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domingo, 29 de novembro de 2020

PERIGO: FASCISMO TECNOCRÁTICO


 Perante a passividade ou sideração, resultante do choque - estratégia de «choque e pavor» tão bem descrita por Naomi Klein - os dirigentes globalistas avançam com propostas, que nunca se atreveriam a avançar, se não tivessem perfeita noção de que gozam de completa impunidade. 

Isto diz respeito a instituições, mas estas não vivem no vazio, têm pessoas que as dirigem, as orientam, as financiam: Bill Gates, George Soros, Klaus Schwab, Rothschild, Natanyahou e os Sionistas, o clã Bush, o clã Clinton, os Windsor etc.

Além dos nomes acima, existe gente que gravita em torno destes bilionários, nas múltiplas ONGs e Fundações, que funcionam como «braço armado» do globalismo. 

O chamado Grande Reset gira em torno destes indivíduos e das instituições que eles controlam. Note-se que tais instituições - como Bill & Melinda Gates Foundation, Rockefeller Foundation, Open Society Foundation, World Economic Forum, e outras - têm estatuto de «não-governamentais, caritativas e sem fins lucrativos».

Porém, são principalmente instrumentos de propagação dum programa de controlo mundial, perfeitamente delineado. 

O controlo dos media e - em particular - da nova galáxia das redes sociais, é permanente e total. Todos os dados têm de estar conformes com o que se considera «a verdade». Trata-se afinal, dum exercício inquisitório, que só tem paralelo nos regimes autoritários. A falácia de que se trata de entidades privadas, que têm direito de vigiar os conteúdos, é absurda e desmascara-se facilmente, se se tiver em atenção que discursos e informações falsas dos poderes nunca sofrem censura.

O controlo da média é essencial ao poderoso dispositivo do Grande Reset. Pois trata-se de persuadir as pessoas que as soluções avançadas pelos globalistas vão trazer alívio, saúde, bem-estar, crescimento sustentável, etc.

Mas, tudo indica tratar-se duma tentativa de «lavagem ao cérebro» de todos nós: basta ter em conta os múltiplos avisos que nos chegam, de variadas vozes, sobre quem são eles e o que pretendem fazer, realmente.

- Leiam, a este propósito, os seguintes artigos:

Paul Craig Roberts: «Covid  Is Not The Thread»

Peter Koenig: «The Post Covid World» 

Vejam o vídeo de «London Real»

E também o vídeo de L'Arnaque du Grand Reset
                                    
Poderia ser muito mais longa e conter nomes famosos, a lista de artigos e vídeos, mas não pretendi ser exaustivo; convido os leitores a fazerem suas próprias pesquisas.

Tudo o que já se sabe é muito assustador, ainda por cima quando são pessoas sérias e competentes que nos alertam para tais perigos, que não são exageros. 

Em todo o espectro político e ideológico, podem encontrar-se pessoas extremamente preocupadas, que argumentam com factos, com elementos disponíveis a qualquer um, que os queira procurar. 

Na minha opinião, o fácil acesso a muitos destes dados é um pequeno truque que faz com que as pessoas assumam como «não perigoso» aquilo que é do domínio público. 

«Não deve ser perigoso - pensam elas- pois não desencadeia uma reacção negativa dos poderes públicos». O problema, é que os poderes públicos, desde governos até às principais instituições globalistas - o FMI, a OMS e a própria ONU, com as suas agendas - são coniventes com a «revolução», levada a cabo pelos muito ricos e poderosos. 

Não devemos nos deixar iludir, nem neutralizar. 

Apelo à inteligência das pessoas que lêem isto: Procurem obter informações diversificadas, outros pontos de vista, diferentes dos que vos chegam pelo «mainstream». 

Isto é muito importante, porque o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos e netos, está em causa. 

O fascismo - segundo Mussolini - é a fusão do governo com as corporações. O tecno-fascismo é esse mesmo programa aplicado aos dias de hoje, ou seja, deixa de haver fronteira entre governo e grandes corporações: 

- No domínio tecnológico/digital, as grandes indústrias procedem à «mineração digital» de dados (data mining), quer para benefício próprio, quer para venderem a outras empresas, quer para fornecer ao governo. 

- Os grandes da finança, da indústria de armamento, do agro-negócio, das farmacêuticas, etc. têm poderosos lobbys, especializados em corromper pessoas situadas em cargos de decisão, sejam elas membros do governo, deputados, juízes ou altos funcionários. 

- Isto anula quaisquer hipóteses de real democracia, mas eles estão interessados em manter a fachada. Os partidos são subsidiados e corrompidos por eles. Continua a haver eleições, embora fraudulentas, aos vários níveis ...

- Sobretudo, têm mil e um processos de condicionar a cidadania, através da combinação do medo, com algumas migalhas, para mantê-la na dependência completa, na «servidão voluntária».


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

OS CONFINAMENTOS (LOCKDOWN) ESCONDEM UMA POLÍTICA DE TOMADA DE PODER DOS ULTRA-RICOS

 O impedimento do debate científico, mormente em assuntos de grande relevância social, deveria ser um sinal de aviso de que uma nova vaga de intolerância e de censura se está a levantar nos países que têm sido os arautos da «democracia liberal», EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, Europa e alguns outros. Sunetra Gupta é epidemiologista, Professora de Oxford: denuncia a campanha de intimidação e difamação contra cientistas que questionam a racionalidade dos confinamentos.


Porém, não apenas tem sido censurada a opinião dos mais eminentes cientistas das áreas relacionadas com virologia, epidemiologia, biologia molecular, medicina preventiva, como têm sido postas em prática restrições aos movimentos e direitos dos cidadãos, que não têm qualquer racionalidade e apenas têm como resultado a criação de desespero, de raiva, de muitos casos de mortalidade e do agravamento de doenças crónicas, em resultado do lockdown...

Para qualquer espírito lúcido, a pergunta que se impõe é: 

«A quem isto beneficia?»

A resposta não é linear, mas tem de ir buscar elementos sobre a economia e o modo de agir dos muito ricos (os multimilionários) como Bill Gates e a sua fundação. A oligarquia globalista, reunida no Fórum Económico Mundial de Davos, está naturalmente a favor destas medidas de confinamento, pois vão entroncar com as suas visões do futuro.

E quais são elas? 

- uma «economia verde» que de verde, propriamente só tem o nome, pois se trata de uma desindustrialização (ainda maior) dos países que foram os protagonistas da revolução industrial, há dois séculos atrás,  com consequente regressão dos padrões de bem-estar e de qualidade de vida das multidões. Ainda por cima, eles não dizem, mas compreende-se, que hipocritamente aceitam como tácito que o Terceiro Mundo irá fazer as tarefas insalubres e poluentes, que o mundo dito rico já não quer fazer.

- uma política sanitária com laivos de totalitarismo, pois as pessoas são forçadas a vacinar-se com uma vacina largamente experimental, cujos perigos e contra-indicações são pura e simplesmente ignorados, assim como a instituição de um «certificado imunológico», sem o qual não se poderá viajar, obter determinados serviços, candidatar-se a emprego, inscrever-se na universidade, etc, etc.

- uma concentração total nos principais ramos de actividade económica; o mercado ficará dominado por pouquíssimas empresas, acentuando a desertificação do pequeno comércio e indústria, nos países ditos afluentes. Na realidade, deixarão de sê-lo, visto que se irão transformar em servos cativos de gigantes (Amazon, Google, Walmart, etc...)

- um globalismo exacerbado, que se traduz em ditar as políticas aos Estados, desde instâncias como a ONU e suas agências (OMS, FAO, etc...), cooptadas pelos grandes interesses. No caso da OMS, é conhecida a dependência desta instituição, em relação às «ajudas» dos grandes empórios farmacêuticos e fundações como a de Bill Gates. Mas, algo muito semelhante se passa com  as outras instâncias internacionais, reflectindo os interesses dos muito poderosos, a OMC, o FMI, o Banco Mundial, o BIS de Basileia, etc.

- esta situação global explica a razão por que a media, ela própria controlada pelos mesmos interesses, faz campanha ininterrupta de medo, de pânico, de desenvolvimento duma psicose colectiva nas populações. Este estado de paradoxal uniformidade numa media supostamente «plural», incita as pessoas a retraírem qualquer expressão de curiosidade, de simpatia para pontos de vista diferentes. É um mecanismo bem conhecido em psicologia, quando uma mole de gente aparenta adoptar um certo ponto de vista, as pessoas que não o possuem sentem-se coagidas a ficar silenciosas, a não expressar sequer dúvidas em público, com medo de serem ostracizadas e, nalguns casos, perseguidas e reprimidas.

Estamos perante um quadro de fusão dos governos de uma parte do mundo com as grandes corporações (com maior capitalização do que o PIB da Suíça!), para produzir uma espécie de «governança mundial», que tem sido proposta, sob vários nomes, em documentos oficiais da ONU (Agenda 2021) do FMI e de outros. 

Curiosamente, Mussolini definia o fascismo (1) como «a fusão do Estado e das Corporações». O que se está a presenciar, ao nível internacional, é a deriva das chamadas «democracias ocidentais» para um modelo semelhante. 

Além do aspecto económico e estrutural, um Estado totalitário tem que exercer uma repressão sobre qualquer sector não conforme da população. Aquilo a que se assiste hoje, na Austrália, no Reino Unido, na Alemanha, na Espanha, etc. é a negação do direito de manifestação, de expressão do pensamento, quando este assume formas ordeiras e não violentas, mas contra os objectivos do totalitarismo sanitário instaurado. 

Os «confinamentos» não são mais do que «estados de sítio» mitigados, disfarçados. Eles são ensaiados com o pretexto do Covid. Mas, na realidade, são instaurados porque o «Great Reset» começa a ser implementado. Ele pode definir-se como a maior tomada de poder sobre as nossas vidas, a nossa capacidade de sobrevivência económica, sobre as nossas liberdades e direitos.

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  (1)... «The fascist conception of the State is all-embracing; outside of it no human or spiritual values can exist, much less have value. Thus understood, fascism… interprets, develops, and potentiates the whole life of a people.» Pode-se consultar o artigo inteiro em: https://www.cs.mcgill.ca/~rwest/wikispeedia/wpcd/wp/f/Fascism.htm

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A VERDADEIRA LIÇÃO DO TITANIC E O FALSO «GRANDE RESET»

                             
Charles Hugh Smith é um autor prolixo, tendo editado vários livros sobre matérias económicas e relacionadas, além do excelente blog «OF TWO MINDS». O presente escrito tem como ponto de partida o notável artigo: The Titanic Analogy

No entanto, não irei aqui repetir os argumentos do autor acima citado, convidando os leitores a lerem o original, porque o meu objectivo é de por em evidência a futilidade das «medidas» que têm sido tomadas no campo das políticas monetárias, ao nível global. 

Com efeito, o «rearranjo das cadeiras no convés do Titanic, depois da colisão», analogia frequentemente usada para evidenciar a futilidade de certas medidas perante a avassaladora dimensão da crise que se está a abater - neste momento - sobre a economia mundial, é por demais apropriada, infelizmente.

Considere-se o facto das «elites» no poder (não apenas os governos, como bancos centrais, as organizações internacionais e regionais), nos quererem convencer que as medidas que estão implementando ou que preconizam vão ter uma real implicação no contexto de uma crise sistémica, como a presente.

Só para colocar em perspectiva a ilusão e futilidade das suas «medidas», consideremos a questão da digitalização das moedas (ou, pelo menos, as mais usadas para as transacções internacionais):

A digitalização vai resolver para eles - banqueiros e governos - o problema da «fuga» à visibilidade de transacções directas entre indivíduos. Ela ocorre, pelas razões mais diversas. Longe de ser veículo principal de transacções criminosas ou ilegais, a grande maioria das trocas em «papel-moeda» é do domínio da «economia informal». O canalizador que não entrega factura de uma reparação, se o cliente não a pede; o pequeno agricultor que vende à beira da estrada os seus legumes e frutas, etc. conseguem sobreviver, mas o seu negócio deixa de ser rentável no momento em que as transacções passam a ser digitais. 

Na realidade, esta economia dita informal é vital e será fortemente afectada, mormente nos países pobres, chamados do Terceiro Mundo, onde nem sequer existe cobertura de energia eléctrica em todo o território e onde nas cidades a quantidade de interrupções do fornecimento eléctrico inviabiliza o uso - na prática - de equipamento electrónico.

Ora, o «Grande Reset» que nos querem impingir, tem como medida emblemática a digitalização absoluta das divisas. Nas economias mais afluentes, calcula-se que mais de 70% das transacções são efectuadas sem utilização de dinheiro físico. Das quantidades totais transaccionadas, a parte da utilização de dinheiro físico tem diminuído nos últimos anos. Como medida indirecta desse fenómeno, pode-se observar a cada vez maior percentagem de comerciantes que aceitam cartões como pagamento, assim como a estagnação do número ou diminuição de caixas automáticas, para levantamento de dinheiro em notas. Portanto, o público está familiarizado com a digitalização do dinheiro, a sua utilização quotidiana mostra-o. 

Mas, a perversidade desta mudança reside noutro ponto...

Com efeito, têm sido feitos estudos, no FMI e noutras instâncias, sobre o efeito que teria a utilização de juros «muito» negativos (juros de -5 , -6 ou -7%) nas contas bancárias. 

Este princípio de cobrar juros aos depositantes, tem como razão primeira a impossibilidade da banca comercial ser rentável com a estrutura geral dos juros que tem sido levada a cabo. Os juros directores - que comandam os restantes juros - estão num ponto de quase zero. Nesta situação, é impossível os bancos comerciais obterem rentabilidade real de operações de empréstimo. Para colmatarem isso, os bancos têm feito uma política de cobrança de taxas, pelos mais diversos serviços; estas, são vistas pelo público como extorsão, pois as operações são hoje automáticas: na imensa maioria, não envolvem trabalho humano de qualquer espécie. 

Os bancos centrais querem empurrar as pessoas a consumir e não a fazer quaisquer poupanças. O «mantra» de que é preciso «estimular» a economia, para que ela tenha uns 2% de inflação anual, é a política decorrente de empréstimos, sem conta e medida, sem haver qualquer correspondência do lado dos bens e serviços produzidos. Devido a essa política, os Estados (as empresas e indivíduos também) estão metidos num ciclo vicioso. As economias do «mundo ocidental» estão cada vez mais enterradas em dívidas, que já são - em muitos casos - dívidas não cobráveis. Os Estados já estão na espiral descendente de terem de pedir mais e mais emprestado para cobrir os juros das dívidas que contraíram. Este comportamento insustentável verifica-se numa maioria dos países «ocidentais». 

O incentivo constante a gastar, a não poupar, tem efeitos nefastos, também, nas famílias: em certos países, uma grande parte não possui capacidade de acorrer a qualquer pequeno imprevisto. Um estudo recente indicava que 40% das famílias, nos EUA, não dispunha sequer de uma soma de 500 dólares em caso de imprevisto. Mas, na economia dos países também tem efeitos graves, pois é das poupanças acumuladas que se forma a massa de capital necessária para os empreendimentos, investimento produtivo e reprodutivo. Também aqui, a renúncia em estimular o comportamento de poupança das pessoas, por um lado e, por outro, o constante comportamento despesista por parte dos Estados, conduz inevitavelmente ao aumento de impostos. Estes são uma punção à economia real, é dinheiro quase todo usado em despesas e muito pouco em investimentos, que trariam aumento de riqueza.

Assim, com dinheiro digital a 100%, a economia real não vai sofrer nenhum impulso. Vai tornar-se imperioso gastar todo o dinheiro que se ganhou. A formação de poupança nas famílias não irá ocorrer. Não haverá dinheiro disponível para investimento. Entretanto os bancos ficarão aliviados, pois poderão impunemente fazer uma punção periódica nos salários e pensões, sem qualquer problema. Será exactamente tão fútil e perverso como a preocupação do comandante do Titanic, em impedir que a "ralé" da terceira classe se misturasse com os da primeira. 

O investimento produtivo, feito pelos Estados ou pelas empresas, esse sim, seria o caminho para se desfazer o ciclo vicioso. Seria o caminho da responsabilidade monetária, onde não houvesse possibilidade de traficar o valor do dinheiro. A inflação é a salvação dos governos, porque  ficam obrigados a pagar o mesmo, mas - de facto - essas quantias em dívida (e os próprios juros no caso de taxas fixas) vão sendo cada vez menos expressivas. Historicamente, demonstra-se que os governos, em situações de aperto, recorrem à impressão monetária. Mas, esta impressão não pode ocorrer, sem que seja muito óbvio o jogo, se houver um padrão ouro. Por isso, os governos não gostam dele. Porém, o padrão ouro funcionou muito bem internacionalmente e foi o garante da estabilidade monetária de 1815 (fim das guerras napoleónicas) até 1914 (rebentar da Iª Guerra Mundial), para falarmos apenas dos tempos mais recentes em que havia papel-moeda em circulação. Só a política económica e monetária keynesiana, que tem tido um papel hegemónico nos governos, nos bancos centrais e noutras instituições do mundo «ocidental», tem levado o sistema monetário e económico para este território de constante aumento descontrolado da massa monetária. 

Muitos dos problemas económicos actuais decorrem da visão neo-liberal, keynesiana, que tem dominado: desde o endividamento, a desorganização da produção, até à guerra monetária e comercial, com o risco real de guerra  física em larga escala.


PS1: O Guia para o Grande Reset de James Corbett fornece  muitas pistas para compreender o que se está a passar.

  


      

sexta-feira, 26 de junho de 2020

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA (PARTE VII)

                                   

                             [Venezuela: exemplo concreto de hiperinflação]


Ao decidir escrever esta crónica, na continuidade dos temas das anteriores, deparo-me com uma dificuldade maior: Embora esteja a escrever apenas um trimestre depois da última crónica (a parte VI foi escrita em finais de Março de 2020), é um pouco como se fosse 20 anos depois, tão densa e dramática a actualidade tem sido.  Ela tem sido isso, para além da crise sanitária, largamente exagerada e convenientemente prolongada, quer pelos media, quer pelas políticas de «lockdown»
Não irei alongar-me sobre o assunto que tenho debatido extensivamente nas páginas deste blog. 
Vou antes chamar a atenção para o facto de que esta crise é uma crise sistémica: Estamos perante algo que nunca experimentámos nas nossas vidas, a não ser que tenhamos nascido antes de 1929. Mesmo assim, praticamente não sobrevive ninguém que fosse adulto nesse momento. De qualquer maneira, a crise de 1929 deixou marcas tão profundas em todas as esferas, que não poderíamos imaginar o mundo de hoje, sem as convulsões que foram desencadeadas a partir dessa data. 
Será quase impossível imaginar um mundo sem as consequências da Grande Depressão de 1929-1933: Um mundo onde não tivesse havido a ascensão ao poder de Hitler, ou a IIª Guerra Mundial, ou a concentração do capital financeiro, ou a criação do chamado Welfare State, ou... ou ...ou...

Não sou, nem quero ser um «profeta», mas  pelo que já se vê agora, ou pelas consequências muito próximas e lógicas das situações criadas, há algo absolutamente essencial, que descrevo abaixo, não mencionado pelos analistas, ou por miopia, ou por estratégia. 
O sistema económico, financeiro e monetário está em completa desarticulação. Os bancos centrais e os governos não conseguem ter «mão» nesta situação. Tradicionalmente, a «impressão monetária» servia para causar uma ilusão de maior riqueza e este optimismo ilusório era considerado suficiente para «dar uma chicotada» na economia, impulsionando o consumo e o crédito, fazendo arrancar um novo ciclo. A impressão monetária atingiu píncaros absolutamente inéditos, mas a economia mundial simplesmente não é estimulada. Isto não deveria surpreender ninguém, pois a destruição catastrófica de emprego e empresas causada pelos «lockdown» um pouco por todo o mundo, nos dois meses anteriores, deitaram por terra qualquer hipótese da máquina produtiva se activar, em consequência de um «estímulo» monetário. O próprio FMI está a apontar para números de PIB dos países desenvolvidos, da ordem de 10 pontos negativos (uma contracção de 10% do PIB da eurolândia) para o corrente ano.
A crise - que está nas primeiras etapas - inicia-se com um período de deflação. Dentro de algum tempo, dá-se o agravamento do desemprego, a espiral descendente, com falências em série. Para evitar este cenário, governos e bancos centrais vão accionar as únicas políticas que sabem aplicar, nestes casos: impressão monetária.
Segundo a teoria prevalecente, designada «neokeynesianismo», em situação de recessão ou depressão, deve-se fornecer dinheiro fresco, vindo dos bancos centrais para os bancos comerciais, que fluirá destes para empresas e para o crédito ao consumidor. Este ficará estimulado a consumir e espera-se assim que passe a depressão económica. 
Vão «estimular» com políticas monetárias cada vez mais arrojadas, mas isso não terá qualquer efeito real: é como se dessem injecções de adrenalina num corpo em estado comatoso:
- Primeiro, farão injecções de dinheiro nos bancos, com esperança de uma expansão do crédito e reactivação da subida nas bolsas. 
- Depois, vendo que este processo não traz nenhum estímulo real, irão fazer uma política muito menos convencional, de compra directa das obrigações de empresas e das acções cotadas em bolsa. Irão a imitar o trajecto tomado pelo Bank of Japan desde há décadas, sem outro resultado, senão uma profunda estagnação/depressão. 
- Em desespero, vão fazer injecções directamente aos consumidores, através do «rendimento básico universal». Isto significa que qualquer pessoa, simplesmente por existir, independentemente de ter ou não trabalho, rendimentos, etc... vai receber uma soma - por exemplo 600 euros mensais - como «complemento» ou «sustentáculo vital». Este dinheiro, espera-se, vai ser utilizado para consumo, não vai ser aforrado, visto que os juros são negativos, em termos reais. 

A hipótese do «rendimento de  base universal» ser utilizado para aumento do consumo das famílias parece sensata, à primeira vista. 
Mas tem um grave e evidente inconveniente: a multiplicação de dinheiro, sem contrapartida em bens consumíveis. 
Havendo muito mais dinheiro para o mesmo número de produtos, o preço destes vai aumentar. Na situação presente, também poderá haver uma contracção da oferta, por menor produção, causada pelas falências em série e pela ruptura das cadeias de abastecimento. 

O que se prepara é um ciclo de hiperinflação. A oligarquia deseja causar o colapso completo, mas controlado por ela, para poder impor a sua nova ordem. Esta, incluirá o reforço das organizações transnacionais, do globalismo, o controlo absoluto da emissão de moeda a nível mundial (provavelmente sob os auspícios do FMI) e reforço dos mercados também fortemente centralizados, globalizados.  
Perante este cenário, já se verifica que bancos comerciais e os mais afortunados (o 0.01%) estão a acumular ouro. Actores importantes, como o banco de investimento Goldman Sachs e vários «Hedge Funds» (fundos de investimento) estão abertamente a aconselhar seus clientes a comprar ouro.
No futuro, haverá uma transição para um novo sistema monetário, cujos contornos não estão ainda visíveis, mas a oligarquia globalista tem a firme intenção de manter e reforçar o seu controlo sobre a emissão e circulação da moeda. Com certeza, o ouro terá um papel a desempenhar nessa nova arquitectura monetária mundial, resta saber qual será, exactamente. É também provável que lancem uma «moeda digital», mas não será descentralizada e fora do controlo estatal, como é o caso, hoje em dia, com o bitcoin e congéneres.
Como tenho escrito repetidas vezes, a única maneira das pessoas comuns evitarem que o que se avizinha, as afecte de modo particularmente cruel, é estarem bem informadas e construírem uma maior autonomia, face a um eventual agravamento da situação.   
Os dirigentes políticos e económicos e a media convencional estão a ocultar um risco enorme, muito mais grave que uma eventual «segunda onda» do coronavírus : a hiperinflação, que é a destruição violenta de património, dos meios de vida, das vidas mesmo, comparável à devastação de uma guerra.  

                      

terça-feira, 9 de junho de 2020

GRANDE «RESET» ANUNCIADO PELO FMI


                                         https://www.youtube.com/watch?v=H-ZeCCjrUL0

Charles Sannat (Insolentiae.TV), na sua rubrica semanal, esclarece as questões monetárias, assim como a posição - agora oficial - do FMI sobre o que é preciso fazer para «limpar» o sistema monetário (falado em francês).

Comentário de MB: 
Na realidade, o discurso de Natalina Georgieva, actual presidente do FMI, é mais uma peça de propaganda do que um programa. 
É preciso ler, nas entrelinhas, o que significam para o FMI, as «palavras de ordem» de um novo sistema monetário, que permita uma economia mundial mais «verde», mais «inteligente», com maior «equidade». 
Penso que anúncios como este se destinam a preparar o terreno e a fazer pressão sobre os governos, para discutirem as reformas dentro de determinadas linhas.

A «demolição controlada» da economia mundial, sob pretexto de Coronavírus, foi a saída encontrada pelos globalistas para um colapso que  estava em marcha, de qualquer maneira
O sistema mundial entrou em colapso em 2008, mas foi mantido artificialmente, com uma aparência de vida, durante estes 12 anos que seguiram. 
O que havia de valioso dentro do sistema, foi então esvaziado,  sistematicamente, pelos que ditam as políticas aos Estados e às instituições internacionais: houve uma maciça transferência de riqueza do domínio público para o domínio privado. 
- Os grandes bancos e instituições financeiras despejaram as perdas (activos arriscados, tóxicos, os derivados...) nos bancos centrais. Chamaram a estas operações «quantitive easing» e «estímulo da economia»... Assim, as perdas das especulações e má gestão são assumidas - em última análise - pelos Estados. 
- O «bail out», ou resgate dos bancos falidos - um pouco por todo o lado - fez-se à custa de dinheiro público, subtraído ao erário público, aos orçamentos dos Estados. 
- Nestas últimas duas décadas, a desvalorização das diversas moedas causou inflação - disfarçada por uma estatística falsificada dos índices - e foi destruindo o valor real dos salários, pensões, etc. ... mas, de tal maneira que o público -em geral- não se apercebe e não compreende o mecanismo. 
- No mesmo intervalo de tempo, as grandes fortunas foram aumentando sua riqueza patrimonial. Foram despejando os activos bolsistas e financeiros, transformando-os em activos não financeiros, evitando assim a erosão da sua riqueza.
- O golpe, em Março de 2020 (o início, numa grande parte do Mundo, dos confinamentos / prisões domiciliárias, falências provocadas das economias) correspondeu ao capítulo final da transferência maciça de riqueza: «socialismo para os ricos e capitalismo para a plebe».
Penso que a grande finança dos países ocidentais irá tentar negociar, com a China e a Rússia, um novo compromisso, ou seja, um novo sistema monetário mundial. Um novo «Bretton Woods» será negociado entre as grandes potências, tendo os restantes países como figurantes.  

sexta-feira, 17 de maio de 2019

QUAL É A VERDADEIRA GUERRA?

                        Image result for IMF leaders

O título do presente artigo levanta a questão seguinte: qual o sentido do actual posicionamento dos actores globais, nomeadamente dos EUA, China e Rússia, qual a sua lógica intrínseca.
Muitos crêem, sinceramente, que existe um antagonismo inultrapassável entre os EUA e a China, entre os EUA e a Rússia. 
Com efeito, as declarações e atitudes hostis multiplicam-se, nos últimos tempos. Assiste-se a uma «orgia» de sanções de Washington contra a Rússia e a China, enquanto estes replicam com medidas concretas, destinadas a acabar com o papel do dólar como moeda de reserva mundial.
Porém, o confronto entre super-grandes é desejado pela elite globalista como forma de fazer «passar» a globalização total da economia mundial. Esta globalização (e ambição propriamente totalitária), implica:

- Um governo mundial, ou seja, uma instância de regulação dos interesses da elite, que se ocupe em manter o controlo da «turba», de criar portanto as condições para instalação de um neo-feudalismo planetário. 
Tal existe em embrião, no conselho de segurança da ONU, mas também nas instâncias como o G7, o G20. Também existem instâncias não oficiais, mas que possuem um papel muito importante como ponto de encontro e influência recíproca de líderes da oligarquia financeira e industrial com líderes de governos, como são as reuniões do grupo de Bilderberg ou o Fórum Económico Mundial de Davos.  

- umas forças armadas mundiais, a policiarem o planeta, como já o fazem as  múltiplas missões de «manutenção de paz»  da NATO e da ONU.

- uma moeda única mundial, a qual pode ser destinada às grandes transacções internacionais e cujo controlo seria atribuído ao FMI e/ou ao BIS. 
Os bancos centrais nacionais passariam a ter um papel mais modesto na regulação dos fluxos monetários, provavelmente apenas com mandato para gerir ao nível de cada país, que conservaria a sua moeda para as trocas «do dia-a-dia». Com o tempo, as moedas nacionais iriam desaparecer e ficaria uma única moeda, global, completamente digitalizada, com sua versão em criptomoeda. O FMI prepara-se, segundo Rickards, para lançar uma criptomoeda própria, em SDRs (special drawing rights = direitos de saque especiais), a «moeda» do FMI.

Para que este plano possa chegar a um ponto tal que a elite globalista exerça todo o controlo, tem de manufacturar uma gigantesca crise na qual as pessoas, os povos, vão sofrer imenso e irão desejar ardentemente que venha a tal «solução» do governo mundial.

A elite globalista usa a metodologia das três fases, ou seja, «problema - reacção - solução»:

- O problema pode ser a rivalidade entre potências, a guerra comercial entre a China e os EUA, por exemplo, ou a rivalidade em torno de esferas de influência, com guerras locais ditas «por procuração». Vimos exemplos recentes disso, na Síria e no Iémene, e estão em incubação outros cenários bélicos, como a Venezuela ou o Irão.

- A reacção, será algo que é suscitado por oposição à situação desencadeada: por exemplo, a invasão do Afeganistão e depois do Iraque suscitaram uma activação, uma potenciação das tendências islâmicas radicais em todo o mundo. Ou ainda, a existência de perturbações climáticas, atribuídas ao excedente de CO2 na atmosfera, causou um grande sobressalto das pessoas, na opinião pública mundial.

- A solução, consiste em apresentar algo, que era o resulto final que a elite pretendia, mas que seria completamente impossível de fazer passar «a frio», porque a opinião pública não o aceitaria. 
Por exemplo, nos Estados Unidos, o pacote de leis chamado «Patriot act», já estava redigido antes do 11 de Setembro 2001 mas, depois deste, foi passado nas duas câmaras dos EUA, sem qualquer oposição significativa, sendo ele um conjunto de leis que anulam, restringem, distorcem completamente o quadro constitucional, em particular, os direitos civis, as garantias do Direito. 
Outro exemplo: as «soluções» do capitalismo verde e das taxas carbono, para combater o aquecimento climático. Claro que isto não é sério. Se o fosse, todos os voos comerciais, militares, disparos de mísseis, actividades bélicas...todas estas actividades, que enviam imensos gases com efeito de estufa para atmosfera, teriam de ser severamente restringidas. Só assim, seria credível o compromisso dos que se querem mostrar «amigos do ambiente» nas conferências climáticas mundiais.

A verdadeira guerra, aquela que conduzem incansavelmente os Rockfellers, os Rothchilds, os Gates, os super-ricos na Rússia, na China, nos países árabes, etc., em todo o mundo, é a que tem como objectivo talhar o mundo, de forma a que esteja sob o controlo das elites
A ideologia afixada dos diversos líderes mundiais é aparentemente muito diversa, mas todos estão de acordo em repartir esferas de influência, de modo a exercerem o máximo controlo nas suas  diversas  regiões. 
Não se trata de «governança» partilhada, mas antes, do reconhecimento recíproco da esfera de influência de cada poder. 
Isto pode passar por «multilateralismo», mas - na verdade -  estamos a assistir ao advento dum neo-feudalismo à escala planetária, coordenado por instâncias como a ONU, OMC, FMI, etc, etc...

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

EMERGÊNCIA DE UM NOVO SISTEMA MUNDIAL BASEADO NO PADRÃO OURO

Reproduzo alguns aspectos essenciais da análise de Jim Willie, que poderão consultar na íntegra, aqui

Jim Willie começa por afirmar que a supressão do preço do ouro está a chegar ao fim. Esta supressão teve como suporte os contratos de futuros em ouro (o mesmo se passa com a prata) que são negociados, como outros derivados, nas bolsas do COMEX e da LBMA, mas que não correspondem a quase nenhum ouro subjacente. Por outras palavras, negoceiam-se títulos de compra e venda de ouro, que não desembocam na entrega do metal, mas apenas são «redimidos» em dólares. Os pedidos de entrega do ouro correspondente a contratos, têm sido - repetidas vezes - negados. Apenas grandes bancos têm - na prática - a possibilidade de obter, desta forma, o ouro físico. 
Pensa-se que a proporção de contratos sobre a quantidade de ouro depositado nos cofres destas instituições, seja de cerca de 1:200 (1 onça de ouro físico para 200 onças de «ouro-papel»). Esta fraude repetida tem permitido a supressão do preço do ouro: Quando a tendência é para uma subida acentuada, os grandes bancos emitem contratos de ouro-papel (vazios, não baseados em barras de ouro subjacentes) que inundam o mercado de futuros do COMEX e LBMA, normalmente em horas de pouca movimentação, para garantir a descida mais acentuada do preço.

Segundo Willie, 3 factores se conjugam para o preço do ouro subir até valores que compensem a impressão monetária, em grande escala, que tem ocorrido.

1- O regresso do QE (Quantative Easing) ou seja, da impressão monetária não contrabalançada por retirada de divisas do mercado. 
Powell deu um claro sinal de que a FED vai fazer uma «pausa» na redução/venda dos activos detidos. A imprensa financeira e Wall Street interpretaram isso como uma inversão da política de Quantitive Tightening (QT) prosseguida desde há dois anos, nos EUA. Por outro lado, os especialistas em obrigações do tesouro (treasuries) e em derivados, asseguram que a compra discreta destas pela FED tem continuado, apesar da sua proclamada retirada. Quanto à subida gradual da taxa de juro, esta ainda está muito longe de atingir a sua média histórica.
A política de QE da FED foi causadora de uma grande subida do ouro, invertendo a tendência de descida, a partir do ano de 2016. Agora, existe um mercado altista no ouro, que a «pausa» no QT ou a retoma do QE, está a estimular.

2- O SGE (Shangai Gold Exchange): a bolsa do ouro de Xangai tem tido um enorme volume de transacção de ouro físico. Há uns tempos atrás, a China lançou uma nota de crédito em Yuan, como instrumento importante nas suas trocas comerciais globais, nomeadamente, com países exportadores de petróleo. Esta nota de crédito em Yuan vem substituir as «treasuries» americanas de curto e médio prazo, que têm sido utilizadas como instrumento corrente de pagamento, em trocas de grande volume. 
Com a maior utilização da nota de crédito em Yuan, conjuga-se a possibilidade de converter esses yuan em ouro no SGE. Necessariamente, a bolsa de Xangai será ainda mais activa e cada vez maior número de instâncias internacionais aceitarão de bom grado esta nota de crédito. Esta nota de credito em Yuan será bem aceite, pois não terá risco e será redimível em ouro (No SGE a compra de ouro é exclusivamente feita em Yuan).

3- As directivas de Basel: Basel é onde se situa a sede do BIS (Bank of Internacional Settlements) o «banco central dos bancos centrais». 
Este banco tem emitido directivas cujos bancos centrais dos vários países fazem cumprir às entidades bancárias sob sua jurisdição. Assim, segundo directiva em vigor partir de 31 de Março, os bancos comerciais vão poder constituir reservas em ouro, visto que este passa a ter o estatuto de «Tier 1» ou seja, a par do dinheiro líquido e das obrigações do tesouro. 
Estas reservas, por sua vez, são muito importantes para os bancos comerciais, pois determinam a sua solidez e quais os montantes estão autorizados a emprestar. 
Esta pequena mudança em relação ao ouro, está a sinalizar uma nova abordagem. O seu intuito claro é salvaguardar a sua utilização como componente do grande «reset», ou seja, da reestruturação do sistema monetário internacional. 
Aliás, várias vozes próximas do FMI têm vindo a propor uma reestruturação baseada na substituição do US dólar  como moeda de reserva (uma das resultantes dos Acordos de Bretton Woods) por um cabaz  (o SDR) de moedas em proporções diversas... dólares, euros, yens, libras e yuans. Propuseram eles que este cabaz seja alargado a metais preciosos (ouro, principalmente) e até matérias-primas (petróleo, etc). 

Estão - por detrás da cortina - a cozinhar a tal transição ou «reset», mas discretamente, para não desencadearem pânico no público. Também estão a tentar uma transição que mantenha o poder dos bancos centrais e da grande banca, ou até o reforce ainda mais. 

Os leitores interessados poderão consultar vários artigos que tenho dedicado, ao longo dos anos, a estes assuntos, ver em particular:

http://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/11/como-e-que-elite-globalista-pretende.html

http://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/02/para-compreender-o-mundo-de-hoje.html

http://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/07/o-famoso-reset-ja-estara-ocorrendo.html




segunda-feira, 26 de novembro de 2018

COMO É QUE A ELITE GLOBALISTA PRETENDE CONDUZIR O «RESET»

Agora é tudo claro. 

A utilização da blockchain e de criptomoedas controladas pelos bancos centrais dos diversos países, preconizada pelo FMI, será a «pedra angular» em cima dos modelos não-estatais de criptomoedas. 
Estes antepassados não-estatais, como o bitcoin, poderão existir, um pouco como variedades «exóticas» ou «arcaicas», mas o mundo - segundo os globalistas - deverá evoluir para uma nova «governança» onde a liberdade e autonomia dos indivíduos, das organizações e dos estados, estarão sob vigilância permanente.

O ataque ao pagamento sob forma de papel-moeda, levado a cabo em países tão diversos como a Suécia ou a Índia, tem como base (não afirmada, claro) o desejo de conseguir um controlo total da população. 
A liberdade de usar dinheiro como se entender, sem ter de prestar contas a ninguém sobre o seu uso, é uma liberdade intolerável para os senhores globalistas totalitários. Eles não suportam que uma parte das trocas (o que mantém a sociedade a funcionar, afinal) sejam feitas fora dos circuitos que eles controlam. 
A existência de criptomoedas não coloca em risco esse controlo, mesmo quando as criptomoedas não sejam emitidas por entidades públicas, oficiais. A razão disto é que, usando criptomoedas, uma transacção é sempre registada, pode sempre designar-se quem comprou e quem vendeu, quando, por quanto... há uma transparência total. Os dados são partilhados pela rede de computadores que sustentam a «blockchain» correspondente a essa criptomoeda.  
As coisas passam-se exactamente ao contrário do que diziam há alguns anos, de que as criptomoedas eram preferidas por organizações criminosas, máfias, grupos terroristas, etc. 
Tal utilização criminosa não se verificou, simplesmente, porque essas mesmas pessoas e organizações criminosas logo compreenderam que uma qualquer transacção envolvendo criptomoedas, estava sempre susceptível de escrutínio,  havia sempre uma pista indelével, visto os dados da mesma ficarem registados e disponíveis em qualquer computador da rede. 
Pelo contrário, as criptomoedas tornam mais difíceis as falcatruas, os esquemas criminosos, etc., justamente porque pode sempre ser retraçada a sua origem e movimentações. Aliás, há sérias hipóteses de a tecnologia «blockchain» vir a ser escolhida no futuro para muitas coisas que não são transacções, por exemplo, no registo da propriedade imobiliária. 

A elite que nos governa, depois de uma fase inicial de demonização das criptomoedas, em que tudo o que havia de assustador foi utilizado para afastar «os bons burgueses» da sua utilização, passou a uma tolerância expectante, quando o fenómeno se tornou generalizado. Depois, usando o lema de «se não os podes derrotar, junta-te a eles», foi passando de uma tolerância marginal, a ela própria estar ensaiando a tecnologia. 

Agora, no preciso momento em que o bitcoin, ethereum, etc. estão a perder imenso na sua cotação em dólares e portanto do seu prestígio, entra-se na fase três: o FMI, a vanguarda do capitalismo globalista, vem advogar, num ensaio, que os países deveriam dispor desse instrumento na «caixa de ferramentas» dos seus respectivos bancos centrais, ou seja, prevê que daqui a alguns anos, se generalize este processo de utilização da blockchain e de criptomoedas, sob controlo estatal ou para-estatal. 
A partir deste ponto, parece-me evidente o que papel-moeda irá ficar relegado ao passado. No mundo inteiro, seria a entrada na era do dinheiro electrónico a 100%. 
Em paralelo, isso cria as condições para uma natural aceitação duma divisa universal, que tanto entusiasma os globalistas. Talvez a concebam como um «bancor» renovado (ideia de Keynes na conferência de Brettonwoods, mas afastada pelos americanos). Pode muito bem servir como base para essa tal «divisa universal» a moeda própria do FMI, chamada «SDR» (Special Drawing Rights = Direitos Especiais de Saque). Ela consiste num cabaz de moedas (Dólar, Euro, Libra, Yen e agora também Yuan), que estão numa determinada proporção, tem servido para a contabilidade interna do FMI e para certas operações externas também. 
De qualquer maneira, quem tivesse seu capital sob forma de divisa em papel, dificilmente conseguiria resgatar o seu valor. Viu-se um ensaio disso com a escandalosa conversão forçada, na Índia, das notas mais elevadas, que tinham de ser efectuadas nos bancos: muitas pessoas perderam muito dinheiro, pois na confusão gerada, foram roubadas por intermediários sem escrúpulos.     
Numa outra frente, a elite que nos governa tem destruído as poupanças ao suprimir qualquer rentabilidade dos depósitos a prazo. O pequeno aforrador tem sido compelido a utilizar as suas poupanças em activos com imenso risco. Muitos, nem percebem que correm imensos riscos, quando as colocam em fundos especulativos. A transferência do risco, dos grandes actores para os pequenos, faz-se usando fundos de pensões e outros meios financeiros, dados como «seguros», para as pessoas investirem. 
Os fundos de investimentos e de pensões, como não conseguem obter -apenas investindo em obrigações do tesouro e outras aplicações garantidas - o rendimento mínimo para serem sustentáveis, vão comprar «papel» especulativo, não apenas acções, como também derivados, com enorme risco. 
Por outro lado, devido à repressão financeira como politica oficial, ou seja, o Estado proíbe que os juros de depósitos sejam além de um certo valor, sendo este abaixo da inflação real, nas contas a prazo tem havido uma perda de valor intensa e rápida, pois a inflação é muito superior ao juro praticado...  

Assim, a lição que os grandes aprenderam com 2008 foi a seguinte: 
- Conseguem mitigar os riscos de suas carteiras de títulos, fazendo o Estado ou os fundos de pensões endossar os mesmos. Conseguiram descarregar os activos especulativos que tinham nas mãos, como os pacotes de crédito hipotecário, cuja cotação foi multiplicada na fase de crescimento da bolha, para depois se esvaziar. Nestes casos, os Estados e bancos centrais vieram em socorro aos grandes bancos e compraram - ao valor nominal -  papel «tóxico», ou seja, que já não valia nada, nem era susceptível de vir a valer algo de futuro. 
Nem só os activos financeiros têm sido «descarregados» do dorso dos grandes capitalistas. Também no domínio do imobiliário, se observa o esvaziamento das bolhas, que está a ocorrer agora em centros como Londres, Vancouver, San Francisco, Nova Iorque, etc... depois dos muito ricos terem descarregado apartamentos de luxo a preços mirabolantes.

Está-se já em plena mudança, ou «reset». Mas é preciso entender tal «reset» como a tentativa da oligarquia globalista em salvaguardar o seu capital, o seu poderio: mas, manterem ou aumentarem essa enorme concentração de riqueza, significa que milhões de pessoas ficarão reduzidas à miséria. Pessoas que contavam com as suas reformas, as suas poupanças, ficarão «tosquiadas», num grau tal, que muitas deixarão de se poder sustentar. 

Na proximidade duma generalização das blockchain ou criptomoedas oficiais dos diversos países, acho provável que se proceda à desactivação do dinheiro-papel (retirada de circulação), assim como à aceleração da inflação: Actualmente, dão valores completamente ficcionais desta, para continuarem a pagar cada vez menos, em valor real, nas pensões, etc. Se a inflação na zona euro fosse de 2% ao ano, como eles declaram, quase nem se daria por ela, no dia-a-dia. Mas é o contrário que se passa; nota-se e muito! No mínimo, ela será de 10% anual. 

A revolta dos coletes amarelos em França já dá um ante-gosto do que espera os poderes, mesmo nos países afluentes. Aliás, as pessoas mais revoltadas, em toda a História, não são as que sempre viveram na miséria: são as que possuíram um bocadinho mais do que o mínimo vital. Estas, é que sentem mais a descida para a indigência, da qual julgaram que estavam protegidas. Estas também compreendem que foram enganadas, espoliadas, embora muitas não conheçam o detalhe das falcatruas que a classe possidente e seus agentes governamentais utilizam para as desapossar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A INSANIDADE DO PENSAMENTO ECONÓMICO QUE NOS REGE


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Por vezes, somos tentados a embarcar dentro da lógica, da casuística, dos escribas que passam por «economistas» na media mainstream, apenas para verificar que a sua narrativa é uma utopia, no verdadeiro sentido de um sistema que nunca poderá existir: é por demais insensata, ultrapassa todos os níveis de imbecilidade, para apenas se qualificar como instrumentos de lavagem dos nossos cérebros.

Vejamos alguns exemplos:

- Inflação / deflação: a inflação vai buscar ao bolso do trabalhador, vai retirar-lhe poder de compra. O facto de ser desejada por governos e bancos centrais é apenas devido ao super-endividamento a que estes submeteram os seus respectivos Estados. Como é bastante mais difícil e  perigoso continuar a subir os impostos (pelo menos de maneira aberta e franca), a inflação acaba por efectuar o mesmo, sem que as pessoas se apercebam do estratagema. As dívidas denominadas na divisa inflacionada continuarão a ser pagas pelo respectivo Estado, mas os credores receberão um corte no valor real das mesmas; isto ocorre, quer sejam eles grandes ou pequenos, grandes detentores de obrigações do tesouro desse Estado, ou pensionistas no limiar de sobrevivência. 
O facto é que a inflação nunca pode ser um objectivo económico positivo, para a generalidade da economia, muito em especial, para a capacidade aquisitiva dos pobres. 

Quanto à deflação, ela é pintada com as cores de uma terrível doença da economia, que é preciso evitar a todo o transe, pois significaria marasmo, ausência de investimento, espiral descendente da produção... 
Não é verdade! É um facto que as pessoas vão comprar mais se os preços baixarem, pois a imensa maioria não tem capacidade de satisfazer inteiramente as suas necessidades, muito menos as suas fantasias. Logo, a descida dos preços, não só não previne que as pessoas vão comprar mais desta mercadoria que desceu, como  funciona como estímulo à sua compra, pois alarga o universo de potenciais compradores aos clientes que antes não tinham capacidade económica para tal. 
Pensem num modelo de automóvel que custava X, havendo deflação, passa a custar menos 10%, muito mais pessoas poderão comprá-lo, visto que seus ordenados continuarão a valer Y, ou seja, aquilo que cada um recebe ao fim do mês é nominalmente o mesmo, mas cada unidade de dinheiro tem um maior poder de compra. 
Aliás, as sociedades têm vivido melhor e beneficiado da deflação em muitos produtos, desde a era industrial: com efeito, pensemos em qualquer bem industrial, vejamos qual o seu preço real (ou seja, descontando as oscilações do valor do dinheiro ao longo do tempo): 
- Um gira-discos para CDs no início dos anos 80 do século passado, era um produto muito caro, que só algumas famílias podiam comprar, mesmo no afluente Ocidente: Hoje em dia, é a um preço irrisório, comparativamente. O mesmo se pode dizer com a telefonia móvel, com todo o tipo de computadores... etc. 
Porquê? Porque razão existe uma baixa espectacular do preço  destes produtos industriais (em termos de valor real)?
- Sem dúvida, que uma produção em grande escala vai fazer baixar os custos unitários e, portanto, o produtor pode vender cada unidade a um preço menor, arrecadando o mesmo ou maior lucro. Mas igualmente, porque as inovações no processo produtivo (o trabalho de engenheiros) vão tornando a produção mais eficaz, mais barata, menos consumidora de matéria-primas caras, etc. 
O resultado,  é que todos beneficiam com esta deflação tão difamada!

Criptomoedas: Os bancos centrais querem-nos convencer de que as moedas têm necessariamente de ser emitidas por uma entidade estatal ou com o aval do Estado (eles, claro está!) e fazem uma campanha ardilosa e destruidora da reputação das cripto-moedas. Mas, ao mesmo tempo e paulatinamente, vão adquirindo cripto-moedas, vão ensaiando soluções «blockchain» que eles próprios controlam, etc. 
Afinal, para os bancos centrais o que conta é o controlo sobre as divisas. O fundador da dinastia Rothchild, dizia mais ou menos isto: «Não me importa quem governa o país, desde que seja eu a controlar a emissão de moeda». Ou seja, quem tem o controlo da produção de moeda, é um banco central, formalmente independente do governo, não tendo que responder senão perante o conglomerado de bancos que o formam. 
É assim com a Federal Reserve Bank, constituída por bancos privados dos EUA, mas que usa o termo «federal» de forma mais que ambígua para dar a entender ser do (Estado) federal... 
É assim com o BCE, o banco central europeu, constituído com participação de capitais de uma série de grandes bancos privados europeus, os quais exercem discretamente a sua influência. 
O FMI, com sede em Washington, funciona como uma enorme concentração de capitais privados, pois são de grandes entidades financeiras privadas os capitais que são emprestados para «ajudar» as nações em apuros, às quais «oferecem» planos de resgate e reestruturação da economia. 
Era bom que as pessoas todas soubessem que os biliões que Portugal ou a Grécia têm estado a pagar, à custa da miséria dos seus respectivos povos, vão parar às carteiras de negócios dos grandes bancos e cartéis financeiros, na origem dos empréstimos negociados com essa instituição. 
O próprio banco central dos bancos centrais, o BIS com sede em Basileia (Suiça), tem uma política virada para a estabilidade da grande banca, não para a resolução dos problemas dos povos. 

Impostos e equidade: Num sistema completamente sob controlo de grandes instituições financeiras centralizadas, quer sejam públicas ou privadas, o trabalhador está sujeito a pagar, de uma forma ou de outra, uma fatia proporcionalmente maior de imposto, para sustentar o Estado, do que o rico. 
A falácia consiste em dizer que o imposto está sujeito a escalões, cuja percentagem será tanto maior, quanto o rendimento anual do contribuinte. 
Mesmo neste sistema, existem múltiplos esquemas contabilísticos, inclusive legais, que permitem fazer baixar os impostos dos muito ricos. 
Mas esta fuga ao fisco não se compara com a fuga organizada e à vista dos poderes reguladores, para os paraísos fiscais. Em Portugal, todos os bancos (incluindo a CGD estatal, mas que funciona como qualquer banco comercial) oferecem aos seus clientes mais afortunados a possibilidade de terem contas off-shore, ou seja, contas em sucursais dos mesmos bancos em paraísos fiscais, não sujeitas às regras e leis do país. 
Por outras palavras, não haverá autêntica «luta contra paraísos fiscais» em parte nenhuma, enquanto os bancos comerciais mantiverem sucursais off-shore, que são um elo crítico para alimentar essa imensa bolha de capitais que se encontra fora do controlo de qualquer entidade pública ou governo. 
Sendo isto assim, como todas as pessoas bem informadas o sabem, o resultado é claro: os que trabalham ou trabalharam como assalariados é que têm de providenciar o grosso do dinheiro para sustentar as despesas dos Estados! 

economia «de mercado» é ficção pura: um «mercado» que opera magicamente, distribuindo as perdas e ganhos, consoante os seus intervenientes saibam, ou não, dobrar-se à regras do mercado e tirar vantagem do que ele oferece. Quem detém os capitais e controlo do mercado de acções são os grandes capitalistas, os grandes bancos, as grandes empresas, que conseguiram uma fatia monopolista do mercado de um produto ou serviço...
Não existe mercado livre na bolsa desde que as grandes entidades privadas decidiram investir nas suas próprias acções, comprando as suas próprias acções para manter as mesmas a subir ou a flutuar, mantendo em estado semelhante os restantes títulos, por efeito de arrastamento.
Não existe mercado livre nas praças financeiras quando as grandes firmas, desde os «hedge funds» (fundos de capitais), até aos grandes bancos mundiais, usam algorítmos que fazem milhares de compras e vendas, apenas num segundo, de uma mesma acção (ou outro produto financeiro), arrastando as cotações de determinadas acções para cima ou para baixo. 
Não existe mercado quando as poupanças de milhões de pessoas são devoradas para colmatar os enormes buracos criados pela grande banca («Too big to fail»), à qual governos e bancos centrais vão entregar - incondicionalmente - fabulosas somas de dinheiro público. Estas entidades aproveitaram para concentrar e consolidar os seus impérios, para extraírem maior lucro para si próprias, nunca para favorecer uma retoma industrial. 

Podemos compreender com os exemplos acima que, na base dos raciocínios dos «economistas de serviço» no universo mediático usual, estão uma série de falácias, de «parti pris» e que eles não são neutrais. 
A sua linguagem é, ela própria, uma construção em que são dados como demonstrados toda uma série de  conceitos falsos ou de conceitos que são aplicados de forma completamente inadequada à realidade.
Mas eles não estão nesses lugares para ajudar as pessoas a aperceberem-se da realidade. Estes são os «spin-doctors» («doutores da treta»), pagos para convencer as pessoas de que os seus governantes e os grandes capitalistas fazem sempre o seu melhor para servir a população....