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quinta-feira, 1 de julho de 2021

«LA NOTTE» CONCERTO PARA FLAUTA E ORQUESTRA, DE VIVALDI

 «La Notte» é uma joia da música descritiva, tão bela como os concertos para violino das «Quatro Estações». 
A peça pode ser interpretada na flauta transversal, mas também na flauta de bisel, como é o caso nesta gravação ao vivo.
No barroco, é frequente que instrumentos diferentes realizem a parte solística, sem afetar a autenticidade e - sobretudo - a beleza da música


Antonio Vivaldi: "La Notte", Flute Concerto in G minor, RV 439 Support us on Patreon: http://www.patreon.com/bremerbarockor... Follow on Instagram: http://www.instagram.com/bremenbaroqu... Bremer Barockorchester: http://www.bremer-barockorchester.de Largo: 0:00 Presto (Fantasmi): 1:47 Largo: 2:35 Presto: 3:30 Largo (Il sonno): 4:33 Allegro: 6:17 Solo Recorder: Dorothee Oberlinger Violin I: Tomoe Badiarova, Meelis Orgse, Annie Gard, Naomi Burrell Violin II: Anna Stankiewicz, Marina Kakuno, Ana Vasić Viola: Alice Vaz, Luis Pinzón Violoncello: Néstor Fabián Cortés Garzón Double Bass: Eva Euwe Bassoon: Martin Jaser Lute, Guitar: Hugo de Rodas Harpsichord: Nadine Remmert


domingo, 10 de maio de 2020

J.S. BACH - CONCERTOS E OUVERTURE PARA FLAUTA E ORQUESTRA


Solista - Marcello Gatti

Ensemble Aurora / Enrico Gatti



- Concerto para Flauta em Si menor


- Concerto triplo em Ré maior


- Ouverture (Suite) em Si menor

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

CONCERTO PARA FLAUTA DE BISEL & FLAUTA TRAVERSA EM MI MENOR

   Interpretado pela Bremer Barockorchester


                                          https://www.youtube.com/watch?v=2D-y2kJU0lg

Telemann, quem mais poderia ser? 



Quem, senão ele, guardaria o poder de nos encantar e surpreender, a mais de 250 anos de distância temporal? 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

[NO PAÍS DOS SONHOS] Allemande da partita para flauta solo BWV 1013 de J.S. Bach


 (Adormeço e vou de novo para o país dos sonhos.)

Agora estou à porta de uma casa, no campo. Esta casa parece-me muito familiar, porém, ao mesmo tempo, não sei onde estou. 
É como se tivesse sido transportado de repente a um local onde já estive no passado, mas ao ignorar todo o caminho percorrido, tenho de tentar buscar na memória em que circunstâncias eu me encontrei em frente desta casa ou de outra semelhante a esta.
De repente, a porta principal abre-se e sai de lá um jovem apressado. Leva uma sacola a tiracolo; aparenta uns 20 e poucos anos… Ele não olha para o sítio onde me encontro. Está decidido, no passo largo, ligeiramente curvado, olhando fixamente o chão à sua frente. Que estará ele a pensar? Impossível saber! 
- Embora eu nunca venha a saber nada mais do jovem, agora já sei onde e como eu vi esta casa pela primeira vez: …. Curiosamente, este jovem desconhecido permitiu-me situar-me no tempo. Num tempo muito diferente deste, embora as casas e as indumentárias fossem pouco diferentes do que se vê agora.
Sim, foi há uns quarenta anos e aquele jovem…sim, era eu!





domingo, 8 de maio de 2016

[NO PAÍS DOS SONHOS] RAGAS INDIANAS PARA FLAUTA





Fecha os olhos e deixa-te ir.

Assim que estiveres a vogar no oceano dos sons, verás as paisagens interiores. As tuas visões são intransmissíveis, mas o som que emana desta flauta é profundamente inspirador. As defesas do Eu consciente são abaixadas, suavemente, não violentamente, com pleno consentimento e adesão do nosso espírito.

Estamos em cima do dorso de um elefante, que se desloca num pantanal, com aquele passo paciente, tão embalador.

O pantanal é em si mesmo um lugar mágico; as estruturas sólidas dissolvem-se, como um amplo palácio que se dissolve no nevoeiro. As estruturas sólidas desaparecem e dão lugar a fluidos mais ou menos viscosos, escoando, lentos pelos interstícios da nossa memória.

Os sons, líquidos, esgueiram-se e jogam com os nossos sentidos; porém, estão sendo produzidos numa redoma de realidade superior. Os avatares de toda a minha orquestra interior estão atentos a cada pulsação, a cada movimento, a cada intenção de gesto. Estão em sintonia com a paisagem sempre em mutação do pantanal, visto do dorso de um paciente elefante.

O leopardo está atento, à escuta entre os troncos de mangais. Os leopardos estão no seu território. Eu é que sou o invasor. Mas eles também sabem que não têm nada a temer, porque o invasor está bem visível, não se esconde, não é outro predador que procura, numa emboscada, caçar  a presa.

Algumas aves pernilongas, com bico recurvo, estão nas margens, dançando uma estranha ronda. Suas asas batem na superfície aquática e espalham colares  de pingos cristais em torno. Creio que estão fazendo uma dança nupcial. Ou um ritual antigo da água. Estão a celebrar o deus das aves: afirmam seu território, sua geração, sua divindade. 

Tenho em frente de meus olhos um poente, que nunca mais se transforma em noite. As muitas cores estão cambiando as nuvens e as superfícies de água numa sinfonia. Imagino-me dentro duma concha, contemplando o nacre, as paredes da concha, o irisado, as flutuações de cores e as cintilações, que brincam nos nossos olhos.