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sábado, 24 de fevereiro de 2024

OS RISCOS DA «INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL» DAS EMPRESAS TECNOLÓGICAS [WHITNEY WEBB]


 Whitney Webb tem razão ao chamar-nos a atenção dos riscos de programas usando Inteligência Artificial («AI» em inglês) pelas grandes empresas tecnológicas. Elas vão criar ainda mais dependências no usuário. O resultado pode ser uma espécie de «Admirável Mundo Novo» de Huxley, mas onde em vez da droga da «felicidade» do romance de ficção científica, será antes o envolvimento permanente numa identidade fictícia, completamente manipulável pelas empresas e pelo Estado.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

PROPAGANDA 21 Nº15: A GRANDE BOLHA MEDIÁTICA QUE TUDO RECOBRE


Nós estamos inseridos numa espécie de «Matrix», ou seja, numa redoma em que o Universo nos aparece através dos filtros cuidadosamente calibrados para que, aquilo que se convenciona ser «a realidade» ou a perceção da mesma, não seja disruptiva, não afete o moral das tropas, não lhes permita ver através duma brecha, algo que não seja conveniente aos nossos Senhores Feudais

Em suma, a nossa capacidade crítica tem de ser completamente anulada ou muito diminuída, incluindo táticas de propaganda de guerra, que antes da era da Internet, eram dirigidas e aplicadas contra os países «inimigos» do nosso. Lembro a enorme máquina de propaganda Ocidental e Americana, que foi montada e desenvolvida para os países de Leste e da URSS, em particular, com «notícias» destinadas a mostrar a sociedade capitalista como infinitamente melhor que as suas, apontando e amplificando os contrastes desfavoráveis para os sistemas ditos de socialismo real. Não está aqui em jogo saber se o socialismo real  era de facto socialismo, ou se era outra coisa. Todas as sociedades têm aspetos negativos e todas têm aspetos positivos também. A propaganda é verdadeiramente uma arma de guerra, como foi  reconhecido por Edward Bernays há um século. Tem sido o principal instrumento de domínio das classes «superiores» sobre as populações, desde então. 

Não admira, portanto, que a «guerra informativa» seja levada a cabo pelo império anglo-americano, contra a Rússia e a China e vários países que se têm oposto à globalização capitalista. Mas, devo sublinhar que num mundo de informação globalizada, necessariamente, a guerra de informação tem de abranger tanto populações «inimigas», como «amigas», tanto um público doméstico, como um estrangeiro. Não pode ser de outro modo, pela natureza global do sistema mediático e pela impossibilidade de se cortar o acesso à Internet de forma demasiado óbvia, devido ao efeito desastroso, que os iria desmascarar. 

Ainda assim, têm feito muito no complexo «militar-industrial-policial-tecnológico-mediático» para o domínio das nossas mentes.  As catadupas de propaganda constante que se apresentam como «notícias», são - na verdade - o modo mais eficaz para distorcer a imagem da realidade no público, sem que este suspeite disso. O público está convencido que pode confiar nos media da sua escolha, da sua confiança política, sejam estes «mainstream», ou «alternativos». A distorção é eficaz, porque deriva da própria parcialidade das pessoas: Todos nós temos preconceitos, sobretudo no que toca a assuntos de política, de sociedade, de valores, de ideologias. 

A «ciência dos media» é uma psicologia aplicada, usa os avanços do saber fundamental em psicologia. Edward Bernays, no princípio do século XX, serviu-se do modelo psicanalítico e adaptou-o à sua teoria das Public Relations. Aliás, ele escreveu o famoso livro «Propaganda»; porém, depois viu que o termo propaganda tinha adquirido conotação negativa, após o III Reich e a IIª Guerra Mundial, e inventou a expressão Public Relations. 

Desde Bernays e desde Freud, muito se descobriu em relação à psicologia, ao estudo do comportamento humano, ao estudo da sociedade, das interações individuais e coletivas, da forma como a mente se apercebe do real, como as memórias se formam, como são modificadas e atualizadas, etc.

Na guerra da informação em curso, não existe um lado «bom» e um lado «mau». Todos os lados fazem a sua propaganda, todos os lados usam e abusam do seu controlo sobre meios de comunicação de massa para manter ou reforçar os preconceitos no público. 

Se existe arte «maquiavélica», é esta da comunicação mediática, acoplada - como gémea siamesa - à política. Se o que parece ser, é... então para que algo se insira nos nossos neurónios cerebrais, é preciso que haja um «efeito de realidade», que as pessoas «aprendam» a ver e interpretar as coisas, tal como os «senhores feudais» querem. Para esse fim, os poderosos dispõem do acesso ilimitado aos media, à máquina administrativa dos Estados, para exporem e defenderem as suas posições, além de poderem anular a informação dissidente através de blackout ou censura (hoje em dia, no Twitter, Facebook, Youtube...) e com a distorção e difamação dos pontos de vista contrários, sem que os atingidos possam defender-se eficazmente.

 Porém, há um aspeto não evidente do controlo mediático: A torrente constante de «notícias» triviais, misturadas com assuntos importantes, tem o efeito ao nível subconsciente, de fazer equiparar tudo o que chega ao conhecimento do indivíduo. Não se trata de relativizar a informação, o que seria positivo, mas de menosprezar tudo por igual, o que impede de ver o que é importante. Este efeito de «overflow» anula a possibilidade da construção de uma visão pessoal do mundo e do real. As pessoas das sociedades híper-conectadas mostram uma surpreendente ausência de «Weltansschauung». Para muitas, as coisas acontecem «por acaso», ou sem existir relação de umas com as outras. Para esta incapacidade de compreender o mundo, contribui o caos propositado dos fluxos contínuos de notícias. Em consequência, a lógica da narrativa dos media sobre um dado assunto é (inconscientemente) apreendida como correta, também porque é reproduzida pelas inúmeras bocas da hidra mediática.


Reflexão: Às vezes, sonho com o desaparecimento da Internet e das formas de informação de cima para baixo, que veiculam uma certa imagem do Mundo, como a televisão, a rádio, os grandes jornais, a escola, etc. Mas, isso não teria só lados positivos, com certeza. Muito mais realista será encontrar maneira de viver com estes meios, sabendo que não são neutros, que nunca o foram, que estão intrinsecamente ligados ao modo como é exercido o poder. Por outro lado, se a nossa mente está aberta e crítica, conseguimos nutri-la com informação consistente e com pensamentos originais, criativos. Para não «deitarmos fora o bebé com a água do banho», é preciso nos (auto) educarmos no domínio da comunicação, recorrendo a ciências tão variadas como a psicologia social, a neurologia, a etologia comparada, a evolução biológica.

NOTA: Gostaria que o modesto contributo desta série «PROPAGANDA 21», fosse o de chamar a atenção dos leitores para a importância da comunicação de massas. O exame crítico da informação que nos envolve é o meu objetivo, não é inculcar-vos qualquer  ponto de vista sobre estes assuntos.

PS1: Veja este vídeo com excertos de conversas de Andrew Tate (a partir dos 29 min.) e veja a razão real porque foi banido da Internet. Eles usam a falsa acusação de misoginia, como cobertura para a descarada censura política que fazem.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

OCIDENTE EM DESAGREGAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA, CULTURAL

    

                                                Gravura representando a execução de Luís XVI

É compreensível alguém pensar que a estrutura (a produção, a economia, etc.) não é o que determina a História. Exatamente o contrário do que Marx e os marxistas defendiam. O que nos aparece hoje, diante dos olhos, é que os aspetos sociais e culturais têm uma grande relevância, são mesmo decisivos nas batalhas políticas do presente.
Da conjunção de imagens, sentimentos e emoções, se têm feito as campanhas eleitorais e os movimentos reivindicativos. A política é (sempre foi) uma guerra civil sublimada - no melhor dos casos - ou mesmo uma guerra civil, «tout court».

Porém, nós estamos em pleno numa transição, que eu não saberei caracterizar rigorosamente e que, penso, não será teorizável senão daqui a muitos anos, pois é preciso ter havido um pleno desenvolvimento das tendências que despontam, para se compreender o sentido das transformações em curso.

De facto, a «estrutura» relevante são as relações de poder, seja em termos de propriedade, ou de se possuir armas e as rédeas do aparelho de Estado, ou os meios de comunicação social, que conferem o poder de influenciar milhões de pessoas.

As pessoas estão habituadas a pensar a evolução social, política, como um «progresso». Mas, de facto, não existe um progresso linear, contínuo. Nada será mais enganador, pois as civilizações são como organismos vivos: Nascem, crescem e morrem.

Vários pensam que a civilização do Ocidente, que durou muitos séculos, está realmente nos últimos estertores, antes de sair de cena. Mas, se ela começou em torno dos polos organizadores da cristandade e das monarquias, teve o seu apogeu no capitalismo, que arrastou consigo a violenta e durável modificação das condições materiais e portanto, também sociais.

Este apogeu já passou, as possibilidades de expansão do capitalismo esgotaram-se há décadas. As novas zonas de florescimento do capitalismo (China, Sudeste asiático, e outras) não têm muito para onde se expandir. Ora, o capitalismo é um sistema que precisa de crescer sempre: um PIB que não cresce, é equivalente ao definhamento da economia, em termos capitalistas.

A alternativa do socialismo real não existe, no presente, pois os sistemas que se declaram como tal, na realidade, são sistemas de capitalismo de Estado, ou de economia mista Estado/empresariado.

Porém, a possibilidade dum verdadeiro socialismo está aberta. Seria - a meu ver - baseada, não apenas na socialização dos meios de produção, como também no seu controlo, na possibilidade de autonomia verdadeira das unidades de produção; um sistema de autogestão, ou cooperativismo generalizado.

 Pode-se dizer que houve algumas tentativas históricas e que existem alguns focos localizados, no presente. Em ambos os casos, correspondem a formas imperfeitas do paradigma de socialismo, autogestionário e cooperativo. Mas, ao nível de um continente, ou dum conjunto grande de países, tal sistema está por concretizar.

Creio que o mais esperançoso, para alguém que deseje ver o despontar de maior justiça distributiva e de igualdade de oportunidades, é o facto das condições tecnocientíficas existirem. O desenvolvimento atual da técnica e da ciência, permite ir ao encontro de quase todos os problemas práticos, de forma satisfatória. Não seria o paraíso, mas haveria o suficiente, ou mesmo um pouco mais, para todos viverem decentemente, nesta Terra. Não haveria dificuldade intransponível em manter um tal sistema, ecologicamente sustentável e socialmente justo. A única questão decisiva é a do poder, da assimetria na distribuição do poder.

Na realidade, estamos a caminhar para um «neo-feudalismo» à escala global, o que nunca se verificou no passado. Mesmo os monarcas e nobres mais poderosos no passado, tinham um território limitado, onde exerciam o poder. Tinham rivais às fronteiras dos seus reinos, ou condados, etc.

Hoje em dia, os empórios mundializados têm, nominalmente, um país-sede, mas estão presentes em quase todas as nações. As principais empresas tecnológicas e as maiores empresas industriais repartem entre si o espaço planetário, influem sobre os Estados, mesmo sobre os maiores e mais poderosos. Têm uma abrangência tal, que é praticamente impossível que alguma média empresa do respetivo sector, cresça e ponha em causa os monopólios, ou oligopólios entronizados.

Já não estamos num universo de capitalismo clássico, de concorrência, de mercados. Nem estamos numa configuração política onde as leis seriam realmente feitas por entidades políticas, emanadas dos respetivos povos. Já não o são! São os lobbis - que exprimem diversos interesses industriais- que têm o papel decisivo.

Os novos «barões, marqueses, condes e duques» dominam os diversos sectores: a finança, as empresas tecnológicas, as empresas de armamento, as farmacêuticas, as do agro-negócio, etc. Mas, esta nova oligarquia tem muito mais poder que os senhores feudais do passado. Com efeito, no feudalismo antigo, o rei podia destituir, ou mesmo destruir, um nobre que tivesse demasiadas ambições. Hoje, é o contrário: Os governos estão à mercê dos consórcios de banqueiros e industriais, que podem decidir se tal ou tal governante, se tal ou tal partido, devem manter-se no governo, ou não. Vassalos são, afinal, aqueles que, nominalmente, estão nos cargos cimeiros dos Estados.

A cidadania desiludida já não vota; não se trata dum desinteresse pela coisa pública, mas antes desespero, por ver o efeito nulo da expressão da sua vontade, em termos práticos.

A espiral descendente civilizacional já não é novidade, já mostra os seus efeitos desde há decénios, nos países convencionalmente designados por «democracias liberais». Nestas, a participação na vida pública reduz-se cada vez mais, quer em quantidade, quer em qualidade.

Na verdade, tudo tem sido feito para arredar a discussão dos problemas e das propostas de sua resolução, no espaço público. Nem sequer no período eleitoral as questões verdadeiramente importantes são debatidas. São agitadas ideias e reivindicações demagógicas: Estas são esquecidas, assim que a eleição passou e se forma novo governo.

Para nós, os períodos eleitorais são um mero teatro, em que temos um papel passivo de espectadores. O voto não é ativo, é apenas uma forma simbólica e ambígua de se afirmar algo mas, muitas vezes, com plena consciência da futilidade do gesto. Não é por acaso que, além da abstenção, têm crescido os votos brancos e nulos, ou os votos em partidos e candidatos fora do «establishment», ou percebidos como tais.

No plano cultural, as pessoas estão cada vez mais dissociadas da cultura verdadeira. A chamada cultura de massas é uma espécie de comércio do entretenimento: não traz nenhum talento, nenhuma originalidade, nenhuma inovação estética, em 90% dos casos.

A escola não transmite saberes, mas sim aprendizagem da submissão, do controlo social, da interiorização da hierarquia. A meritocracia, antes, era considerada decisiva por muitos, para subida na escala social. Mas, agora está posta em causa. É desprezada, enquanto é promovida a «identidade» (movimento «woke»), que se torna o fator determinante da carreira, a começar pelo acesso à universidade e a terminar pelos postos de gestão das empresas. Várias empresas reservam quotas dos quadros dirigentes para pessoas «de cor», para mulheres, para LGBT... Isto significa que, até mesmo o mérito visto sob o prisma estreito da capacidade para gerar lucro, se tornou secundário.

Multiplicam-se os sinais de decadência, tanto nos costumes da população em geral, como nos detentores de cargos políticos. O público, anestesiado, apenas encolhe os ombros, perante a revelação do último escândalo, por maior e mais nefasto que seja.

Os efeitos no tecido social das ideologias hedonistas, consumistas e materialistas mesquinhas, são dissolventes e também desencadeiam a fragmentação no mesmo tecido. Observa-se - cada vez mais - o isolamento das pessoas, o seu fechamento em círculos pequenos.

Estes são sinais de decadência, semelhantes aos que se verificaram em certas ocasiões da História, como antes do colapso do império romano, ou nas vésperas da revolução francesa.

Não me parece que estejamos na transição para um futuro com liberdade, com boas oportunidades de realização pessoal, com espaço para o espírito e para os valores culturais genuínos de cada povo.

Temo que seja mais provável a transição para um regime ditatorial mundializado, onde se misturem os traços autoritários, típicos de países ditos «comunistas», com a imagem duma «democracia liberal» totalmente esvaziada, isto é, sem liberdade e sem democracia.

Chame-se a isto neo-feudalismo ou tecno-fascismo, será um sistema onde a assimetria de poder - económico, político e social - estará extremada.

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quarta-feira, 26 de maio de 2021

A INFLAÇÃO AINDA AGORA COMEÇOU A LEVANTAR A CABEÇA...

                             

 O resultado das políticas dos bancos centrais ocidentais, durante a década seguinte ao grande susto de 2008, foi basicamente o de tornar a economia de várias regiões do globo cada vez mais improdutiva, cada vez mais dependente da economia produtiva do extremo-oriente, em particular da China. 
Nenhuma guerra económica «à la Trump ou à la Biden», poderá inverter a situação de uma parte do globo (a «ocidental»), incapaz de autossuficiência, tanto nas matérias-primas (alimentares, minerais), como em relação aos produtos acabados ou semi-acabados. 
Os países do chamado «Ocidente» colocaram-se, voluntariamente, a partir dos anos noventa do século passado, em situação análoga aos países neocoloniais, incapazes de autossuficiência de qualquer espécie. 
Em vez de dependerem da metrópole ex-colonial, os «novos pobres, ex-ricos» ficaram na dependência total dos países que eles antes desprezavam, países de «mão-de-obra barata» e sujeita a exploração draconiana. 
Ironia das ironias, a China e outros países servindo como «fábrica do mundo», eram nominalmente de ideologia comunista, de emancipação dos trabalhadores, etc... 

Os países chamados «ocidentais», consumindo o seu excedente, cedo se aperceberam que não podiam continuar a manter a sua classe trabalhadora em situação de privilégio, não tanto por qualquer dificuldade na repartição dos rendimentos do trabalho, nem sequer por qualquer diminuição da produtividade dos seus trabalhadores.  

A questão não se punha, nem se põe, deste modo para as classes dominantes (oligárquicas): o que está em jogo é mesmo a questão do domínio absoluto, incontestável, dos multibilionários, a oligarquia, sobre as restantes camadas da sociedade. 

O verdadeiro problema para ela é manter o controlo num mundo instável e complexo, com pessoas que compreendem em que consiste a exploração e que desejam combatê-la.

Aquilo que a oligarquia precisa é de criar uma dependência estrutural, em todos e em cada um.

Quais são os instrumentos dessa dependência? 

- A capacidade crítica, o raciocínio independente, não condicionado, a inteligência nos seus aspetos mais nobres, têm de ser suprimidos através de instrumentos que a oligarquia controla diretamente, ou através dos Estados: o ensino (um amestramento), a sociedade de consumo (condicionamento pela mercadoria), a média  (que «faz a lavagem ao cérebro», na verdade - o contrário duma lavagem, pois ela «enche de merda os cérebros»).

- Mas também ela tem de criar uma dependência física, orgânica: as pessoas deixam de ter qualquer autonomia física, alimentar. Qualquer opção de vida autónoma, como o sonho ecologista duma agricultura autossustentada, é isso mesmo... um sonho. As pessoas estão fortemente condicionadas pelas poucas estruturas (hipermercados e grande distribuição, lojas «virtuais») que lhes fornecem tudo, a preço de monopólio.

- Muitas pessoas não produzirão realmente valor, os humanos serão redundantes a 80% (Fórum de Davos dixit). Muito mais eficientes serão os robots e com as vantagens de serem económicos a operar e de jamais se revoltarem... Segue-se que as pessoas receberão um «rendimento vital universal», que dará para elas subsistirem, sem se revoltarem. O rendimento será retirado à mínima manifestação de inconformismo, pelo que a sociedade será pacificada para todo o sempre (isto é o «sonho molhado» da oligarquia).

-Um primeiro ensaio desse estado de coisas surge com os lockdown (confinamentos), oficialmente por causa do COVID, mas, na realidade, como campo de ensaio sociológico à escala real. Aliás, está provado (ver aqui) que os lockdown não serviram para nada, em termos de prevenir a transmissão do coronavírus, o motivo oficial para os instaurar. 

- Com os lockdown, praticou-se em grande escala o helicopter money, ou subsídio incondicional, para as pessoas estarem quietas, consumindo e não se manifestando. 

- Como corolário da distribuição de dinheiro «urbi et orbi» a quantidade de dinheiro aumentou exponencialmente. Está-se agora a ver o princípio duma espiral de inflação, como nunca antes se presenciou. Sobretudo, porque é global, já não é somente uma Alemanha de Weimar,  uma Argentina,  uma Venezuela, etc.  

- A destruição do valor das divisas fiat (de todas as divisas  dos países submetidos ao imperialismo EUA) vai permitir instaurar um controlo absoluto, com base no dinheiro inteiramente digital, onde nada do que façamos com esse dinheiro será impossível de rastrear e onde qualquer transação, pequena ou grande, pode  ser detetada. 

- Assim, a propriedade será distribuída de um modo tão assimétrico, como descrito no livro de Klaus Schwab e Thierry Mallet, que as pessoas terão de alugar todos os meios de subsistência, não possuirão nada. É evidente que alguém ou alguma coisa deverá ter a posse desses bens: Se alguém aluga, haverá alguém que será o «senhorio». 

Serão «senhorios» ... os banqueiros, os homens de negócios, proprietários de indústrias de telecomunicações, de inteligência artificial, de media, etc.

O capitalismo de nível familiar vai desaparecer por completo e, portanto, vai esfumar-se qualquer veleidade de uma pessoa ou duma família se emancipar economicamente das garras dos predadores que controlam a nossa subsistência. 

Não é por acaso que o feudalismo do passado foi tão difícil de derrotar: Ele demorou muitos séculos, desde os alvores (desde a queda do Império Romano, no séc. Vº) até ao final do século XVIII e mesmo até mais tarde ... (as relações de tipo feudal subsistiram no século XIX, mesmo na Europa).

Torna-se vital equacionar os fenómenos num quadro mais vasto. Devemos compreender a lógica dos muito ricos e poderosos, sem acreditar nas ilusões por eles difundidas, tentando extrair um quadro coerente do que estamos a viver. 

Só assim poderemos vogar nas águas cada vez mais agitadas da economia e política contemporâneas. Quem venha afirmar de que «não será afetado» por nada disto, está simplesmente a autoiludir-se. 

terça-feira, 13 de abril de 2021

O BAILE DE VAMPIROS NO SÉCULO XXI

[Atenção! Contém material chocante para pessoas que sofreram lavagem cerebral! ]


                                                


Primeiro, vieram-nos doutrinar sobre os «perigos do comunismo». 

Depois de terem vencido a «Guerra Fria», em plena «húbris», decretaram «o fim da História», ou seja, «democracia liberal» para sempre... em versão de Wall Street. 

Mas, a realidade era dura de dobrar, de amansar, mesmo para eles, senhores do mundo. Precisaram de um novo Pearl Habour. 

A «Guerra contra o Terror», que se seguiu, mobilizou a indústria armamentista, facilitou a predação dos recursos em países do Terceiro Mundo e ex-bloco de Leste, refreou intuitos dos aliados/vassalos de se autonomizarem... mas não chegou!

Veio em socorro a aliança formada pela antiga oligarquia dos banqueiros (Rothechilds, JP Morgans, Goldman Sachs, etc), os bilionários da nova indústria (Bill Gates, Jeff Bezos, Elon Musk, etc) e a grande indústria farmacêutica (Merck, Pfizer, Johnson & Johnson, Sanofi...), para desenhar a resposta antecipada à grande epidemia, que fatalmente viria. Se não viesse naturalmente, seria induzida.

Estamos agora na fase «choque e pavor», praticamente no mundo inteiro. A maior parte das pessoas não compreende. Tenta racionalizar de uma forma, ou de outra. Descarta como «teoria da conspiração» tudo aquilo que esteja em contradição com o discurso dominante. Perante um grande medo (induzido), a multidão precisa de discursos tranquilizantes, cheios de referentes que lhe sejam familiares. 

Philipe Bobola em diálogo com Ema Krusi, há alguns dias, pôs o dedo na ferida. Mostrou claramente que tudo o que se tem passado, só faz sentido, se entendido como uma forma da oligarquia mundial deitar abaixo o sistema vigente, saído das sucessivas «revoluções industriais», para encetar agora a nova era: O trans-humanismo, a era de um mundo dominado por robôs, onde os homens são treinados para servir como auxiliares dos robôs e não o inverso. Uma sociedade distópica, de vigilância total, em que os conceitos de liberdades e garantias, dos direitos humanos e da democracia, foram transformados, por deriva radical de sentido, tal como na «Novilíngua» do célebre romance «1984», de Orwell.  Se não consegues exprimir claramente uma ideia, um sentimento, um conceito, estás incapaz de transmiti-lo aos outros, ou de te fazeres entender pela imensa maioria dos outros. Tornas-te como uma «ave rara», um animal em vias de extinção, sem perigosidade para os Senhores. Para alienar e «drogar» as pessoas, já existem numerosos instrumentos de condicionamento, controlo e vigilância, sendo deles o mais popular, o «smartphone». 

O que as pessoas fizeram, inconscientemente, foi entregar as chaves da sua autonomia, da sua privacidade, da sua liberdade individual, em suma... tudo, a alguns gigantes da indústria da Internet, os quais também estão ligados por laços sólidos às agências de vigilância dos Estados mais poderosos, dos EUA, da China e de quaisquer outros com dinheiro, poder e vontade política para  montarem uma rede de vigilância permanente dos seus cidadãos. Mas, embora o rastreio seja de todos, podem ser singularizados para vigilância reforçada, através de Inteligência Artificial, aqueles que, segundo o critério dos Senhores, colocam algum tipo de risco.

Portanto, o «Great Reset», segundo Philippe Bobola, com quem estou de acordo, é apenas a 4ª revolução industrial, levada a cabo desde cima, sob o controlo das oligarquias, «tudo terá de mudar, para que tudo fique na mesma». 

A minha esperança, que também é a dele, é que comece a surgir uma consciência do que está a ser feito à humanidade em geral, às sociedades, às culturas, aos modos de vida, às famílias, aos indivíduos. Haverá um ponto em que a narrativa dos senhores, por muito hábil que seja a propaganda da media prostituta, deixará de convencer um número importante de pessoas. Será nesse momento em que surgirão demasiadas fissuras no cenário, mostrando que a realidade não é como nos querem fazer crer. 

Nessa altura, as pessoas vão interrogar-se, vão duvidar, vão questionar (o contrário do que têm feito). Muitas coisas vão sair fora dos esquemas planificados pelos senhores neo-feudais. É impossível que um plano megalómano deste género não descarrile. No passado, as ambições megalómanas de Napoleão, de Hitler e doutros, falharam completamente.

Talvez depois da catástrofe, a humanidade queira construir um verdadeiro «comunismo» ou seja, um sistema baseado na igualdade real, sem uma casta que oriente e dirija desde cima as massas, os peões. Não um sistema totalitário, como o chamado «comunismo soviético» e seus avatares, incluindo o «comunismo chinês» ou «o socialismo com características chinesas».

Lamento dizê-lo, mas os activistas de extrema-esquerda são míopes. O pseudo «comunismo» tem fornecido o modelo (... os instrumentos, as tácticas, as estratégias) para a oligarquia super-hiper-capitalista se manter no poder e reforçá-lo. 

Em suma, como advoga a gente de Davos: 

- Eles, os super-ricos, serão os guias, não do proletariado, mas... da humanidade no século XXI. Serão eles (oligarcas) que terão a pesada responsabilidade de gerir tudo: os recursos humanos, as matérias primas, as tecnologias, etc. 

Ao comum dos humanos, resta o papel de servidores da Nova Ordem Mundial: na medida em que sejam considerados úteis, claro... De resto, eles terão um tempo fixo de vida, uma determinada taxa de reprodução, para manter recursos renováveis e não renováveis dentro de parâmetros de sustentabilidade. 

Segundo os malthusianos, será necessário uma redução para -pelo menos - um quinto da população planetária actual. Claro, não nos dizem precisamente como: umas guerras, umas fomes, umas epidemias, uns colapsos económicos, ajudarão, sem dúvida, a alcançar o objectivo!

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A EXUBERÂNCIA & MISÉRIA NAS NOSSAS SOCIEDADES

                            Sheeple Images, Stock Photos & Vectors | Shutterstock

Para grande satisfação de certos papagaios da media «mainstream», que apenas estão positivamente interessados nos lucros que uma ínfima minoria possa fazer apostando e especulando nas bolsas, hoje de manhã (24/08/2020) as cotações bolsistas de Apple ou Tesla, atingiram novos cumes. Outros títulos tiveram semelhantes subidas espectaculares.

Tudo isso enjoa-me. Ver que há pessoas tão estúpidas que acreditam estarem mais «ricas», por alguns números nuns painéis electrónicos terem crescido. Os valores bolsistas são manipulados pelos bancos centrais, pelos grandes grupos financeiros e pelos governos, de tal maneira que é inteiramente previsível o que se está a passar... É feito tudo o que é necessário para dar a ilusão de enriquecimento aos ingénuos, que se entusiasmam com uma ilusão. O mais extraordinário é que - mesmo eles -  sabem, no fundo,  que essa riqueza é fictícia, que não corresponde a aumento de produtividade ou a inovação significativa. Eles pensam: «... sim - é fictícia - mas, eu irei ser esperto o suficiente para me retirar do jogo, capitalizando os lucros...» 

Esta exuberância é sinal dos tempos: sinal de uma inequívoca incapacidade do sistema em gerar algo positivo, algo que produza riqueza verdadeira, material, algo que possa alimentar (literal e metaforicamente) as pessoas, que dê esperança aos que estão em baixo na escala social, de verem a sua condição subir. 

Isso aconteceu durante três ou quatro décadas, nos países do Ocidente, após a IIª Guerra Mundial. Foi um período de reconstrução e de desenvolvimento da indústria e das infraestruturas. Esse crescimento impulsionou a criação da almofada de segurança para os trabalhadores e para os mais frágeis, o chamado «Estado Social». 

Assim, as contradições entre classes e grupos sociais, embora tivessem momentos agudos, ficaram a níveis toleráveis e permitiram a chamada coesão social, ou seja, as pessoas aceitarem que eram cidadãs e que isso lhes conferia um estatuto, direitos e deveres, obrigações e regalias, sendo portanto, pouco apelativa - para a maioria - arriscar seu pequeno bem-estar, em teorias e práticas revolucionárias/radicais. 

Este fim da era do capitalismo, com o capital dominando todas as dimensões da vida, a hegemonia da mercadoria sobre a sociedade e os indivíduos está - manifestamente - a chegar ao fim. Não é preciso ser-se profeta, ou grande sábio iluminado, para se perceber isso. A realidade encarrega-se de mostrar, a todos os que quiserem abrir os olhos, que assim é. 

O que me preocupa, enquanto cidadão e indivíduo, é a confusão mental de muitos, a sua incapacidade em compreender como têm sido manipulados, vítimas de preconceitos, inoculados pela sociedade e pela constante  propaganda, disfarçada de «informação».

Porque se me depara a possibilidade um novo feudalismo. Um feudalismo sob o nome pomposo e enganador de «Nova Ordem Mundial». É que o caos, que todos nós podemos observar, foi - sem sombra de dúvida - desejado e orquestrado pela elite no poder, para melhor deitar abaixo estruturas que a incomodavam, as quais travavam os seus ímpetos de domínio totalitário sobre a sociedade e a natureza. 

É absolutamente indispensável que as pessoas tenham em atenção o que são e o que fazem, realmente, George Soros, Bill Gates, etc... Assim como os que gravitam à volta do Clube de Bilderberg, do Fórum Económico Mundial de Davos... só para citar algumas referências.

Os dados nos quais me apoio têm correspondência com o real, são confirmados pela prática, não por meros discursos. 

Estamos perante uma ofensiva dos muito ricos e poderosos, dos que possuem os governos. Eles «têm na mão» os políticos, cuja eleição para cargos de poder e carreira está inteiramente dependente da sua aceitação do papel que essa elite lhes destinou. Não poderia ser em vão, ou por capricho, que os muito ricos se esmeram em controlar órgãos de comunicação social; porém, os capitais investidos nos media resultam - quase sempre - em prejuízo. Mas o prejuízo é só aparente, pois são exímios em aproveitar todas as oportunidades de lucro nas diversas indústrias em que estão envolvidos. Então, ao seu aparente desperdício de capital, tem de corresponder uma vantagem muito grande. 

E assim é; quando se chega à situação de monopólio ou oligopólio nos media, não existe mais verdadeira liberdade de informação. Todas as  notícias que causem dano à imagem dos referidos magnates, ou sejam negativas para os seus negócios, são impiedosamente cortadas, censuradas. Mas, ainda por cima, o público tem a sua opinião permanentemente fabricada por vassalos fiéis. Isto permite aos magnates influenciar todos os aspectos de uma sociedade, desde a economia à política. Quanto às pessoas que lançam um alerta (whistleblowers), elas são perseguidas, expulsas dos seus empregos, enxovalhadas e, frequentemente, são presas.

A media é, portanto, o instrumento dos muito ricos, para levar «o rebanho» (nós) para onde eles desejam. Não admira, portanto, que tudo façam no sentido de levar a cabo o famoso «great reset» da forma e conteúdo que mais convenham a esta mesma oligarquia.  

No plano geral, a oligarquia mundial está apenas preocupada em garantir um maior controlo dos recursos, que são finitos. Ela pensa - seguindo o neo-malthusianismo - que, se os pobres continuarem a multiplicar-se, são capazes de esgotar os recursos (matérias-primas, alimentos, terras agrícolas e ambiente).

Assim, segundo esta doutrina, os ricos só poderão escapar, se houver uma redução substancial dos quase 8 mil milhões que povoam a Terra, hoje em dia. 

O neo-malthusianismo está errado e não tem sustentação científica, embora alguns cientistas e economistas (como os do «Clube de Roma»), contribuam para o difundir e dar-lhe um verniz de ciência. É apenas uma teoria auto-justificativa dos muito ricos, da sua situação de acumuladores de imensas riquezas e foi por mim analisada num artigo deste blog. Peço aos leitores que desejem saber os detalhes, para se referirem a ele.  

Se compreendermos o contexto, conseguimos compreender a lógica de tudo o que se tem estado a passar. 

- Compreende-se o porquê dos esforços para impor uma vacina contra o Covid, para instaurar uma espécie de passaporte sanitário (com registo digital), graças ao qual as autoridades poderão decidir se alguém pode ou não viajar, ter ou não determinado emprego, etc. 

- Compreende-se que estejam a deixar o caos instalar-se em várias cidades dos EUA, para afastar um candidato - Trump -  que não lhes é fiel, pois o actual Presidente dos EUA desejava acabar com a globalização financeira neoliberal, que tem sido a agenda da oligarquia ao nível mundial. 

- Compreende-se que estejam a implementar um desaparecimento das divisas em papel, para apenas haver transacções digitais, controláveis e traçáveis ao pormenor. 

- O mesmo em relação aos «app», que são desenvolvidos para detectar e rastrear ,supostamente, as pessoas portadoras  do «vírus». Os media corporativos, tão preocupados com os direitos humanos, não se lhes ocorre que o mesmo «app» é aplicável tal-qual, para dissidentes políticos ou sociais... basta que eles, os que controlam o sistema, o queiram. 

- Não existe já - na prática e apesar do que está estabelecido nas constituições - protecção, resguardo da privacidade e das liberdades individuais mais elementares. 

- Não existe mais o direito ao próprio corpo, visto que a «vacina» será compulsória, mesmo que digam o contrário. 

Se isto não é um deslize para o totalitarismo, não sei o que seja. 

Os totalitarismos do século XX estavam baseados na supressão brutal e absoluta (eliminação física das pessoas) da dissidência. 

Os totalitarismos deste século serão caracterizados pela supressão dos dissidentes enquanto entidades sociais, enquanto pessoas portadoras de um modo de ver a realidade, de interpretá-la, diferente das narrativas oficiais. A nulificação do discurso de alguém, seja sob que pretexto for, é uma forma totalitária de lidar com a dissidência. Se, aquilo que o dissidente produz (texto, som ou imagem), é impedido de chegar aos outros, por vários processos de censura,  é como negar-lhe o direito a existir. O efeito será muito pior que matar ou prender, num certo sentido, pois as vítimas não terão a solidariedade dos seus concidadãos. 

Aliás, o medo tem sido um instrumento fundamental das manipulações. O condicionamento das massas (lavagem ao cérebro) usa técnicas derivadas de estudos rigorosos que, embora científicos, não são nada éticos. Há imensos dados sobre tais experiências nos Estados Unidos, que vêm do programa «MK-ULTRA» nos anos 50 do século passado e tiveram muitas ramificações. Mas, infelizmente, países aliados dos EUA, como o Reino Unido (Instituto TAVISTOCK), têm também feito as suas próprias pesquisas. 

A narrativa que nos andam constantemente a impor, é uma forma de condicionamento mental. 

O facto do condicionamento ser constante e maciço, torna extremamente difícil alguém se subtrair ao mesmo. Este condicionamento permite que a multidão seja encaminhada (como ovelhas), se não para os «fornos crematórios», pelo menos, a adoptar uma atitude de submissão, pela interiorização de pensamentos, estados interiores, ou atitudes, compatíveis com a dominação absoluta dos «Senhores». 

Os servos da gleba na Idade Média, revoltavam-se - de vez em quando - contra o Senhor feudal, incendiavam o castelo, etc. Mas, os actuais e futuros «servos da gleba» sabem que de nada serve essa revolta. Eles próprios auto-censuram-se por terem sequer pensamentos de revolta, sabem que sua subsistência está inteiramente nas mãos de quem os domina... O «rendimento básico universal» é uma forma de colocar as pessoas sem emprego numa situação de dependência. Calcula-se em 80%, num futuro próximo, os postos de trabalho suprimidos e substituídos os humanos por robots. A pessoas vão perder completamente a sua autonomia. No caso de alguém se tornar incómodo, basta que o poder decida que lhe seja cortado o «rendimento básico»... Não receber o mísero rendimento básico, equivale a sentença de morte por inanição.


PS1: Os pobres e membros de comunidade negra, ou doutras minorias étnicas, nos EUA, podem ser mortos impunemente pela polícia. Outro crime a sangue frio por um polícia, baleando pelas costas um jovem negro (Jacob Blake), que ficou paralítico, está a desencadear um ambiente explosivo nos EUA. É um clima pré-insurreição, ou pré-guerra civil. Estas perturbações são secretamente incentivadas pela oligarquia: ela quer usar isso para impor a lei marcial e o controlo total da população.

PS2: está bem claro quem são, na verdade, as pessoas de BLM e de Antifa... é esclarecedor o que escreve Daniele Pozzati.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

MUITOS FENÓMENOS NATURAIS SÃO CÍCLICOS

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O facto de que muitos fenómenos da Natureza obedecem a regularidades que são periódicas, isto é, se desenvolvem no tempo, regressando a um determinado ponto, havendo um retorno mais ou menos previsível, foi conhecido e incorporado no saber comum da humanidade, desde a mais alta antiguidade. 
Em particular, os povos que construíram os primeiros templos, os sumérios, os egípcios,  os maias e muitos outros, explicitamente observaram relações astronómicas, os movimentos dos astros, estabelecendo correspondências com as estruturas edificadas. 
As teorias cosmológicas, físicas, biológicas, etc., dos dias de hoje também reconhecem aspectos cíclicos  em muitos fenómenos, não obstante seu reconhecimento de uma origem, de uma irradiação dos objectos e energias no espaço-tempo, portanto de uma irreversibilidade na evolução do Universo.

A visão capitalista típica adopta um modelo exactamente oposto. A sua «lei» é a da acumulação, do lucro crescente, seja qual for o efeito no entorno do sistema. Na verdade, este modelo é linear, procedendo duma visão muito estreita e utilitária do ambiente. Este, é visto como «depósito» de coisas, ao dispor dos homens, para delas se servirem. Não são nunca equacionados, no discurso clássico dos economistas, os custos da depredação do ambiente, pondo em risco a própria civilização e a vida.  
Por estranho que pareça e por ironia das coisas,  a «nata» dos cientistas ocidentais, agrupada no Clube de Roma, foi justamente servir-se de modelos lineares para projectar a evolução da economia, da sociedade e dos recursos planetários. Eles assim procederam, porque os computadores (no final dos anos 60, princípio dos anos 70) e a ciência informática eram ainda muito primitivos e não havia outros modelos informatizáveis, senão os lineares. 
Na verdade, sob a influência dos modelos lineares produzidos pelo citado Clube de Roma, desenvolveu-se um enorme alarmismo, assustando o grande público. Quanto aos ecologistas «políticos», eles viram nisso um meio de pseudo-justificar suas teorias regressivas, anti-tecnológicas e anti-civilizacionais. 
Esta visão cataclísmica acabou por ser incorporada na narrativa dos que desesperavam com o declínio do capitalismo, incapaz de extrair mais-valia, senão com crescente gasto energético, e isto, quando a energia barata e abundante era definitivamente coisa do passado. Muitos pensaram que a energia atómica iria substituir as energias fósseis, mas depressa compreenderam que os riscos, não apenas dos acidentes em centrais nucleares, como também da proliferação de armamento nuclear, se multiplicavam com a difusão dessas «pacíficas» aplicações da energia nuclear. 
Para salvar o capitalismo moribundo, inventaram então o «aquecimento causado por efeito do CO2 emitido pelos homens», juntando numa mesma «frente», os mais radicais ecologistas com as maiores fortunas e defensores do status quo capitalista (como Bill Gates, George Soros, o Príncipe Charles, os Rockefeller, etc, etc. ).
Para que essa patranha fosse tomada por «ciência», recrutaram um exército de propagandistas e subornaram cientistas: estes sabiam que as hipóteses de obterem subsídios e lugares de destaque estavam na proporção directa das suas «confirmações» do modelo, fabricado pelo IPCC, o painel científico-governamental da ONU.
Não existe operação de propaganda, de condicionamento das pessoas, numa escala maior do que esta (veja o vídeo em baixo).
O cenário circense montado a cada «COP» deveria, no entanto, permitir que pessoas lúcidas e com sensibilidade ecológica se interrogassem e tivessem a coragem de denunciar toda a adulteração da ciência, para convencer as massas a embarcar numa permanente austeridade (mas, não para os ricos e poderosos), de regressão dos direitos e garantias sociais (para benefício dos capitalistas, apoderando-se dos sectores sociais rentáveis, na educação, na saúde, nos serviços públicos privatizados...). 
Ao fim e ao cabo, sob o pretexto das «alterações climáticas», o que nos querem impingir é uma regressão total, em termos de sociedade política, de direitos humanos, de liberdades, de igualdade. Isto, apenas se pode classificar como neo-feudalismo, onde umas dúzias de bilionários, com todos os privilégios, podem fazer o que querem, mandando inclusive nos chefes de Estado e governo, transformados em seus lacaios! 

Mas, não devemos perder a esperança, pois a Mãe-Natureza opera por ciclos e, por isso mesmo, tais «modelos climáticos» vão ser invalidados por Ela. 
Entretanto, espero que as pessoas aprendam a lição e não se deixem enredar em campanhas de propaganda orquestradas, para as induzir a pensar como os poderosos desejam...


sábado, 27 de julho de 2019

O COLAPSO JÁ COMEÇOU

                                      https://www.youtube.com/watch?v=4jc_aJdx7_w
Através de uma demonstração clara e rigorosa, Charles Sannat explica-nos que o colapso poderia ser apenas uma hipótese, porém tal não acontece, porque ele já está aqui. 
Evidentemente, tal afirmação parece artificial e puxada pelos cabelos, à primeira vista, tendo ele a inteligência de antecipar as críticas e objecções, com respostas breves mas convincentes, que permitem olhar estas realidades da economia com olhos de ver. Trata-se de escolher a realidade (a «pílula azul» da Matrix) e não ingerir a «pílula vermelha» do sonho, ou da falsa realidade, como no célebre romance de ficção-científica «Matrix». 
O que me separa de Sannat não é pouco. É mesmo uma perspectiva distinta, pelo menos, à partida. Porém, o ponto de chegada é praticamente igual. Por isso mesmo, deviam as pessoas que seguem o meu blog estar alerta a partir deste vídeo e deste artigo, se não é o caso de que estejam já. 
Tenho feito repetidas chamadas de atenção não apenas para a insustentabilidade da economia pós-falência de Lehman Brothers (Set. 2008), como para a utilização da guerra como forma de adiamento do inevitável colapso final.
Escrevi em 24 de Agosto de 2018, num ensaio intitulado 
...
Praticamente, os analistas (mesmo de esquerda) não arriscam ver o fim do capitalismo, enquanto sistema de domínio mundial, tendo o imperialismo como suporte de poder, essencial para o sistema. 
Porém, as condições de funcionamento do capitalismo deterioram-se, a capacidade de arrancar lucro é cada vez menor, esse lucro é sempre feito à custa de um maior sofrimento das populações e do ambiente. 
Em suma, é um capitalismo depredatório numa escala global, que pretende sempre mais e mais crescimento, o que não é compatível com um mundo finito e cujo funcionamento saudável depende de subtis equilíbrios ecológicos, os quais estão a ser gravemente postos em causa.

Como resultado deste caminhar pelos labirintos da realidade económica e geo-política, as pessoas, por mais diversas que sejam as ideologias à partida, acabam por se pôr de acordo quanto à realidade e quanto a uma leitura da mesma.

Neste blog tenho repetidas vezes dado a conhecer sinais do que se passa, do que está a passar-se sob os nossos olhos, o que realmente tem ocorrido. 
Tem sido difícil, apesar das quase 70  mil leituras, deste blog, desde a sua fundação em 2016: As pessoas simplesmente estão anestesiadas pelo preconceito do passado, os anglo-saxónicos chamam a isso «normalcy bias», ou seja, a crença de que o amanhã será como hoje, visto que o dia de hoje foi como ontem. 
Por outras palavras, as pessoas teimam acreditar que está tudo «normal», porque o mundo aparenta estar normal.
A minha esperança é que muitas cabeças, que não renunciaram a pensar, a inquirir, comecem a tomar a verdadeira medida das coisas. 
Quanto mais amplo for esse despertar, os que já estão a trabalhar no domínio da realidade serão reforçados por amigos e companheiros, que compreendem a não-contradição entre o interesse individual e o colectivo. 
Esse movimento, aliás, já começou, em muitos países; ele é destinado a salvaguardar as pessoas, o seu património, a sua cultura e agricultura. 
Todas as outras pessoas foram hipnotizadas, zombificadas, por tecnologias digitais e sobretudo, por uma ideologia totalitária matreira, que se apresenta com as vestes «liberais». Pode-se falar com propriedade de «totalitarismo digital», para caracterizar o fenómeno. 
Serão essas que serão mais facilmente engolidas na imensa onda do tsunami económico, da catástrofe global em curso. 

Não estou a referir-me a mais uma crise do capitalismo. Estou a falar do fim do capitalismo. Mas, não é razão para os anti-capitalistas se alegrarem pois, em substituição do odiado capitalismo, não virá uma qualquer nova forma de socialismo, de maior justiça social e económica. 
Será antes uma retoma do feudalismo, mas agora numa escala global; um neo-feudalismo, ou seja, um sistema mundial controlado por uma dúzia de imensas fortunas, que tratarão os Estados como súbditos...


sexta-feira, 17 de maio de 2019

QUAL É A VERDADEIRA GUERRA?

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O título do presente artigo levanta a questão seguinte: qual o sentido do actual posicionamento dos actores globais, nomeadamente dos EUA, China e Rússia, qual a sua lógica intrínseca.
Muitos crêem, sinceramente, que existe um antagonismo inultrapassável entre os EUA e a China, entre os EUA e a Rússia. 
Com efeito, as declarações e atitudes hostis multiplicam-se, nos últimos tempos. Assiste-se a uma «orgia» de sanções de Washington contra a Rússia e a China, enquanto estes replicam com medidas concretas, destinadas a acabar com o papel do dólar como moeda de reserva mundial.
Porém, o confronto entre super-grandes é desejado pela elite globalista como forma de fazer «passar» a globalização total da economia mundial. Esta globalização (e ambição propriamente totalitária), implica:

- Um governo mundial, ou seja, uma instância de regulação dos interesses da elite, que se ocupe em manter o controlo da «turba», de criar portanto as condições para instalação de um neo-feudalismo planetário. 
Tal existe em embrião, no conselho de segurança da ONU, mas também nas instâncias como o G7, o G20. Também existem instâncias não oficiais, mas que possuem um papel muito importante como ponto de encontro e influência recíproca de líderes da oligarquia financeira e industrial com líderes de governos, como são as reuniões do grupo de Bilderberg ou o Fórum Económico Mundial de Davos.  

- umas forças armadas mundiais, a policiarem o planeta, como já o fazem as  múltiplas missões de «manutenção de paz»  da NATO e da ONU.

- uma moeda única mundial, a qual pode ser destinada às grandes transacções internacionais e cujo controlo seria atribuído ao FMI e/ou ao BIS. 
Os bancos centrais nacionais passariam a ter um papel mais modesto na regulação dos fluxos monetários, provavelmente apenas com mandato para gerir ao nível de cada país, que conservaria a sua moeda para as trocas «do dia-a-dia». Com o tempo, as moedas nacionais iriam desaparecer e ficaria uma única moeda, global, completamente digitalizada, com sua versão em criptomoeda. O FMI prepara-se, segundo Rickards, para lançar uma criptomoeda própria, em SDRs (special drawing rights = direitos de saque especiais), a «moeda» do FMI.

Para que este plano possa chegar a um ponto tal que a elite globalista exerça todo o controlo, tem de manufacturar uma gigantesca crise na qual as pessoas, os povos, vão sofrer imenso e irão desejar ardentemente que venha a tal «solução» do governo mundial.

A elite globalista usa a metodologia das três fases, ou seja, «problema - reacção - solução»:

- O problema pode ser a rivalidade entre potências, a guerra comercial entre a China e os EUA, por exemplo, ou a rivalidade em torno de esferas de influência, com guerras locais ditas «por procuração». Vimos exemplos recentes disso, na Síria e no Iémene, e estão em incubação outros cenários bélicos, como a Venezuela ou o Irão.

- A reacção, será algo que é suscitado por oposição à situação desencadeada: por exemplo, a invasão do Afeganistão e depois do Iraque suscitaram uma activação, uma potenciação das tendências islâmicas radicais em todo o mundo. Ou ainda, a existência de perturbações climáticas, atribuídas ao excedente de CO2 na atmosfera, causou um grande sobressalto das pessoas, na opinião pública mundial.

- A solução, consiste em apresentar algo, que era o resulto final que a elite pretendia, mas que seria completamente impossível de fazer passar «a frio», porque a opinião pública não o aceitaria. 
Por exemplo, nos Estados Unidos, o pacote de leis chamado «Patriot act», já estava redigido antes do 11 de Setembro 2001 mas, depois deste, foi passado nas duas câmaras dos EUA, sem qualquer oposição significativa, sendo ele um conjunto de leis que anulam, restringem, distorcem completamente o quadro constitucional, em particular, os direitos civis, as garantias do Direito. 
Outro exemplo: as «soluções» do capitalismo verde e das taxas carbono, para combater o aquecimento climático. Claro que isto não é sério. Se o fosse, todos os voos comerciais, militares, disparos de mísseis, actividades bélicas...todas estas actividades, que enviam imensos gases com efeito de estufa para atmosfera, teriam de ser severamente restringidas. Só assim, seria credível o compromisso dos que se querem mostrar «amigos do ambiente» nas conferências climáticas mundiais.

A verdadeira guerra, aquela que conduzem incansavelmente os Rockfellers, os Rothchilds, os Gates, os super-ricos na Rússia, na China, nos países árabes, etc., em todo o mundo, é a que tem como objectivo talhar o mundo, de forma a que esteja sob o controlo das elites
A ideologia afixada dos diversos líderes mundiais é aparentemente muito diversa, mas todos estão de acordo em repartir esferas de influência, de modo a exercerem o máximo controlo nas suas  diversas  regiões. 
Não se trata de «governança» partilhada, mas antes, do reconhecimento recíproco da esfera de influência de cada poder. 
Isto pode passar por «multilateralismo», mas - na verdade -  estamos a assistir ao advento dum neo-feudalismo à escala planetária, coordenado por instâncias como a ONU, OMC, FMI, etc, etc...

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