Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
Mostrar mensagens com a etiqueta guitarra clássica. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta guitarra clássica. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 26 de abril de 2024

RECUERDOS DE LA ALHAMBRA DE FRANCSICO TÁRREGA POR ANDRÉS SEGOVIA


 O grande mestre que foi Andrés Segovia deu o pleno brilho da guitarra espanhola em suas interpretações, elas próprias, monumentos da música.
 Francisco Tarrega pertence ao grupo de grandes compositores para este instrumento, da segunda metade do século XIX e princípios do século vinte.


Apogeu e decadência da Civilização Ibérica

Esta peça, muito conhecida, convida-nos a considerar o fausto e o requinte da civilização Islâmica, que se estendeu pela maior parte da Península Ibérica e que durou vários séculos.  
Esta cultura, não só artística, como também cientifica, permitiu que este espaço ibérico fosse ocasião para o chamado 1º Renascimento, que ocorreu em pleno período medieval: Este renascimento, corresponde ao período de maior florescimento da cultura árabe na Península Ibérica, em que obras de historiadores, filósofos, matemáticos, etc. da Antiguidade foram estudadas, graças a traduções em língua árabe, feitas a partir de originais gregos, muitos dos quais se tinham perdido. Além da herança árabe, a Península foi testemunha do florescimento da cultura judaica. A tradição cristã, muçulmana e judaica, todas as três culturas e religiões, apesar das cruzadas e de outras catástrofes que assolaram o mundo medieval, encontraram maneira de - não apenas viverem nos mesmos espaços - como de se fecundaram reciprocamente, dando origem aos dois reinos (Portugal e Castela) mais poderosos, enquanto «condensado de cientistas» da época. Os grandes projetos de expansão marítima, tanto de portugueses como de castelhanos, não seriam possíveis sem uma sólida base científica e técnica. Os reinos Ibéricos tinham um escol de cientistas, físicos, astrónomos, geógrafos, aos quais se somavam homens com grande saber e perícia técnica nas artes de marejar, de construção naval, da medicina, da botânica, etc. juntamente com o «saber de experiência feito» dos mercadores e dos aventureiros.  
As duas grandes expulsões - dos judeus e dos mouros muçulmanos - foram ambas decretadas pelos reis ibéricos. Os poderes reais queriam deste modo agradar ao alto clero e ao Papa. Na realidade, foram desastres porque cortaram esses reinos de boa parte da elite científica e erudita dos mesmos. Foi um empobrecimento cultural brusco, por fanatismo ou por gula de poder. As guerras - nessa época - eram supostamente contra os «infiéis», mas - sobretudo - faziam-se com intuitos de conquista territorial e de monopólio das rotas comerciais tão cobiçadas. Assim, os reinos ibéricos, pouco tempo depois do momento de maior expansão (nos finais do século XV, princípios do século XVI),  sofreram processos brutais de expulsão de uma parte das suas gentes, que incluíam justamente as elites intelectuais e científicas que tinham contribuído para essa mesma expansão.
Assim se explica que os primeiros sinais de decadência, se tenham manifestado pouco tempo depois do apogeu, com apenas um ou dois decénios de intervalo. 
A cultura, a civilização, ganham com o entrecruzamento de várias tradições; com um espírito de tolerância e respeito pelas heranças culturais doutros povos. É algo que não se pode impor, mas que aconteceu naturalmente, até mesmo no contexto de rivalidade acesa entre Cristandade e Islão. Faço notar que o povo judeu, nessa época, desempenhou papeis muito relevantes para os reinados cristãos. Os sábios judeus foram muito respeitados por cristãos e muçulmanos, ao mais alto nível, até que o fanatismo religioso (neste caso, católico) ameaçou de excomunhão os reis e reinados que tinham tolerância para com outras religiões. A expulsão ou conversão à força de judeus e muçulmanos foi uma terrível tragédia, para estes; mas, esteve também na origem da perda de influência, da incapacidade de sustentar os impérios comerciais, que rapidamente tinham sido formados, sobretudo no Oriente. 
Em suma, estas intolerâncias foram uma causa profunda da decadência que rapidamente se verificou, a todos os níveis: científico, militar, demográfico, económico.. .

terça-feira, 2 de maio de 2023

Villa-Lobos: prelúdio nº1

 

                                                Thu Le * na guitarra clássica


Veja AQUI uma breve biografia seguida da análise das peças para guitarra, incluindo o prelúdio nº1.

O prelúdio em Mi menor é o primeiro dos 5 prelúdios escritos em 1940. Na primeira parte, predomina a nostalgia. Na segunda parte, em Mi maior, o ritmo torna-se mais animado. No final, o tema inicial regressa.

É uma peça muito conhecida, mas não deixa de ser um modelo de sobriedade. Revela a assimilação profunda, por Heitor Villa-Lobos, das heranças barroca e clássica, sem as imitar.

* Thu Le é vietnamita e mestra de guitarra clássica, com vasta carreira e muitas atuações no estrangeiro. 

sexta-feira, 12 de junho de 2020

[Kyuhee Park] EL ÚLTIMO TREMOLO - AUGUSTIN BARRIOS MANGORÉ


      https://www.youtube.com/watch?v=Q5yr0mj6yaA&list=RDMMUj_OferFIMk&index=2

Nota sobre «El último tremolo» de Agustín Pío Barrios Mangoré (1885-1944)
Obra composta um mês antes de morrer, a 2 de Julho de 1944.
Conta alguém que o conheceu, que - enquanto dava lição a uma aluna - uma pedinte assomou à porta, rogando «uma esmolinha por amor de Deus».
O compositor associou as primeiras notas às batidas da pedinte à porta e fez perpassar, nesta PEÇA NOTÁVEL, o sentimento de sua morte próxima.  

sábado, 16 de novembro de 2019

Xuefei Yang - «ETERNA SAUDADE» de DILERMANDO REIS


Xuefei Yang é fenomenal em virtuosismo e qualidade artística.
Pode-se consultar uma breve biografia de Dilermando Reis na WikipédiaAs suas composições para violão são hoje parte integrante do reportório clássico
A sua característica principal como compositor, a meu ver, é o aproveitamento de elementos de música popular, o tropicalismo, o que confere às composições um cunho de frescura que não envelhece

sábado, 9 de junho de 2018

PAGANINI: AS 37 SONATAS PARA GUITARRA



Uma recolha de sonatas para um dos mais versáteis instrumentos, que nos enche de prazer, mostrando a enorme criatividade e adequação de Paganini ao escrever para este instrumento. 
Esta música soa muito próxima de nós, do nosso ouvido e do nosso gosto, mas tem mais de século e meio! 



                                                     Interprete: Guido Fichtner

quarta-feira, 4 de abril de 2018

HEITOR VILLA-LOBOS «SUITE POPULAR BRASILEIRA»

                                         https://www.youtube.com/watch?v=Z2_LDC-WQQ0

                                                    NO VIOLÃO: PABLO DE GIUSTO

Extraído del disco "Música de cámara latinoamericana" (DRA22- 1996) 1) Mazurka-Choro 00:00 2) Schottish-Choro 03:30 3) Valsa-Choro 07:20 4) Gavotta-Choro 12:08 5) Chorinho 17:50

Uma música impossível de classificar, será popular, será erudita? Afinal é música que agrada a todos os ouvidos e, no entanto, não é «fácil», no sentido de ir atrás de estereótipos. 
As composições de Villa-Lobos são pouco conhecidas do público internacional, com excepção das famosas «Bachanias brasileiras».  
Porém, a produção deste compositor brasileiro da primeira metade do século XX tem muitas páginas de um grande nível.
A sua música é afectivamente muito mais próxima do público português, que a música do Norte da Europa dessa mesma época. 
Apesar destas qualidades e do afecto, que naturalmente o público português tem em relação à produção de qualidade vinda do Brasil, poucas vezes se ouvem, em salas de concerto de Portugal, obras deste grande compositor lusófono.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

«LIBERTANGO» - TATYANA RYZHKOVA (À QUARTA POTÊNCIA!)


Dedico esta postagem à corajosa Dilma Rousseff e ao povo brasileiro, que tiveram e terão de lutar para arrancar o seu país das garras dos golpistas... A Tatyana Ryzhkova é excelente e realizou aqui um trabalho «em quarteto», a não perder!