ARTIGO DE MANUEL BAPTISTA, PARA O «Observatório da Guerra e Militarismo»
Com efeito, estamos a caminho de uma ditadura global
totalitária, que não se assume como tal. Os EUA continuam a ter o poder
supremo de decidir quem tem o direito de comprar o quê a quem; quem tem o
direito à vida, com os inúmeros (e quase nunca noticiados), ataques com drones
assassinos; com o uso sistemático de exércitos mercenários; de grupos
terroristas como ISIS, criados pelos serviços secretos americanos e israelitas;
com a apreensão de dinheiro que pertence a outros Estados soberanos (caso mais
recente: Venezuela); captura de navios, como o petroleiro iraniano, tomado numa
operação de piratagem ao largo de Gibraltar, pelos cães de guarda dos EUA que
são os britânicos, etc, etc.
É impossível – para qualquer observador imparcial – não
ficar com a forte convicção de que os EUA criaram a chamada «Guerra ao
Terror», essa guerra sem fim, para poderem melhor subjugar tudo e todos.
Os regimes amigos não são poupados, veja-se o golpe de
Estado que tentaram contra Erdogan e que abortou, causando a aproximação deste
com a Rússia, que teve o sentido de oportunidade de fornecer auxílio, decisivo
para o falhanço do referido golpe.
Na política actual, os media têm um poder enorme, maior do
que no passado. Os grandes grupos económicos e os Estados sabem-no bem. Não
podem ser considerados desperdício, despesas de ostentação ou mecenato
benévolo, os biliões gastos nos media, incluindo as redes
sociais, que desempenham cada vez mais um papel de fonte exclusiva de
«notícias» para milhões de utilizadores. Evidentemente, desempenham tais
aquisições e participações,- um papel estratégico, como todo o investimento
feito nestas áreas.
A Terceira Guerra Mundial, a meu ver, está em
curso e já há um certo tempo, só que quase ninguém ou muito poucos vêm a
panorâmica mundial assim. De facto a guerra híbrida tem sido
abundantemente usada, numa panóplia que vai de sanções unilaterais até a
ciber-ataques às redes eléctricas de poderes inimigos e sobretudo, com o
condicionamento das massas, através duma media mainstream,
inteiramente ao serviço dos grandes poderes da finança e do complexo
militar-securitário-industrial do Ocidente. Como nas guerras passadas,
uma guerra de propaganda antecede as operações militares propriamente ditas.
Mas, diferentemente das guerras mundiais passadas, isto ocorre na apatia, na
anomia, das populações mesmo as mais «cultivadas», «civilizadas». Elas foram
adormecidas com o ópio da procura do prazer imediato, com a adição às redes
sociais e à comunicação com zero conteúdo informativo. Assim, grande parte das
pessoas foi transformada em «socio-zombies», isto é, pessoas sem
qualquer participação cívica. Muitas delas, estão em estado de «denegação» pois
se lhes mostrarmos que a realidade não é nada parecida com a imagem que lhes é
vendida nos media, elas «preferem» descartar uma tal evidência, como não tendo
cabimento dentro no seu mundo digital, virtual.
Julian Assange é um prisioneiro político,
sujeito a prisão arbitrária, tortura e tentativa de assassínio, por um poder
globalista que se foi afirmando – até conseguir o controlo quase absoluto – nos
países ditos de «democracia liberal». Isto é característico duma ditadura
totalitária.
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