sexta-feira, 12 de julho de 2019

CIENTISTAS PÕEM EM CAUSA O EFEITO DO CO2 ANTROPOGÉNICO NO CLIMA

                         

Dois grupos de investigadores finlandeses e japoneses apelam a que seja completamente reavaliado o modelo actual climático sobre o qual se têm baseado no «Painel inter-governamental para o Clima». Segundo eles, o modelo tem defeitos profundos, pois ...
“Durante os passados cem anos, a temperatura aumentou cerca de 0.1ºC,  por causa do dióxido de carbono.  A contribuição humana foi de cerca de 0.01°C.

Além deste aspecto, o corrente modelo despreza uma variável de grande importância para explicar as variações climáticas: o efeito de radiações cósmicas, que induzem a formação de nuvens a baixa altitude, as quais por sua vez diminuem a exposição da superfície às radiações solares. Segundo o grupo de cientistas japoneses trata-se de uma variável crucial
«Este estudo fornece uma oportunidade para repensar o impacto das nuvens no clima. Quando os raios cósmicos galácticos aumentam, assim também acontece com as nuvens baixas; quando os raios cósmicos diminuem, também a formação de nuvens; portanto o aquecimento climático pode ser causado por um efeito contrário ao efeito guarda-sol. O efeito guarda-sol, causado pelos raios galácticos, é importante quando se pensa sobre o actual aquecimento, ou sobre o aquecimento ocorrido na época medieval.»
Desde há vários anos que tenho alertado amigos, colegas  e leitores deste blog para o facto do actual modelo climático não ter sustentabilidade científica. O facto dos raios cósmicos desempenharem papel tão relevante é novo para mim, mas eu (e todos os cientistas do clima!) já conhecia bem a importância do vapor de água, como principal gás de «efeito de estufa», o qual existe numa percentagem variável  na atmosfera. A existência de nuvens é um parâmetro essencial, pois elas vão ter um efeito guarda-sol, ao impedirem que chegue ao solo e à baixa atmosfera a radiação solar total, pois os comprimentos de onda da luz solar são parcialmente interceptados e reflectidos pela superfície das nuvens, um efeito parecido com o albedo das calotes polares e dos glaciares.
Lamentavelmente, este assunto do clima foi apropriado por políticos demagógicos, como Al Gore, que fizeram dele seu «cavalo de batalha» político e eleitoral. 
O condicionamento pela propaganda faz com que muitas pessoas estejam convencidas, não apenas da realidade «científica» do efeito antropogénico no aquecimento climático, como deste ter um efeito decisivo no fenómeno do aquecimento global. 
Estas pessoas não se apercebem que estão a ser manipuladas por políticos, que se servem do clima como pretexto, para fazer avançar a sua agenda globalista. 
Os direitos de carbono (e as taxas carbono), o «capitalismo verde», o lóbi das «energias renováveis», tudo isto avança a coberto da operação de intoxicação do público, fazendo-lhe crer que a questão científica está «fechada», ou seja, de que não há  contestação séria ou controvérsia nos meios científicos. 
Há um criminoso silêncio, uma autêntica conspiração dos media corporativos, para que apenas surjam as notícias apoiando o tal modelo e do modo mais sensacionalista possível, para desencadear o pânico... 

Veremos qual o impacto desta avaliação dos grupos finlandês e japonês, na média «mainstream»: eu vaticino que, caso chegue a ser noticiada, terá o tratamento mais discreto possível e será, eventualmente, acompanhada por apreciações pondo em causa a sua validade.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

SE O MUNDO FOSSE UM TABULEIRO DE XADREZ...

Se o mundo for visto como um enorme e multidimensional xadrez....

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Os EUA serão, obviamente, jogadores principais, detentores de um império, chamemos-lhe grupo «N» (NATO e associados).
No lado oposto, está um consórcio de nações poderosas, tanto geo-estrategicamente como economicamente, a Rússia, a China e também a Índia, que agora fez uma viragem decidida para o lado euro-asiático, afastando-se dos cantos de sereia anglo-americana (ver aqui a tradução de artigo de Pepe Escobar). 
Mas também o Irão, assim como um enorme conjunto de nações, mais de 60, que já participam em projectos das Novas Rotas da Seda (chamemos a esse grupo X, da Organização para a Cooperação de Xangai).

No campo N, encontram-se os parceiros dos EUA, mas essas parcerias são cada vez mais problemáticas.
- Por exemplo, Doha (Qatar) fez uma viragem decisiva há alguns anos, em direcção ao Irão (visto que têm interesse comum em explorar o gás natural que se encontra em jazida comum por debaixo das águas territoriais de ambos). O Qatar recebeu auxílio da Turquia, quando a Arábia Saudita fez um autêntico cerco, tentando curvar o emir de Qatar à disciplina do Conselho dos Estados do Golfo, entidade que agrupa os emirados e monarquias que bordejam o Mar Vermelho.

- Outro exemplo, a Turquia, embora se possa considerar este país o mais estratégico da NATO - com uma posição de extensa fronteira com a Rússia e uma localização de «pivot» na Ásia Central - está realmente em rota de colisão com os americanos e com a NATO, ao adquirir o sistema de mísseis S-400 russo. 
Mas esta aquisição é afinal a consagração da inversão de alianças, após a tentativa falhada de golpe de Gülen, eminência parda dos Irmãos Muçulmanos, inicialmente um dos promotores de Erdogan. O golpe contava com apoio encoberto da CIA e da NATO. Aliás, Gülen refugiou-se nos EUA e estes têm repetidamente recusado extraditá-lo, apesar de existirem provas inequívocas da conspiração e de ele ter prosseguido actividades contra o regime turco no exílio americano. 
Só a ajuda da Rússia, então uma potência «quase» inimiga, permitiu que as forças leais a Erdogan fizessem abortar o golpe em curso. Muitos mortos, feridos e presos resultaram da sangrenta aventura inspirada ou, pelo menos, aprovada por Langley (o quartel-general da CIA, nos EUA).

- Os países que experimentaram a brutal agressão e ocupação pelos EUA, o Afeganistão e o Iraque, não estão dispostos a servir como rampa de lançamento de um qualquer ataque contra o vizinho Irão. As grandes manifestações de agressividade dos EUA no mês passado, contra o Irão, acabaram com um «rabo entre as pernas», pois qualquer ataque teria de ser efectuado à distância, sem possibilidade de uma invasão, por terra ou por mar. Isto porque as relações dos EUA com muitos países árabes e da Ásia Central se têm deteriorado nos últimos tempos.

- Outra carta que tem sido jogada pelos EUA, além da ameaça militar, é a das sanções. 
Estas sanções, «urbi et orbi», estão a deslocar completamente o puzzle das alianças e acordos entre países, incluindo  os que estão no «coração» da Aliança Atlântica. 
Quer os europeus, que já não alinham com os EUA para sancionar o Irão e montaram um sistema de pagamentos alternativo, por forma a terem a possibilidade de continuar a comerciar com a república islâmica, sem terem de sofrer sanções, quer a Turquia, muito interessada no petróleo iraniano e que tem feito uma troca directa de petróleo por ouro, torneando assim as sanções impostas pelos EUA... quer ainda, os próprios britânicos que - no afã de garantirem uma posição vantajosa para a sua banca, na internacionalização da moeda chinesa (o  Yuan) - estão a participar em projectos dos BRICS. 
Este grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), representa cerca um quarto das trocas comerciais mundiais. Nele existem muitas diferenças, como seria de esperar. Porém, a aliança Rússia-China está cada vez mais consolidada em múltiplos planos, desde o financeiro  ao militar. Porém, a Índia fez recentemente um passo decisivo em direcção a um compromisso maior com os dois colossos, Rússia e China.

Isto são apenas exemplos. De facto, as Novas Rotas da Seda são essencialmente imbatíveis, se se mantiverem dentro dos princípios saudáveis da não-intervenção nos assuntos internos dos Estados e das trocas com vantagens mútuas. Este projecto é imbatível porque não se trata de um projecto militar, ou imperialista, o que implicaria a conquista de territórios, a ocupação de nações. 
Trata-se de um projecto genuinamente comercial. É a versão contemporânea da ideia liberal do livre comércio, do comércio sem obstáculos políticos ou institucionais e que vai enriquecer todos os intervenientes (estratégia «win-win»). 

Evidentemente, o poderio militar americano não desapareceu, até pode reforçar-se em múltiplos aspectos. Também o anúncio do destronar do dólar como principal moeda de reserva bancária e das trocas comerciais, é prematuro. 

Mas, projectando a situação presente no futuro não muito distante, verificamos que os EUA estão com maior dificuldade em impor pela força (ou ameaça dela) a sua vontade, quer aos adversários, quer aos aliados (ou vassalos). A doutrina oficial dos EUA é de que tem de exercer a hegemonia, de que não pode tolerar que outra potência seja capaz de desafiar a sua vontade (doutrina Brzezinski).

Diria que, se não é ainda um «xeque mate» para o império globalista, é certamente um ponto em que fica claro para todos, que o melhor que pode esperar o «eixo Atlântico» (EUA e aliados da NATO, etc) será uma situação de empate, ou seja, um mundo multipolar onde é necessário contar com o eixo Euro-asiático (os BRICS, a OCX - Organização de Cooperação de Xangai). 

Para mais pormenores sobre o tema, recomendo as leituras seguintes:



BREL - BRASSENS - FERRÉ E OS ANOS SESSENTA


Jacques Brel, Georges Brassens, Léo Ferré... e muitos outros. Esta «colheita» de grandes cantores-autores ... faz-me pensar que os anos sessenta foram, na criação artística, na cultura, a época de ouro do século XX ... embora não o tenham sido na economia, ou na política! 


Para mim, este fenómeno demonstra a imbecilidade de pretender reduzir a vida social, a cultura de uma época, aos seus aspectos materiais ou institucionais! 

segunda-feira, 8 de julho de 2019

COMO SE TEM INSTALADO A DITADURA GLOBAL TOTALITÁRIA?


ARTIGO DE MANUEL BAPTISTA, PARA O «Observatório da Guerra e Militarismo»



Como Se Tem Instalado A Ditadura Global Totalitária?
Com efeito, estamos a caminho de uma ditadura global totalitária, que não se assume como tal. Os EUA continuam a ter o poder supremo de decidir quem tem o direito de comprar o quê a quem; quem tem o direito à vida, com os inúmeros (e quase nunca noticiados), ataques com drones assassinos; com o uso sistemático de exércitos mercenários; de grupos terroristas como ISIS, criados pelos serviços secretos americanos e israelitas; com a apreensão de dinheiro que pertence a outros Estados soberanos (caso mais recente: Venezuela); captura de navios, como o petroleiro iraniano, tomado numa operação de piratagem ao largo de Gibraltar, pelos cães de guarda dos EUA que são os britânicos, etc, etc.

É impossível – para qualquer observador imparcial – não ficar com a forte convicção de que os EUA criaram a chamada «Guerra ao Terror», essa guerra sem fim, para poderem melhor subjugar tudo e todos.
Os regimes amigos não são poupados, veja-se o golpe de Estado que tentaram contra Erdogan e que abortou, causando a aproximação deste com a Rússia, que teve o sentido de oportunidade de fornecer auxílio, decisivo para o falhanço do referido golpe.
Na política actual, os media têm um poder enorme, maior do que no passado. Os grandes grupos económicos e os Estados sabem-no bem. Não podem ser considerados desperdício, despesas de ostentação ou mecenato benévolo, os biliões gastos nos media, incluindo as redes sociais, que desempenham cada vez mais um papel de fonte exclusiva de «notícias» para milhões de utilizadores. Evidentemente, desempenham tais aquisições e participações,- um papel estratégico, como todo o investimento feito nestas áreas.
A Terceira Guerra Mundial, a meu ver, está em curso e já há um certo tempo, só que quase ninguém ou muito poucos vêm a panorâmica mundial assim. De facto a guerra híbrida tem sido abundantemente usada, numa panóplia que vai de sanções unilaterais até a ciber-ataques às redes eléctricas de poderes inimigos e sobretudo, com o condicionamento das massas, através duma media mainstream, inteiramente ao serviço dos grandes poderes da finança e do complexo militar-securitário-industrial do Ocidente. Como nas guerras passadas, uma guerra de propaganda antecede as operações militares propriamente ditas. Mas, diferentemente das guerras mundiais passadas, isto ocorre na apatia, na anomia, das populações mesmo as mais «cultivadas», «civilizadas». Elas foram adormecidas com o ópio da procura do prazer imediato, com a adição às redes sociais e à comunicação com zero conteúdo informativo. Assim, grande parte das pessoas foi transformada em «socio-zombies», isto é, pessoas sem qualquer participação cívica. Muitas delas, estão em estado de «denegação» pois se lhes mostrarmos que a realidade não é nada parecida com a imagem que lhes é vendida nos media, elas «preferem» descartar uma tal evidência, como não tendo cabimento dentro no seu mundo digital, virtual.
Julian Assange é um prisioneiro político, sujeito a prisão arbitrária, tortura e tentativa de assassínio, por um poder globalista que se foi afirmando – até conseguir o controlo quase absoluto – nos países ditos de «democracia liberal». Isto é característico duma ditadura totalitária.

PANORÂMICA DA ECONOMIA POR CHARLES SANNAT (EM FRANCÊS)



A normalização das políticas monetárias pelos bancos centrais fracassou completamente...

A próxima crise não vai ser financeira, vai ser monetária.
Isto implica que a maneira de lhe fazer face é com activos TANGÍVEIS.

domingo, 7 de julho de 2019

G. PH. TELEMANN: CONCERTO EM FÁ MAIOR DA «TAFEL MUSIK»



A alegria de viver de um Vivaldi, conjugada com a sabedoria de um Bach, transparecem neste concerto, extraído da célebre recolha de «Música para a Mesa». Este concerto é, para mim, dos  melhores de Telemann

Ele era amigo (e não um rival) de J. S. Bach. A sua amizade significava muito para ambos; havia mesmo uma relação familiar, pois Telemann foi o padrinho de Carl Philip Emmanuel Bach.

Sendo um compositor prolífico, as suas composições não poderão ser todas de nível altíssimo; porém, em vida, ele foi muito célebre e apreciado, mais que seu amigo e «cantor» (director) da Escola de São Tomás em Leipzig 

Por que razão Telemann não é colocado lado a lado de J.  S. Bach ou de G. F. Haendel, outros grandes compositores barrocos, pelo grande público? 
Não é devido ao desprezo dos musicólogos, nem dos intérpretes de música barroca: hoje em dia, muitos  reconhecem que os três compositores são igualmente importantes. 
Talvez a inércia ou o conformismo levem as pessoas a escolher - em disco ou em concerto - o que já é arque-conhecido, em detrimento de outras obras geniais, mas menos divulgadas. 
Perante isto, tanto músicos como editoras, reforçam a execução em concerto ou a gravação do que seja mais famoso neste reportório, para terem maiores receitas.

sábado, 6 de julho de 2019

«A NOVA ESCRAVIDÃO DA CLASSE TRABALHADORA» - ENTREVISTA COM PAUL CRAIG ROBERTS



"The reason Noam Chomsky and I can speak freely is because we don’t want anything from the establishment. We are not depended on them. If we were, we would be shut down. So, you have a situation in the West where there is hardly anybody who can afford to speak freely."


(A razão porque Noam Chomsky e eu próprio podemos falar livremente é porque não queremos nada do 'establishment'. Não estamos na sua dependência. Se fossemos dependentes deles, seriamos calados. Portanto, temos uma situação no Ocidente onde quase ninguém pode permitir-se falar livremente.)



Sobre o Prof. Paul Craig Roberts  e seu pensamento:

Entrevistas de P. C. Roberts a Hanne Nabintu Herland: