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quinta-feira, 11 de julho de 2024

TERTÚLIA NO FORTE DE S.BRUNO / CAXIAS COM DANIEL NUNES; 16 de Julho, 18h.

 No âmbito de atividades em torno da Exposição «Por Terras de São Tomé e Príncipe, olhar a proximidade do Longínquo» de Christine de Roo *, vão realizar-se as seguintes atividades:

 

16 de julho de 2024

Tertúlia


São Tomé e Príncipe,  pelo o olhar de quem conhece bem o país.

Com Engº. Daniel Nunes

Às 18h00

ENTRADA LIVRE

 

18 de julho

Visita guiada

À Exposição

Por Terras de São Tomé e Príncipe,

Olhar a proximidade do Longínquo

de Christine de Roo.

Às 15h30

ENTRADA LIVRE

 

19 de julho

Workshop de Pintura

Com Maria Freitas

Das 15h00 às 18h00.

Inscrição Prévia

 

Para mais informações contatos abaixo mencionados.

 

Os melhores cumprimentos

Isabel Carla Folgosa Barata

Área  Educativa

Rua Barros  Queirós nº 20 ,1º Esqº

1100-077 Lisboa.

Contato : 218 885 381

Contato Móvel: 918 748 695

Email: educativo@amigos dos Castelos.org.pt


*) Pequena reportagem sobre a exposição, em : 

 

 



 

 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

O IMPÉRIO DAS LUZES - RENÉ MAGRITTE

 







Existem 17 versões desta paisagem, « O Império das Luzes», do pintor surrealista René Magritte. Nutro uma grande admiração por este pintor, pela sua originalidade que sobressai até mesmo em relação ao vanguardismo noutros surrealistas seus contemporâneos.


As suas telas questionam, colocam o espectador perante um jogo inteiramente mental, por vezes, desencadeando um estranhamento, quase à maneira de Fernando Pessoa*: O estranhamento do quotidiano, da paisagem quotidiana, dos gestos, das palavras.
Esta obra, que eu tive muito tempo pendurada sob forma de «poster» no meu quarto, apela ao nosso sentido visual, como é evidente, mas para além disso, dá-nos uma sensação vaga de inquietude, de insólito pois - num primeiro momento de análise - encontraremos apenas elementos «banais». A casa é banal, como o são as luzes e o reflexo destas sobre o lago, a claridade de um céu com nuvens dispersas, um céu de fim-de-tarde de Verão... Tudo isto é banal.

Menos banal, porém, é o lusco-fusco da cena, ao nível da casa e das árvores, confrontado com o céu azul. Esta justaposição causa uma sensação de insólito inexplicável, não obstante a nossa experiência de paisagens indicar-nos como sendo possível que a cena próxima do solo seja crepuscular, enquanto o céu ainda é iluminado por raios solares, podendo apresentar-se com cor azul clara. Sua luminosidade é acentuada pela presença de nuvens alvas, como farrapos de algodão.

A visualização da paisagem - ela própria - é subjetiva, independentemente do realismo e materialidade banal, «burguesa» do eventual modelo. Pensa-se que o artista utilizou como modelo uma casa realmente existente nos subúrbios de Bruxelas. Este facto, assim como o estatuto ímpar dentro da obra do artista, que não fez outra série de telas sobre um mesmo motivo, além desta, abrem as portas à nossa curiosidade.

Magritte é discursivo, mas ao nível do próprio trabalho de pintor. Ele não diz por que razão fez isto ou aquilo, nem o que estava a pensar quando decidiu representar determinada cena. Ele deixa que os seus quadros «falem» por eles próprios, que mostrem a evidência de uma meditação interior, de um olhar que interroga o real, sem qualquer laivo de «ingenuidade», mas sem concessões a psicologismos ou intelectualismos, como o fizeram outros (surrealistas ou não; contemporâneos ou não).

Em Magritte, o intelecto do observador é provocado a «ler» o quadro, a uma aventura de reflexão mental pura, em rutura com a espessa camada de convencionalismo reinante na sociedade e que interiorizámos sem crítica.


René Magritte é um bom antídoto à sociedade do instante, do convencional, da pulsão hedónica, à sociedade «de massas» que está no exterior e interior de nós próprios, que penetra nas circunvoluções cerebrais de todos nós, sem nos darmos conta.


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*Fernando Pessoa (1888-1935) poeta e filósofo modernista português que dedicou muitas páginas de prosa e muitos poemas à análise de estados de estranhamento perante o real.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

VELASQUEZ E O JOGO DE ESPELHOS

Se o século XVII teve alguns génios em pintura, Velasquez é certamente um deles. Tentarei explicar porquê.

A arte, nos reinos europeus, no período que vai do Renascimento até meados do século XVII, é toda ela figurativa e simbólica. O cânon era dado pela civilização greco-romana, considerada o pináculo inultrapassável de elevação estética. 

A própria estética estava imbrincada com o sentido moral, visto como muito mais elevado que o saber técnico. Este, o saber técnico, seria elemento fundamental para alcançar a maestria, mas não o único pois, necessariamente, a elevação moral tinha de perpassar nas obras. Elas tinham de ter uma componente exemplar. 

As grandes obras tinham de ser modelos, não apenas estéticos, como de conduta. O tema duma obra como «Las Meninas» era imediatamente compreendido pelos contemporâneos. Retratava a família real e a corte, em torno da infanta, a única descendente sobrevivente.  

O génio do pintor está no arranjo da cena: Aparentemente, capta um momento do seu trabalho, enquanto pintava o retrato do casal real. O espelho no fundo reflete a imagem desfocada, mas perfeitamente identificável, do rei e da rainha, que estariam no plano donde nós observamos o quadro. 

A chave deste quadro está encerrada na cena, ela própria. 

Poucas pessoas se perguntam porque razão este quadro foi intitulado «Las Meninas», ou seja, as aias da princesa. Não seria mais apropriado designá-lo como «A infanta visitando Velasquez, enquanto pintava o casal real»? - Sim e não. 

O nome «Las Meninas» é apropriado, porque elas estão realmente no primeiro plano e descrevem uma espécie de anel protetor em torno da infanta. Elas próprias estão rodeadas pelas figuras do anão e da anã, com o cão, o mastim pachorrento e, mais atrás, dois vultos; uma mulher, com hábito de religiosa e um homem.

No umbral da porta aberta, uma silhueta de homem austero, criado ou nobre, junto ao espelho refletindo o casal real.  

Tudo está arranjado para dar a impressão de espontâneo, mas encerra um significado e simbolismo discretos. A própria ambiguidade dos planos em que está construída a obra, a sensação espacial que daí se desprende, traz complexidade, tanto na leitura da ótica física da cena, como de sua ótica simbólica,  do «recado implícito» que transmite. Nem uma, nem outra são simples: A obra está estruturada com grande maestria técnica, mas não é o exercício de virtuosismo gratuito que muitos descrevem. 

A tela transporta uma imagem fulcral, a de Velasquez que, ao se auto retratar, quis demonstrar algo. Ele, que estava ao serviço do monarca Filipe IV, implicitamente colocava-se ao serviço da herdeira do trono e  fazia-o como alguém orgulhoso de servir. 

Não é por acaso que ostenta no gibão a Cruz de Cavaleiro da Ordem de Santiago: Está a dizer que seu trabalho é o de um Cavaleiro, não de mero prático, de artesão afortunado, premiado pelo seu rei. Com sua presença, está a afirmar seu dever e compromisso de servir a infanta, tal como as duas «Meninas» o fazem, mas de outro modo. 

Este quadro fez correr «rios de tinta» e fará correr muitos mais, estou convencido. Afinal, esta obra realiza, de um modo que Velasquez nunca sonhou, a perpetuação da memória do tempo em que a Espanha era governada pela monarquia dos Habsburgo. 

Impressiona-me pensar que posso ver as figuras do rei, da rainha, da infanta, dos nobres, etc. na sua «palpável humanidade». Mas, ao mesmo tempo, penso como eram figuras tão poderosas. Detinham uma fortuna quase impossível de avaliar, dominavam metade do planeta, com seus povos e nações. Não é estranho que sua aparência no quotidiano chegue até nós, como se estivéssemos no palácio real?  

Velasquez era um génio. Como todos os génios, transcendeu as circunstâncias históricas de sua época. Por isso hoje, também, suas obras podem iluminar (no sentido de educar) as pessoas.  


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Nota: Possuem interessante informação, estes dois vídeos sobre o quadro. 

https://www.youtube.com/watch?v=WKRKrpz09Fk

https://www.youtube.com/watch?v=Ylc7ESyVK7Q

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

PIERRE-CHARLES COMTE (1823- 1895) UM MESTRE POUCO CONHECIDO


         Pierre Charles Comte *(1823-1895) - Auto-retrato


Se consultarmos a página da Wikipédia que lhe é dedicada, verificamos que foi um artista muito bem inserido na cultura e nos gostos do século XIX. Em particular, várias obras referentes a episódios da história são realmente notáveis.

Gosto, em particular, de duas:

- A coroação de Inês de Castro (presente no Museé de Beaux-Arts de Lyon), quadro a óleo de cerca de 1849, mostra uma cena esplendorosa, no paço real, com toda a pompa e a múmia de Inês. Um nobre ajoelhado, beija a mão cadavérica, como gesto de submissão ao poder de D. Pedro I.


                       

                         

O contraste do luxo palaciano com a imagem da morta não poderia ser mais surpreendente e faz tremer com o horror da cena. 

A história de Inês e Pedro é um episódio da história de Portugal sobejamente conhecido, descrito por poetas e prosadores, até mesmo usado como tema para ópera.   

O outro quadro, relaciona-se com a história de Inglaterra, o Processo de Jeanne Gray (Lady Jane): Lady Jane, rainha de Inglaterra por 9 dias, foi vítima das intrigas que levaram ao seu encerramento na torre de Londres e ao seu julgamento, tendo a rainha Mary feito executar Lady Jane, por uma suposta conjura, destinada a derrubá-la do trono. 

                   

Esta tela tenta descrever uma cena do processo, como se lá estivéssemos: De pé, Lady Jane, dá a mão a beijar a um cortesão. Este, terá sido encarregue pela rainha Mary de endereçar ao tribunal a acusação de conjura, mas ele sabe perfeitamente que esta é forjada. Isso explica o facto de se ajoelhar diante de tanta nobreza e inocência da jovem Jane Gray. É assim que interpreto a cena, dado que tanto juízes, como eclesiásticos, estão numa postura de expectativa surpreendida.


A pintura histórica foi o forte de Pierre-Charles Comte, mas tal não deve surpreender, se virmos a abundância desta temática, quer na época napoleónica, quer na época imediatamente a seguir. David, Gros, Géricault, Ingres, Delacroix ... foram todos eles pintores célebres e produtores de quadros com temas históricos.
O que me impressiona mais nas obras de Pierre-Charles Comte é o seu tratamento da cor, o seu claro-obscuro e a teatralidade das cenas. O resultado pode ser impressionante, ainda nos nossos dias, pelo seu realismo, como se o artista tivesse presenciado as cenas que pintou.


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*Autoretrato, guardado na família Gandon-Banet.



terça-feira, 27 de outubro de 2020

«O COLOSSO» de Francisco de Goya

             «O Colosso» de Francisco de Goya 


Recordo-me ter visitado o museu do Prado com meus pais, quando muito jovem e ter ficado deveras impressionado com esta figura do colosso que se ergue, terrível, por entre as montanhas, espantando pessoas e gado, que pareciam estar reunidos nalguma feira. Na parte inferior da tela, homens, cavalos, mulas, bois e burros, movem-se, em pânico, derrubando tudo e todos à sua passagem. 
A força deste quadro, interpela-nos hoje em dia, já passados mais de 200 anos. 

No artigo da Wikipedia sobre este quadro, são feitas considerações e conjecturas sobre quem simbolizaria este gigante; qual seria o significado deste quadro; que relação teria com as invasões napoleónicas, pois terá sido pintado durante o período 1808-1812. 
Para mim, este quadro sempre teve relação com forças telúricas simbolizadas pelo colosso; como a erupção de um vulcão, de um terramoto, algo completamente insuspeitado, que se ergue das profundezas da terra, destruindo tudo e todos. 
A força cega da natureza selvagem que é acordada do seu sono letárgico pela incúria dos vivos, poderá também ser simbolizada por esta pintura. 
Das profundezas da terra emerge o inaudito, o monstro raivoso e destruidor. Surge, horrendo e nu, perante uma humanidade totalmente indefesa. 
Ele é o monstro do nosso medo profundo, da nossa fragilidade, que povoa as profundezas do nosso ser. Nós queremos ignorá-lo, mas isso é impossível. 
Os humanos desta cena, assim como os animais, são tomados pelo pavor que os faz correr desordenadamente. 

Creio que é adequado, no nosso tempo, meditar sobre este quadro. Embora saibamos o contexto em que foi pintado, que teria uma leitura precisa e evidente pelos contemporâneos de Goya. Acontece que o tempo torna hermético o significado de muitas obras de arte. 
Não apenas os significados simbólicos se sobrepõem, também a experiência humana corrente das pessoas que contemplam determinada obra, é decisiva para a forma -subjectiva - como a lêem.
Vale a pena meditar sobre o efeito de espanto, de horror, do pesadelo que emerge deste quadro. Ele tem algo de moderno, de impossível de reduzir a um contexto histórico particular. Ou seja, o quadro evoca, ressoa, dentro das nossas mentes. 
Conheço poucas obras, além desta, capazes de - com tanta força - evocar o medo, o pânico e a irrupção do impossível, do sobrenatural no quotidiano. 

A arte pode ser um sinal de alerta, um despertar das mentes adormecidas. Sobretudo, se não tiver como intuito veicular uma ideia precisa, mas antes traduzir o indizível, o inconcebível, por meio de traços e pinceladas. 
A ideia subjectiva que se forma no espectador da obra, é o fruto das vivências do mesmo. Ele fará uma dada leitura, a leitura que se lhe impõe pelos seus sentimentos.

Neste quadro, o que mais me impressionou quando criança, o que fez com que ficasse gravado na minha memória, talvez fosse o frémito, a ruptura, o espanto. Não é a parte racional da mente que se utiliza para apreciar a Arte, mas antes a parte emocional.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

GREUZE: RETRATO DE JOVEM MULHER E OUTRAS OBRAS

The Athenaeum - The Polish Girl (Jean-Baptiste Greuze - )
https://www.pinterest.pt/pin/490188740674825501/
retrato de jovem mulher polaca

Encontrei numa coletânea on line este magnífico retrato de uma jovem polaca, por Jean-Baptiste Greuze  [1725 – 1805], cuja vida e obra mereciam ser melhor divulgadas. 

Além de ter retratado célebres personagens, como Mozart em criança, Benjamin Franklin e Napoleão Bonaparte, ele é o mais conhecido cultor de pintura de cunho moralista, que tinha como objectivo a elevação do senso moral, o aperfeiçoamento dos que contemplavam tais pinturas, sendo estas de cenas colhidas no quotidiano, nos meios de camponeses ou de pequenos artesãos. 
Tais escolhas, claramente influenciadas pela escola holandesa, foram incentivadas e objecto de preferência estético-ideológica do enciclopedista Denis Diderot.

                      
                                                         quadro moralizante (os ovos partidos)

Para Diderot, as telas de Greuze eram o modelo a seguir na arte, pois inspiravam o bem através do belo... Penso que esta parte da obra, justamente, envelheceu bastante, embora ela seja interessante para se compreender o «espírito da época». 

Pessoalmente, maravilha-me a qualidade de muitos dos seus retratos. O retrato de jovem polaca, da qual não se sabe sequer o nome, tem uma beleza intemporal pela expressão do rosto e do olhar, não somente pelas feições [ver imagem a encimar este artigo]. 

Greuze, como artista, tinha de ganhar o sustento a retratar aristocratas ou alta burguesia. 

                                       Greuze, Jean-Baptiste: Marquis de Saint Paul. 1765.
                                           O jovem marquês de Saint-Paul

Estas encomendas parecem-me menos cheias de vida, que os estudos com vista aos tais quadros moralizantes, ou os retratos de pessoas amigas

Image result for Jean-Baptiste GreuzeHead of a Young Woman  Jean Baptiste Greuze                                                    
 estudo de camponesa                                                                retrato de Sohie Arnould                                               

Não sou crítico de arte, mas parece-me que Greuze desempenha o papel de elo importante na escola realista francesa ... 
Ele liga o retratista Quentin de La Tour (1704 – 1788) a Camille Corot (1796 -1875), o qual, embora conhecido como paisagista, também produziu excelentes retratos


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

sábado, 3 de fevereiro de 2018

ALICE JORGE: UMA MULHER OLHANDO A MULHER



«A mulher que nos mostrava as mulheres, desvendando o seu mais simples e sofrido quotidiano ou, depois, o seu corpo na naturalidade de uma nudez sem artifícios e embelezamentos, a professora que experimenta o risco de riscar, o borrão ou o acaso, para além da figuração, numa aula prática de proveito e exemplo, a pintora de retratos nos limites da singeleza e da ingenuidade, a paisagista da indistinção, a experimentadora de signos gráficos fortemente comunicativos, a ilustradora que cede aos poderes da imaginação»




                                                   UMA MULHER OLHA OUTRA MULHER 
















  • 1960 – Pintura e gravura. Cooperativa Gravura, Lisboa.

    • 1963 – Pintura. Galeria do Diário de Notícias, Lisboa.
    • 1968 – Gravura. Cooperativa Gravura, Lisboa.
    • 1971 – Gravura, desenho, pintura. Galeria S. Francisco, Lisboa.
    • 1972 – Pintura. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
    • 1977 – Pintura e aguarela. Junta de Turismo da Costa do Sol.
    • 1978 – Pintura e desenho. SNBA, Lisboa.
    • 1980 – Pintura e aguarela. Galeria Tempo, Lisboa.
    • 1980 – Pintura e aguarela. Galeria Alvarez , Porto.
    • 1982 – Pintura, aguarela e desenho. Galeria Ana Isabel, Lisboa.
    • 1985 – Pintura. Galeria do Diário de Notícias, Lisboa.
    • 1986 – Aguarela e desenho. Galeria Bertrand, Lisboa e Porto.
    • 1991 – Pintura e aguarela. Galeria Teatro Romano, Lisboa.
    • 1991 – Pintura e aguarela. Casa-Museu Romântico, Porto.
    • 1992 – Obra gravada. Bienal de Gravura da Amadora.
    • 2013 – Alice Jorge – Traços, Ecos e Revelações. Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira

    domingo, 21 de janeiro de 2018

    ROSTOS DE CRIANÇAS Obras de Édouard H. Gandon e de Verónica O. Baptista



    RETRATOS NA CASA DE FAMÍLIA

    Quem olhe apenas para os móveis, os quadros, etc. vê que muitos correspondem a um passado anterior ao nascimento dos habitantes desta casa. Não estão, no entanto, dispostos como numa casa-museu. Esta, é uma casa viva, habitada, uma casa que respira. Nela, os objectos funcionam como pontes lançadas ao mundo dos antepassados. Estes entes queridos continuam a existir, por dentro da mente; eles partilham esta casa connosco, naturalmente.
     Assim, pode-se viver no meio de fantasmas, não no sentido trivial, mas etimológico do termo. Eles manifestam-se sob forma de retratos, belíssimos retratos que projectam olhares de tranquila e penetrante simpatia. 
    Bem se poderia raciocinar que determinado olhar e expressão do rosto, tão perfeitamente captados, fossem dirigidos ao pintor, ou alguém que estivesse no campo de visão da pessoa retratada
    Mas, de facto, a presença humana que se desprende de tais quadros é palpável. Quando contemplados, eles contemplam de volta o observador. 



    RETRATO I                                                                  


                       


                             

    Talvez o mais especial, para o autor deste blog, seja o pequeno quadro a óleo pintado pelo tio-avô, quando o sobrinho-neto tinha apenas seis anos: um rosto infantil, com um olhar sério e calmo, confiante.                                         
    Que estaria esta criança pensando, no momento em que foi retratada? - Na verdade, o olhar vindo do interior do quadro, do passado,  dá-lhe um sentido de coerência e de totalidade. 
    Porém, só muito tarde o Manuel teve consciência deste e de outros fenómenos. Distraído pelos afazeres da vida, triviais ou não, tinha ignorado aquela evidência! Ela tinha permanecido literalmente à frente dos seus olhos, durante várias décadas.  
    Um dia, por acidente, o pequeno quadro foi danificado, ficou com um rasgão. Foi necessário um restauro. 
    O restauro disfarçou o rasgão, mas alterou as subtis tonalidades da pele do rosto retratado. Presente no espaço familiar, o retrato deste menino de seis anos tem desempenhado um papel silencioso: o olhar da criança, perante o indivíduo adulto.


    RETRATO II




    RETRATO III
        


                   




    Verónica tinha herdado o talento de fazer viver um rosto, uma expressão, pela observação atenta e pelo traço que resume todo o mistério do ser, num sorriso, num olhar.            
    Duas das suas obras mais notáveis são os retratos de sua irmã Joana P. Baptista, quando esta tinha oito anos e do seu irmão, Eduardo Baptista, quando este tinha cerca de seis anos. 
    A Joana, tem o olhar fixado no longe; o olhar duma criança crescida, intensa, que procura o saber e a sabedoria.
    O Eduardo, olha intensa e directamente para o observador, sorrindo. Seu olhar vai directamente ao encontro do nosso.


    Murtal, 21 de Janeiro de 2018
    Manuel Banet Baptista

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    Sobre Édouard Honoré Gandon:












    Sobre Verónica Oliveira Baptista:





    http://manuelbaneteleproprio.blogspot.pt/2016/06/veronica-oliveira-baptista-obras-vol-4.html

    segunda-feira, 27 de novembro de 2017

    EDOUARD HONORÉ GANDON, PINTOR LUSO-FRANCÊS DO SÉCULO XX

    Há alguns anos, construí um blog inteiramente dedicado à obra do meu tio-avô, o pintor Edouard Honoré Gandon

    Os quadros reproduzidos abaixo são uma pequena amostra da sua arte. Foram pintados por volta de 1960, pertencem portanto à fase mais tardia da sua produção. 
    Tal como outras obras, pode apreciá-las no citado blog, onde coloquei uma breve biografia «In Memoriam E. H. Gandon».



    Pai, Luíz Manuel P. Monteiro Baptista

                                                  
                                                       Eu, Manuel Banet M. Baptista


                                                        Mãe, Georgette Banet M. Baptista


                                                    Avó materna, Marie Louise Gandon Banet


                                                     Avó paterna, Júlia P. Monteiro Baptista

                           Tio-avô, Edouard Honoré Gandon

    Penso que vale a pena explorar o museu virtual que é o meu site do pintor Edouard Honoré Gandon
    Ele foi notável na fidelidade ao seu próprio estilo, à sua própria maneira de pintar. 
    Manteve-se completamente alheio às diversas vanguardas do século XX. 
    A sua obra, mal conhecida e pouco divulgada, é porém a de um observador sensível da natureza e dos homens.  

    Todas as informações sobre obras suas serão bem vindas. 

    O sobrinho-neto
    Manuel Banet Baptista