Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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quarta-feira, 30 de junho de 2021

[Craig Murray] EXPOSTA A FALSIDADE DA FABRICAÇÃO DO FBI CONTRA ASSANGE

Este meu artigo é essencialmente o resumo da notícia (ver acima) de 29-06-2021 por Craig Murray, ex-diplomata britânico, que tem seguido assiduamente as sessões do julgamento de extradição de Julian Assange e tem feito um ótimo trabalho de informação, que a imprensa não faz

Graças a Murray, ficamos a saber que a fabricação urdida pelo FBI de associar (falsamente) Assange com «hacking» de bancos e das contas de cidadãos particulares, foi desmoronada pela confissão de  Sigi Thordarson, um islandês, personagem muito pouco recomendável: Foi condenado por abuso de rapazes menores, assim como por ter-se imiscuído na rede de Wikileaks e ter-lhe roubado 50 mil dólares. Foi julgado e condenado por estes crimes, na Islândia. Thordarson revelou recentemente, a um órgão de imprensa, que tinha feito um acordo com o FBI para acusar, falsamente, Assange de estar na origem de «hacking» contra contas bancárias de particulares, sem qualquer relação com as atividades de denúncia do complexo militar-industrial, das agências de espionagem, enfim, como se estivesse envolvido em cibercrimes e sem qualquer laivo de altruísmo, ou de querer desmascarar os poderes. 

 O pedido de adição das pseudo-provas, trazidas pelo FBI ao processo, foi aceite pelo tribunal. Mas esta adição extemporânea foi contestada na altura pela defesa, à qual - aliás - não foi concedido tempo mínimo necessário para investigar e construir uma resposta a essas novas alegações. 

O extraordinário, é aquilo que deveria - normalmente - ter ocorrido e não aconteceu. 

Agora, que o pedófilo condenado, Thordarson, veio confessar ao magazine islandês que as acusações tinham sido fabricadas de acordo com o FBI, em troca desta agência não avançar com um processo contra ele, o normal seria o tribunal considerar que o procedimento usado tinha anulado toda a base da acusação, por falsas alegações. Decorreria daí que Assange tinha de ser libertado. 

A má fé da juíza e do tribunal são por demais evidentes, pois recusou reabrir o processo, como tinha sido pedido pela defesa. Há cinco meses que dura a situação de indefinição, continuando Assange preso, apesar de não haver qualquer contestação da parte das autoridades dos EUA. A juíza encarregue do julgamento continua a pretender que ignora as declarações de Thordarson, que toda a gente conhece e que invalidam o processo. 

Todas as peripécias deste processo, o mais torcido, o mais parcial, que se possa imaginar, têm tido o efeito paradoxal de desmascarar a brutalidade, falsidade e hipocrisia dos perseguidores de Assange, assim como a negação dos princípios de respeito pelos Direitos Humanos, de Justiça e de Estado de Direito, pretensamente atributos do Estado e instituições britânicas. 

PS1: Veja a manifestação em solidariedade com Julian Assange, aquando do seu 50º aniversário: 

https://www.youtube.com/watch?v=YuPSUjSvN0E


PS2: Um artigo de opinião por Alex Lo, que todos os políticos, todos os jornalistas, todos os cidadãos, deveriam compreender a fundo: 

https://www.scmp.com/comment/opinion/article/3140962/example-must-be-made-julian-assange


PS3: Uma análise do comportamento do tribunal britânico que não encontrará de certeza na media corporativa: 

https://www.wsws.org/en/articles/2021/07/12/assa-j12.html?pk_campaign=newsletter&pk_kwd=wsws