segunda-feira, 14 de outubro de 2024
FRESCOBALDI E O TRIUNFO DO BARROCO ROMANO (segundas-f. musicais, nº21)
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
CARLOS SEIXAS - OBRAS PARA INSTRUMENTOS DE TECLADO (Segundas-f. musicais, nº16)
sexta-feira, 15 de março de 2024
PÁSCOA 2024: UM REGALO DE VIVALDI
Concerto RV484
Interpreti Veneziani (Andrea Bressan fagotto)
Vivaldi: Fagottkonzert a-Moll RV 498
Sinfonieorchester ∙ Theo Plath ∙ Jean-Christophe Spinosi
domingo, 10 de março de 2024
HAENDEL, BACH, SCARLATTI - ANNE QUEFFÉLEC AO PIANO (Folles Journées de Nantes, 2024)
quinta-feira, 29 de junho de 2023
HENRY PURCELL: DIDO AND AENEAS
Nesta ópera*, H. Purcell reúne todos os elementos dramáticos, para construir um monumento barroco que resiste muito bem à passagem do tempo.
A bruxa chama as suas irmãs para lançar a maldição sobre Cartago, da qual Dido é a rainha. Através das Wayward Sisters é representada uma conspiração, nesta cena e seguintes.
https://www.youtube.com/watch?v=hzvgpCZ6rxM&list=OLAK5uy_lJokTwIL2ajsgOayUyKP12vw-77bT73ic&index=14
Purcell é realmente um monumento ímpar, em toda a cultura europeia do século XVII. Se o virmos como participante do grande movimento barroco europeu, não apenas como expoente da música das Ilhas Britânicas, temos de concluir que representa um passo decisivo para a modernidade plena. Um músico charneira, num certo sentido, mas certamente original, quer na música instrumental, quer na ópera. A inovação estilística é muito significativa, embora não pretenda entrar em ruptura com a tradição, mas apenas alargar a expressão das paixões humanas. Aplica-se plenamente a designação «drama em música», utilizada em Itália na viragem do século XVI para o séc. XVII, para a ópera. A ária celebérrima «When I'm laid in earth» (Ato III, cena 2), da mesma ópera, tem ocultado esta joia de negrume das bruxas lançando sua terrível maldição sobre Cartago... Faz-me pensar nas bruxas de «Macbeth» de Shakespeare, embora Purcell não tenha composto a ópera a partir da peça do dramaturgo.
Haendel reconheceu a qualidade dramática e musical de Purcell, criador da ópera em língua inglesa. Embora as óperas de Haendel sejam compostas em italiano - para satisfazer a moda da sua época - moldou magistralmente a matéria musical em língua inglesa, nas suas oratórias.
sexta-feira, 10 de março de 2023
TOMBEAU DE MONSIEUR DE SAINTE COLOMBE - MARIN MARAIS [SOPHIE WATILLON]
As peças designadas de «TOMBEAU» são uma idiossincrasia do barroco francês, evocada por músicos do século XX, como Ravel, que escreveu um «Tombeau» em memória do grande François Couperin.
Já analisei algumas obras designadas por Tombeau neste blog:
J. J. FROBERGER: «Tombeau faict à Paris sur la mort de Monsieur Blancheroche»
MARIN MARAIS - O «TÚMULO DE LULLY»:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/05/marin-marais-o-tumulo-de-lully.html
Outra versão do «TOMBEAU DE MONSIEUR STE. COLOMBE»:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2017/10/marin-marais-tombeau-de-monsieur-de-ste.html
São obras-primas do Barroco, apreciadas pelos amadores de música antiga.
Graças ao renovo de interesse pela execução, não só em cópias fiéis dos instrumentos da época, como também graças a um aprofundamento do estudo das fontes pelos musicólogos e executantes, podemos apreciar a música destes séculos (XVII e XVIII), revivida com o maior rigor possível.
Sophie Watillon pertence ao número pequeno, mas crescente, de interpretes que aprofundam as técnicas e estilos de execução da viola da gamba.
quarta-feira, 8 de março de 2023
RAMEAU, PEÇAS PARA CRAVO EM CONCERTO (EXCERTOS)
Este conjunto instrumental é de qualidade, adequando estilo e andamento aos requisitos próprios destas peças do final do barroco.
Outros posts sobre Rameau no blog «Manuel Banet, ele próprio»:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/10/rameau-primeiro-livro-de-pecas-para.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/10/jp-rameau-obras-para-cravo.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/09/opera-ballet-les-indes-galantes-de.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2017/03/gavotte-e-variacoes-de-rameau.html
terça-feira, 26 de abril de 2022
[Mitsuko Uchida] W. A. Mozart: Fantasia em Ré menor, K. 397
terça-feira, 16 de novembro de 2021
VELASQUEZ E O JOGO DE ESPELHOS
Se o século XVII teve alguns génios em pintura, Velasquez é certamente um deles. Tentarei explicar porquê.
A arte, nos reinos europeus, no período que vai do Renascimento até meados do século XVII, é toda ela figurativa e simbólica. O cânon era dado pela civilização greco-romana, considerada o pináculo inultrapassável de elevação estética.
A própria estética estava imbrincada com o sentido moral, visto como muito mais elevado que o saber técnico. Este, o saber técnico, seria elemento fundamental para alcançar a maestria, mas não o único pois, necessariamente, a elevação moral tinha de perpassar nas obras. Elas tinham de ter uma componente exemplar.
As grandes obras tinham de ser modelos, não apenas estéticos, como de conduta. O tema duma obra como «Las Meninas» era imediatamente compreendido pelos contemporâneos. Retratava a família real e a corte, em torno da infanta, a única descendente sobrevivente.
O génio do pintor está no arranjo da cena: Aparentemente, capta um momento do seu trabalho, enquanto pintava o retrato do casal real. O espelho no fundo reflete a imagem desfocada, mas perfeitamente identificável, do rei e da rainha, que estariam no plano donde nós observamos o quadro.
A chave deste quadro está encerrada na cena, ela própria.
Poucas pessoas se perguntam porque razão este quadro foi intitulado «Las Meninas», ou seja, as aias da princesa. Não seria mais apropriado designá-lo como «A infanta visitando Velasquez, enquanto pintava o casal real»? - Sim e não.
O nome «Las Meninas» é apropriado, porque elas estão realmente no primeiro plano e descrevem uma espécie de anel protetor em torno da infanta. Elas próprias estão rodeadas pelas figuras do anão e da anã, com o cão, o mastim pachorrento e, mais atrás, dois vultos; uma mulher, com hábito de religiosa e um homem.
No umbral da porta aberta, uma silhueta de homem austero, criado ou nobre, junto ao espelho refletindo o casal real.
Tudo está arranjado para dar a impressão de espontâneo, mas encerra um significado e simbolismo discretos. A própria ambiguidade dos planos em que está construída a obra, a sensação espacial que daí se desprende, traz complexidade, tanto na leitura da ótica física da cena, como de sua ótica simbólica, do «recado implícito» que transmite. Nem uma, nem outra são simples: A obra está estruturada com grande maestria técnica, mas não é o exercício de virtuosismo gratuito que muitos descrevem.
A tela transporta uma imagem fulcral, a de Velasquez que, ao se auto retratar, quis demonstrar algo. Ele, que estava ao serviço do monarca Filipe IV, implicitamente colocava-se ao serviço da herdeira do trono e fazia-o como alguém orgulhoso de servir.
Não é por acaso que ostenta no gibão a Cruz de Cavaleiro da Ordem de Santiago: Está a dizer que seu trabalho é o de um Cavaleiro, não de mero prático, de artesão afortunado, premiado pelo seu rei. Com sua presença, está a afirmar seu dever e compromisso de servir a infanta, tal como as duas «Meninas» o fazem, mas de outro modo.
Este quadro fez correr «rios de tinta» e fará correr muitos mais, estou convencido. Afinal, esta obra realiza, de um modo que Velasquez nunca sonhou, a perpetuação da memória do tempo em que a Espanha era governada pela monarquia dos Habsburgo.
Impressiona-me pensar que posso ver as figuras do rei, da rainha, da infanta, dos nobres, etc. na sua «palpável humanidade». Mas, ao mesmo tempo, penso como eram figuras tão poderosas. Detinham uma fortuna quase impossível de avaliar, dominavam metade do planeta, com seus povos e nações. Não é estranho que sua aparência no quotidiano chegue até nós, como se estivéssemos no palácio real?
Velasquez era um génio. Como todos os génios, transcendeu as circunstâncias históricas de sua época. Por isso hoje, também, suas obras podem iluminar (no sentido de educar) as pessoas.
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Nota: Possuem interessante informação, estes dois vídeos sobre o quadro.
quinta-feira, 1 de julho de 2021
«LA NOTTE» CONCERTO PARA FLAUTA E ORQUESTRA, DE VIVALDI
Antonio Vivaldi: "La Notte", Flute Concerto in G minor, RV 439 Support us on Patreon: http://www.patreon.com/bremerbarockor... Follow on Instagram: http://www.instagram.com/bremenbaroqu... Bremer Barockorchester: http://www.bremer-barockorchester.de Largo: 0:00 Presto (Fantasmi): 1:47 Largo: 2:35 Presto: 3:30 Largo (Il sonno): 4:33 Allegro: 6:17 Solo Recorder: Dorothee Oberlinger Violin I: Tomoe Badiarova, Meelis Orgse, Annie Gard, Naomi Burrell Violin II: Anna Stankiewicz, Marina Kakuno, Ana Vasić Viola: Alice Vaz, Luis Pinzón Violoncello: Néstor Fabián Cortés Garzón Double Bass: Eva Euwe Bassoon: Martin Jaser Lute, Guitar: Hugo de Rodas Harpsichord: Nadine Remmert