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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

OS «TRAIDORES» SÃO AQUELES QUE DIZEM A VERDADE AO POVO!


 Na linguagem orwelliana dos fascistas-globais pode-se ouvir todos os insultos e acusações (falsas) retomadas e amplificadas pela media corporativa. Mas, se não perdeste a dignidade de ser humano, seja qual for a tua posição ideológica, queres saber (e tens o direito de saber) o que dizem realmente Edward Snowden e outros «whistleblowers» (dadores de alerta). 
Para os autoritários que detêm o poder, o perigo és tu; é saberes «demais» sobre intrigas do poder; é saberes os crimes que eles procuram ocultar com um manto de silêncio ou de palavras falsas.
A vigilância global e um sistema desenhado para isso, é esse o perigo que Snowden nos alerta.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

AS COISAS SÃO BEM PIORES DO QUE IMAGINAM (Edward Snowden)

Uma intervenção muito clara de Edward Snowden, numa entrevista centrada nas criptomoedas. Ele coloca a questão da vigilância dos Estados, dos interesses privados também (grandes empresas que fazem comércio dos dados dos seus clientes) anulando a real autonomia dos indivíduos, que são/serão condicionados em permanência através de poderosa propaganda (que se disfarça como «informação») e os poderosos algoritmos vão detetar e rastrear todo o comportamento dos cidadãos, em bloco. Este futuro/presente parece uma ficção científica distópica às pessoas pouco ou mal informadas. 
Esconder a realidade, é também esse o papel das redes de vigilância em massa, ao dar às pessoas uma ilusão de normalidade, de liberdade, de segurança. 
 Não perca esta intervenção do mais célebre dador de alerta, que divulgou (há 10 anos) como funcionam os dispositivos da NSA de captação e armazenamento de todas as comunicações globalmente. 

 https://www.youtube.com/watch?v=IwwZyUxb_c

A

quinta-feira, 27 de maio de 2021

NO IMPÉRIO DECADENTE, NEM SEQUER RESTA A LIBERDADE DE PALAVRA

 Escrevo estas reflexões perante a notícia seguinte:



A espionagem em massa foi decretada ilegal pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, dando razão a Snowden e mostrando que o GCHQ (do Reino Unido) não tinha legitimidade para o que tem estado a fazer.

Isto pode parecer um passo importante para o reconhecimento concreto da liberdade de expressão. 
Mas as plataformas - sob o pretexto de serem «privadas» - continuarão a censurar, em nome do Estado, todas as opiniões que acham possam ser lesivas da posição estatal. Em particular, todas as críticas - mesmo as mais cientificamente fundamentadas - às campanhas de vacinação do COVID, são sistematicamente eliminadas pelo FACEBOOK, YOUTUBE, etc. ,sob pretexto de não estarem «de acordo com a ortodoxia» da OMS. Mas a própria OMS tem vindo a  corrigir suas atitudes e declarações. Ao fim e ao cabo, os novos censores, os «fact-checkers», são quem decide se tal ou tal posição é «aceitável ou não».


Speakers corner, no Hyde Park de Londres: onde qualquer pessoa pode discursar, sem censura e ser ouvida por quem se dispuser a isso. 

O «speakers corner» ainda existe, mas desapareceu a liberdade de palavra no mundo mais vasto das plataformas da internet, que podiam ser o instrumento de diálogo não censurado. Elas transformaram-se em instrumentos de propaganda e condicionamento das opiniões públicas. 
Quem está por detrás dessa transformação, são as mega corporações (Amazon, Google, Facebook, Microsoft...) aliadas aos governos mais poderosos e suas agências de espionagem
Foram, aliás, estas corporações as claras ganhadoras dos lockdowns e da conversão das economias e sociedades ocidentais em algo que seria apreciado pelos regimes «comunistas» da URSS, Alemanha de Leste, etc. e dos respetivos aparelhos de repressão e vigilância.
 Para mim, não existe diferença real entre a censura hipócrita que fazem no «Ocidente» e a do governo (totalitário) chinês: este, em permanência, vigia e censura nas plataformas chinesas equivalentes ao Facebook, Twitter, etc....
O que é mais nítido é que o Ocidente faz um trabalho de gestão da imagem, uma permanente e subtil lavagem ao cérebro, onde a propaganda é apresentada como se fosse neutral, onde as campanhas de desinformação são constantes e constantemente reforçadas. Os media ocidentais tornaram-se nos cavalos de batalha da  luta pelo controlo da perceção dos cidadãos, num modo não muito diferente do que foi antecipado por Orwell. 

Quem se emancipar desta «matrix», pode enfrentar as situações mais diversas, do presente e do futuro, com maior calma e serenidade. 
É uma enorme vantagem perceber, antecipadamente, quais são os objetivos e meios dos poderosos. É como antever 4 ou 5 jogadas, num jogo de xadrez. 

Refletir em como escapar da «Matrix» é ponto de partida da emancipação, individual e coletiva : 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

EDWARD SNOWDEN: AS PIORES CONSPIRAÇÕES DOS PODERES OCORREM À VISTA DE TODOS



Minha reflexão ao ouvir este vídeo:  
Se os poderosos tivessem pela frente um povo feito de pessoas sem medo de ver a realidade, tal como ela é... não haveria ditadores.

sábado, 13 de março de 2021

[RUSSELL BRAND] EDWARD SNOWDEN, A REAL RAZÃO PORQUE ELE NÃO É PERDOADO.

                              

 Desmascara a hipocrisia oficial, a ausência de qualquer diferença entre administrações nos EUA. Obama, Trump ou  Biden... no que toca ao essencial, estão todos de acordo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

DIZ «NÃO!» A UMA VACINA OBRIGATÓRIA CONTRA O COVID

                
 [17 milhões de visons abatidos na Dinamarca devido à nova variante do SARS-Cov2]

Considere-se a existência de variantes virais, as quais são responsáveis pelas recentes vagas, muito mais suaves que a primeira vaga. Tais surtos correspondem, muito provavelmente, a novas variantes de SARS-Cov2, entretanto sequenciadas. 

De facto, o vírus vai continuar a sofrer mutações espontâneas, ao passar de indivíduo para indivíduo, na população mundial. Ele nunca se vai extinguir, como nunca se extinguem outros vírus, causadores de outras doenças. Com a mutação, o vírus está a «driblar» os mecanismos imunitários das pessoas, quer elas tenham apanhado a doença e ficado imunizadas pelo próprio vírus, quer tenham sido imunizadas por uma vacina.
Uma vacina, qualquer que seja, não poderá ser eficaz contra um vírus que se vai transformando, a um ritmo tal que, no espaço de uns poucos meses, já existem muitas variantes (alguns autores contabilizam 15), as quais conseguem evadir-se das defesas imunitárias que existiam na população. 

A imposição de vacina obrigatória encobre então um outro objectivo: impor uma sociedade totalitária, sob pretexto «sanitário». Tendências para esta sociedade já se notavam, antes do COVID. Por exemplo, Edward Snowden, no seu livro e em numerosas entrevistas, aponta para o perigo concreto de uma sociedade de «vigilância total e permanente». 
Mas, mesmo que não se acredite na existência de tais planos ou objectivos, será que o objectivo sanitário é sustentável, por si próprio? 
- Nem sequer assim se pode considerar legítima a opção por uma vacina OBRIGATÓRIA.
Com efeito, existindo vários tratamentos testados e postos em prática, cuja eficácia é COMPROVADA, sendo a hidroxicloroquina o mais célebre, mas não o único; havendo métodos - não invasivos - de prevenção eficaz do contágio, como é que se pode considerar eticamente aceitável obrigar as pessoas a fazer a vacinação? 
- Mesmo que digam que ela é «voluntária» isso é falso, pois muitas pessoas ficarão impossibilitadas de exercer sua profissão, se não tiverem o certificado de vacina contra o COVID; muitas precisam mesmo de viajar para o estrangeiro e só poderão atravessar fronteiras com o certificado de imunizadas. Prevê-se que muitas coisas sejam impossíveis de realizar, sem o tal certificado.
 
O que é assustador é a passividade e submissão acrítica das pessoas, face à narrativa da media, totalmente alinhada com o discurso oficial. 
A media corporativa e as redes sociais fazem censura. Estes meios de comunicação são armas de propaganda dos muito ricos. Os donos, são uma mão-cheia de multimilionários, com o controlo último da orientação dessa media e dessas redes sociais: têm a posse directa, total ou parcial, ou influência decisiva (através de publicidade, por exemplo).
Lembrem-se que os lucros das grandes empresas tecnológicas (Facebook, Google, Amazon, etc.) aumentaram em biliões de dólares neste período, desde Março até agora. Não acham isso curioso?
  
Os que nos enganaram, nos mentiram, não podem ser «nossos amigos»... 
Os atropelos às constituições, às leis, aos direitos e garantias dos cidadãos, já não «importam»... para políticos corruptos, corrompidos pelas grandes farmacêuticas, ou fundações como a de Bill Gates, etc. Mas deviam importar a nós, mais do que nunca!

Ignorar, não desfazer suas mentiras e artimanhas, podendo fazê-lo simplesmente divulgando a verdade, é dar-lhes campo para se consolidarem. É assim que irão avançar com a sua Ordem Nova, o seu Admirável Mundo Novo, o seu Grande Reiniciar... e depois, já será demasiado tarde para resistir.

Discute e divulga este texto amplamente.
Obrigado

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PS1: (26/01/2021) 
Prof. Raoult: Compreender os mutantes virais, muito importante!

quarta-feira, 27 de maio de 2020

[William Binney] O objectivo é o controlo total da população


Este vídeo de 2014 vale a pena ser ouvido atentamente. Nele, é entrevistado Binney, um importante ex-membro da comunidade de espionagem dos EUA, que ajudou a construir o aparato da agência NSA, a qual tem capacidade para espiar «tudo o que mexe», dentro e fora dos EUA, como ele muito claramente explica.
Múltiplos artigos, vídeos e outros materiais documentam o estado de vigilância permanente que é o do nosso mundo actual. Um mundo onde não existe real respeito pelos direitos do indivíduo. Onde somas colossais, infraestruturas tecnológicas e agências com dezenas de milhares de funcionários dedicam-se a recolher, coligir, armazenar e processar informações «em bruto», o chamado «big data», para - depois de filtradas - servirem para rastrear e espiar quem eles desejem. Em paralelo, graças à capacidade em recolher essa soma astronómica de dados e aos seus programas de algorítmos, conseguem conhecer com grande rigor a reacção da população face a este ou aquele assunto, tirando uma radiografia muito precisa das tendências de opinião prevalecentes num dado momento, numa dada sociedade. 

terça-feira, 5 de maio de 2020

[Joe Rogan entrevista Edward Snowden] «ESTADO DE VIGILÂNCIA PERMANENTE»


Estamos num mundo distópico, Edward Snowden diz e prova, para além de qualquer dúvida, nesta entrevista com Joe Rogan ocorrida em 23 de Outubro de 2019.

  1. UMA ENTREVISTA A NÃO PERDER!

segunda-feira, 17 de junho de 2019

A INDIFERENÇA COMO ARMA


Num mundo zombificado pelas maquinetas electrónicas, os poderes podem manipular à vontade os desejos, as aspirações, e mesmo os sonhos, de um bilião de utilizadores. 
O tempo tornou-se a matéria-prima principal para fazer dinheiro. Se algo tem capacidade para reter, nem que seja por um segundo, o tempo do consumidor médio, então essa 'coisa' (seja visual, seja sonora, seja conceptual...) tem potencial para interessar os novos capitalistas, os quais constroem o seu poder e património sobre o capital-tempo
Assim, o mundo mais tradicional do poder, encarnado nos governos e nas máquinas dos Estados, incluindo, não esqueçamos, os exércitos, armadas e forças aéreas,  pode dispor de um conhecimento praticamente infinito sobre os seus súbditos (cidadãos, pressuporia vontade em participar activamente na coisa pública). Para que lhes serve esse conhecimento? 
- Como matéria-prima para suas «psi-ops» ou seja, operações psicológicas. Note-se que, hoje em dia, tudo é psi-op, mesmo aquilo que à partida não parece ser. 
A manipulação das mentes pode implicar a saturação com coisas triviais, a satisfação dos desejos hedónicos, a adição compulsiva a comunicar com a sua rede de amigos e conhecidos, a manipulação do medo e da angústia (que é um medo indefinido, não objectivável) e de muitas outras formas mais subtis ou mais grosseiras. 
Com efeito, a propaganda, rebaptizada de «fake news» e cuja utilização massiva se verifica sobretudo na informação «mainstream», é apenas um mecanismo entre outros, aliás a sua eficácia depende exclusivamente do prévio abaixamento das defesas dos seus alvos (nós), através das diversas técnicas de manipulação. 
Os cientistas do cérebro, da psicologia, da sociologia, estão fornecendo - muitas vezes sem o saberem - elementos preciosos para que outros, menos «puros», se esmerem em refinar as técnicas de condicionamento psicológico e de controlo das massas.  
Não existe nenhuma grande potência mundial que esteja fora deste jogo, de capturar não apenas a atenção, mas mesmo a vontade do seu público e, se possível, de neutralizar as mensagens dos seus inimigos internos e externos. 
É risível ver-se a oligarquia dos regimes ocidentais gritar indignada com as violações dos direitos humanos que ocorrem na China e noutros países de que eles não gostam. Risível, não por essas violações não existirem, elas existem de facto. Mas, porque eles estão a denunciar aquilo que eles próprios fazem «em casa», com os seus aparelhos de vigilância em massa. 
Aliás, porque pensam que estão eles tão assanhados contra Julian Assange? Seria bastante incoerente que fosse pelas razões que eles invocam. Pelo contrário, a sua raiva e ódio são devidas ao facto de Wikileaks ter demonstrado perante todo o mundo, o cinismo e crueldade do poder, precisamente aquilo que ele temia ver revelado, porque o desautoriza e desmascara seus discursos de «direitos humanos».
Existe uma resistência a todo esse desenrolar de estratégias de controle do comportamento? 
- Sim, existe; tal como no romance «1984» de Orwell também existia.  Mas essa resistência é desproporcionada ao poderio dos Estados e suas armas tecnológicas sofisticadas. 
A única hipótese de algo se transformar em proveito dos cidadãos e em desfavor dos que controlam as alavancas dos Estados, seria que os próprios zombificados tomando consciência de serem manipulados, de seus instintos serem usados... se insurgissem. Em suma, uma revolta geral dos escravos. Não acredito que essa revolta ocorra enquanto forem dadas as doses diárias de «soma» (ver romance da Aldous Huxley, «O Melhor dos Mundos»).  Algo terá de correr terrivelmente mal, rupturas no aparelho da ilusão perfeita, no suporte básico da vida, a um ponto tal, que a fabricação duma realidade ilusória deixe de ser possível... 

Isso é verificável, hoje em dia, na região de Chernobyl e na região de Fukushima: uma natureza que se reconstitui parcialmente, mas onde a ingestão de alimento contamina os animais, impossibilitando vida humana «normal» por muitos séculos, nos solos e aquíferos contaminados pela radioactividade. Os habitantes dessas zonas sabem; mas a sua experiência traumática não é passada, antes ocultada, aos restantes cidadãos... 

A ignorância da monstruosa corrida aos armamentos, que está agora ocorrendo, é -em parte -devida ao efeito de ocultação dos media, mas isto não explica tudo.  A psicologia social explica como é que as pessoas se colocam numa postura de «denegação»: 
- Elas sentem medo, mas julgam que suas tentativas de evitar esses perigos são inúteis; então, no seu «Eu profundo» ocorre uma transformação, que consiste em «anular» todos os sinais de perigo que vêm de tal fonte. Concentrando-se nas suas tarefas do dia-a-dia, elas pensam que poderão evitar o sofrimento ou que, pelo menos, não irão acrescentar sofrimento inútil ao presente, aos sofrimentos que poderão ter, num futuro indefinido...
A fabricação da indiferença e não somente do consentimento (Chomsky) é o grande instrumento de subjugação da elite plutocrática sobre a massa amorfa. Se tal não fosse assim, mesmo com a superioridade do material técnico (incluindo o armamento...), não seria possível tão poucos controlarem tantos. 

A raiz do totalitarismo reside nisso, como analisou Hannah Arendt, em relação aos fenómenos da sua época, da ascensão dos totalitarismos, soviético e nazi... 

domingo, 2 de junho de 2019

SNOWDEN FALA SOBRE TECNOLOGIAS DO CONTROLO SOCIAL

                           
https://www.commondreams.org/news/2019/05/31/edward-snowden-technology-institutions-have-made-most-effective-means-social-control

COM A TECNOLOGIA, AS INSTITUIÇÕES CONSTRUÍRAM «O MEIO MAIS EFICAZ DE CONTROLO SOCIAL NA HISTÓRIA DA NOSSA ESPÉCIE» . 


O lançador de alerta ex-contratante da NSA, disse - numa entrevista por videoconferência numa série intitulada «Diálogo Aberto» duma unidersidade canadiana da Nova Escócia - que as pessoas que controlam os sistemas de poder exploraram o desejo dos humanos de estarem conectados, em ordem a criar sistemas de vigilância em massa.  Disse que, agora mesmo, a Humanidade se encontra numa espécie de «momento atómico» no campo da ciência da computação 
"Estamos a assistir à maior redistribuição de poder desde a Revolução Industrial e isto acontece porque a tecnologia forneceu uma nova capacidade." 
"Isto está relacionado com a influência que alcança qualquer um, em qualquer lugar". "Não atende a fronteiras. O seu alcance é ilimitado se assim se desejar; porém as salvaguardas não o são".  Sem tais resguardos, as tecnologias conseguem afectar o comportamento humano.

As instituições podem "monitorizar e gravar as actividades privadas de pessoas numa escala tal, que está próxima da omnipotência" disse Snowden. Isto é feito através de «novas plataformas e algoritmos», através dos quais o comportamento pode ser modificado. Nalguns casos, conseguem prever o nosso comportamento ou decisões - e também influenciá-los - em várias circunstâncias. Também exploram a necessidade humana de pertença"
"Nós não subscrevemos uma coisa dessas," acrescentou, descartando a noção de que as pessoas sabem exactamente o que estão fazendo quando se envolvem em plataformas sociais como o Facebook.
"Quantos de vós tendes uma conta Facebook e leram realmente os termos de serviço?" perguntou Snowden. "Tudo tem centenas e centenas de páginas de linguagem jurídica que nem sequer estamos qualificados para ler e avaliar - e no entanto, é considerado que nós estamos obrigados a respeitar esses termos.
"É através de uma ilegítima conexão entra a tecnologia e uma forma incomum de interpretar a lei contratual que estas instituições têm sido capazes de transformar a maior virtude da humanidade - que é o seu desejo de interagir e conectar-se para cooperar e partilhar - transformar isso tudo numa fragilidade."
"Agora essas instituições são tanto comerciais como governamentais ... estruturaram-se de modo que se tornaram o mais potente meio de controlo na história da nossa espécie. Esta realidade é o que se chama de vigilância de massa."

Pode ouvir Snowden na íntegra (começa a falar em torno dos 25 minutos do vídeo.)

https://vimeo.com/337847675

https://www.youtube.com/watch?time_continue=2203&v=oizhVJstxC4



quinta-feira, 7 de março de 2019

PEQUIM NÃO NECESSITA DE «PORTAS DAS TRASEIRAS» DE HUAWEI

                      

Um perito diz que a National Security Agency dos EUA nunca encontrou «portas das traseiras» da Huawei para a espionagem chinesa.

 Por FRANK CHEN

 Enquanto os EUA e alguns dos seus aliados se juntam para excluírem a Huawei das suas infraestruturas de telecomunicações, alguns peritos em cibersegurança ocidentais questionam abertamente as razões de porem em destaque e penalizarem a empresa chinesa de tecnologia.
Eles dizem que é «inverosímil» que a Huawei tenha construído as chamadas «portas das traseiras» nos sistemas porque teriam medo de ser detectadas, em especial considerando que Pequim já pode «hackear» (invadir) os sistemas estrangeiros sem recorrer a tal auxílio.
Washington insiste em que qualquer nação que utilize aparelhagem da Huawei nas redes sem fios da próxima geração (5G) está a dar a Pequim um instrumento directo para espionagem. Os americanos dizem que o gigante de tecnologia baseado em Shenzhen, ao colocar um laço global no equipamento de 5G está a colocar-se às ordens do poder, pondo a empresa a funcionar como agência de Pequim.
As autoridades dos EUA também citam a lei chinesa que «compele os seus cidadãos e suas companhias a participar em actividades de vigilância».

                          

A directora financeira de Huawei, Meng Wanzhou está agora em liberdade sob caução em Vancouver depois de ter estado detida durante uma paragem em trânsito no aeroporto da cidade, em Dezembro. O Canadá pode decidir extraditá-la a pedido dos EUA por alegadamente ter violado as sanções contra o Irão.  Foto: Reuters

Mas os peritos em segurança disseram à «Associated Press» que o governo dos EUA estava provavelmente a exagerar esse risco. A realidade é que Pequim não necessita de implantar software malicioso (malware) ou acesso clandestino a aparelhagem da Huawei como routers, interfaces ou estações de Internet sem fio para se infiltrar nas redes do estrangeiro, as quais já têm «notoriamente fraca segurança» fazendo delas prezas fáceis de serem exploradas.
Jan-Peter Kleinhans, um especialista do grupo berlinense «Neue Verantwortung Stiftung» especializado em segurança informática e vigilância de Estados, diz que se os chineses quiserem conectar-se ou imiscuir-se nas redes globais «eles farão isso independentemente do tipo de equipamento que esteja usando» e que os hackers ao serviço de Pequim, são muito eficientes e não têm mostrado preferência pela tecnologia de uma empresa sobre a de outra.
Além disso, a Huawei já teria sido apanhada e banida há muitos anos se tais portas das traseiras tivessem sido instaladas nos seus equipamentos, para benefício da espionagem de Pequim, pois teria sido descoberta pelos seus clientes estrangeiros ou pelos serviços de segurança dos governos.
A Huawei accionou um contra-processo contra o governo dos EUA por acusações fabricadas e sem quaisquer provas, da sua alegada cumplicidade em espionagem.


Os aliados europeus têm mostrado relutância em adoptarem um banimento sem provas do equipamento da Huawei. Por exemplo, a Alemanha assinalou que não faz tenção de restringir o negócio da Huawei, firmando em vez disso um acordo de não-espionagem recíproca com a China. A Polónia e República Checa (ambas as nações membros da NATO) têm também autorizado a Huawei a penetrar nos respectivos mercados de telecomunicações e de usuários finais.
A AP também citou Priscilla Moriuchi, ex-directora das operações do Extremo-Oriente da NSA (National Security Agency) dos EUA de que não tinha conhecimento da NSA ter jamais encontrado «portas das traseiras» criadas pela Huawei para a espionagem chinesa.
                     Passengers watch a television screen broadcasting news about Edward Snowden on a train in Hong Kong, June 14, 2013. The former US spy contractor Edward Snowden created an international furore when he revealed US surveillance secrets to the media. Snowden was in Hong Kong when the first stories about the leaks were published. As Washington sought his extradition, Hong Kong allowed Snowden to leave in June for Moscow where he was given asylum. Supporters see him as a whistle-blower who boldly exposed government excess, but others consider him a traitor. Photo: Reuters/Bobby Yip
Uma foto de 2013 mostra passageiros vendo as notícias sobre Edward Snowden num comboio em Hong Kong. O ex-espião contratante, dos EUA, criou uma indignação internacional quando revelou  à media internacional os segredos da vigilância dos EUA. Como Washington procurou obter a sua extradição as autoridades de Hong Kong autorizaram-no a partir para Moscovo onde lhe foi dado asilo. Foto: Reuters

A ironia consiste no conhecimento geral de que os EUA fizeram aquilo exactamente de que acusam a Huawei de estar fazendo.
De acordo com documentos expostos em 2013 pelo contratante dissidente da NSA, Edward Snowden, que fugiu de Hong-Kong e obteve posteriormente asilo de Moscovo, os EUA «plantaram dispositivos de vigilância nos equipamentos de redes,  fabricados por companhias como Cisco Systems, e estes depois foram distribuídos pelo mundo inteiro».
As revelações chocantes do dador de alerta estiveram na origem de uma exclusão dos produtos Cisco da parte de Pequim.
Apesar do bloqueio coordenado dos EUA, a Huawei afirma que estabeleceu contratos com 30 firmas emissoras de sinal, internacionalmente, para teste e ensaio de redes 5G e tecnologias sem fios («wireless»).





quinta-feira, 14 de junho de 2018

A INDIFERENÇA MATA

      
Veio-me esta reflexão a propósito do artigo de Jonathan Cook, aqui, cuja leitura recomendo.
Com efeito, Jonathan tem razão ao denunciar a armadilha que muitos de nós colocamos a nós próprios, quando queremos «discutir política» em termos de «qualidades e defeitos», da personalidade, duma valoração moral dos actos dos líderes, chefes de estado e governo.

De facto, este ângulo é o que não traz nenhum beneficio para a discussão séria sobre política, pois tem como pressuposto (implícito) que as pessoas que «avaliam» o desempenho destes dirigentes são uma espécie de «consciência do mundo»... Na realidade, a media está sempre a proceder desta maneira nas suas pseudo-análises, o que apenas reforça um determinado estereótipo, uma determinada visão das coisas, que se encaixa por sua vez no «perfil típico» do leitor/espectador deste ou daquele veículo mediático.
De facto, a única análise política madura é a que vai procurar entender o porquê deste ou daquele comportamento, acção, iniciativa, dentro de uma lógica de PODER. Porque política é sinónimo de poder e querer fazer política, é - de uma forma ou de outra - querer impor seu poder, as suas vistas, ao resto da sociedade. A lógica do poder serve-se do discurso moral, dos direitos humanos, etc., mas apenas como outra arma na panóplia das que dispõe para chegar a seus fins. Maquiavel continua - sem dúvida - um marco inultrapassável do pensamento político e da filosofia pragmática da Modernidade. Isto não significa que moralmente sejamos «maquiavélicos» no sentido pejorativo, ou seja, que não nos importemos com a «moralidade» dos meios utilizados, desde que eles sejam bons para servir os fins que nós próprios queremos alcançar! 
A política, sendo o que é, obriga ao REALISMO, ou seja, a vermos o jogo político como jogo onde determinadas forças exercem o poder, de forma ostensiva ou encapotada: são aqueles que «seguram os cordelinhos» do jogo que são os verdadeiros protagonistas; os outros são apenas figurantes, ou «idiotas úteis» manipulados para fazerem os jogos de quem verdadeiramente MANDA. 
O conjunto da media desempenha globalmente um papel de ocultador do jogo dos poderosos, mesmo quando aparenta «revelar» as suas manobras. Apenas algumas organizações totalmente à margem, como Wikileaks, ou alguns «soadores de alarme» como Edward Snowden, têm sido corajosos e têm mostrado as coisas e as evidências das responsabilidades dos líderes.
No geral, os cidadãos do século XXI estão sujeitos a um ecrã de fumo da propaganda e uma «lavagem ao cérebro», que os leva à passividade em relação aos crimes e abusos cometidos em seu nome, lá longe, num «teatro de guerra». Mas, de facto, nem podem argumentar com ignorância, pois a media, não dizendo tudo e deformando muitas coisas, dá-lhes algumas pistas. Hoje ainda é possível (durante quanto tempo?) procurar saber algo mais, para além da propaganda. 
É a indiferença que mais mata, a meu ver: ela permite que os do poder (sejam eles quais forem) possam continuar suas actividades criminosas, abertas ou encapotadas, sem qualquer  receio de serem responsabilizados criminalmente ou até, somente, de perderem as eleições, devido a terem ordenado e cometido os piores crimes.