Um triplo presente, um triplo prazer, que decidi Vos oferecer.
É que Vivaldi nunca deve estar ausente das grandes ocasiões, sejam elas quais forem. É ele que nos pode dar confiança na vida, dar energia ao espírito, com seu o otimismo sensato, refletido, que tanta falta nos faz, hoje em dia.
Vivaldi nunca é banal ou repetitivo. A ideia de que as «grandes obras» de Vivaldi se resumem ao reportório de concertos para violino e orquestra e pouco mais, é apenas uma afirmação ignorante, petulante e que não merece o mínimo crédito da nossa parte.
Vivaldi escreveu notáveis concertos para instrumentos diversos, como solistas, ou como «concertino», dialogando com o resto da orquestra de cordas.
O fagote é um instrumento muito rico em possibilidades expressivas. Ele foi relegado para um papel de «baixo» do naipe das «madeiras» nas obras sinfónicas, principalmente a partir da segunda metade do século XVIII. Mas, o instrumento é muito apropriado como solista. A sua voz profunda e a riqueza do seu timbre, resultante dos harmónicos que produz, permitem grande variedade expressiva, tal como o violoncelo.
Eu não sei - destes três concertos - qual o melhor, o mais bem construído, ou o que tem maior verve. São - para mim - três concertos do melhor Vivaldi, que conheço. Talvez seja ocasião para uma descoberta dos meus leitores.
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Bassoon Concerto In A Minor, Rv 497