Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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domingo, 12 de dezembro de 2021

[filme de Victoria Knobloch] A DITADURA TECNOCRÁTICA (Legendas em inglês)

Crítica do tecnocratismo e sua busca de um mundo onde o trans - humanismo reine, não apenas como forma de controlo, mas especificamente como substituição do humano. Tal sociedade não necessita de 8 mil milhões de indivíduos; daí os programas de «despovoamento» preconizados e agora postos em prática pelos neo-malthusianos.     
                                   
                                                    
   
Participam no filme:
Jochen Kirchhoff; Claudia von Werlhof; Gunnar Kaiser; Roland Ropers

Excerto do texto de apresentação pela Prof. Claudia von Werlhof, publicado em Global Research, 06 dezembro, 2021:
[...]
«Is natural science too ignorant to comprehend that the living also exists and how central it is to everything? If this were the case, it would be relatively easy to solve the problem.
However, the assumption of ignorance or an error on the part of natural science of course cannot count, even though both frequently occur. Because, the long held knowledge and understanding in times before natural science was developed, did not doubt the existence of the living force of nature and its meaning.
So what has happened that has led to the belief that the living force is, supposedly, no longer relevant, that it can be ”omitted” from any consideration and now, even from reality itself – including the reality of the human being?»
[...]




quinta-feira, 22 de julho de 2021

OCIDENTE EM DESAGREGAÇÃO SOCIAL, POLÍTICA, CULTURAL

    

                                                Gravura representando a execução de Luís XVI

É compreensível alguém pensar que a estrutura (a produção, a economia, etc.) não é o que determina a História. Exatamente o contrário do que Marx e os marxistas defendiam. O que nos aparece hoje, diante dos olhos, é que os aspetos sociais e culturais têm uma grande relevância, são mesmo decisivos nas batalhas políticas do presente.
Da conjunção de imagens, sentimentos e emoções, se têm feito as campanhas eleitorais e os movimentos reivindicativos. A política é (sempre foi) uma guerra civil sublimada - no melhor dos casos - ou mesmo uma guerra civil, «tout court».

Porém, nós estamos em pleno numa transição, que eu não saberei caracterizar rigorosamente e que, penso, não será teorizável senão daqui a muitos anos, pois é preciso ter havido um pleno desenvolvimento das tendências que despontam, para se compreender o sentido das transformações em curso.

De facto, a «estrutura» relevante são as relações de poder, seja em termos de propriedade, ou de se possuir armas e as rédeas do aparelho de Estado, ou os meios de comunicação social, que conferem o poder de influenciar milhões de pessoas.

As pessoas estão habituadas a pensar a evolução social, política, como um «progresso». Mas, de facto, não existe um progresso linear, contínuo. Nada será mais enganador, pois as civilizações são como organismos vivos: Nascem, crescem e morrem.

Vários pensam que a civilização do Ocidente, que durou muitos séculos, está realmente nos últimos estertores, antes de sair de cena. Mas, se ela começou em torno dos polos organizadores da cristandade e das monarquias, teve o seu apogeu no capitalismo, que arrastou consigo a violenta e durável modificação das condições materiais e portanto, também sociais.

Este apogeu já passou, as possibilidades de expansão do capitalismo esgotaram-se há décadas. As novas zonas de florescimento do capitalismo (China, Sudeste asiático, e outras) não têm muito para onde se expandir. Ora, o capitalismo é um sistema que precisa de crescer sempre: um PIB que não cresce, é equivalente ao definhamento da economia, em termos capitalistas.

A alternativa do socialismo real não existe, no presente, pois os sistemas que se declaram como tal, na realidade, são sistemas de capitalismo de Estado, ou de economia mista Estado/empresariado.

Porém, a possibilidade dum verdadeiro socialismo está aberta. Seria - a meu ver - baseada, não apenas na socialização dos meios de produção, como também no seu controlo, na possibilidade de autonomia verdadeira das unidades de produção; um sistema de autogestão, ou cooperativismo generalizado.

 Pode-se dizer que houve algumas tentativas históricas e que existem alguns focos localizados, no presente. Em ambos os casos, correspondem a formas imperfeitas do paradigma de socialismo, autogestionário e cooperativo. Mas, ao nível de um continente, ou dum conjunto grande de países, tal sistema está por concretizar.

Creio que o mais esperançoso, para alguém que deseje ver o despontar de maior justiça distributiva e de igualdade de oportunidades, é o facto das condições tecnocientíficas existirem. O desenvolvimento atual da técnica e da ciência, permite ir ao encontro de quase todos os problemas práticos, de forma satisfatória. Não seria o paraíso, mas haveria o suficiente, ou mesmo um pouco mais, para todos viverem decentemente, nesta Terra. Não haveria dificuldade intransponível em manter um tal sistema, ecologicamente sustentável e socialmente justo. A única questão decisiva é a do poder, da assimetria na distribuição do poder.

Na realidade, estamos a caminhar para um «neo-feudalismo» à escala global, o que nunca se verificou no passado. Mesmo os monarcas e nobres mais poderosos no passado, tinham um território limitado, onde exerciam o poder. Tinham rivais às fronteiras dos seus reinos, ou condados, etc.

Hoje em dia, os empórios mundializados têm, nominalmente, um país-sede, mas estão presentes em quase todas as nações. As principais empresas tecnológicas e as maiores empresas industriais repartem entre si o espaço planetário, influem sobre os Estados, mesmo sobre os maiores e mais poderosos. Têm uma abrangência tal, que é praticamente impossível que alguma média empresa do respetivo sector, cresça e ponha em causa os monopólios, ou oligopólios entronizados.

Já não estamos num universo de capitalismo clássico, de concorrência, de mercados. Nem estamos numa configuração política onde as leis seriam realmente feitas por entidades políticas, emanadas dos respetivos povos. Já não o são! São os lobbis - que exprimem diversos interesses industriais- que têm o papel decisivo.

Os novos «barões, marqueses, condes e duques» dominam os diversos sectores: a finança, as empresas tecnológicas, as empresas de armamento, as farmacêuticas, as do agro-negócio, etc. Mas, esta nova oligarquia tem muito mais poder que os senhores feudais do passado. Com efeito, no feudalismo antigo, o rei podia destituir, ou mesmo destruir, um nobre que tivesse demasiadas ambições. Hoje, é o contrário: Os governos estão à mercê dos consórcios de banqueiros e industriais, que podem decidir se tal ou tal governante, se tal ou tal partido, devem manter-se no governo, ou não. Vassalos são, afinal, aqueles que, nominalmente, estão nos cargos cimeiros dos Estados.

A cidadania desiludida já não vota; não se trata dum desinteresse pela coisa pública, mas antes desespero, por ver o efeito nulo da expressão da sua vontade, em termos práticos.

A espiral descendente civilizacional já não é novidade, já mostra os seus efeitos desde há decénios, nos países convencionalmente designados por «democracias liberais». Nestas, a participação na vida pública reduz-se cada vez mais, quer em quantidade, quer em qualidade.

Na verdade, tudo tem sido feito para arredar a discussão dos problemas e das propostas de sua resolução, no espaço público. Nem sequer no período eleitoral as questões verdadeiramente importantes são debatidas. São agitadas ideias e reivindicações demagógicas: Estas são esquecidas, assim que a eleição passou e se forma novo governo.

Para nós, os períodos eleitorais são um mero teatro, em que temos um papel passivo de espectadores. O voto não é ativo, é apenas uma forma simbólica e ambígua de se afirmar algo mas, muitas vezes, com plena consciência da futilidade do gesto. Não é por acaso que, além da abstenção, têm crescido os votos brancos e nulos, ou os votos em partidos e candidatos fora do «establishment», ou percebidos como tais.

No plano cultural, as pessoas estão cada vez mais dissociadas da cultura verdadeira. A chamada cultura de massas é uma espécie de comércio do entretenimento: não traz nenhum talento, nenhuma originalidade, nenhuma inovação estética, em 90% dos casos.

A escola não transmite saberes, mas sim aprendizagem da submissão, do controlo social, da interiorização da hierarquia. A meritocracia, antes, era considerada decisiva por muitos, para subida na escala social. Mas, agora está posta em causa. É desprezada, enquanto é promovida a «identidade» (movimento «woke»), que se torna o fator determinante da carreira, a começar pelo acesso à universidade e a terminar pelos postos de gestão das empresas. Várias empresas reservam quotas dos quadros dirigentes para pessoas «de cor», para mulheres, para LGBT... Isto significa que, até mesmo o mérito visto sob o prisma estreito da capacidade para gerar lucro, se tornou secundário.

Multiplicam-se os sinais de decadência, tanto nos costumes da população em geral, como nos detentores de cargos políticos. O público, anestesiado, apenas encolhe os ombros, perante a revelação do último escândalo, por maior e mais nefasto que seja.

Os efeitos no tecido social das ideologias hedonistas, consumistas e materialistas mesquinhas, são dissolventes e também desencadeiam a fragmentação no mesmo tecido. Observa-se - cada vez mais - o isolamento das pessoas, o seu fechamento em círculos pequenos.

Estes são sinais de decadência, semelhantes aos que se verificaram em certas ocasiões da História, como antes do colapso do império romano, ou nas vésperas da revolução francesa.

Não me parece que estejamos na transição para um futuro com liberdade, com boas oportunidades de realização pessoal, com espaço para o espírito e para os valores culturais genuínos de cada povo.

Temo que seja mais provável a transição para um regime ditatorial mundializado, onde se misturem os traços autoritários, típicos de países ditos «comunistas», com a imagem duma «democracia liberal» totalmente esvaziada, isto é, sem liberdade e sem democracia.

Chame-se a isto neo-feudalismo ou tecno-fascismo, será um sistema onde a assimetria de poder - económico, político e social - estará extremada.

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