Os que advogam um sistema de criptomoedas (dentro do sistema de bancos centrais, ou fora) estão a iludir a realidade de que este sistema, além de sujeito a flutuações «bárbaras», devido a especulações, terá um consumo intrínseco de energia muito elevado, só para manutenção, já não falando na actividade de «mineração» dos algoritmos que lhes estão na base.
Por contraste, dada a durabilidade e estabilidade do ouro, uma vez que esteja em barra ou moeda, não necessita de manutenção: apenas, haverá despesas com a sua segurança (cofres-fortes, dispositivos de alarme, etc...). O ouro - enquanto valor de investimento - corresponde, hoje, a uma diminuta parte das carteiras dos fundos financeiros, das empresas, ou de privados.
No entanto, o ouro não possui o risco fundamental, que existe para os outros valores, monetários e financeiros, ou seja, aquilo que constitui o grosso da riqueza, hoje em dia, de particulares, de empresas e mesmo de governos:
- Esse risco é o da contrapartida: a solidez dum activo financeiro (obrigação, acção ,fundo, ETF, outros derivados, etc.), acaba por ser função do que for dado em contrapartida, ou como garantia.
O ouro, em si mesmo, é a garantia. É independente de quaisquer contrapartidas. Será sempre o mesmo metal, com as mesmas propriedades físicas e químicas (que são facilmente avaliadas, hoje em dia).
O artigo que eu referi acima, tem muitos pontos interessantes e encorajo a sua leitura.
Queria apenas sublinhar o seguinte: o autor convenceu-me que a reentrada do ouro no sistema monetário, longe de ser uma fantasia passadista, é simplesmente uma questão de bom senso e boa administração dos recursos económicos.
Ele vaticina a sua inevitabilidade. Diz que o primeiro país (é provável ser a China, ou a Rússia) que voltar a instaurar o padrão-ouro, beneficiará em vários planos:
- será estabilizador da economia: o padrão-ouro vai estabilizar os preços dos bens e serviços, o que é geralmente favorável, em termos económicos.
- irá impulsionar o investimento e o comércio: uma economia com padrão-ouro, torna-se muito atraente para os investidores, visto que oferece garantias reais para o seu capital. O comércio também será muito dinamizado, pois torna-se mais seguro comerciar com um país que oferece em pagamento uma divisa garantida pelo ouro, portanto não sujeita a desvalorização e que se pode trocar pelo equivalente daquele metal.
Acresce que o clima mundial de crise ou pré-crise económica e financeira, acompanhado de crise social, com aumento do desemprego e do agravamento das condições de vida no Ocidente e no Terceiro Mundo, aumenta exponencialmente o risco das apostas na «economia de casino» (as bolsas, os investimentos financeiros especulativos), em euforia nos principais centros financeiros ocidentais, completamente desligada da economia real.
Por todos estes motivos, o ouro continua, segundo o autor Roy Sebag, a ser um metal monetário (tal como a prata) e utilizado efectivamente como forma de pagamento.
Ele vaticina que - inevitavelmente - o ouro vai ficar de novo no centro do sistema monetário mundial.
Note-se que não existe qualquer dificuldade técnica em indexar as moedas existentes ao grama, ou à onça de ouro.
Qualquer «reforma» monetária mundial será votada ao fracasso, se não tiver como base valores tangíveis, sobre os quais possa ser firmada a confiança dos diferentes actores económicos. Para esse fim, na natureza, não existe nada melhor do que o ouro.
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Veja o vídeo que explica, em palavras claras, o estado verdadeiro do sistema financeiro global:
2 comentários:
https://www.youtube.com/watch?v=KttwmyUzQfc
Explica o que é realmente a economia de casino!
No momento em que a directora do FMI anuncia que estamos no caminho dum «Bretton Woods II», o video de James Corbett ajuda muito a dar-nos o contexto: https://www.youtube.com/watch?v=ZwGQBR2NOeE
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