Mostrar mensagens com a etiqueta tema e variações. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta tema e variações. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

GROUND em DÓ MENOR por William Croft



 Este Ground em Dó menor foi, durante muito tempo, atribuído a Henry Purcell. Recentemente, foi reconhecido que seu autor é William CroftMuitas pessoas aprenderam este «ground», como sendo de autoria do famoso Purcell. A peça - em si mesma - é uma pequena obra-prima, além de ser uma curiosidade da História da Música ocidental. 
Decidi escolhê-la para ilustrar a técnica de escrita musical conhecida como «a variação». 

No caso do Ground, trata-se de variações baseadas sobre um baixo repetitivo (Ostinato), sobre o qual o tema melódico é tratado de várias maneiras: A variação pode incidir sobre os aspectos melódico, rítmico ou modal.

Desde os inícios da polifonia (Séc. XII-XIII), que um dos processos mais usados na composição, é o da construção a partir de um baixo. Deste baixo, o compositor extraía a textura harmónica, ou seja, a sequência de acordes. A partir do baixo e da voz mais aguda - portadora, em geral, da melodia - procedia-se ao «enchimento», ou seja, compunham-se as vozes intermédias. Estas deslocavam-se em movimento paralelo ou contrário ao da melodia. Esta «receita» para a construção duma peça musical tornou-se muito utilizada desde a época renascentista e dominou a escrita musical no Barroco. Note-se que muitas peças onde não figura explicitamente o termo «variação» no título, são - apesar disso - construídas sobre o referido princípio.

Na música posterior, seja ela Clássica, Romântica, Pós-romântica ou Contemporânea, continuou a ser aplicado o princípio da variação, em múltiplas peças vocais e instrumentais. 


------------------------

- EXEMPLOS DE OBRAS BASEADAS NO PRINCÍPIO DA VARIAÇÃO:


AS FOLIAS, DO FOLCLORE AOS MEIOS ARISTOCRÁTICOS


Ária com variações, dita «A Frescobaldina»


FANDANGO- FLAMENCO - FOLIA - PASACALLES - CHACONA 


 Louis Couperin, «Pasacalle em sol menor»






segunda-feira, 31 de março de 2025

(Segundas.f. musicais nº32) AS FOLIAS, DO FOLCLORE AOS MEIOS ARISTOCRÁTICOS

La Follia por Arcangelo Corelli

 Veja o comentário no blog Le Lutin D'Écouves

Excerto do texto do blog acima citado:

«A Folia é na sua origem uma dança, mencionada pela primeira vez num texto português do século XV. Tratava-se duma coreografia ligada a ritos de fertilidade e na qual os homens apareciam com vestidos de mulheres. O rítmo rápido, assim como o seu aspecto «louco», devem ter estado na origem do nome, as Folias».

https://lelutindecouves.blogspot.com/2010/09/les-folies-despagne-1.html

Quanto à sucessão dos acordes que formam a sequência base e sobre a qual são construídas as variações, notam-se semelhanças com o que veio a ser designado como «o Flamenco», o qual tem origem na canção renascentista «Guardame las Vacas»
As Folias também utilizam o baixo obstinado, na base de acordes formando uma armadura harmónica sobre a qual se desenvolvem variações, em geral, nas tessituras mais agudas. 
A Folia foi muito utilizada por compositores dos séculos XVI, XVII e XVIII, onde sobressaem, a par de anónimos, ibéricos célebres e, para além da Península Ibérica, de Itália, França, etc.