situação de escassez são acusadas por eles de açambarcadoras»
PS2: o vídeo de Jeff Berwick (Dollar Vigilante), vem reforçar o que tenho afirmado neste blog: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=reHUDk0dTjg&feature=emb_logo
PS3: Charles Gave explica o «Krach»  https://www.youtube.com/watch?v=nc2vu4QfrZI