domingo, 29 de setembro de 2024
CIMEIRA DOS BRICS EM KAZAN; PEPE ESCOBAR EXPLICA OS DESAFIOS
Segundo Pepe Escobar, é uma das discussões mais decisivas do séc. XXI
sábado, 28 de setembro de 2024
JULIAN ASSANGE: MENSAGEM AO CONSELHO DA EUROPA
SOBRE O «ESPIONAGE ACT» DOS EUA.
Compreendo a preocupação de Julian Assange em tornar claro, mesmo não havendo hipótese de convencer o poder político dos EUA (com estatuto de observador, apenas, no Conselho da Europa), de que há algo muito errado na legislação, em que o exercício de direitos (de expressão, de informação, de opinião), sejam criminalizados como se fossem atos de espionagem.
Porém, creio que estes países do Ocidente coletivo, aos quais Assange vai endereçar sua mensagem, já abandonaram - há algum tempo - os princípios do Direito, da Justiça, dos Direitos Humanos, etc.
Como dizia Orwell: «É uma questão de simples decência», as pessoas com princípios estão há muito de sobreaviso contra a canalha engravatada que tomou conta de postos-chave dos aparelhos de Estado.
Estes sistemas jurídicos foram herdados das transformações, ocorridas ao longo de dois séculos, em países da Europa e doutros continentes. Estes países adotaram princípios semelhantes para suas constituições e sistemas jurídicos (América do Norte, e em muitos países da América Latina, da Ásia, de África e da Oceânia).
Com a decadência do capitalismo, prenunciando o seu colapso mais ou menos completo, ruiu um dos pilares que sustentava a imagem das «democracias» no espírito do público.
Claro que tais «democracias» nunca o foram de verdade. É preciso lembrar a terrível e cruel dominação sobre povos de origem não-europeia - ao longo de centenas de anos - vítimas do colonialismo, uma das formas mais bárbaras de dominação. De seguida, sofreram muitos decénios de neocolonialismo. Os países recém-independentes eram vergados com exploração das populações e saque de recursos. Se deixavam de obedecer aos novos senhores, sofriam bombardeamentos e guerras brutais levadas a cabo pelas forças armadas das tais «democracias».
Se fizermos um apanhado de tudo isto, incluindo os crimes dos exércitos imperiais dos EUA e seus vassalos da OTAN, que Julian Assange deu a conhecer ao Mundo, chegamos à conclusão de que o que eles temem mais, a seguir à resistência armada das guerrilhas (que eles - os genocidas! - chamam de «terrorismo»), é que os seus atos no «Terceiro Mundo» se saibam; que seus crimes sejam conhecidos e relatados com rigor jornalístico, para as audiências dos seus países.
Além de cometer crimes hediondos, sem qualquer peso nas consciências, eles não suportam que tais crimes sejam denunciados e expostos às opiniões públicas. Eles precisam da mentira, fabricam-na, com auxílio de centrais de intoxicação das opiniões públicas, das «média mainstream».
Eles sabem o que fazem: Dizem-se respeitadores das leis, mas desrespeitam-nas ao designar um whistleblower, um jornalista de investigação, ou um político dissidente, como «terrorista», «traidor», ou «espião».
Quem se deve sentar no banco dos réus, em julgamento, não são os que denunciam os crimes; mas os criminosos que os cometem. Estes deveriam ser julgados e condenados.
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
O NOVO TOTALITARISMO
O totalitarismo é um termo associado a regimes cruéis, que ocorreram no passado recente, no século XX. Porém, nós estamos a mergulhar num novo totalitarismo, com características semelhantes aos do passado. Mas com outros traços, inéditos, seja na forma, seja nos meios repressivos, seja ainda na consciência (ou ausência dela) do público.
Tenho escrito neste blog sobre o totalitarismo, em que é que ele diverge de ditaduras «clássicas».
Acontece que coincidem três leituras, sobre aspetos deste novo totalitarismo, por autores que eu estimo, pessoas muito diversas, mas que estão associadas no meu espírito com a integridade que qualquer jornalista, cientista social ou psicólogo, deveria possuir, embora seja cada vez menos frequente.
A seguinte abordagem vem de uma psicanalista, Ariane Bilheran: Ela detalha, numa entrevista em francês, como é que a língua é moldada para incutir nas pessoas uma certa forma de pensar, sem que elas se apercebam. Só com a análise fina das distorções de sentido das palavras, dos neologismos, e as distorções na gramática, se consegue decifrar o pensamento do poder totalitário. Este impõe a toda a sociedade a sua «nova normalidade». Esta é uma característica própria do totalitarismo, o não se contentar com uma coerção exterior (como numa banal ditadura), mas querer mudar as pessoas por dentro.
Oiçam a entrevista (em francês):
Na «Guerra Cognitiva no Ocidente», Thierry Meyssan descreve a arbitrariedade com que são perseguidos e encerrados órgãos de comunicação, só porque são russos, ou de origem russa. Esta censura extrema esconde-se por detrás de «atos administrativos», nunca são levantados processos por infrações supostamente cometidas. Evidentemente, tais atos arbitrários dos governos ocidentais destinam-se a impedir que outras perspetivas, outros pontos de vista, ou dados objetivos sobre o que se está a passar, cheguem ao conhecimento do público.
«A liberdade de informar e ser informado não se aplica a eles» dirão alguns, no que estão a legitimar a mesma censura que existia nas ditaduras totalitárias e incluindo no fascismo de Salazar e Caetano, supostamente de brandos costumes, em Portugal.
A criminalização da dissidência vai de par com a interdição de órgãos da comunicação social que dão voz aos pontos de vista dos dissidentes.
Figura 1 (retirada do artigo de Thierry Meyssan)
A polícia federal alemã lançou em julho de 2024, buscas com grande aparato, para reprimir um crime imaginário e apreendeu uma quantidade de documentos. O tribunal administrativo acabou por anular todo o processo.
O terceiro autor é Jonathan Cook, um britânico radicado em Nazareth, na Cisjordânia. Ele é testemunho direto das brutalidades a que estão sujeitos os palestinianos nos territórios ocupados. Além de Gaza, também a população civil da Margem Ocidental tem sido sujeita a massacres por colonos judeus, que ficam impunes.
Na reportagem seguinte, Jonathan Cook relata não apenas um crime de guerra* por soldados israelitas, como também o tratamento noticioso mais que benévolo, de absolvição, pelo repórter da AP , sobre a ocorrência.
Assim, crimes quotidianos, perpetrados contra palestinianos são «banalizados», «normalizados». É assim que se inocenta, junto da opinião pública de Israel e internacional, o racismo e suprematismo de uma parte da população judaica.
No vídeo* vêm-se corpos de palestinianos a serem atirados do alto de um prédio, por soldados de Israel.
Se contabilizarmos as brutalidades, humilhações e crimes a que estão sujeitos - todos os dias - os palestinianos dos Territórios, temos de concordar que «a banalidade do mal» não se limitou aos criminosos de guerra alemães, julgados em Nuremberga, no final da IIª Guerra Mundial.
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quarta-feira, 25 de setembro de 2024
OPUS VOL III, 23: ILUSÃO
Peguei no telemóvel
Marquei aquele número que me disseram
Uma voz maviosa respondeu
Ouvi um longo desfiar de frases
Que me preveniram supostamente
De todas as infrações / penalidades
Eximia-se de qualquer responsabilidade
E eu apenas tinha de dizer "sim"
Por fim, após uma musiquinha
Que se repetiu quinhentas vezes
Veio a voz (real) de alguém
Um homem que se identificou
Mas não percebi seu nome
Da maneira como o pronunciou
Apenas queria saber o meu nome
Completo, meu número da Seg. Social
Número fiscal, data de nascimento
E depois perguntou-me:
"O que deseja?"
Já não sabia se desejava
Falar com alguém assim.
Afinal, tinha sido impulsionado
Por um agudo sentimento
Como se fosse uma vertigem,
Um mal-estar, de impotência
Para continuar a arrastar
Comigo a sombra do passado
E de encarar o presente.
Estava realmente na ponta
Final da luta comigo próprio,
Mas a fatalidade jogava
Tudo para me empurrar
Para dentro dum poço
Sem fundo de meu
Desespero...
Não encontrei palavras
Para lhe responder.
Os pensamentos atravessavam
Meu cérebro como raios
U.V. e nem ouvia já
Aquela voz insistente
Ao meu ouvido
Que me repetia
De maneira polida
"O que desejava ?"
Por fim, disse-lhe:
- Desculpa , não é nada.
E desliguei.
terça-feira, 24 de setembro de 2024
A DESREGULAÇÃO DO MERCADO HABITACIONAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Quem aqui vive, em Portugal, está consciente de que a suposta «recuperação económica» feita à custa do turismo (exclusivamente) e total desregulação do mercado habitacional (tanto de aquisição como de arrendamento) tem como consequência uma série de crises: habitacional, demográfica, desemprego, emigração dos jovens e degradação das condições de vida.
A situação dramática da habitação (não existem apartamentos a preços abordáveis para a população) deve-se a decénios de fraco investimento na habitação social e na secundarização das funções sociais do Estado. O «boom» no imobiliário de altos preços é um bónus somente para especuladores imobiliários, mas a população geral do país pouco ou nada ganha com isso.
Esta é a consequência social e económica de Portugal ter ficado cativo de uma classe especuladora, parasitária, vivendo de expedientes. O duopólio PS-PSD e respetivos governos, têm sido os promotores deste festim neoliberal.
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RELACIONADO:
VACINAS ANTICOVID E CANCRO (conferência da Dra Karina Acevedo Bloque )
Esta cientista chilena faz uma conferência muito inteligível e dirigida ao grande público. Não há dúvida que eu tinha intuído vários perigos da «vacina» anti-covid e o modo totalmente irresponsável como foi autorizada e forçada na população mundial. Vejam os meu artigos sobre o assunto (a partir do ano 2020) neste blog.
NB: Há imensa informação que nos é escondida pelo blackout dos media, só em sites alternativos conseguimos obtê-la. Veja o site do Prof. Chossudovsky:
It’s a “Killer” Vaccine Worldwide: Japanese Researchers Say Side Effects of COVID Vaccines Linked to 201 Types of Diseases
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