segunda-feira, 31 de março de 2025

REFLEXÃO: OS PIORES INIMIGOS DOS EUROPEUS

Esqueçam todas as carradas de propaganda disfarçada de informação que vos têm feito engolir, às pazadas: a propaganda do medo é a dos poderes oligárquicos, que têm de vos instilar o medo do «outro», do inimigo, do «bárbaro», só assim as pessoas comuns ficarão preparadas para odiar aquilo que desconhecem, para entrar em sintonia com a histeria anti-qualquer coisa.

As campanhas de ódio servem para desviar as pessoas dos verdadeiros problemas, das questões prementes do seu quotidiano. Como irão ganhar o sustento, quando nem com dois ordenados têm o suficiente para suprir as necessidades básicas? Como se poderão precaver de situações como a doença, um acidente ou quaisquer acontecimentos não previstos, mas com graves consequências nas suas vidas?

- As pessoas procuram segurança e bem-estar para os seus, em primeiro lugar para as crianças, dando-lhes afeto, satisfazendo suas necessidades de alimento, agasalho e teto; também de uma educação de qualidade, que os forme para a vida, para serem agentes ativos do seu próprio futuro, com independência.

- Quais são os pais e mães que não desejam isso, que não anseiam por que isso não lhes falte? Estas preocupações são legítimas e humanas.

Os políticos estão muito longe de as satisfazer; na verdade, subiram ao poder com promessas vazias, que esqueceram, logo que foram eleitos. É com essas pessoas que os Estados são desencaminhados; assim, eles atribuem prioridades de financiamento para o rearmamento, para as guerras. Quer o digam quer não, é claro que se vai cortar na satisfação das necessidades reais do povo, nas despesas com a saúde pública, com a educação, nas pensões de reforma e nas proteções sociais; contra o desemprego, contra doença incapacitante, contra catástrofes (inundações, tremores de terra, incêndios), que podem afetar uma ou várias comunidades.

As guerras só servem os ricos; a falácia de que a indústria de guerra é geradora de riqueza cai pela base, se virmos que ela apenas enriquece os acionistas das empresas de armamento, mas empobrece duradoiramente as nações, os contribuintes, pois serão estes que terão de pagar as enormes despesas improdutivas.

Qualquer investimento numa área social ou em infraestruturas é susceptível de gerar, a prazo, mais riqueza do que aquela que foi gasta para realizar a obra. Mas, as despesas com armamento são improdutivas, na sua essência, pois se não forem utilizadas só «servem» para ficar armazenadas; mas se são utilizadas, ainda pior, pois causam grandes destruições: mortes, estropiados, devastação, miséria.

A deriva belicista dos poderes na União Europeia é consequência da oligarquia sentir que o chão lhes está a fugir debaixo dos pés; que não tem nada para justificar sua loucura, com a qual destruíram a Ucrânia, empurrando-a para uma guerra suicidária contra a Rússia*. Ato profundamente estúpido e criminoso, em si mesmo, ainda agravado pelo facto de que sabiam desde o início que o desenlace só podia ser a derrota militar ucraniana, face às forças bem maiores e melhor equipadas da Rússia.

E tudo isto, para quê? Para satisfazer a gula insaciável de multimilionários, que viam a sua fortuna na guerra e na hipotética derrota da Rússia, abrindo este imenso país à pilhagem dos seus recursos. Esta é que foi a verdadeira motivação, por detrás do insuflar da guerra às fronteiras da Rússia, usando todo o apoio logístico da OTAN, incluindo a participação no reconhecimento, em teleguiarem os mísseis para os alvos, no treino de tropas da Ucrânia durante longos anos antes de 2022, que se dedicaram à limpeza étnica nas Repúblicas do Don (14 mil mortes civis em 8 anos), que se tinham insurgido perante o Estado, oficialmente russófobo, resultante do golpe de Maidan. 
O objetivo estratégico era bem claro: Ficaria a OTAN às fronteiras da Rússia, o que significava a colocação de mísseis de longo alcance, a 4 minutos de atingirem Moscovo, inviabilizando assim qualquer defesa anti-míssil, do lado russo.

A criminalidade dos dirigentes não me oferece dúvidas, pois eles sabiam isto perfeitamente e estavam de acordo em jogar este jogo. Eles destruíram as vidas de centenas de milhares de ucranianos e de russos, além de também colocarem as nossas em risco direto. Eles devem ser julgados por tribunais adequados, que determinem para além de que qualquer dúvida, as suas responsabilidades nestes crimes.

A cidadania europeia adormecida, embalada, ignorante ou crente na propaganda mais descarada, tem as suas responsabilidades, também: Os apoiantes destes políticos criminosos, vejo-os como coniventes. O que teriam eles (esses meus concidadãos) a menos, em termos de capacidade cognitiva, de bom senso e de formação, que um grupo - infelizmente minoritário - de outros cidadãos, opositores à guerra?

Os piores inimigos dos europeus são os próprios europeus: Porque descreem nos valores que enformaram a sua civilização: O humanismo, o respeito mútuo, a promoção da paz e do entendimento entre os povos.

É confrangedor notar se proclamem «cristãos» muitos destes europeus, mas que espezinham os valores que derivam, numa larga medida, da moral cristã. É certo que houve períodos, ao longo dos séculos, de destruições e guerras, mas também se construiu, ao longo desse tempo, uma forma de relacionamento mais humana, mais respeitadora dos outros povos, que nos habituámos a considerar como formando o substrato comum da «civilização europeia». Infelizmente, isto é uma ilusão, um verniz que estala com a maior das facilidades.

Gandhi, numa entrevista, em que lhe perguntaram o que pensava sobre a «civilização europeia»: Ele respondeu, «Acho que é uma boa ideia»... [ou seja, algo que ainda está por acontecer!].
Antes, considerei que ele exagerava um pouco; agora penso que, afinal, a sua resposta era absolutamente objetiva: Nós não evoluimos nada; somos tão destituidos de civilização como nos séculos anteriores.

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* Atualmente, mesmo um órgão tão comprometido com o imperialismo como o New York Times, reconhece no artigo  “The Partnership: The Secret History of the War in Ukraine”, as responsabilidades dos EUA em empurrarem a Ucrânia para a guerra com a Rússia.

(Segundas.f. musicais nº32) AS FOLIAS, DO FOLCLORE AOS MEIOS ARISTOCRÁTICOS

La Follia por Arcangelo Corelli

 Veja o comentário no blog Le Lutin D'Écouves

Excerto do texto do blog acima citado:

«A Folia é na sua origem uma dança, mencionada pela primeira vez num texto português do século XV. Tratava-se duma coreografia ligada a ritos de fertilidade e na qual os homens apareciam com vestidos de mulheres. O rítmo rápido, assim como o seu aspecto «louco», devem ter estado na origem do nome, as Folias».

https://lelutindecouves.blogspot.com/2010/09/les-folies-despagne-1.html

Quanto à sucessão dos acordes que formam a sequência base e sobre a qual são construídas as variações, notam-se semelhanças com o que veio a ser designado como «o Flamenco», o qual tem origem na canção renascentista «Guardame las Vacas»
As Folias também utilizam o baixo obstinado, na base de acordes formando uma armadura harmónica sobre a qual se desenvolvem variações, em geral, nas tessituras mais agudas. 
A Folia foi muito utilizada por compositores dos séculos XVI, XVII e XVIII, onde sobressaem, a par de anónimos, ibéricos célebres e, para além da Península Ibérica, de Itália, França, etc.

domingo, 30 de março de 2025

COMO A RECÉM- ELEITA PRESIDENTE MEXICANA MANTEVE EM RESPEITO DONALD TRUMP

 

Claudia Sheinbaum mostrou grande maturidade e soube fazer valer os interesses vitais do México face ao vizinho poderoso no Norte. Não se sabe se a situação vai evoluir para uma melhoria das relações ou se vai haver guerra comercial, a partir de 2 de Abril. O que é certo é que não haverá «capitulação» do lado mexicano. Veja o vídeo abaixo: 




quinta-feira, 27 de março de 2025

NEUTRALITY STUDIES: «ENCALHADOS NO REINO DA FANTASIA»

 

British MP, Lord Skidelsky


Pascal Lottaz de Neutrality Studies traz-nos  mais uma notável entrevista, de um membro da Câmara dos Lords, que exprime o hiato que se tem alargado nos últimos tempos, entre a realidade e as fantasias, daí o título desta peça: «Struck in Fantasyland» . 
Na minha opinião, o que diz Lord Skidelsky não é somente uma evidência que eu já tinha percebido, ao compulsar nestes últimos anos, materiais para as minhas crónicas neste blog; é sobretudo um apelo - implícito - à ação, das pessoas com sentido do real, para que retomem as coisas em mãos, para que acabe esta deriva «histérica» em relação à guerra Russo-Ucraniana, sobretudo na Europa da U.E. e no Reino Unido.

PS1 (28/03/2023): Martin Armstrong, no seu blog, mostra que os dirigentes dos principais países europeus da OTAN estão perfeitamente alinhados com o regime de Kiev. Estão dispostos a desencadear uma guerra directa OTAN - Rússia. Não hesitarão perante nada, desde ataques de «falsa bandeira», até à entrada em força de soldados da OTAN, combatendo ao lado da Ucrânia, a pretexto de serem «tropas de interposição», obrigando os russos a lutar contra eles. 
Segundo Martin Armstrong, vários dirigentes europeus da OTAN estão «na cama» com os neocons.

terça-feira, 25 de março de 2025

Jonathan Cook: «O Novo Fascismo»

Jonathan Cook é um britânico radicado em Nazareth (Palestina), que tem mantido um constante fluxo de informação independente, em língua inglesa, sobre o conflito israelo-palestiniano. Ele tem sido uma das fontes mais fidedignas sobre as guerras israelo-árabes e a ocupação dos Territórios da Palestina.

Podeis estar contra ou a favor dos seus pontos de vista, mas não podeis negar a objetividade e relevância dos dados que ele tem vindo a divulgar ao longo dos anos. 

Devemos tomá-lo muito a sério, quando diz que Israel é modelo («template») para o que se tem estado a passar na Europa e nos EUA, nas guerras contra as liberdades. No Reino Unido e em vários países da U.E. (incluindo a Alemanha, mas não exclusivamente) fabricaram leis que equiparam a solidariedade com o povo palestiniano, com «conivência com terroristas». Na mesma ocasião, as notícias sobre terrorismo de Estado, em Israel e nos «civilizados» países ocidentais, são suprimidas. Em vários casos, a sua denúncia tem sido mesmo criminalizada e não os atos destes Estados, propriamente terroristas!

 https://open.substack.com/pub/jonathancook/p/the-new-fascism-israel-is-the-template?utm_source=share&utm_medium=android&r=9hbco 


O fascismo nunca desapareceu das nossas sociedades, das nossas instituições,  das mentalidades de muitos concidadãos.  Esta é  a verdade que Jonathan Cook nos mostra. A conivência com o genocídio dos palestinianos às mãos dos sionistas de Israel não  seria sequer possível e ainda menos defendida por larga base do establishment, caso o fascismo tivesse sido completamente derrotado, após a II Guerra Mundial.

segunda-feira, 24 de março de 2025

PORTUGAL, «O COLAPSO EM CÂMARA LENTA»

 No vídeo seguinte são apontadas algumas das graves disfunções, que têm sido responsáveis pela crise. Esta tem sido mais longa e mais profunda que noutros países europeus. Na realidade, conjugam-se três crises, ou três componentes de uma mesma crise estrutural: demográfica, económica e social.

Na realidade, as raíses do fenómeno português podem ser procuradas bem longe, na História. Porém, no relativo curto prazo, situo a deriva agravada a partir do ano de 2015 quando, saído de uma grave recessão e com num processo anémico de crescimento, o país foi governado pelo centro-esquerda, tendo antes estado entregue ao centro-direita. 

Na realidade, trata-se de duas versões da classe dominante. Esta burguesia local tem estado vassalizada - principalmente - aos senhores da UE, à Comissão Europeia e aos governos dos países mais fortes (Alemanha e França sobretudo). 

A opção do governo P«S» de Carlos Costa, foi de  dar rédea larga à exploração de curtíssimo prazo resultante da bonança momentânea com o turismo, criando condições para uma enganadora retoma económica. Enganadora, pois não se baseava em desenvolvimento estratégico, como seria o caso, se houvesse real investimento em infraestruturas e em formação. Mesmo nos sectores «dos ovos de ouro», turismo e imobiliário, não havia real estratégia. O imobiliário foi entregue a empreendores exclusivamente virados para a construção ou reabilitação de elevados custos finais, destinada à fina camada de portugueses endinheirados e -sobretudo - aos muitos estrangeiros, principalmente da UE, mas também dos EUA, do Brasil, da China, etc. Estes superricos viam a compra de imobiliário em Portugal, como sendo um investimento com boas hipóteses de valorização. Era também avaliado este país como sendo «seguro», em termos de proteção da propriedade capitalista. 

Com a crise do COVID primeiro e depois com a deterioração do clima económico na UE, entrou-se em recessão. Esta, tem sido negada pelas estatísticas enviesadas. Mas, as condições precárias dos não-beneficiários com o «mini-boom» turístico, foram tornando-se cada vez piores. Muitos partiram para o estrangeiro, sobretudo jovens, como está documentado no vídeo. Mas, esta emigração em massa só trouxe prejuízo ao país, pois acentuou a condição de país exportador de mão-de-obra e cuja juventude - altamente qualificada- por falta de emprego adequado, é obrigada a fazer carreira no estrangeiro (a «drenagem dos cérebros» ou «brain drain»). 

A dependência estrutural de Portugal não é uma fatalidade, porém:

 Portugal possui boas condições naturais, climáticas e geográficas, para arrancar para um desenvolvimento autónomo. Mas, para isso, seria necessário que a camada dirigente dos partidos de governo tivesse uma perspectiva patriótica. Ora, esta camada é totalmente o oposto: sofre dum complexo de inferioridade face ao estrangeiro, em todos os setores do espectro político: de direita, de centro e de esquerda. O mais frequente, é digladiarem-se para arrancar mais benesses ao Estado, através do controlo da media de massas. 

A casta governante está inteiramente devotada aos interesses corporativos; sua sujeição canina ao imperialismo e à OTAN, são outro sinal claro disso.




domingo, 23 de março de 2025

PROPAGANDA 21 (Nº26): DUAS GUERRAS, UM CÉREBRO, ZERO CONSISTÊNCIA

 


Análise de como a propaganda profunda age ao nível do sentimento das pessoas; o lado racional não é posto em causa; por isso as pessoas pensam que estão em controlo do que pensam e que não se deixam influenciar pela propaganda mas estão completamente erradas. Veja no vídeo acima a demonstração.


PS: Depois de ver o vídeo acima, não ficará surpreendido por uma notícia como a seguinte ...

Israel’s Hellish Attack on the Palestinians

The Genocide Continues 


... ser completamente obliterada dos noticiários mainstream!