Mostrar mensagens com a etiqueta Pacto de Varsóvia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pacto de Varsóvia. Mostrar todas as mensagens

domingo, 14 de julho de 2024

CONEXÃO ENTRE ALTAS PATENTES HITLERIANAS E A OTAN


Nós sabíamos da História do século XX, que a OTAN foi formada no início da guerra fria (o Pacto de Varsóvia formou-se em reação à chamada Aliança Atlântica). Sabíamos também que a OTAN, desde o início albergou ditaduras, nomeadamente a de Salazar, apesar de se apresentar como «aliança de países democráticos, face ao perigo totalitário vindo de leste e em particular, da URSS». Não ignorávamos também como acolheu favoravelmente sucessivos golpes antidemocráticos na Turquia e na Grécia.

Tem sido bastante divulgada ultimamente, a «operação Paperclip» pela qual os americanos «salvaram» , não apenas cientistas que trabalharam para o regime nazi, como Von Braun, também torcionários que foram ensinar as técnicas de interrogatórios à CIA e a ditaduras do cone sul da América e também na Escola da PIDE, em Portugal.

A desnazificação da Alemanha ficou inteiramente no papel, a Oeste. Não houve preocupação em limpar os quadros da função pública, da polícia, do exército, dos elementos comprometidos com o regime hitleriano e seus numerosos crimes contra os povos invadidos e contra o seu próprio povo.
A chamada «luta contra o comunismo» era a alegada justificação para todo este branqueamento. Mas, de facto, os responsáveis nazis reconvertidos em democratas foram imprimir um ódio visceral em várias gerações, contra tudo o que fosse soviético, russo ou comunista.

Em resumo, desde que fossem anti-soviéticos, anti-comunistas, tudo lhes era perdoado, tanto os crimes do passado, como os do presente. Tinham rédea livre para organizar células terroristas nos países da OTAN (como o grupo «Gládio» e seus crimes em Itália) para prevenir a mudança dos países ocidentais para o campo «vermelho».

Hoje, com os discursos histéricos e belicistas do secretário-geral da OTAN, Stoltenberg e de muitos membros, incluindo chefes de Estado e de governo, parece que recuámos 75 anos, à data da fundação da OTAN, que tinha declaradamente por missão «salvar o ocidente do perigo vermelho». É esse discurso rançoso e rancoroso que eles reciclaram há pouco tempo e nos impõem agora, para justificar a deriva belicista contra outras potências (Federação Russa, República Popular da China), que eles vêm como ameaças.

O psicopatas estão realmente presentes em todos os quadrantes e sectores, de todas as sociedades: Porém, acho que existe uma concentração perigosa no topo das hierarquias civis e militares dos países que enformam a OTAN. As pessoas são selecionadas para cargos de responsabilidade, sobretudo pela sua fidelidade a determinada ideologia - um aglomerado de posições pró-capitalistas e anti-socialistas, englobando traços de ódio a determinadas etnias - mais do que pelo seu valor e inteligência.

O caso do membro do Estado-maior de Hitler, Adolf Heusinger pode parecer uma exceção mas, de facto, ele é apenas um dos casos resultantes do branqueamento de pessoas com passado nazi, pela Alemanha ocidental e pela OTAN.

Transcrevo na íntegra a notícia do site «www.dispropaganda.com». Boas leituras.

Original em:



Mar 24, 2017


Adolf Heusinger and the Hitler - NATO connection.




General Adolf Heusinger was Adolf Hitler's Chief of the General Staff of the Army during World War II. With the outbreak of the Second World War Heusinger accompanied the German HQ field staff and assisted in the planning of operations in Poland, Denmark, Norway, and France and the Low Countries (coastal region in western Europe, consisting especially of the Netherlands and Belgium). He was promoted to colonel on August 1, 1940 and became chief of the Operationsabteilung in October 1940, making him number three in the Army planning hierarchy . In 1944 Heusinger assumed office as Chief of the General Staff of the Army. In this capacity, he attended the meeting at Adolf Hitler's Wolf's Lair on July 20, 1944, and was standing next to Hitler when the bomb planted by Claus von Stauffenberg exploded.


Heusinger (on the left) meeting with Hitler. After the war, this German war criminal, the man who helped Hitler plan and execute his invasion of neighboring countries, was not even put on trial, quite contrary he was allowed to take over the newly established West German army, the "Bundeswehr". This was not a unique event, but a very common phenomenon in post WW2 Western Germany. Nazi war criminals and people who supported and helped Hitler to carry the holocaust and other crimes against Humanity were never put on trial for their crimes against the Jews, the Poles, the Russians and the people of Europe, but instead were installed in top positions in the western German government, army, industry and western German society at large. Many former Nazis served in the new German military, media and government, attaining high offices. They also rebuilt western Germany, with the generous help of billions of dollars of US taxpayers money under the “Marshal Plan”, and became an integral and founding part of the “new” German elites which ended up ruling the “new” Germany, which was basically the same old Germany, just rebranded. In 1950, Heusinger became an advisor on military matters to Konrad Adenauer, the first Chancellor of West Germany, and with the establishment of the West Germany Armed Forces (the "Bundeswehr") in 1955, Heusinger returned to military service, and was appointed as Generalleutnant (lieutenant general) on November 12, 1955. Shortly thereafter, in June 1957, Heusinger was promoted to full general and named the first Inspector General of the Bundeswehr ("Generalinspekteur der Bundeswehr"), and served in that capacity until March 1961.


Adolf Heusinger as head of the West German army (1960)

In 1961, Heusinger was made the Chairman of the NATO Military Committee (essentially he was NATO's chief of staff). He served in that capacity until 1964. So instead of facing trial and paying for the crimes he committed, this war criminal who personally signed orders to murder allied POW's during the war, this human trash that helped Hitler plan and carry out the atrocities and war crimes that the German army perpetuated in Europe and Russia, this psychopathic murderer was allowed to rebuild the West German army and later to become one of NATO's heads in Europe.

Sources:


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

REFLEXÃO SOBRE UM QUARTO DE SÉCULO DE ALHEAMENTO E O FIM DA URSS


Faz, por estas alturas, 25 anos que ruiu o império soviético.

O seu ocaso estava já bem visível mais de uma década antes, quando visitei a Polónia pela primeira vez, em 79 e verifiquei a vivacidade do movimento clandestino Solidarnosc.
Testemunhei que se tratava de muito mais do que uma onda passageira devida à eleição do papa João Paulo II. 
Porém, quando regressei a Varsóvia no ano seguinte, em 80, fui surpreendido pela amplidão e profundidade da revolução pacífica, que começou com a greve nos estaleiros de Gdansk em 1980. Este acontecimento iria inaugurar uma era de mudanças.
Tal como a Primavera de Praga, de 68/69, esta abertura seria fechada brutalmente pelo golpe militar do interior do próprio regime, liderado pelo general Jaruzelski.
Porém, as circunstâncias eram outras, diferentes da Checoslováquia, que eu tinha visitado, onde a opressão do partido «comunista» era bem visível em 75, nas ruas engalanadas com enormes dísticos vermelhos e dourados em louvor da ditadura do proletariado, no medo dos cidadãos em falar com os turistas e da omnipresença da polícia, em uniforme ou à paisana, em todo o lado.  
O triunfo do Solidarnosc acabou por ocorrer, poucos anos depois do golpe autoritário de Jaruzelki. Era o evidente sinal do fim da hegemonia soviética sobre os países do Leste europeu.
A tragédia de Chernobyl foi o seu golpe de misericórdia: este acidente nuclear numa zona da Ucrânia que ficou completamente inabitável e contaminou vastas zonas da Europa do Norte e do Centro, não foi apenas uma tragédia humana e ecológica, mas também uma tragédia política para os dirigentes soviéticos. Com efeito, a impossibilidade de funcionamento do regime tornou-se patente, visto que na génese deste acidente houve uma série de incompetências «convenientemente» ocultadas.
O regime soviético estava exausto pela guerra do Afeganistão, o «Vietname» soviético. Estava a ficar para trás na corrida aos armamentos face a um bloco Ocidental mais dinâmico e capaz de maior investimento na investigação estratégica de ponta. Para cúmulo, observava impotente a erupção de revoltas nos seus vassalos dos países do Pacto de Varsóvia. Em breve, outros povos tomariam o exemplo da Polónia, como foi o caso da Roménia e, por fim, da Alemanha de Leste, com a queda do muro de Berlim, em 89.
Não creio que devamos chorar pela queda da nomenklatura da URSS e países satélites. Mas, nem por isso ficamos felizes pela ascensão ao poder de uma outra cleptocracia, a das privatizações e das suas máfias.
A grande mentira do «comunismo» ou «socialismo» tinha historicamente que acabar. Mas este engano monstruoso, esta deturpação vil de ideais, muito válidos em si mesmos, não podia ser explicado por quase toda a esquerda ocidental. Ela estava infelizmente habituada a «fechar os olhos» aos sinais inquietantes que vinham constantemente mostrar que o tal «socialismo real» embora muito «real» não tinha grande coisa de socialismo. A esquerda autoritária precisava de um modelo mítico para poder avançar com a sua propaganda. Eles contribuíram para enganar as pessoas simples, os operários e trabalhadores que eles diziam defender. Muitos, cinicamente, diziam que «as massas» precisavam de ver uma concretização dos tais ideais comunistas ou socialistas, naquilo que eles – quadros dos partidos comunistas do Ocidente - sabiam que nunca tinham sido regimes assim, realmente.
Os regimes que foram varridos do mapa político eram totalitarismos, fascismos vermelhos. Usavam uma linguagem socialista nos discursos, na propaganda, na ideologia; nos factos eram indistinguíveis dos regimes autoritários fascistas de que tínhamos sido reféns na Península Ibérica, até há bem pouco tempo.
A mentira de que existiu um qualquer socialismo ou comunismo nesses países do Leste Europeu e do espaço da ex-URSS continua, não apenas mantido por nostálgicos do bolchevismo, mas também pelos arautos do chamado neoliberalismo. A razão destes é simples de se compreender: querem um espantalho para prevenir as pessoas de terem simpatias por correntes socialistas ou comunistas verdadeiras.
Aqueles poucos intelectuais que fundamentam as suas visões em raízes socialistas libertárias praticamente nada influenciam o pensamento contemporâneo, pois este está tomado pela comunicação de massas, serventuária do grande capital, proprietário dos grandes jornais e cadeias de informação.
Paradoxalmente, a queda de um poderoso império veio afinal hipertrofiar as tendências autoritárias ou mesmo totalitárias da nossa época. Triunfaram as forças portadoras de «não-valores», da ausência total de valores. Refiro-me aos adeptos da «ideologia de mercado», um totalitarismo de novo figurino, embora muito antigo na sua essência.

Servem-nos «o mercado» a toda a hora mas, às vezes, polvilham o seu discurso com açúcar dos direitos humanos. Assim se contribui para a continuidade da exploração dos humanos e da Natureza.