A IIIª Guerra Mundial é total: É na frente de batalha propriamente dita, como também nas frentes económica, financeira, social, cultural, ideológica...
Passam-se sempre coisas importantes. Mesmo aquelas que não são noticiadas, pela media - de direita, centro e esquerda - dos países ocidentais. Porém, aqui e agora, em vez de descrever esses factos não noticiados, desejo apresentar-vos um quadro geral da situação, como eu a vejo:
A loucura apoderou-se dos líderes políticos e as altas patentes militares. Eles, manipulando os seus eleitores, querem fazer uma guerra total à Rússia. Querem convencer-nos de que é vital para nossa sociedade, nação, civilização. Nada mais falso!
Eles estão a jogar com a nossa sobrevivência, não metafórica, mas na realidade. E eles fazem isso, porque estão ébrios de poder e sentem que outro bloco (os BRICS e associados), os está a ultrapassar, em muitos planos, desde o económico, à tecnologia, à capacidade militar.
Porque a Rússia não é mais manipulável, essa é razão profunda do descontrolo dos pigmeus políticos nas chancelarias do Ocidente e a causa da fúria de quererem agravar a guerra na Ucrânia, para a transformar em guerra pan-europeia e depois mundial, sem qualquer desejo (da parte deles) duma solução diplomática.
Querem, em suma, precipitar a Terceira Guerra Mundial no plano mais global, e já não apenas como guerra híbrida. Esta, tem sido mundial, num certo sentido, mas não se assumia como tal.
Esta é a traição gravíssima que estes dirigentes atlantistas estão a fazer aos seus respetivos povos. Nos discursos, afirmam agir em defesa de ideais que escrupulosamente espezinham, na prática. Eles querem precipitar o mundo para a catástrofe global.
A loucura dos neocons nos EUA contaminou as elites dirigentes da União Europeia. Estas só podem agir, devido à fraqueza da oposição, ou á ausência de oposição com força e coerência suficientes, incapaz de defender os que estão por baixo, as classes pobres e médias.
A marcha a passos largos para a transformação das democracias liberais em Estados autoritários/totalitários está diante de nossos olhos.
Há quase um século, Hannah Arendt descreveu os totalitarismos ascendentes do século XX, quer o de Hitler, quer o de Estaline. A sua obra é ímpar para a filosofia política. É verdade que não se pode sobrepor a sequência de acontecimentos de entre guerras do Século XX, com a presente caminhada para a tomada de poder dos totalitários do WEF, da UE, da OTAN, e por detrás, de poderosos interesses que manipulam os governos ocidentais. Mas, muitos traços salientes do que Hannah Arendt descreve, encontram-se nas situações de hoje: «A História não se repete, mas rima» como dizia Mark Twain. Os acontecimentos são superficialmente diferentes; as circunstâncias concretas nunca se repetem exatamente. No entanto, há analogias profundas entre estas duas épocas de ascensão do autoritarismo, em suas diversas formas.
Era necessário alguém (ou uma equipa) fazer uma nova síntese sobre as «Origens do Totalitarismo» (título do famoso ensaio de Hannah Arendt), no final do século XX e no primeiro quarto do século XXI.
Mesmo que tal livro fosse escrito e editado, muitas pessoas já não leem. O número de analfabetos funcionais tem-se multiplicado, incluindo nos países afluentes do Ocidente. Juntamente com a ignorância, vem a arrogância e a hostilidade a qualquer pensamento «não conforme». Está quase feita a cama para os novos regimes totalitários.
Em regime totalitário, não apenas se torna perigoso os indivíduos exprimirem seu pensamento, se este não estiver de acordo com a doutrina oficial, como os cidadãos são coagidos a mostrar adesão a estes regimes, aos seus valores, às suas orientações, etc. Quem hesita, ou se mostra pouco entusiasta do regime, fica sujeito a ser denunciado «anonimamente», pelos colegas ou familiares. A partir desse ponto, tal pessoa fica automaticamente discriminada, no mínimo, quando não presa, julgada por traição e executada.
Provavelmente, as pessoas que leram Hannah Arendt, recordam o seu aviso: A difusão do pensamento crítico e de informações não-controladas, desempenha um papel essencial, na fase de transição para uma plena ditadura totalitária. Efetivamente, quando deixa de haver oposição visível (mesmo que fraca), a violência do regime totalitário, recém-instalado, aumenta. Torna-se menos seletiva, tanto atinge elementos de oposição, como pessoas sem atividade contra o regime. Assim, instalam um ambiente permanente de terror: Verificou-se isso, tanto no regime de Hitler como no de Estaline. Note-se que esta violência acrescida ocorreu na altura em que os respetivos regimes já se tinham consolidado.
Os poderes, dos países do Ocidente, ainda não atingiram o grau de totalitário, apesar de um certo número de políticos se prestar a ajudar a que isso venha a acontecer.
Eu sei que um certo número de pessoas pensam basicamente o mesmo que eu. Não devem ter receio de exprimir e difundir o seu ponto de vista. Se querem liberdade de palavra, de opinião, têm de exercê-la. Não há outra maneira. Não como difusores de propaganda, mas como seres pensantes e que, não só conhecem seus direitos, como nunca renunciam a exercê-los.
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PS1: Na noite passada (depois de ter publicado este artigo) recebemos a notícia dum horrível atentado terrorista nos arredores de Moscovo, executado por um comando tajik (ex-república soviética da Ásia Central). Não tenho dúvidas de que este comando foi enquadrado por serviços secretos do «Ocidente», uma operação destas é complexa e implica uma complexa organização in loco. Não me restam dúvidas de quem organizou este mesmo atentado.
Um ex-operacional da CIA disse-o poucas horas depois do sucedido:
Se a Embaixada dos EUA sabia que se preparava qualquer coisa e, a 7 de Março, deu conhecimento aos serviços de segurança russos, fê-lo de modo vago, como que para ter a desculpa de que não tinha nada a ver com isso. O propósito estratégico segundo Larry Johnson e outros, seria causar uma vaga de indignação no povo russo, para o governo de Putin se precipitar numa retaliação, também ela terrível e cega, dando pretexto a que a OTAN faça (finalmente) aquilo que quer: Entrar na guerra da Ucrânia abertamente e já não em pequena escala e de forma encoberta. Até agora, os únicos «boots on the ground» da OTAN, eram «voluntários» que, na véspera, antes de combater na Ucrânia, faziam parte das tropas especiais de vários países da OTAN .
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PS2: Atribuição do atentado terrorista ao Estado Islâmico - Khorasan (ou seja da região do Paquistão e Afeganistão).
Esta atribuição, de que a agência Reuters se fez eco poucos momentos após o atentado, resulta de um falso comunicado, ou de alguém que se fez passar pelo «Estado Islâmico».
Apesar dos terroristas serem do Tajiquistão, república ex-soviética de maioria muçulmana, não tinham perfil de jihadistas. O seu modo de proceder não se enquadrava com o comportamento repetidamente observado de atentados terroristas realizados por jihadistas. Isso transpareceu pouco tempo depois do atentado de Moscovo.
Estes terroristas eram apenas mercenários, agentes pagos. Com efeito, os jihadistas podem cometer atos terroristas, mas possuem motivação religiosa, enquanto fanáticos devotos do Islão. O Alcorão proíbe explicitamente maltratar ou matar civis não combatentes, em especial, mulheres, mesmo que estes civis sejam «infiéis». Esta proibição ainda tem maior peso na altura do Ramadão (os muçulmanos estão agora a celebrar o Ramadão). Por outro lado, autênticos jihadistas não hesitariam em sacrificar-se, enfrentando e combatendo as forças policiais, pois seriam bem-aventurados (segundo a crença das seitas do islamismo radical), ao morrerem combatendo pelo Islão.
De facto, como diz o coronel Baños, este comando terrorista é formado por mercenários. Eles tentaram escapar em direção da fronteira ucraniana, em vez de enfrentar a polícia e combater até à morte.
Os serviços de segurança russos conseguiram capturá-los com vida, durante a fuga. Ao todo, prenderam 11, incluindo os 4 agentes diretos do massacre e 7 cúmplices.
As informações obtidas apontam para a Ucrânia. Os serviços secretos ucranianos têm um longo historial de incursões terroristas, em que assassinam civis russos. Budanov, do serviço secreto militar ucraniano, poderá ser um responsável direto desta operação terrorista. Os russos têm meios para esclarecer quem e como planeou, coordenou e supervisionou este ato terrorista.
Lembremos que Victoria Nulan, em Janeiro passado, visitou Kiev. Antes de partir, prometeu «surpresas desagradáveis», a Putin. Portanto, estava ao corrente dos atentados planificados e deu o seu aval aos mesmos. Depois, para encobrir o seu papel, demitiu-se; «pediu a reforma», como ela disse.
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Para conhecimento de factos sobre as várias frentes da Guerra Mundial em curso (não apenas a guerra Rússia-OTAN, na Ucrânia), pode consultar a série CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL.
O penúltimo número (Nº23) da série:
9 comentários:
Este canal hispano-falante apresentou uma mesa-redonda, pouco antes do atentado de Moscovo ser conhecido. Nesta conversa, os quatro analistas são bem mais realistas e ponderados, do que muitos outros canais do Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=wAzX5wRWZbA
Como é que o Departamento de Estado dos EUA sabia, apenas uma hora depois, que os serviços secretos da Ucrânia NÃO estavam envolvidos?
Penso que isto é indício de que eles sabiam muito mais do que disseram aos russos: queriam que o atentado ocorresse, mas queriam também ser vistos como «inocentes».
Leia: https://www.unz.com/article/terrorist-attack-in-moscow-who-did-it/
Pepe Escobar:
https://www.youtube.com/shorts/mArHPuxu-hU
Macron quer um «remake» da Guerra da Crimeia!
https://ria.ru/20240323/makron-1935024809.html
«Estado Islâmico» não tem existência autónoma, veja o vídeo seguinte:
https://www.youtube.com/watch?v=lw7UXeeaTSM
https://www.youtube.com/watch?v=5UV0GMxW8Wo
Este vídeo falado em espanhol apresenta a situação de forma muito semelhante à que apresentei acima.
ISIS ou não-ISIS, a verdadeira questão não é essa... Até porque «... mesmo que realmente tenha sido orquestrado pelo ISIS, isso não isenta os Estados Unidos e seus satélites da culpa. Afinal, os que estão por trás do ISIS são os mesmos que estão por trás de Vladimir Zelensky.»
Eduardo Vasco
https://strategic-culture.su/news/2024/03/25/por-que-eu-duvido-que-isis-seja-o-responsavel-pelo-atentado-moscou/
A selvajaria é uma jogada perdedora. Ao jogá-la os EUA e Ocidente estão a destruir toda a sua legitimidade e influência ideológica, normativa e institucional. Eles não podem sequer vencer militarmente o Hamas, Ansarallah e o Hezbollah, pois estes sobrevivem e lançam suas estratégias de supressão do inimigo e de luta de guerrilha. O objetivos de Israel não se concretizaram e os EUA estão mais isolados e extremistas, do que jamais estiveram. Isto não será esquecido; existem alternativas agora ao seu domínio.
Oiça o Pepe Café:
https://www.youtube.com/watch?v=UF5jMyj3i20
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