Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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sexta-feira, 8 de abril de 2022

NOSSOS GRILHÕES MENTAIS: GESTÃO DA PERCEÇÃO (PERCEPTION MANAGEMENT)






 Quando penso nas grandes linhas do que tem sido o século XXI, verifico como a forma mais acabada de conduzir as massas tem sido a gestão da sua perceção.

Com efeito, quem tem o controlo sobre os grandes meios de comunicação social, quer seja o Estado, quer sejam os grandes grupos privados, pode moldar a perceção da realidade, ocultando, dizendo apenas as partes convenientes de uma realidade, ou mesmo, fabricando de todas as peças uma falsa narrativa. 

O pretexto para os americanos invadirem o Afeganistão em 2001, para depois invadirem o Iraque em 2003, para continuarem com a Líbia, o Sudão, a Síria, o Iémen...Foi - na verdade - um monstruoso «Pearl Harbour», querido pelos redatores do manifesto PNAC, os neocons. Eles têm-se sucedido em postos importantes de Washington, sob todas as presidências, enquanto elementos-chave do Estado profundo nos USA, com a participação e conivência ativa de uma grande parte do grande capital: nomeadamente, a banca (JP Morgan, Goldman Sachs e a grande banca de negócios), Blackrock e Vanguard (empresas tentaculares, desde o imobiliário, até fundos especulativos, e tomando controlo de empresas lucrativas nos USA e noutras partes do Império), as Grandes da Tecnologia (Amazon, Google, Microsoft, Apple...). Estas últimas, com seus superlucros, não só beneficiam de um monopólio de facto; são parte ativa da gestão da imagem, da censura e blackout de pessoas, ideias e informações contra a ortodoxia...

Evidentemente, não são eles os nossos únicos inimigos, mas estão de facto a usar, de forma constante, armas de destruição massiva da inteligência das pessoas. Armas que não se apresentam como tal, que as pessoas vão «voluntariamente» procurar. De facto, seria mais apropriado fazer-se uma analogia com drogas duras... Pois, o cérebro humano alimenta-se, não apenas de informação vinda do interior (ele próprio e o organismo no qual existe), como do constante fluxo de informação vinda do exterior. Assim, conforme estamos a ser «nutridos» com informação (ou lixo informativo) estamos a ser subtilmente moldados. 

A nossa perceção consciente e nosso ego podem recusar a evidência. Muitas pessoas pensam que são «elas próprias» que estão no controlo, que são elas que adotam ou rejeitam tal ou tal informação ou ponto de vista e, pensam elas, isso resulta do funcionamento lógico e racional do cérebro.

Porém, de facto o cérebro não é um computador, não é uma máquina; o cérebro recebe constantemente o «input» de impressões e afetos, que se exprimem por variações nos níveis hormonais, variações de neurotransmissores nesta ou naquela área cerebral, num complexo de circuitos de retroação.

Em tempo de guerra, a propaganda, ou seja, a forma mais maciça de influenciar a mente coletiva, torna-se mais pesada, torna-se opressiva. O regime dos países ocidentais, agora, é muito parecido com regimes do Leste, na era soviética*. Eu conheci vários países da Europa do Leste, incluindo a URSS, numa época em que as pessoas tinham a propaganda oficial por um lado e por outro, havia circulação de informação de forma semiclandestina. 

Tanto nesse contexto, como no que se verifica hoje nos países ocidentais, não havia uma impossibilidade de acesso, pelo cidadão comum, a essas fontes alternativas de informação. Nos regimes do tipo que existiram na Europa do Leste, até ao final dos anos 80, era possível encontrar pessoas abertamente críticas em relação ao sistema. Hoje, nos países ditos de «democracia liberal» é também possível encontrar pessoas, que são francamente contrárias ao Status Quo. 

Mas, não são essas pessoas que fazem a opinião. A opinião é feita por escribas, jornalistas, «pivots», pseudointelectuais, pseudo analistas, «peritos», que constantemente se sucedem, sobretudo nos meios informativos de maior audiência, despejando a «verdade» (dos regimes), as meias-verdades, as mentiras, as puras fabricações. Mas o ponto fulcral é a ausência de contraditório: Tudo isso é despejado sem que qualquer outra opinião, realmente contraditória, se faça ouvir de modo que as grosseiras deformações da realidade possam ser questionadas seriamente.  

A sofisticação do sistema de gestão da informação vai muito longe, pois os partidos ditos de oposição, mesmo com etiqueta de socialistas, comunistas, ou anticapitalistas, foram cooptados para fazer parte do coro. Quando cantam, é em harmonia, podem até fazer contraponto, mas globalmente, não deixa de ser a narrativa do poder. Apenas a ênfase, o vocabulário e os chavões são ligeiramente diferentes. Os incautos creem que estão a ouvir, ver, ou ler, alguém de «esquerda autêntica», porque lança uma série de chavões e de frases-feitas, que funcionam como luzinhas - chamariz. 

Na política-espetáculo, o discurso é tudo, a narrativa impera sobre os factos, a forma sobre o conteúdo, a personalidade e a aparência física de quem emite a «opinião», primam sobre tudo o resto. Estamos perante uma ilusão coletiva de democracia, um teatro de aparências, pois não existem reais contrapoderes. 

Os tribunais não são independentes, como sabe qualquer pessoa que esteja dentro do sistema judicial. Nem é preciso invocar casos de corrupção (reais, mas quase nunca desvendados, pois afetariam a credibilidade da instituição); basta pensarmos nos mecanismos legais e bem oleados das promoções e nomeações dentro dos corpos da magistratura. 

O mesmo se passa noutros corpos portadores de prestígio. Pensemos nos médicos e na cobardia do seu comportamento, a sua cedência face ao lóbi das grandes farmacêuticas, a sua traição do juramento de Hipócrates, o seu alheamento em fazer respeitar os direitos (já não são sagrados?) dos pacientes disporem do seu corpo e decidirem que tratamento desejam realmente ter. 

Enfim, a realidade é completamente  diferente das imagens oficiais. Também noutras profissões reina uma profunda corrupção. Referi os casos acima, para exemplificar com profissões tidas como prestigiosas. Pode-se imaginar, por analogia, o que se passa quotidianamente nas outras profissões. Na verdade, basta abrirmos os olhos e os ouvidos, e observarmos o que se passa à nossa roda.

Está-se, portanto, dentro dum processo de hipnose coletiva, de denegação da realidade, pois as pessoas foram condicionadas mentalmente** a só darem crédito aos que detêm «prestígio social»; a aparência torna-se o critério de credibilidade de algo. Por isso, é tão fácil manipular as pessoas. É um exercício feito em doses maciças e um crime contra a humanidade. Contra a humanidade em geral e contra aquilo que há de humano em cada um de nós; um abuso, uma violação das consciências. 

Mas, tal não é percebido pelos «zombies», que vão buscar informação 24/24h. no seu «smartphone», que vivem numa completa dependência, como os drogados por substâncias químicas, cocaína, heroína, anfetaminas, etc. Há pessoas que entram em estado de choque sem o seu «smartphone», se o perderam, se alguém o roubou. Ficam desorientadas, zangadas ou desalentadas, em pânico, sem saber o que fazer, como se comportarem. Estão escravizadas pelas maquinetas, num grau que apenas tem paralelo com a dependência nos neurónios cerebrais dum adito por drogas químicas.

As possibilidades de pessoas que escaparam ao processo de lobotomia ou de zombificação, se fazerem entender pelas lobotomizadas ou zombificadas, são nulas na prática. Pois, as pessoas só podem perceber o que outra está a comunicar, se forem capazes de percorrer o discurso e tentar retraçar a linha de raciocínio dessa pessoa. Mas, isso não foi aprendido na escola, nem foi cultivado ao longo da vida. Portanto, é como dar uma partitura de música complexa a alguém que nunca estudou música, e nem sequer se interessou por música... Evidentemente, tal não resultaria! 

Assim, só resta às pessoas que se entendem, de se darem a conhecer umas às outras, com muito mais proveito e prazer, do que tentarem «macaquear» os processos da media de massas. Também aqui, é evidente que não é possível erguer um contrapoder significativo à ditadura dos media e seus meios de condicionamento. É porém sempre possível preservar a nossa capacidade de diálogo, de argumentação, de partilha de pontos de vista e de confronto (não violento) de opinião, com outras pessoas que não foram lobotomizadas. Não interessa que tenham preferências culturais, políticas, etc., assim ou assado; interessa que sejam pessoas capazes de abertura real, que percebam o princípio elementar da vida em sociedade, o respeito pelos outros, pelas suas opiniões, seus direitos, de mesma forma como nós gostamos de ser respeitados.

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* Ver AQUI o artigo de Jonathan Cook, que descreve como os opositores são classificados como «doentes mentais», tal como eram descritos e internados em hospitais psiquiátricos, os dissidentes da era soviética.

**A forma como a media mainstream se transformou em (voluntária) arma de propaganda anti-russa, ilustra o grau de condicionamento a que o público está sujeito: https://www.strategic-culture.org/news/2022/04/14/war-ukraine-really-about-us-pursuing-regime-change-in-russia-bruce-gagnon/

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

JOHN W. WHITEHEAD - CUIDADO COM O MAL NO NOSSO MEIO

                                      http://www.informationclearinghouse.info/52480.htm

RETIRADO DE https://nowarnonato.blogspot.com/


                                                  
Outubro 29, 2019

“Vêm-nos na rua. Observam-nos na TV. Podem até votar num deles, neste Outono. Vocês consideram que são pessoas como vós. Estão errados. Completamente errados. ”
- They Live (Eles Vivem)


Estamos a viver em dois mundos, vocês e eu.
Existe o mundo que vemos (ou que somos feitos para ver) e, a seguir, há aquele que sentimos (e, ocasionalmente, vislumbramos), o último dos quais é completamente diferente da realidade impulsionada pela propaganda fabricada pelo governo e pelos seus patrocinadores corporativos/empresariais, incluindo a comunicação mediática.
De facto, o que a maioria dos americanos percebe como vida - privilegiada, progressista e livre - nos Estados Unidos, está muito longe da realidade, onde a desigualdade económica está a aumentar, as agendas verdadeiras e o poder incontestável estão enterrados sob camadas de linguagem orwelliana incompreensível e de obscurecimento corporativo indecifrável e a “liberdade” tal como ela é, é administrada em pequenas doses de acordo com a lei, pela polícia militarizada e armada até aos dentes.
Nem tudo é o que parece.
Este é o argumento do filme They Live, de John Carpenter, lançado há mais de 30 anos e permanece, irritante e assustadoramente apropriado, para a nossa era moderna.
Mais conhecido pelo seu filme de terror Halloween, que assume que existe uma forma do mal tão sombria que não pode ser morta, a produção total de Carpenter está imbuída de uma forte inclinação lacónica anti-autoritária, anti-establishment, que fala das preocupações do cineasta sobre o desenrolar da nossa sociedade e, particularmente, do nosso governo.
Carpenter retrata, frequentemente, o governo a agir contra os seus próprios cidadãos, uma população fora de contacto com a realidade, com a tecnologia descontrolada e perigosa e um futuro mais horrível do que qualquer filme de terror.
Em Escape from New York, Carpenter apresenta o fascismo como o futuro da América.
Em The Thing, uma reconstituição do clássico de ficção científica de 1951 do mesmo nome, Carpenter pressupõe que, cada vez mais, todos nós estamos a desumanizar-nos.
Em Christine, o filme da adaptação da novela de Stephen King sobre um carro possuído pelo demónio, a tecnologia exibe vontade e consciência próprias e entra numa violência assassina.
Em The Mouth of Madness, Carpenter observa que o mal cresce quando as pessoas perdem “a capacidade de reconhecer a diferença entre a realidade e a fantasia”.
E depois existe o They Live de Carpenter, no qual dois trabalhadores migrantes descobrem que o mundo não é o que parece. De facto, a população está a ser controlada e explorada por estrangeiros que trabalham em parceria com uma elite oligárquica. Habitualmente, a população - felizmente inconsciente da verdadeira programação em acção nas suas vidas - tem sido embalada com suavidade, doutrinada em conformidade, bombardeada com distracções da comunicação mediática e hipnotizada através de mensagens subliminares transmitidas pela televisão e por vários dispositivos electrónicos, bem como através de cartazes de propaganda em lugares públicos e dispositivos semelhantes.
Somente quando o vagabundo sem abrigo, John Nada (interpretado ao extremo pelo falecido Roddy Piper) descobre um par de óculos de sol sofisticados - lentes Hoffman – é que Nada vê o que está por trás da realidade fabricada pela elite: o controlo e a escravidão.
Quando vista através das lentes da verdade, a elite, que parece humana até ser despida dos seus disfarces, mostra serem monstros que escravizaram os cidadãos para atacá-los.
Da mesma forma, cartazes de propaganda em lugares públicos emitem mensagens ocultas e que exprimem autoridade: uma mulher de biquíni num anúncio está realmente a exigir que os espectadores “CASEM E REPRODUZAM”. As prateleiras das revistas gritam “CONSUMAM” e “OBEDEÇAM”. Um maço de notas de dólar nas mãos de um vendedor proclama, “ESTE É O VOSSO DEUS.”
Quando vistas através das lentes , de John Nada, algumas das outras mensagens ocultas a ser marteladas no subconsciente das pessoas incluem: NÃO TENHAM NENHUM PENSAMENTO INDEPENDENTE, CONFORMEM-SE, SUBMETAM-SE, PERMANEÇAM ADORMECIDOS, COMPREM, VEJAM TV, NÃO USEM A IMAGINAÇÃO e NÃO QUESTIONEM A AUTORIDADE.

Esta campanha de doutrinação projectada pela elite em They Live, é dolorosamente familiar para quem estudou o declínio da cultura americana.
Os cidadãos que não pensam por si mesmo, obedecem sem questionar, são submissos, não desafiam a autoridade, não pensam de maneira inovadora e que se contentam em sentar-se e divertir-se, são cidadãos que podem ser facilmente controlados.
Desta maneira, a mensagem subtil de They Live fornece uma analogia adequada da nossa própria visão distorcida da vida no Estado Polícia americano, ao que o filósofo Slavoj Žižek se refere como ditadura em democracia, “a ordem invisível que apoia a vossa liberdade aparente”.
Estamos a ser alimentados com uma série de ficções cuidadosamente planeadas que não têm nenhuma semelhança com a realidade.
Os que detêm o poder querem que nos sintamos ameaçados por forças fora do nosso controlo (terroristas, atiradores, bombistas).
Eles querem que tenhamos medo e dependamos do governo e dos seus exércitos militarizados para a nossa segurança e bem-estar.
Eles querem que desconfiemos uns dos outros, divididos pelos nossos preconceitos e prontos para apertar as gargantas uns dos outros.
Acima de tudo, eles querem que continuemos a marchar juntos, progredindo exactamente à mesma velocidade e na mesma direcção, especialmente, de acordo com as suas regras.
Afastem as tentativas do governo para nos distrair, desviar e para nos confundir e sintonizar com o que realmente está a acontecer neste país, e irão defrontar-se com uma verdade inconfundível e desagradável: a elite endinheirada que nos governa, consideram-nos recursos dispensáveis a serem usados, abusados e descartados.
De facto, um estudo realizado pela Universidade de Princeton e Northwestern concluiu que o governo dos EUA não representa a maioria dos cidadãos americanos. Pelo contrário, o estudo descobriu que o governo é chefiado pelos ricos e poderosos, a chamada “elite económica”. Além do mais, os pesquisadores concluíram que as políticas adoptadas por essa elite governamental quase sempre favorece interesses especiais e grupos de lobby.
Por outras palavras, estamos a ser governados por uma oligarquia disfarçada de democracia e, sem dúvida, a caminho do fascismo - uma forma de governo onde governam os interesses corporativos privados, o dinheiro controla e comanda e as pessoas são vistas como meros sujeitos para serem controlados.
Não precisa apenas de ser rico - ou ser fiel aos ricos - para ser eleito hoje em dia, mas ser eleito também é uma maneira infalível de ficar rico. Como relata a CBS News: “Uma vez no cargo, os membros do Congresso desfrutam de acesso a ligações e informações que podem usar para aumentar a sua riqueza, de maneiras sem paralelo no sector privado. E quando os políticos deixam o cargo, as suas ligações permitem-lhes lucrar ainda mais.”
Ao denunciar esta corrupção flagrante do sistema político americano, o antigo Presidente Jimmy Carter criticou o processo de ser eleito - para a Casa Branca, para a mansão do governador, para o Congresso ou para as legislaturas estaduais - como "suborno político ilimitado ... uma corrupção do nosso sistema político como recompensa/”LUVAS” aos principais contribuintes, que querem e esperam e às vezes recebem, favores para si mesmos quando as eleição acabarem.”
Tenham a certeza de que, quando e se o fascismo finalmente se firmar na América, as formas básicas de governo permanecerão: o fascismo irá aparentar ser amigável. Os legisladores estarão em sessão. Haverá eleições e a comunicação mediática continuará a avalizar o entretenimento e as banalidades políticas. No entanto, o consentimento dos governados não será imprescindível. O controlo real terá passado, finalmente, para a elite oligárquica, que controla o governo nos bastidores.
Soa familiar?
É claro que agora somos governados por uma elite oligárquica de interesses governamentais e corporativos.
Mudamos para o “corporativismo” (preferido por Benito Mussolini), que é um ponto intermediário no caminho para o fascismo completo.
O corporativismo é onde os poucos interesses monetários - não eleitos pelos cidadãos - governam sobre muitos. Dessa forma, não é uma democracia ou uma forma republicana de governo, que é o que o governo americano foi estabelecido para ser. É uma forma de governo de cima para baixo e uma história aterradora, tipificada pelos desenvolvimentos ocorridos nos regimes totalitários do passado: Estados Polícias onde todos são observados e espiados, detidos por infracções menores pelos agentes do governo e colocados sob controlo da polícia e colocados em campos de detenção (também conhecidos como campos de concentração).
Para que o martelo final do fascismo caia, será necessário o ingrediente mais crucial: a maioria das pessoas terá de concordar que não é apenas conveniente, mas que é necessário.
Mas por que razão um povo concordaria com um regime tão opressivo?
A resposta é a mesma em todas as épocas: o medo.
O medo é o método mais usado pelos políticos para aumentar o poder do governo. E, como a maioria dos comentaristas sociais reconhece, uma atmosfera de medo atravessa a América moderna: o medo do terrorismo, o medo da polícia, o medo dos nossos vizinhos etc.
A propaganda do medo tem sido usada com bastante eficiência por aqueles que querem obter controlo, e está a agir sobre a população americana.
Apesar de termos 17.600 vezes mais oportunidades de morrer de doenças cardíacas do que de um ataque terrorista; 11.000 vezes mais hipóteses de morrer de um acidente de avião do que de uma conspiração terrorista que envolva um avião; 1.048 vezes mais possibilidades de morrer de um acidente de carro do que de um ataque terrorista e 8 vezes mais probabilidades de ser morto por um polícia do que por um terrorista, entregamos o controlo das nossas vidas aos oficiais do governo que nos tratam como um meio para atingir um fim - a fonte do dinheiro do poder.
Como adverte o homem de barba em They Live: “Eles estão a desmantelar a classe média adormecida. Cada vez há mais pessoas que estão a ficar pobres. Nós somos o gado deles. Estamos a ser criados para a escravidão.”
A este respeito, não somos muito diferentes dos cidadãos oprimidos em They Live.
Desde o momento em que nascemos até que morremos, somos doutrinados para acreditar que aqueles que nos governam o fazem para o nosso próprio bem. A verdade é completamente diferente.
Apesar da verdade nos confrontar, cara a cara, permitimos que nos tornassem zombies medrosos, controlados e pacificados.
Vivemos num estado perpétuo de negação, isolados da dolorosa realidade do Estado Polícia americano por notícias de entretenimento em telas de parede a parede e pelas televisões.
Hoje em dia, quase todos ficam de cabeça baixa enquanto olham obcecados, como zombies, para o visor dos seus telemóveis/celulares, mesmo quando estão a atravessar a rua. As famílias sentam-se nos restaurantes com a cabeça baixa, separadas pelos seus telemóveis e desconhecem o que está a acontecer à sua volta. Os jovens parecem especialmente dominados pelos dispositivos que seguram nas mãos, alheios ao facto de que podem, simplesmente, apertar um botão, desligar a coisa e ir embora.
De facto, não há actividade em grupo maior do que aquela ligada àqueles que assistem a telas - ou seja, televisão, computadores portáteis, computadores pessoais, telefones celulares, etc. Na verdade, um estudo da Nielsen relata que a visualização americana em tela está ao nível mais alto de todos os tempos. Por exemplo, o americano médio assiste aproximadamente 151 horas de televisão por mês.
É claro, a questão é, que efeito é que esse consumo de tela tem na mente de alguém?
Psicologicamente, é semelhante à dependência de drogas. Os pesquisadores descobriram que “quase imediatamente após ligar a TV, os indivíduos relataram sentir-se mais descontraídos e, como isso ocorre muito rapidamente e a tensão regressa rapidamente após a TV ser desligada, as pessoas são condicionadas a associar a visualização da TV à ausência de tensão.”A pesquisa também mostra que, independentemente da programação, as ondas cerebrais dos espectadores diminuem a velocidade, transformando-as, assim, num estado mais passivo e sem resistência.
Historicamente, a televisão tem sido usada pelas autoridades para acalmar o descontentamento e pacificar pessoas problemáticas. “Perante o número excessivo de pessoas nesses locais e os orçamentos limitados para reabilitação e aconselhamento, cada vez mais, os funcionários prisionais estão a usar a TV para manter os presos calmos”, segundo a Newsweek.
Dado que a maioria do que os americanos assistem na televisão é fornecido por canais controlados por seis mega corporações, o que assistimos agora é controlado por uma elite corporativa e, se essa elite precisar promover um ponto de vista específico ou pacificar os seus espectadores, poderá fazê-lo em larga escala.
Se estamos a observar, não estamos a agir.
Os que detêm o poder compreendem esta afirmação. Como o jornalista de televisão, Edward R. Murrow, advertiu num discurso de 1958:
Actualmente, estamos ricos, gordos, confortáveis e tolerantes. Presentemente, temos uma alergia embutida a informações desagradáveis ou perturbadoras. Os nossos meios de comunicação mediática reflectem-no. Mas, a menos que reduzamos os nossos excedentes de gordura e reconheçamos que a televisão, em geral, está a ser usada para nos distrair, iludir, divertir e isolar-nos, então a televisão e aqueles que a financiam, aqueles que olham para ela e aqueles que trabalham nela, poderão ver uma imagem totalmente diferente demasiado tarde.
Quando tudo estiver dito e feito, o mundo do They Live não é tão diferente do nosso. Como um dos personagens salienta, “os pobres e a classe desfavorecida estão a aumentar. A justiça racial e os direitos humanos são inexistentes. Eles criaram uma sociedade repressiva e nós somos os seus cúmplices involuntários. A sua intenção de governar repousa na aniquilação da consciência. Fomos embalados num transe. Eles tornaram-nos indiferentes connosco e com os outros. Temos a nossa atenção concentrada apenas no nosso benefício.”
Também estamos focados apenas nos nossos próprios prazeres, preconceitos e benefícios. Os pobres e as classes desfavorecidas também estão a aumentar. A injustiça racial está a agigantar-se. Os direitos humanos são quase inexistentes. Fomos, igualmente, embalados num transe, indiferentes aos outros.
Alheios ao que temos pela frente, temos sido levados a acreditar que, se continuarmos a consumir, a obedecer e a ter fé, as coisas vão dar certo. Mas isso nunca aconteceu com regimes que começam a ganhar notoriedade. E quando sentirmos o martelo cair sobre nós, será tarde demais.
Então, onde isso nos deixa?
Os personagens que povoam os filmes de Carpenter fornecem algumas pistas.
Sob o seu machismo, eles ainda acreditam nos ideais de liberdade e igualdade de oportunidades. As suas crenças colocam-nos em constante oposição à lei e ao establishment, mas ainda assim são os guerreiros em prol da liberdade.
Quando, por exemplo, John Nada destrói o hipo-transmissor alienígena em They Live, restaura a esperança, dando aos Estados Unidos uma chamada de despertar para a liberdade.
Essa é a chave: precisamos de acordar.
Parem de se distrair facilmente com espectáculos políticos inúteis e prestem atenção ao que realmente está a acontecer no país.
A verdadeira batalha pelo controlo desta nação não está a ser travada entre republicanos e democratas nas urnas.
Como deixo claro no meu livro Battlefield America: The War on the American People, a verdadeira batalha pelo controlo desta nação está a acontecer nas estradas, nos carros da polícia, nas testemunhas, nas linhas telefónicas, nos departamentos governamentais, nos escritórios corporativos, nos corredores e nas salas de aula de escolas públicas, nos parques e nas reuniões da Câmara da capital e das vilas e cidades, em todo o país.
A verdadeira batalha entre a liberdade e a tirania está a ocorrer perante os nossos olhos, se os abrirmos.
Todas as armadilhas do Estado Polícia americano estão agora à vista.
Acorda, América.
Se eles vivem (os tiranos, os opressores, os invasores, os senhores), é apenas porque “nós, o povo” estamos a dormir.


Este artigo foi publicado originalmente em The Rutherford Institute.
Categoria: Free Society

Escrito por: John W. Whitehead


John W. Whitehead, advogado constitucional, autor, fundador e presidente do Instituto Rutherford. Pode ser contactado em johnw@rutherford.org. Este artigo é uma versão revisada de uma peça que apareceu originalmente no site do Rutherford Institute, www.rutherford.org, e é reimpresso com permissão.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

COMO SE TEM INSTALADO A DITADURA GLOBAL TOTALITÁRIA?


ARTIGO DE MANUEL BAPTISTA, PARA O «Observatório da Guerra e Militarismo»



Como Se Tem Instalado A Ditadura Global Totalitária?
Com efeito, estamos a caminho de uma ditadura global totalitária, que não se assume como tal. Os EUA continuam a ter o poder supremo de decidir quem tem o direito de comprar o quê a quem; quem tem o direito à vida, com os inúmeros (e quase nunca noticiados), ataques com drones assassinos; com o uso sistemático de exércitos mercenários; de grupos terroristas como ISIS, criados pelos serviços secretos americanos e israelitas; com a apreensão de dinheiro que pertence a outros Estados soberanos (caso mais recente: Venezuela); captura de navios, como o petroleiro iraniano, tomado numa operação de piratagem ao largo de Gibraltar, pelos cães de guarda dos EUA que são os britânicos, etc, etc.

É impossível – para qualquer observador imparcial – não ficar com a forte convicção de que os EUA criaram a chamada «Guerra ao Terror», essa guerra sem fim, para poderem melhor subjugar tudo e todos.
Os regimes amigos não são poupados, veja-se o golpe de Estado que tentaram contra Erdogan e que abortou, causando a aproximação deste com a Rússia, que teve o sentido de oportunidade de fornecer auxílio, decisivo para o falhanço do referido golpe.
Na política actual, os media têm um poder enorme, maior do que no passado. Os grandes grupos económicos e os Estados sabem-no bem. Não podem ser considerados desperdício, despesas de ostentação ou mecenato benévolo, os biliões gastos nos media, incluindo as redes sociais, que desempenham cada vez mais um papel de fonte exclusiva de «notícias» para milhões de utilizadores. Evidentemente, desempenham tais aquisições e participações,- um papel estratégico, como todo o investimento feito nestas áreas.
A Terceira Guerra Mundial, a meu ver, está em curso e já há um certo tempo, só que quase ninguém ou muito poucos vêm a panorâmica mundial assim. De facto a guerra híbrida tem sido abundantemente usada, numa panóplia que vai de sanções unilaterais até a ciber-ataques às redes eléctricas de poderes inimigos e sobretudo, com o condicionamento das massas, através duma media mainstream, inteiramente ao serviço dos grandes poderes da finança e do complexo militar-securitário-industrial do Ocidente. Como nas guerras passadas, uma guerra de propaganda antecede as operações militares propriamente ditas. Mas, diferentemente das guerras mundiais passadas, isto ocorre na apatia, na anomia, das populações mesmo as mais «cultivadas», «civilizadas». Elas foram adormecidas com o ópio da procura do prazer imediato, com a adição às redes sociais e à comunicação com zero conteúdo informativo. Assim, grande parte das pessoas foi transformada em «socio-zombies», isto é, pessoas sem qualquer participação cívica. Muitas delas, estão em estado de «denegação» pois se lhes mostrarmos que a realidade não é nada parecida com a imagem que lhes é vendida nos media, elas «preferem» descartar uma tal evidência, como não tendo cabimento dentro no seu mundo digital, virtual.
Julian Assange é um prisioneiro político, sujeito a prisão arbitrária, tortura e tentativa de assassínio, por um poder globalista que se foi afirmando – até conseguir o controlo quase absoluto – nos países ditos de «democracia liberal». Isto é característico duma ditadura totalitária.