Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
Dama tocando virginal de pé, por Vermeer Jordi Savall dirige «Le Concert des Nations». Flauta solista: Marc Hantaï https://www.youtube.com/watch?v=CQRA8_rg2Fs&list=RDCQRA8_rg2Fs&t=23
As três grandes religiões monoteístas, no Ocidente, produziram um caldo de cultura que é, hoje, a Europa, juntamente com a herança grega. Foi essa cultura que se disseminou por toda a bacia mediterrânea, durante séculos. Nem sempre foram relações fáceis, mas esquecemos que - nos intervalos das cruzadas, conquistas e guerras de religião diversas - houve períodos de cruzamento genético, cultural, civilizacional.
É isso que faz com que esta zona do Mundo seja tão especial.
O Estatuto de Jerusalém está estabelecido desde 1950, pela ONU, como Cidade Santa, de facto não pertença de um Estado, embora esteja situada no território de Israel-Palestina. É a Jerusalém celeste e terrestre.
O facto de Israel pretender transferir a sua capital para Jerusalém é visto em TODO o mundo como uma violação ostensiva do frágil equilíbrio e de querer acabar com uma luz de esperança que ainda luzia no olhar das gentes dessa região e da «diáspora» palestiniana.
A intenção proclamada de transferir a embaixada dos EUA junto de Israel, para Jerusalém e a declaração reconhecendo esta cidade como capital do Estado de Israel, vem contrariar toda a tradição diplomática dos EUA como mediador «neutral» no pós-Segunda Guerra Mundial.
O que fez o seu presidente, Donald Trump, explica-se segundo Paul Craig Roberts, pela política interna dos EUA. Trump, assediado com casos fabricados contra ele para o controlar, como o «Russiagate» e outros escândalos fabricados, decidiu jogar a carta do apoio incondicional ao Estado de Israel, assim tendo a seu lado o poderoso lóbi pró-sionista, o qual inclui não apenas a AIPAC (uma poderosa associação de amizade com Israel), como também Igrejas Evangélicas (não todas, apenas uma parte), que sonham com uma unificação da religião Judaica com a Cristã, no fim dos tempos, que - segundo eles - está próximo. São estes lóbis que - nos EUA - decidem da eleição ou não de deputados, senadores e presidentes...
Porém, o problema é simples de enunciar, embora muito complexo na sua resolução:
- Aquando da Declaração Balfour (1917) criou-se uma situação explosiva, pois se sobrepôs uma legitimidade «histórica» a outra, aliás não menos histórica, decorrente dos séculos de ocupação otomana.O Mundo estava um caos, mergulhado na 1ª Guerra Mundial; as pessoas não deram importância ou apenas viram um lado do problema.
- Actualmente, isto resultou (em 1947) num Estado - Israel - cujas leis e princípios constitucionais discriminam com base na religião e na etnia. Isto está em contradição com os princípios proclamados da ONU, da qual este Estado é membro (situação criada pelo Conselho de Segurança da ONU dessa época, que incluia a URSS).
- Os espoliados e sobreviventes dos diversos episódios sangrentos desde a independência de Israel não podem aceitar as promessas não cumpridas.
São levados a cometer - por vezes - actos de desespero, vendo que a injustiça de que são vítimas não suscita mais do que «lágrimas de crocodilo» dos EUA, dos ex-poderes coloniais na região (França e Inglaterra; veja-se o acordo secreto Sykes-Picot) e das diplomacias mundiais.
- A paz na zona precisa do contributo das três grandes religiões monoteístas, entendidas enquanto diversas formas de prestar culto a Deus.
Estas têm de ser a inspiração dos poderes seculares, evitando a exaltação de «razões» religiosas, étnicas, históricas, ou outras, para continuar a manter reféns, numa guerra sem fim, tanto os povos de Israel-Palestina, como de todo o Médio Oriente.
Só quando houver uma paz verdadeira e justa em Jerusalém, o resto do Mundo poderá ter também condições para viver em paz.
Estava semi-adormecido, à longa mesa corrida da taberna.
Nisto, aparece uma barulhenta e alegre tropa fandanga, tangendo vários instrumentos, com roupas de fantasia. Esta tropa aclamava o Rei Momo, enquanto entoava a folia célebre «Rodrigo Martinez».
Logo se dispuseram em roda, com duas figuras no centro. Estas dançavam com trejeitos cómicos e eróticos. Os passos eram duma «baixa dança», mas as suas poses grotescas faziam rir a assistência, enquanto os músicos executavam variações sobre a simples melodia, introduzindo sucessivas figurações.
No centro, o par (um homem e um travestido) mudava suas maneiras a cada nova quadra, adoptando sucessivas mímicas, cruas sátiras de aristocratas, poetas, cortezãs ...
Contagiado, fui para junto da roda, batendo o pé ritmicamente e cantando os estribilhos brejeiros. Só depois desta alegre folia, a tropa carnavalesca começou a beber. Nada do que se passou a seguir me ficou na memória, porque o espírito de Bacco se apossou de meu cérebro.
Acordei no dia seguinte, deitado no soalho da taberna, com dor de cabeça e língua pastosa, típicas da ressaca, mas bem disposto; regressei a casa.