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segunda-feira, 29 de julho de 2024

DIES IRAE, MODOS GREGORIANOS E MODERNIDADE (Seg.-f. musicais nº11)

https://www.youtube.com/watch?v=ValuAhHxmG8

Inspirada no Livro do Apocalipse, a Sequência do Dies Irae* faz parte do ofício de Requiem, a missa celebrada perante o corpo do falecido antes deste ser sepultado.


Dies Irae do Requiem de Verdi (Coro e Orquestra Coreanos)
https://www.youtube.com/watch?v=ZjfN7m9Ow8o

Em várias épocas da História da Música foi usado o tema do Dies Irae. Foi o caso de Mozart, Liszt, Berlioz e incontáveis outros. Em suas composições, foi utilizado como tema em sonatas ou sinfonias, além da Sequência ser parte integrante do Requiem. Os compositores - ao comporem missas de Requiem - respeitaram, geralmente, a tradição católica.
Pode-se argumentar que toda a música ocidental se baseia no Canto Gregoriano, em última análise: Isto não é falso, em termos de desenvolvimento histórico. Mas, a polifonia medieval e renascentista, a música sacra e profana barroca, clássica, romântica, etc. nem sempre mostram a origem sacra da sua inspiração, que está efetivamente presente em muitas composições.
Por outro lado, os modos gregorianos (8 modos, inicialmente) foram deturpados a partir do Renascimento, sendo transformados em 12 modos, para assim forçadamente os fazer corresponder aos modos gregos antigos ou melhor, ao que se julgava serem os modos gregos, na antiguidade.
Após isto, os modos acabaram por ser reduzidos somente a dois, o modo Maior, e o modo menor. Costuma designar-se por 'modulação' a transposição de um tom para outro, mantendo as relações entre notas: não se pode considerar uma verdadeira modulação, pois se manterá o mesmo modo e o mesmo relacionamento entre as notas. Elas serão mais agudas, ou mais graves na escala, porém sem quaisquer diferenças nas relações entre elas. As mudanças de tom tornaram-se frequentes nas composições, desde o fim do Renascimento ao Romantismo: Elas são meras transposições, afinal. O paradigma tonal dominou toda a música, erudita ou popular, até aos finais do século XIX.
Foi por essa altura (segunda metade do séc. XIX) que a música litúrgica (gregoriana) experimentou um renovo. O Renascimento Gregoriano foi iniciado em França, na Abadia de Solesmes. Esta restauração do Canto Litúrgico, levou a que muitos músicos eruditos (entre outros, Ravel, Debussy, Stravinsky e compositores mais recentes), se inspirassem nos modos gregorianos e compusessem peças com estruturas modais, pentatónicas ou outras, em vez das tonais clássicas.
Paradoxalmente, o retorno ao passado, o conhecimento e o rigor interpretativo do canto litúrgico gregoriano, contribuiu para despoletar a revolução na música dos finais do século XIX, inícios do século XX.
Foi assim que a música erudita contemporânea se pôde emancipar da "ditadura tonal".
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* Sequência Dies Irae
(parte da Missa de Requiem) -------------------------------------- 1- Dies iræ! Dies illa Solvet sæclum in favilla: Teste David cum Sibylla! 2.- Quantus tremor est futurus, Quando iudex est venturus, Cuncta stricte discussurus! 3.- Tuba mirum spargens sonum Per sepulchra regionum, Coget omnes ante thronum. 4.- Mors stupebit, et natura, Cum resurget creatura, Iudicanti responsura. 5.- Liber scriptus proferetur, In quo totum continetur, Unde mundus iudicetur. 6.- Iudex ergo cum sedebit, Quidquid latet, apparebit: Nil inultum remanebit. 7.- O tu, Deus maiestatis, alme candor Trinitatis nos coniunge cum beatis. Amen.


 

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Nota Obituária: jovem cantora de ópera morre com a idade de 25 anos

 A Soprano Patricia Burda Janečková morre aos 25 anos:

https://operawire.com/obituary-soprano-patricia-burda-janeckova-dues-at-the-age-of-25/



Nota de Manuel Banet:

Para além da minha imensa tristeza perante o desaparecimento de alguém com o talento de Patrícia, quero deixar-vos o aviso de que estes cancros são completamente anormais. Somente uma explicação lógica e científica, mas ocultada pelo establishment médico-científico, pode explicar o cancro de Patrícia e de imensas outras pessoas, que morreram ou ficaram muito afetadas, dois anos após tomarem a «vacina» contra o COVID. 

As vacinas baseadas em ARNm são um grande perigo, porque:
1º Fazem baixar as defesas imunitárias,  mesmo que seja de forma transitória. O suficiente, nalguns casos, para deixar que um cancro no seu início, escape à vigilância do sistema imunitário.
2º Os fragmentos de ARNm migram para o interior do núcleo, onde se vão colocar em várias zonas dos cromossomas, alterando a expressão genética, nomeadamente em genes que deveriam estar silenciosos e são ativados, ou em genes que deviam estar ativos, mas são silenciados. 
3º A proteína spike cujo gene (de  origem viral) está codificado na «vacina» ARNm e desencadeia a resposta imunitária (o antigénio que provoca a produção de anticorpos) é, na realidade, muito tóxica: Pode alojar-se numa variedade de tecidos e causar inflamação e uma resposta autoimune. Esta é a causa - que nos é ocultada - da epidemia de inflamação do miocárdio (miocardites), causando morte súbita em atletas e jovens. Note-se que, tanto a PROTEÍNA SPIKE NATURAL /VIRAL, resultante da infeção de COVID, como a proteína resultante da cópia do ARNm da vacina, têm o mesmo efeito.
A continuação da campanha de vacinação em crianças e jovens que, ou são resistentes ao COVID, ou têm uma forma muito leve de infeção (devido ao seu sistema imunitário), é um crime perverso e continua com total impunidade (até agora).
A insistência da Pfizer, da Moderna e de outras farmacêuticas, em usarem a mesma tecnologia de ARNm, para vacinas contra outros agentes patogénicos, é um grande perigo. 

sábado, 8 de abril de 2023

MOZART: Concerto nº17 para piano e orquestra (Peter Lang)

                      https://www.youtube.com/watch?v=O6qvGyU0g5Y


 Este concerto de Mozart para piano é dos mais celebrados do compositor. Ele foi composto para sua aluna Barbara Ployer, que o interpretou publicamente, em estreia, a 13 de Junho de 1784. Como nota curiosa, o tema do último movimento (finale) deste concerto era cantado pelo estorninho de Mozart, pelo qual tinha muito afeto.*

Além dos aspetos circunstanciais, este concerto tem muito interesse musical, em si mesmo. Talvez pareça simples, a ouvidos pouco familiarizados com a música de Mozart. Mas, na verdade, este concerto é muito rico em melodias, em variações sobre temas e possui uma orquestração realmente excelente, pois em permanente diálogo com o piano, não se limita a acompanhá-lo. 

Penso que é uma obra que exalta o que há de melhor no humano. Alegria e plenitude sobressaem e parece-me não ser indiferente que Mozart tenha escolhido a tonalidade de Sol maior. Como sabemos, as tonalidades eram escolhidas em função de características dos instrumentos (o âmbito, a afinação) mas também tinham valor simbólico: o Sol é o astro diurno e a nota «sol». Por outro lado, o modo maior infunde otimismo. Quando, em certas passagens, há modulação para modo menor, estas apenas põem em relevo o otimismo geral. 

Note-se a abundância das cadenzas conhecidas, escritas por Mozart para os vários andamentos deste concerto: Eram opcionais, mas sem dúvida foram usadas, num ou noutro momento, quando o compositor interpretava o concerto, ele próprio. Sabemos que também improvisava novas cadenzas, que seriam magníficas; porém, isso não era assim tão raro: A improvisação das cadenzas era algo que se esperava da parte do solista. Mas a codificação destas, por escrito, só começou a ser usual nos finais do Século XVIII. A cadenza não tinha caráter obrigatório e, por exemplo, Beethoven escreveu uma cadenza de outro concerto para piano, de Mozart. 

No romantismo, os concertos para piano tinham a cadenza escrita pelo músico-compositor, mas não era raro o próprio solista utilizar estes momentos para executar uma outra cadenza, da sua lavra. 

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(*) Os estorninhos são aves muito comuns, mas muito especiais também. Não só formam bandos enormes, que executam danças espetaculares nos céus, como são capazes de memorizar muitos sons e conseguem distinguir as pessoas pela sua voz.



terça-feira, 26 de abril de 2022

[Mitsuko Uchida] W. A. Mozart: Fantasia em Ré menor, K. 397




                                            https://www.youtube.com/watch?v=eNOhBE20zsI

A minha dupla homenagem, ao génio pré-romântico de Mozart e a Mitsuko Uchida que exprime toda a subtileza da música mozartiana, de modo único.

(para uma análise da peça, ver AQUI )
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Meu comentário:

Esta peça, tal como outras composições de Wolfgang Amadeus, tem um inegável toque de sensibilidade romântica. Talvez, o que caracteriza o romantismo seja - antes de mais - uma configuração mental. 

A época dita «rococó» está cheia de exemplos de peças ou de passagens, que soam como românticas aos nossos ouvidos. Provavelmente, porque na época seguinte, durante o Século XIX, muitos compositores se serviram de certas fórmulas como clichés. 
Aliás, não só Mozart revela sensibilidade pré-romântica. Também se pode notar esta tendência (estilo «Empfindsamkeit») nos filhos de Bach, Carl Philipp Emanuel e Wilhelm Friedmann, ou mesmo em Joseph Hadyn.
É notório que o movimento literário «Sturm und Drang» do final do século XVIII, era totalmente romântico. Porém, nessa época - cerca dos anos 1780 - a música ainda se regia pelos cânones do Classicismo.
Creio que o romantismo musical surge como a cristalização de tendências que já se afirmavam no Barroco tardio e no Classicismo.

 

domingo, 27 de março de 2022

La ci darem la mano - Mozart



Na minha memória, esta melodia acorda demasiadas reminiscências. Consigo analisá-la friamente hoje; talvez 60 anos depois de a ter ouvido pela primeira  vez. Mas, quando muito jovem, passava ao lado do significado da letra em italiano, que não compreendia. Julgava, erroneamente, que se tratava de um dueto glorificando o amor entre um homem e uma mulher. Mas, a realidade é mais complexa do que isso, porque D. Juan quer seduzir Zerlina. Esta, deixa-se seduzir e acaba por trair Masetto, o seu noivo, que pode ser um pouco simplório, mas que tem um amor sincero por ela, ao contrário do aristocrata depravado.
Creio que é, com plena justiça, um dos duetos mais famosos das óperas de Mozart. Aqui, com Renee Fleming e Dmitri Hvorostovsky.

As variações sobre a melodia de Mozart por Chopin, uma das raras peças para piano e orquestra deste compositor, são para mim outro motivo de maravilhamento. Aqui, com Claudio Arrau e a London Philharmonic Orchestra dirigida por Eliahu Inbal.




quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

[Gregory Sokolov] Mozart - Sonata para Piano Nº.12 em Fá maior, K 332

 A sonata nº12 para piano, mostra um Mozart na plenitude das suas capacidades criativas e feliz. Esta e as outras duas sonatas (nº10 e nº11), foram provavelmente compostas em Salzburg numa estadia em 1783, quando foi apresentar a sua esposa Constança, a seu pai, Leopold.  

https://www.youtube.com/watch?v=DK_owDX5WOE

                                    

Grigory Sokolov é um grande interprete, sempre bom servidor da música, um interprete como eu gosto de ouvir. 


domingo, 1 de agosto de 2021

[Elisey Mysin ] Concerto para Piano e Orquestra nº17 de Mozart


No vídeo acima, pode-se ouvir o 1º andamento do Concerto para Piano e Orquestra nº17 de Mozart. 

O solista é o talentoso músico de 8 anos, Elisey Mysin. Foi ele que compôs a «cadenza».Trata-se de um pequeno fragmento solístico, perto do final do 1º andamento dum concerto, em que o compositor deixava larga iniciativa ao intérprete para improvisar. A partir de certa altura, estas cadenzas começaram a ser escritas, algumas vezes pelo próprio compositor, outras vezes, por intérpretes.

Neste link seguinte:

https://www.youtube.com/watch?v=jO2x60MmFq0 

encontra-se a gravação, noutra ocasião e com outra orquestra, dos 2º e 3º andamentos do mesmo concerto nº17 para piano de Mozart, tendo Elisey Mysin como solista.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

[Elisey Mysin] CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA Nº13 (1º andamento) de MOZART


Esta criança de 8 anos tem mostrado a sua excecional capacidade como interprete.
No vídeo seguinte, fala da sua paixão pela música e gratidão em relação às suas professoras.




Oxalá que continue e seja um grande músico, quando for adulto.

Veja: outro concerto para piano de Mozart

sábado, 26 de setembro de 2020

[HUMOR] Bernard Haller «O PIANISTA»

 Uma obra-prima de humor 



Monólogo sobreposto à «Sonata ao Luar», a célebre composição de Beethoven  (que sua alma me perdoe!) 

Aliás, não é realmente Beethoven e a sua composição, que Bernard Haller critica e ridiculariza ... 


Bernard Haller acompanha, no vídeo seguinte, Florence Foster-Jenkins na célebre ária mozartiana da Rainha da Noite, da Ópera «A Flauta Mágica».



sexta-feira, 11 de setembro de 2020

MOZART: SINFONIA CONCERTANTE


               Maxim Vengerov – violin; Robert Kabara – viola; Sinfonietta Cracovia (Krakow Philharmonic Hall)


A Sinfonia Concertante de Mozart, aqui interpretada por Maxim Vengerov no violino, Robert Kabara na viola e a Sinfonietta Cracóvia, é uma peça tão excepcional, que poucas pessoas ficam insensíveis ao seu luminoso vigor.
É realmente um mistério para mim, desde a mais tenra infância. Esta peça exerceu sobre mim um fascínio único, apesar de eu ter estado permanentemente em contacto, desde muito cedo, com a música do grande Mago de Salzburgo.
Sem tentar analisar a peça, em si mesma, queria aqui deixar o meu testemunho pela gama de impressões psicológicas, que experimento quando oiço estas sequências de sons.
A perfeição desta gravação, com sua interpretação vigorosa, impecável, do ponto de vista técnico e estilístico, permite-nos usufruir plenamente da riqueza e exuberância da designada «Sinfonia», mas que obedece mais à escrita e à lógica de um concerto, para dois instrumentos de arco, neste caso.
Tenho sempre a sensação de voltar a ouvir «um velho amigo», de tal maneira o conteúdo da peça se me entranhou na memória.
É tão intenso o seu efeito na minha pessoa, que não consigo parar o gira-discos ou a gravação, quando estou a ouvir a peça; não consigo interromper, tenho de ouvi-la até ao fim.

sábado, 11 de janeiro de 2020

CONCERTO PARA PIANO Nº17 DE MOZART

 

Vamos ter oportunidade de ver e ouvir Mitsuko Uchida, dirigindo a Mahler Chamber Orchestra, na Gulbenkian, a 13 de Janeiro de 2020. Mitsuko Uchida é solista e dirige a Orquestra.
concerto nº17 é um dos meus preferidos concertos para piano de Mozart. 

sábado, 28 de dezembro de 2019

MOZART REQUIEM [Laurence Equilbey, Insula Orchestra]

Perante o génio mozartiano e a perfeição desta gravação, tenho de me curvar (mentalmente) e ouvir com a máxima atenção e respeito! 
O que distingue a qualidade de grandes interpretes de obras clássicas é a sua fidelidade à partitura e ao espírito de uma obra-prima. 
Laurence Equilbey, os solistas, o coro e a orquestra desta gravação, de certeza, estão neste nível de excelência. 
Outras interpretações existem, algumas de grande nível: o gosto pessoal jogou aqui para decidir a escolha. 


                                         

Introitus

Requiem aeternam dona ets, Domine,
et lux perpetua luceat ets.
Te decet hymnus, Deus, in Sion,
et tibi reddetur votum in Jerusalem.
Exaudi orationem meam,
ad te omnis caro veniet.
Requiem aeternam dona ets, Domine,
et lux perpetua luceat ets.

Grant them eternal rest, O Lord,
and may perpetual light shine on them.
Thou, O God, art praised in Sion,
and unto Thee shall the vow
be performed in Jerusalem.
Hear my prayer, unto Thee shall all flesh come.
Grant them eternal rest, 0 Lord,
and may perpetual light shine on them.

Kyrie

Kyrie eleison.
Christe eleison.
Kyrie eleison.

Lord have mercy upon us.
Christ have mercy upon us.
Lord have mercy upon us.


Sequentia

Dies irae, dies illa
Solvet saeclum in favilla,
Teste David cum Sibylla.
Quantus tremor est futurus
Quando judex est venturus
Cuncta stricte discussurus.
Tuba mirum spargens sonum
Per sepulcra regionum
Coget omnes ante thronum.
Mors slopebit et natora
Cum resurget creatura
Judicanti responsura.
Liber scriptus proferetur
In quo totum continetur,
Unde mundus judicetur.
Judex ergo cum sedebit
Quidquid latet apparebit,
Nil inultum remanebit.
Quid sum miser tunc dicturus,
Quem patronum togaturus,
Cum vix justus sit securus?
Rex tremendae majestatis,
Qui salvandos salvas gratis,
Salve me, fons pietatis.
Recordare, Jesu pie,
Quod sum causa tuae viae,
Ne me perdas ilia die.
Quaerens me sedisti lassus,
Redemisti crucem passus,
Tamus labor non sit cassus.
Juste judex ultionis
Donum fac remissionis
Ante diem rationis.
lngemisco tamquam reus,
Culpa rubet vultus meus,
Supplicanti parce, Deus.
Qui Mariam absolvisti
Et latronem exaudisti,
Mihi quoque spem dedisti.
Preces meae non sum dignae,
Sed tu bonus fac benigne,
Ne perenni cremet igne.
Inter oves locurn praesta,
Et ab haedis me sequestra,
Statuens in parle dextra.
Confutatis maledictis
Flammis acribus addictis,
Voca me cum benedictis.
Oro supplex et acclinis,
Cor contritum quasi cinis,
Gere curam mei finis.
Lacrimosa dies ilia
Qua resurget ex favilla
Judicandus homo reus.
Huic ergo parce, Deus,
Pie Jesu Domine,
Dona els requiem.

Day of wrath, that day
Will dissolve the earth in ashes
As David and the Sibyl bear witness.

What dread there will be
When the Judge shall come
To judge all things strictly.

A trumpet, spreading a wondrous sound
Through the graves of all lands,
Will drive mankind before the throne.

Death and Nature shall be astonished
When all creation rises again
To answer to the Judge.

A book, written in, will be brought forth
In which is contained everything that is,
Out of which the world shall be judged.

When therefore the Judge takes His seat
Whatever is hidden will reveal itself.
Nothing will remain unavenged.

What then shall 1 say, wretch that I am,
What advocate entreat to speak for me,
When even the righteous may hardly be secure?

King of awful majesty,
Who freely savest the redeemed,
Save me, O fount of goodness.

Remember, blessed Jesu,
That I am the cause of Thy pilgrimage,
Do not forsake me on that day.

Seeking me Thou didst sit down weary,
Thou didst redeem me, suffering death on the cross.
Let not such toil be in vain.

Just and avenging Judge,
Grant remission
Before the day of reckoning.

I groan like a guilty man.
Guilt reddens my face.
Spare a suppliant, O God.

Thou who didst absolve Mary Magdalene
And didst hearken to the thief,
To me also hast Thou given hope.

My prayers are not worthy,
But Thou in Thy merciful goodness grant
That I burn not in everlasting fire.

Place me among Thy sheep
And separate me from the goats,
Setting me on Thy right hand.

When the accursed have been confounded
And given over to the bitter flames,
Call me with the blessed.

I pray in supplication on my knees.
My heart contrite as the dust,
Safeguard my fate.

Mournful that day
When from the dust shall rise
Guilty man to be judged.
Therefore spare him, O God.
Merciful Jesu,
Lord Grant them rest.


Offertorium

Domine, Jesu Christe, Rex gloriae,
libera animas omniurn fidelium defunctorum
de poenis inferni, et de prof undo lacu:
libera cas de ore leonis,
ne absorbeat eas tartarus, ne cadant in obscurum,

sed signifer sanctus Michael
repraesentet eas in lucem sanctam,
quam olim Abrahae promisisti
et semini ejus.

Hostias et preces, tibi, Domine,
laudis offerimus:
tu suscipe pro animabus illis,
quarum hodie memoriam facimus:
fac eas, Domine, de morte Iransire ad vitam,
quam olim Abrahae promisisti
et semini ejus.


Lord Jesus Christ, King of glory,
deliver the souls of all the faithful
departed from the pains of hell and from the bottomless pit.
Deliver them from the lion's mouth.
Neither let them fall into darkness
nor the black abyss swallow them up.
And let St. Michael, Thy standard-bearer,
lead them into the holy light
which once Thou didst promise
to Abraham and his seed.

We offer unto Thee this sacrifice
of prayer and praise.
Receive it for those souls
whom today we commemorate.
Allow them, O Lord, to cross
from death into the life
which once Thou didst promise 

to Abraham and his seed.

Sanctus

Sanctus. Sanctus, Sanctus,
Dominus Deus Sabaoth!
Pleni suni coeli et terra gloria tua.
Osanna in excelsis.

Holy, holy, holy,
Lord God of Sabaoth.
Heaven and earth are full of Thy glory.
Hosanna in the highest.


Benedictus

Benedictus qui venit in nomine Domini.
Osanna in excelsis.

Blessed is He who cometh in the name of the Lord.
Hosanna in the highest.


Agnus Dei

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
dona eis requiem.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
dona eis requiem sempiternam.

Lamb of God, who takest away the sins of the world,
grant them rest.
Lamb of God, who takest away the sins of the world,
grant them everlasting rest.


Communio

Lux aeterna luceat eis, Domine,
cum sanctis mis in aeternum,
quia pius es.
Requiem aeternam dona eis, Domine,
et lux perpetua luceat eis,
cum sanetis tuis in aeternum,
quia plus es.

May eternal light shine on them, O Lord.
with Thy saints for ever, because
Thou art merciful.
Grant the dead eternal rest, O Lord,
and may perpetual light shine on them,
with Thy saints for ever,
because Thou are merciful.

terça-feira, 26 de junho de 2018

PATRÍCIA JANECKOVÁ: FRESCURA E MUSICALIDADE

Patrícia Janečková (n. 1998) uma voz jovem, cristalina, que mostra a sua versatilidade... Aos vinte anos já tem uma longa carreira e um renome totalmente merecido.
            Retirada de uma lista cronológica de atuações
 
                       

                          W. A. Mozart - Laudate Dominum, KV 339 Ária para soprano 



                       

                        "Frühlingsstimmen" (Johann Strauss II)

domingo, 3 de junho de 2018

CONCERTO PARA CLARINETE K. 622 DE W.A. MOZART


Uma das últimas obras instrumentais de Mozart, estreada por seu amigo Stadler em Praga, em 16 de Outubro de 1791, apenas dois meses antes da morte do compositor. 

Este concerto é de estrutura muito clássica. Porém, o charme na melodia do solista, a sua aparente espontaneidade, fazem dele um dos meus preferidos concertos mozartianos. 
O original desta peça terá sido escrito para clarinete baixo: foram tentadas várias reconstituições da forma inicial do mesmo, partindo de tal hipótese, visto que o manuscrito de Mozart não é conhecido.

A interprete solista, Arngunnur Árnadóttir, é excelente! Está acompanhada pela orquestra sinfónica da Islândia, sob direcção do maestro Cornelius Meister



sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

[OBRAS DE MANUEL BANET] «DOZE RONDEIS PELA PAZ» (1982) E UMA PRECE DE PAZ*


Nunca estivemos tão perto do holocausto nuclear, segundo associação de cientistas

Doze rondeis pela paz



I.

Dos quatro cantos do mundo
Clamam as vozes potentes
Dos donos impacientes

Estes tiranos, no fundo
Só querem de suas gentes
Despedaçar num segundo,
As vidas dos inocentes
Dos quatro cantos do mundo
Clamam as vozes potentes...

Mas o sentido profundo
Da paz arrasta torrentes
Que romperão as correntes
Do cativeiro imundo
Dos quatro cantos do mundo
Clamam as vozes potentes
Dos povos impacientes


II.

Na guerra os vencedores
Julgarão que os vencidos
Ficaram desfalecidos
Depois de tantos rigores

Mas estes nunca esquecem
Nas desgraças da derrota
A chaga de que padecem
De onde o sangue brota
E não haverá valores
Que valham ser merecidos
Podem ficar convencidos
Pois sofrem as mesmas dores
Na guerra os vencedores

III.

Já bastam nossos tormentos
Já nos ferem tais cadeias
Que mordendo nossas veias
Nos provocam sofrimentos

Para quê os monumentos
Às guerreiras epopeias?
Já bastam nossos tormentos
Já nos ferem nossas cadeias

Destroem tudo em momentos
Nossas vilas e aldeias
As selvagens alcateias
Dos ferozes regimentos
Já bastam nossos tormentos!

IV.

De que serve termos vindo
Todos do ventre duma mãe
E nos procriarmos também
Se logo dermos por findo
Nosso viver, destruindo
Esse tão precioso bem
-          A paz?

Da lei natural fugindo
Com que direito um homem
Abusa do poder que tem
E estrangula sorrindo
-          A paz ?!

V.
Os mártires de Hiroxima
Seus fantasmas, estão alerta,
Planam na cidade deserta

Não há nada que os suprima
Cada ogiva encoberta,
Cada míssil visto de cima
É arma logo descoberta
Os mártires de Hiroxima
Seus fantasmas, estão alerta

Não há força que se exprima
De forma mais dura, mais certa
Sua alma sempre desperta
Merece a nossa estima
Os mártires de Hiroxima
Seus fantasmas, estão alerta
Planam sobre a cidade deserta

VI.

Armas de plástico perfeitas
Imitações das verdadeiras:
E assim já nas brincadeiras
Se aprende como são feitas

Nos programas de televisão
Violência por rotina:
Dando já ao moço a visão
Da arte a que se destina

Sociedade que enfeitas
Os teus berços com caveiras
Ficarás, mesmo que não queiras,
Com as tuas crias desfeitas
Por armas de aço perfeitas

VII..

Desde sempre há memória
De cobiça vã pelo poder
De lutas, de imenso sofrer
Sem proveito e sem glória

Como reza a História
É costume ouvirmos dizer
Desde sempre há memória
De cobiça vã pelo poder

Quem consegue a vitória
Não são os pobres, podemos crer,
Mas a Justiça há de vencer
Paz não será ilusória
Bem de que não há memória.

VIII.

Neste século já vivemos
Duas grandes guerras mundiais
Inúmeros conflitos locais
Milhões de mortos e enfermos;
Afinal de que valeu termos
Ido em voos espaciais
À Lua!?
Não há nesta Terra animais
Tão cruéis ; e é por nós sermos
Tais ... que apenas herdaremos
Áreas desérticas iguais
À Lua!



IX.

Indochina, Egipto, Coreia,
Guatemala, Cuba, El Salvador
Passos na escalada do horror

Congo, Rodésia, Eritréia
Sempre novos cenários de dor
Terceira guerra na Galileia
Da bomba atómica o pavor

A morte violenta campeia
Na Argentina e no Equador
O Brasil vive a lei do terror,

Na Irlanda, nação europeia,
Indochina, Egipto, Coreia,
Guatemala, Cuba, El Salvador
Passos na escalada do horror.

 X.

Enquanto se enchem os arsenais
Morrem as pessoas aos milhares
Com fome e sem que seus olhares
Demovam os ricos dos bacanais

Em que esbanjam despudorados
Os mil produtos da exploração
E que foram pela escravidão
Com enormes lucros arrancados

Estas imagens tornam-se banais
De tanto as vermos aos jantares
Em família nos nossos lares
Enquanto se encham os arsenais


XI.

Vem... A paz no mundo é urgente
Vem connosco. Dá-nos as tuas mãos
Nesta ronda somos todos irmãos
Sejas do Leste, do Ocidente

Norte ou Sul, é indiferente
Rejeitemos os preconceitos vãos
Vem, a paz no mundo é urgente
Vem connosco, dá-nos as tuas mãos

Vai-se erguendo um rôr de gente
Contra a guerra que torna órfãos
Os filhos e inválidos os sãos
Vem, a paz no mundo é URGENTE!

XII.

Os impérios vão desaparecer
Como de Roma ou o da China;
Há de fraquejar quem nos domina
E há de se curar quem padecer.
Para tal lutamos sem esmorecer
Contra essa fera assassina
- A guerra!

Por fim teremos direito de ver
A recompensa que nos destina
Naturalmente a nossa sina
De humanos e felizes viver
- Sem guerra!

(1982)




UMA PRECE DE PAZ *

Aos de coração sincero dirijo uma prece. Sois vós que tendes o dever e responsabilidade de realizar a urgente tarefa da Paz.
Ela constrói-se no dia a dia, está dentro de nós, no mais profundo recanto dos nossos corações. Ela existe em todos os seres, pois ela se equaciona com a vida. Ela não agride, não viola, não invade, mas está em intercâmbio criativo com o outro, escuta a sua canção, a sua música, aprecia a sua arte.




É isto que vós sabeis fazer no dia a dia; é isto que vos ensinou a natureza (e a cultura, a civilização, a religião...)
Então, porque virais a cara em relação à rude e árdua tarefa (indispensável tarefa!) de «por na ordem», de «chamar à ordem» os dirigentes dementes e demagogos que, aqui e acolá, a norte, sul, leste ou oeste, se «divertem», atiçando ventos da discórdia? Porque razão não sentis como vossa, a responsabilidade evitar que mais destruição, miséria, catástrofes venham ao mundo?
 - Serão fatalidades da natureza como um terramoto, o que estou falando? 
- Não... 
Claro que a guerra e o conflito são coisas de humanos. Se são de humanos devem os humanos remediar, ou curar. 

- Está nos «genes»? 
- Mas que enorme disparate! A pseudo ciência de «darwinismo social» deveria ser vista por todos como aquilo que é: uma desculpa esfarrapada para a cruel barbárie do domínio, da guerra e de todos os ídolos guerreiros!

Não se pode continuar a ter medo e a fingir que «está tudo normal» vamos acordar para a real situação que estão vivendo os povos, sob a batuta de poderes imperiais e seus vassalos...

Não vos direi o que deveis pensar, nem fazer, no concreto: apenas vos digo que sois tão responsáveis pelos actos dos vossos dirigentes, políticos, governantes, etc., como eles próprios.

....

*Quem tiver dúvidas sobre a gravidade da situação, é favor ver a seguinte notícia:

http://www.sciencemag.org/news/2018/01/scientists-doomsday-clock-heralds-world-s-darkest-hour?utm_campaign=news_daily_2018-01-25&et_rid=377420373&et_cid=1812121