A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime de hitleriano. Na verdade, são os palestinianos muito mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos,. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade de basear uma política em dados étnicos ou «rácicos». Toda a política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e em inúmeros documentos oficiais de todos os países (incluindo Israel).
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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

B como Bach (Segundas-f. musicais nº. 29)

A primeira peça é uma Allemande da suite francesa BWV 815. Ela é interpretada por Robert Hill, num cravo com registo de alaúde.  

A suite instrumental no tempo de J. S. Bach, era constituída por danças estilizadas (Allemande, Courante, Sarabande, Menuet, Gigue), às quais se juntavam, frequentemente, peças facultativas. Nesta categoria, incluiam-se danças como a Bourrée, o Rigaudon, etc. Mas, também eram frequentes, sobretudo nos cravistas franceses (François Couperin, J-P Rameau, etc), outras peças, homenageando uma personagem, a quem o autor dedicava a partitura.  

Na sequência de danças estilizadas da suite, a Allemande costumava ser a primeira peça. Mas, por vezes, esta sequência de danças era antecedida de um preâmbulo (ou prelúdio).



O número de suites para alaúde que Bach deixou para a posteridade não é elevado. Algumas suites para violoncelo solo foram transcritas para alaúde, por Hopkinson Smith. Estão em conformidade com a prática da época barroca de não limitar a interpretação duma peça, a um instrumento em particular; muitas peças podem ser interpretadas noutros instrumentos (diferentes do habitual), com as devidas adaptações. 

As suites de Bach para o alaúde iniciam-se com um prelúdio. O prelúdio destinava-se a criar um ambiente, desenvolvendo uma sucessão de acordes, habituando o auditor à tonalidade geral da suite. Além disso, permitia verificar a afinação do instrumento. A afinação «desigual» ou «não temperada»,  permitia ao instrumentista adequar a afinação do instrumento ao caráter da peça que ia interpretar: Esta prática desapareceu na música ocidental; encontra-se apenas na música clássica da Índia, nas ragas indianas, com as centenas de escalas diferentes e as diferentes afinações do instrumento, que se combinam segundo o caráter da peça e o gosto do instrumentista. 

No vídeo abaixo, podemos ouvir o Prelúdio da Suite para alaúde BWV 998 pelo alaúdista Luciano Contini.



A terceira peça, igualmente interpretada por Robert Hill, é o magnífico prelúdio em Si menor BWV 923. É um exemplo típico de «stylus fantasticus», que simula a livre improvisação, habitual nos organistas, cravistas e alaúdistas barrocos. 

Nesta época, o músico profissional tinha de ser proficiente na improvisação. O caráter improvisatório traduz-se em profusões de escalas, de acordes decompostos e de mudanças rítmicas e/ou de andamento, dentro da mesma peça. 
Os dotes de improvisador do jóvem Bach devem ter sido um dos fatores decisivos para obter, por concurso, o posto de organista titular na Igreja de S. Blasius de Mühlhausen




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RELACIONADO:


Fantasia Cromática (Bach): duas abordagens na interpretação (Segundas-f. musicais nº6)


MÚSICA COPIADA, TRANSCRITA, ADAPTADA (segundas-feiras musicais nº3)