Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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domingo, 14 de novembro de 2021

BRINCANDO COM O FOGO, ou como se liberta o génio mau da inflação

 É da natureza dos bancos centrais, em especial da FED, estarem sempre numa posição inadequada, contra-cíclica, em relação à economia. Por exemplo, agora estão com um atraso de muitos meses a tentar a viragem na política de «dinheiro fácil» através de «tapering», que é a desaceleração da impressão monetária, mas não a supressão da mesma. Esta impressão monetária não resolve nenhum problema real, verdadeiro da economia. Com efeito, o aumento da massa monetária total, ou em circulação, vai estimular a perceção dos intervenientes nos mercados, de que há maior riqueza, maior disponibilidade para gastar. Mas não se produziram mais bens nem serviços, não houve acréscimo de autêntica riqueza. É um mecanismo essencialmente psicológico, como, aliás, são de base psicológica muitas das movimentações que ocorrem nas economias. 

A razão pela qual os bancos centrais, em especial os «ocidentais», fazem sistemáticos erros de avaliação da situação económica mundial, é que funcionam com modelos lineares. Baseiam-se nestes modelos e numa visão teórica neokeynesiana. Assim projetam eles as tendências e baseiam o fundamental das suas decisões. O problema com isto, é que tais projeções não colam com a realidade. Se a economia fosse uma verdadeira ciência (não é!), estaria sempre a reavaliar a validade de seus modelos, de suas projeções, incluindo os fundamentos e pressupostos sobre os quais se construíram tais modelos e projeções. 

A realidade é outra: A FED e todos os bancos centrais ocidentais, que lhes seguem as passadas, vão dar sempre prioridade aos conceitos teóricos, sobre a realidade dos factos no terreno. Em todas as crises, especialmente as mais graves,  pode-se notar esse desfasamento. Isso significa que os bancos centrais, em vez de criarem condições para o retorno à normalidade, suas intervenções têm o efeito oposto, o de aumentar a amplitude dos ciclos económicos. 

A recente afirmação de Jerome Powell, de que o surto de inflação era transitório e que, portanto, não haveria nada de fundamental a mudar no rumo decidido pela FED, ilustra claramente a inadequação da política da FED, a qual só pode ter por base uma inadequada visão da realidade, ela própria devida a modelos não apropriados, baseados em teorias parciais, ou defeituosas no fundamental. 

Veja como Mohamed El Erian, numa curta entrevista AQUI, destrói a narrativa emanada da FED e do seu presidente, ao dizer que esta crise foi logo caracterizada por inflação devida a escassez da oferta. Referia as disrupções dos mercados de matérias-primas, bens acabados e, mesmo, de mão-de-obra, resultantes da crise estrutural e de conjuntura - os lockdown a pretexto do COVID - que a exacerbou. Os elementos que El Erian refere estavam patentes, não eram elementos ocultos que somente podiam ser detetados após muitos meses. 

Porém, o que a FED e outros bancos centrais fizeram, com a sua impressão monetária levada ao extremo, foi exacerbar o problema, criando um efeito inflacionário do lado da procura, além e por cima do existente, devido à escassez na oferta. 

A inundação de liquidez nos mercados não veio salvar coisa nenhuma na economia produtiva. Veio apenas insuflar ainda mais as já muito grandes bolhas nas bolsas e em todos os ativos. 

Além disso, houve um súbito aumento de dinheiro disponível, na economia do dia-a-dia, com o dinheiro distribuído às pessoas para compensar as paragens de trabalho forçadas («helicopter-money»). Foi uma medida tornada necessária pelos lockdown, mas os lockdown não eram necessários! 


Assim se destapou a lâmpada de Aladino e deixou-se o génio malévolo da inflação surgir e crescer, com o risco de tudo devorar na onda hiperinflacionária.

A conclusão a que chego é que os bancos centrais são estruturas de poder que se têm pautado por uma política claramente favorável aos muito ricos, os multibilionários, embora tenham o discurso de cuidar da economia para o bem do maior número. 

Isto não pode surpreender alguém convicto da natureza depredadora, parasitária do capitalismo de hoje, com as enormes disparidades de riqueza, logo de poder. 

O diálogo AQUI entre Slavoj Zizek e Yanis Varoufakis demonstra-o: Não há capitalismo, no sentido clássico. Há um domínio dos muito poderosos donos de plataformas (Facebook, Amazon, Google, etc.) que possuem literalmente o campo todo, o chamado «mercado». Este deixou de ser propriamente um mercado, no sentido clássico do termo. Por isso, Varoufakis utiliza a expressão «tecno-feudalismo», outros usam outras expressões, mas vem a dar no mesmo: A realidade é que estamos numa nova era, onde nada é favorável aos pequenos capitalistas e aos trabalhadores, onde tudo está nas mãos de corporações gigantes, monopólios ou oligopólios, que tudo controlam.


terça-feira, 20 de julho de 2021

PROPAGANDA 21 [nº1] - folha informativa sobre a guerra de propaganda no século XXI

«Propaganda 21»: Assim designo a partir de hoje uma série de textos críticos sobre a propaganda, estatal ou privada, que estão a despejar constantemente sobre nós. Para mim, é uma das facetas da resistência ao totalitarismo que se está a instalar, a de desmascarar essa propaganda. Vejam, leiam, meditem e veiculem estes escritos a quem acharem que pode beneficiar desta contrainformação!


O texto abaixo(*) foi retirado da newsletter da ADSE. Mostra como é que o Estado (neste caso) promove sem vergonha as medidas discriminatórias.

Estamos perante um instrumento claro de segregação. Estes que nos governam e que se dispõem a colaborar nestas barbaridades são criminosos que teriam (terão) o seu lugar no banco dos réus, sem dúvida. Entretanto, não devemos «cumprir» aquilo que é claramente ilegal. Se não nos opomos agora ao chamado «passe sanitário», amanhã estaremos na situação de depender completamente de autorização do Estado e/ou entidades privadas, para realizar as mais variadas tarefas (não só viajar de avião, como ir a um hospital, ou mesmo ter emprego...).

Não à prepotência sob cobertura sanitária!

Se não estás vacinado/a e não queres sê-lo, não apenas é esse o teu direito, como é uma violação do mesmo e dos direitos humanos fundamentais obrigarem-te, forçarem-te, coagir-te a uma coisa que deveria ser apenas do teu foro pessoal.

Se estás vacinado e não te importas que outras pessoas tenham problemas devido a não aceitarem sê-lo? Estás a cavar a tua sepultura, pois não tardará nada tu e a sociedade vão sofrer debaixo do jugo totalitário que já começa a afirmar-se, entre nós.

Informa-te sobre o que é uma sociedade regida pelos grandes empórios farmacêuticos e pelas grandes empresas tecnológicas (Google, Facebook, Apple, etc.), por cima dos Estados e de todas as instâncias coletivas da sociedade civil (partidos, igrejas, associações, clubes, etc.). A aplicação que querem agora que descarregues no teu smartphone é perfeita para rastrear-te, para que todos os teus gestos, dados pessoais (incluindo dados de saúde confidenciais), todas as tuas comunicações, todas as transações sejam captadas e guardadas em megabases de dados. Que garantias tens de que os dados que estás cedendo não cairão amanhã em mãos malévolas?

Pensa bem, antes de agires impulsionado/a pelo medo.

Escreve-me! Eu ajudarei, no que puder, para não desistires de ser livre (quer estejas ou não vacinado/a!).

Pela sociedade em liberdade,

Manuel Banet Baptista



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(*) Covid-19 | Para viajar com mais segurança

O Regulamento relativo ao Certificado Digital COVID da UE entrou em vigor em 1 de julho de 2021. O Certificado Digital é um documento que visa facilitar a circulação segura e livre na União Europeia durante a pandemia de COVID-19, promovendo a não aplicabilidade de medidas e restrições adicionais impostas pelo país de destino aquando de uma viagem, tais como procedimentos de testagem e quarentena/isolamento profilático obrigatório, exigidos à chegada.

O Certificado COVID da UE, que pode ser utilizado nas versões eletrónica e em papel, prova que uma pessoa:

· Foi vacinada;

· Recebeu um resultado negativo no teste ou;

· Recuperou da Covid-19.

Ambas as versões têm um código QR que contém informações essenciais, e uma assinatura digital para garantir a autenticidade do certificado.

A aplicação (gratuita) para telemóveis “SNS 24”, permite-lhe, entre outras funcionalidades, emitir e apresentar o Certificado Digital da UE em formato eletrónico. Descarregue-a na loja de aplicações móveis da Google ou da Apple.


domingo, 18 de julho de 2021

COMPARAÇÃO ENTRE CORPORAÇÕES GIGANTES E ECONOMIAS DOS PAÍSES

 Baseado em Zero hedge:

https://www.zerohedge.com/technology/worlds-tech-giants-compared-size-nations-economies

Nota: Estes quadros mostram números que não se referem a realidades comparáveis diretamente: O PIB de um país avalia a totalidade das transações realizadas nesse país durante um ano. A capitalização bolsista é a totalidade das ações existentes duma dada firma, multiplicadas pelo valor unitário em bolsa das ações, num dado momento.




Caso a capitalização de mercado da Apple fosse igual ao PIB de um país, esta poderia estar entre os membros do G7. De facto, esta capitalização de mercado de 2,1 triliões de dólares é maior do que o PIB de 96% dos países. É maior que os PIB da Itália, do Brasil, do Canadá e da Rússia.

Somente 7 países, em todo o mundo, possuem um PIB superior a  2,1 triliões.




Quanto à Microsoft, esta seria o 10º país mais rico no mundo, se o seu PIB fosse o equivalente à sua capitalização de mercado.

Com 1,9 triliões de dólares, o valor da Microsoft é maior que os PIB do Brasil, Canada, Rússia e Coreia do Sul.



                           

Embora todos os gigantes tecnológicos tenham beneficiado com o COVID-19, nenhum deles foi tão bem sucedido como a Amazon: Com o aumento da procura do seu comércio de retalho online e seus serviços na Internet, a capitalização de mercado da Amazon subiu para 1.7 triliões de dólares, maior que o PIB de 92% dos países.


Até há pouco tempo, Tencent estava à frente da outra gigante tecnológica Facebook, em termos de capitalização de mercado, mas a rede social de Zuckerberg adiantou-se, e chegou quase a um trilião de dólares de capitalização de mercado.

                                  






NB: A íntima relação entre as grandes tecnológicas e as grandes farmacêuticas, não poderia ser melhor ilustrada do que com esta descrição do envolvimento da Google com uma das «vacinas» de alteração génica, a da Astra-Zeneca e o facto da sua subsidiária Youtube censurar descaradamente tudo o que possa desfavorecer a imagem desta «vacina» anti-covid.

Veja:

CENSURA DA GOOGLE DEVE-SE AO INVESTIMENTO NAS VACINAS

Joseph Mercola, “Mercola”, 22-7-2021

Tradução e adaptação de José Oliveira

O advogado alemão Reiner Fuellmich cofundador da “Comissão de Inquérito Extraparlamentar Corona”, conversa com o repórter de investigação Whitney Webb acerca da censura no YouTube sobre pesquisas médicas. Ele conta-nos como um médico, após várias dificuldades, conseguiu realizar uma análise às máscaras e respectivos mandatos e publicou os resultados no Journal of Pediatrics. Postou também um vídeo no YouTube que foi apagado minutos depois.

De facto, a Google proprietária da YouTube investiu substancialmente nas vacinas da AstraZeneca/Oxford, instituição que adora aparecer como entidade não-lucrativa. As personalidades à testa deste instrumento de modificação genética são Adrian Hill e Sarah Gilbert, bem como o Jenner Institute for Vaccine Research.

Embora este instituto seja quem desenvolve de facto a vacina, as respectivas patentes e direitos são propriedade de uma empresa privada, a Vaccitech, fundada exactamente pelos mesmos A. Hill e S. Gilbert.

Os principais investidores na Vaccitech são os seguintes:

- Google Ventures

- Wellcome Trust, instituição há muito ligada à agenda eugénica

- Governo inglês

- BRAAVOS, empresa de capital de investimento criada por um executivo do Deutsche Bank e que é um dos principais investidores na Oxford Science Inovation, por sua vez, um dos grandes investidores na Vaccitech.

- Interesses chineses: Fosun Pharma e bancos chineses

Claro que todos estes investidores esperam lucrar bastante com a vacina, pois até se prevê que a mesma se torne anualmente renovada, como a da gripe.

Dado que a Google tem interesses financeiros directos na vacina da AstraZeneca, não admira que as suas subsidiárias como o YouTube censurem tudo o que ameace a rentabilidade dos seus produtos.

Contextualizando mais abrangentemente, é sabido que Sillicon Valley tem vindo a transformar os sistemas de saúde num complexo baseado na telemedicina e na IA, procurando substituir médicos por aplicações geridas pela IA, para melhor controlar a saúde e a vida das pessoas, dizendo-lhes sempre que tal é feito para seu benefício, avançando assim a agenda transhumanista, declara Webb.

É igualmente conhecida a íntima ligação da Google ao Complexo Industrial Militar americano, assim se clarificando a censura contra quem quer que contrarie a narrativa oficial.

Webb também discorre sobre a Johnson & Johnson e a sua vacina. Esta é produzida pela empresa americana Emergent BioSolutions, antes chamada BioPort, uma subsidiária da fábrica de Biodefesa sediada em Port Down.

Em 2001, a BioPort aparece intimamente ligada ao escândalo do Antrax e à crise de opióides, por isso, em 2004 muda o nome para Emergent BioSolutions.

Apesar desse e de outros escândalos, a empresa foi escolhida para fabricar a vacina da J&J. O responsável pelo controle de qualidade não tem quaisquer conhecimentos ou experiência no ramo farmacêutico ou químico (parece nem precisar). O seu currículo limita-se a operações de espionagem no Iraque e Afganistão.

Mais recentemente, rebentou novo escândalo relacionado com lotes defeituosos das vacinas, em que a J&J se limitou a responsabilizar a BioSolutions, mas sem que nada acontecesse à empresa, ligada como estava ao Complexo Militar, à CIA e a contratadores militares como a Batelle do Ohio, igualmente atolada no escândalo do Antrax.

Segurança

O facto de as vacinas de base genética terem passado nos controles deve-se ao facto de a autorização de emergência lhes ter chamado impropriamente “vacinas”, sendo como são “instrumentos de modificação genética”.

Os seus fabricantes nunca explicaram até agora o efeito de magnetismo patente nas pessoas vacinadas. Pequenas colheres, chaves, etc. aderem à pele dessas pessoas. O termo magnetismo não é inteiramente adequado, já que objectos não magnéticos são igualmente atraídos ao corpo.

Em 2004, o Pentágono perdeu uma acção judicial onde era acusado de usar os soldados como cobaias para ensaiar a vacina do Antrax.

Tanto a Pfizer como a Moderna beneficiam de substanciais investimentos por parte do DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), um ramo do Complexo Militar americano. O DARPA está também ligado ao Wellcome Trust para criar o “Wellcome Leap”, um problemático movimento eugénico transhumanista. A CEO do Wellcome Leap, Regina Dugan, trabalhou muitos anos no DARPA e foi quem libertou os fundos para a Pfizer e a Moderna.

De facto, a Moderna nunca conseguiu resolver o problema de toxicidade das nanopartículas lípidas. Se a dose for baixa, não funciona, se for mais alta torna-se tóxica.


Mas façam o que fizerem, as empresas nunca são responsabilizadas pelas consequências negativas das suas atitudes e produtos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

CIDADÃOS PELA LIBERDADE DE PALAVRA

          VEJA NO CANAL ALTERNATIVO do BIT-CHUTE, NO LINK ABAIXO



                https://www.bitchute.com/video/S8xwFZ0swtI/

 Patrick Wood conversa com James Corbett, sobre uma organização não-governamental, não orientada para o lucro, para combater os ataques à liberdade de palavra, «free speech», que está sob ameaça: 

Citizens for Free Speech

Com 26 mil membros, a «CFFS» procura activar as pessoas ao nível local e ensiná-las a comunicar melhor as suas ideias e combater as ameaças às liberdades fundamentais que se verificam e que temos de enfrentar neste contexto de crise manufacturada.

sábado, 16 de janeiro de 2021

A MARÉ ESTÁ A MUDAR...

A maré está a mudar... digo isto por vários motivos, que não vou explicitar* agora. Mas apenas um, parece-me merecer neste momento a atenção geral. O império das GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon, Microsoft... e Twitter) está em maus lençóis, não está ainda perto de ser desfeito, mas já mostra sinais inequívocos de fraqueza. 

Para explicar melhor que eu, leia o artigo «Baby Social Media» do blog The Automatic Earth, do qual transcrevo e traduzo estes parágrafos seguintes:  

«Muitos políticos querem banir as pessoas de todo o género de coisas, mas querem ser eles a fazer o banimento, não é o caso de @jack (plataforma sem censura). Mas, tal como Merkel observou, banir alguém sem mínima base legal não pode ser aquilo que as pessoas desejam. O resultado, ao recusar acesso aos meios sociais a alguém, transforma-se na mesma coisa que recusar acesso a um computador ou, melhor, a usar um telefone. Coisas deste género acontecem muito raramente e nunca com o presidente dos EUA. Ma Bell, Baby Bells, AT&T, (gigantes das comunicações do passado, que entretanto perderam muito da sua relevância) talvez seja esse o futuro de Facebook e Twitter. Se tiverem sorte.

E já que estamos nisto, não mencionámos ainda Google. Vamos transformá-los em Bébé-Googles também. Porque a maior ameaça que Silicon Valley coloca não é que censurem Trump e que tenham activamente tentado influenciar a eleição presidencial (lembram-se do fundo eleitoral de 500 milhões de dólares de Zuckerberg?):

- Não, a maior ameaça são seus algorítmos, utilizados para nos espiar, a ti e a mim, para nos «optimizar»como vítimas clientes dos seus anunciantes.  Eis porque não é somente sobre Facebook ou Twitter, mas certamente também inclui Google. Estes são os tais monopólios de facto, de que estamos falando. E, já agora, inclui também Apple e Amazon. As suas ligações com as agências de «inteligência» (espionagem) são o que torna estas companhias das mais ameaçadoras. Nos EUA, as coisas já foram longe demais, para serem travadas agora. Mas, na Europa, talvez ainda haja uma hipótese.

Trata-se de uma grande luta, quando está em causa a liberdade e o espaço pessoal dos indivíduos. Se não se dá luta agora, já se perdeu. 

Toma atenção, se fazes favor.»

*veja-se a desobediência civil de milhares de proprietários de restaurantes em Itália, por exemplo... ou ainda, a manifestação muito participada em Viena, Áustria, contra os «lockdowns» e a maneira como o governo está a gerir a crise do covid.

                 ROGER WATERS: THE TIDE IS TURNING



quarta-feira, 17 de junho de 2020

[Manlio Dinucci] O FACEBOOK CIRCUNDA A ÁFRICA

                        
ITALIANO PORTUGUÊS

Muitas indústrias e empresas de serviços estão a falhar ou a redimensionar-se devido ao ‘lockdown’ e à crise consequente. Ao contrário, existe quem ganhou com tudo isto. O Facebook, Google (proprietário do YouTube), Microsoft, Apple e Amazon - escreve o New York Times – “estão a fazer agressivamente novas apostas, visto que a pandemia do coronavírus os tornou serviços quase essenciais”.
Todos estes “Tech Giants” (Gigantes da Tecnologia) são dos Estados Unidos. O Facebook - não mais definido como rede social, mas como “ecossistema”, do qual fazem parte o WhatsApp, Instagram e Messenger - ultrapassou os 3 biliões de utilizadores mensais. Portanto, não é de admirar que, em plena crise do coronavírus, o Facebook lance o projecto de uma das maiores redes de cabos submarinos, a 2Africa: com 37.000 km de comprimento (quase a circunferência máxima da Terra), que rodeará todo o continente africano, ligando-o a norte à Europa e a leste ao Médio Oriente.
Os países interligados serão, inicialmente, 23. Partindo da Grã-Bretanha, a rede ligará Portugal antes de iniciar o seu círculo em volta de África através do Senegal, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Gabão, República do Congo, República Democrática do Congo, África do Sul, Moçambique, Madagascar, Tanzânia, Quénia, Somália, Djibuti, Sudão, Egipto. Nesta última secção, a rede será ligada a Omã e à Arábia Saudita. Então, através do Mediterrâneo, chegará a Itália e daqui a França e a Espanha.
Esta rede de grande capacidade - explica o Facebook - será “o pilar de uma enorme expansão da Internet em África: as economias florescerão quando houver uma Internet amplamente acessível para as empresas. A rede permitirá que centenas de milhões de pessoas acedam a banda larga até à 5G”. Esta é, em resumo, a motivação oficial do projecto. Para pô-la em dúvida, basta um facto: na África subsariana, cerca de 600 milhões de pessoas não têm acesso à electricidade, o equivalente a mais da metade da população. Então, para que servirá a rede de banda larga?
Para ligar mais estreitamente às empresas-mãe das multinacionais, as elites africanas que representam os seus interesses nos países mais ricos em matérias-primas, enquanto aumenta o confronto com a China, que está a reforçar a sua presença económica em África. A rede também serve outros propósitos.
Há dois anos, em Maio de 2018, o Facebook estabeleceu uma parceria com o Atlantic Council (Conselho Atlântico), uma influente “organização não partidária”, com sede em Washington, que “promove a liderança e o compromisso USA no mundo, juntamente com os aliados”. O objectivo específico da parceria é garantir “o uso correto do Facebook nas eleições em todo o mundo, monitorando a desinformação e a interferência estrangeira, ajudando a educar os cidadãos e a sociedade civil”.
Qual é a honestidade do Conselho Atlântico, particularmente activo em África, pode ser deduzido da lista oficial de doadores que o financiam: Pentágono e NATO, Lockheed Martin e outras indústrias de guerra (incluindo a italiana Leonardo), ExxonMobil e outras empresas multinacionais, o Bank of America e outros grupos financeiros, as Fundações de Rockefeller e Soros.

Ø A rede, que ligará 16 países africanos a 5 aliados europeus da NATO, sob comando USA e a 2 aliados USA no Médio Oriente, poderá desempenhar um papel não só económico, mas político e estratégico.

Ø O “Laboratório de Pesquisa Digital Forense” do Conselho Atlântico, através do Facebook, poderá comunicar diariamente à comunicação mediática e aos políticos africanos quais as notícias que são “falsas” e quais as “verdadeiras”.

Ø As informações pessoais e os sistemas de rastreio do Facebook podem ser usados ​​para controlar e atingir os movimentos da oposição.

Ø A banda larga, mesmo em 5G, pode ser usada pelas forças especiais USA e por outras, nas suas operações em África.

Ao anunciar o projecto, o Facebook sublinha que África é “o continente menos ligado” e que o problema será resolvido pelos seus 37.000 km de cabos. No entanto, podem ser usados como uma versão moderna das antigas correntes coloniais.
Manlio Dinucci
il manifesto, 16 de Junho de 2020

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Webpage: NO GUERRA NO NATO
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com

domingo, 2 de junho de 2019

SNOWDEN FALA SOBRE TECNOLOGIAS DO CONTROLO SOCIAL

                           
https://www.commondreams.org/news/2019/05/31/edward-snowden-technology-institutions-have-made-most-effective-means-social-control

COM A TECNOLOGIA, AS INSTITUIÇÕES CONSTRUÍRAM «O MEIO MAIS EFICAZ DE CONTROLO SOCIAL NA HISTÓRIA DA NOSSA ESPÉCIE» . 


O lançador de alerta ex-contratante da NSA, disse - numa entrevista por videoconferência numa série intitulada «Diálogo Aberto» duma unidersidade canadiana da Nova Escócia - que as pessoas que controlam os sistemas de poder exploraram o desejo dos humanos de estarem conectados, em ordem a criar sistemas de vigilância em massa.  Disse que, agora mesmo, a Humanidade se encontra numa espécie de «momento atómico» no campo da ciência da computação 
"Estamos a assistir à maior redistribuição de poder desde a Revolução Industrial e isto acontece porque a tecnologia forneceu uma nova capacidade." 
"Isto está relacionado com a influência que alcança qualquer um, em qualquer lugar". "Não atende a fronteiras. O seu alcance é ilimitado se assim se desejar; porém as salvaguardas não o são".  Sem tais resguardos, as tecnologias conseguem afectar o comportamento humano.

As instituições podem "monitorizar e gravar as actividades privadas de pessoas numa escala tal, que está próxima da omnipotência" disse Snowden. Isto é feito através de «novas plataformas e algoritmos», através dos quais o comportamento pode ser modificado. Nalguns casos, conseguem prever o nosso comportamento ou decisões - e também influenciá-los - em várias circunstâncias. Também exploram a necessidade humana de pertença"
"Nós não subscrevemos uma coisa dessas," acrescentou, descartando a noção de que as pessoas sabem exactamente o que estão fazendo quando se envolvem em plataformas sociais como o Facebook.
"Quantos de vós tendes uma conta Facebook e leram realmente os termos de serviço?" perguntou Snowden. "Tudo tem centenas e centenas de páginas de linguagem jurídica que nem sequer estamos qualificados para ler e avaliar - e no entanto, é considerado que nós estamos obrigados a respeitar esses termos.
"É através de uma ilegítima conexão entra a tecnologia e uma forma incomum de interpretar a lei contratual que estas instituições têm sido capazes de transformar a maior virtude da humanidade - que é o seu desejo de interagir e conectar-se para cooperar e partilhar - transformar isso tudo numa fragilidade."
"Agora essas instituições são tanto comerciais como governamentais ... estruturaram-se de modo que se tornaram o mais potente meio de controlo na história da nossa espécie. Esta realidade é o que se chama de vigilância de massa."

Pode ouvir Snowden na íntegra (começa a falar em torno dos 25 minutos do vídeo.)

https://vimeo.com/337847675

https://www.youtube.com/watch?time_continue=2203&v=oizhVJstxC4



quinta-feira, 26 de julho de 2018

OS «FAANG» PARTEM OS DENTES; RETRACÇÃO DOS MERCADOS ACCIONISTAS

«FAANG» é um acrónimo para designar as 5 companhias - FACEBOOK, AMAZON, APPLE, NETFLIX e GOOGLE - que têm feito subir os mercados de maneira vertiginosa, por vezes, sendo estas cotações mirabolantes mantidas graças a dois factores: Por um lado, a constante impressão monetária pelos bancos centrais, que se traduz por um juro praticamente de zero para grandes actores (os grandes bancos e grandes empresas multinacionais). Por outro, os dirigentes destas grandes corporações têm, constantemente, feito as mesmas comprar grandes quantidades dos seus próprios títulos, uma prática completamente falseadora das cotações e que esteve proibida até ao princípio deste século...
Agora a perda de cerca de 25 % (19% durante o período da manhã) de Facebook, significa que cerca de 120 milhares de milhões de dólares foram-se, desapareceram, à velocidade dum click! Esta perda num único título pode ter sido a maior perda diária em toda a história das bolsas. 
Quanto aos restantes, é uma questão de tempo, talvez mesmo muito pouco...  O caso mais absurdo é da Netflix, a qual tem perdido dinheiro, ano após ano e, no entanto, a sua cotação bolsista tem subido constantemente. Esta situação implica que haja um «esquema de Ponzi», pois a empresa que tenha essa prática de auto-compra das suas acções está a desviar o dinheiro disponível para investimento, que poderia utilizar para melhorar, inovar, expandir o seu negócio. Em vez disso, as empresas queimam dinheiro, ao fazerem auto-compras das acções, que apenas servem para aumentar os bónus dos seus gestores de topo. 
Quando as pessoas se aperceberem do artificialismo de tudo isto, vão vender, em pânico, sem que se possa prever o limite da quebra. Durante meses, os índices bolsistas (incluindo o mais importante, o Dow), flutuaram ou subiram, apenas graças a estas FAANG. Isto significa que a quebra destas será o descalabro de toda a construção artificial que se tem mantido graças ao dinheiro gratuito (para os grandes, apenas!) promovida pelos bancos centrais. 
...E por falar em bancos centrais, um dos maiores detentores de acções da facebook (exterior à empresa) não é outro senão o Banco Nacional Suíço (o Banco Central suíço). 
Nada, em princípio, deveria justificar a compra de activos como acções (títulos de propriedade de empresas) por entidades que, mesmo não sendo públicas, têm um papel estatutário de reguladores dos mercados, de supervisionarem todas as actividades bancárias e financeiras de um país. 
A característica mais certa de uma bolha, seja ela qual for, é que acaba por rebentar. Estamos a assistir ao princípio disso. 
                              
As valorizações têm estado completamente fora da realidade, com 20 ou 30 vezes acima da avaliação do valor real das empresas. As cotações terão que descer para valores abaixo do valor real dessas mesmas empresas, para se tornarem de novo interessantes enquanto investimento.
Com o «quantitative tightening» nos EUA, ou seja a venda de activos da «Fed» (A Reserva Federal, o Banco Central dos EUA), assim como uma subida progressiva dos juros para níveis mais próximos da normalidade histórica, já não vai ser possível as FAANG (e outras empresas cotadas) continuarem o seu jogo de auto-compra. 
A única incógnita é até que ponto este «crash» nas bolsas irá contagiar a economia real, não apenas as actividades financeiras, especulativas...

sexta-feira, 23 de março de 2018

O FACEBOOK E O «DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA»

Mesmo não concordando com certos detalhes da narrativa desta «opinadora» (vê os russos por todo o lado...), tenho alguma concordância com o conteúdo deste seu artigo de opinião sobre o Facebook.
Infelizmente as pessoas estão sempre muito atrasadas em relação à realidade, em todos os tempos e, sem dúvida, nestes últimos tempos também. 
Eu estava plenamente informado, desde há muitos anos, sobre os aspectos menos luzidios das chamadas redes sociais, sobretudo devido às leituras de vários autores (de tendências diversas) que se podem designar como «pensamento alternativo».

                Mark Zuckerberg na capa da Wired de Março 2018

As redes sociais, o Facebook em particular, são um exemplo perfeito de «servidão voluntária», como a definiu, há mais de 5 séculos, Étienne de La Boétie (um amigo de Montaigne). 

                                                              
O poder do «príncipe» (ou seja, dos que detêm as rédeas do poder, sejam eles nobres ou plebeus, militares ou civis...) é assegurado pela submissão voluntária dos súbditos, visto que a sua revolta colectiva iria (num instante) destronar, reduzir a nada, o seu poder. É por causa dessa submissão, que se tornou como uma «segunda natureza» dos cidadãos, que o poder e os poderosos têm ainda uns belos dias pela frente.
Faço notar que não será um povo inculto e fanatizado que fará a revolução, pelo menos essa revolução que se deseja, que traga maior justiça, igualdade, distribuição horizontal do poder neste mundo.
Acredito profundamente que esta acontecerá, mas durará vários decénios, ou mesmo séculos, a chegar, pelo que os «revolucionários de meia tigela» irão ignorá-la, pois querem ter no imediato uma sensação, nem que seja um breve instante, dessa tal «revolução». 
Como a revolução sem aspas é um processo, longo do ponto de vista da história individual, mesmo que breve do ponto de vista da História, prefiro projectar meus anseios no futuro e reservar-me o mais possível em relação ao presente, aos «radicalismos de pacotilha», vendidos por «profissionais da política».