O Prof. Mearsheimer apresenta aqui um discurso notável: o seu realismo mostra como os dirigentes ocidentais falharam por ausência de estratégia. Um discurso que desmonta as retóricas e ações inconsequentes.
-------------------
Comentário de Manuel Banet:
Os políticos europeus, que dirigem os governos do Reino Unido, Alemanha e França, são tão medíocres e falhos de visão em questões internacionais, como ao nível interno.
Durante decénios, o poder «liberal-democrático» habituou-se a governar à custa de slogans, de efeitos pirotécnicos, de «campanhas morais», etc... Sem dúvida, esqueceram as suas funções, os seus deveres principais como governantes. Mas, sobretudo, nunca estiveram confrontados com situações dramáticas, para eles próprios e para seus regimes. Na Europa (e no Mundo), vivem-se agora momentos trágicos e decisivos para o futuro, não apenas do continente, como da humanidade.
Porém, os partidos de poder, que mais têm empurrado para a guerra, são liderados por medíocres. Por pessoas que, em situações trágicas e de grande perigo, não fazem senão perorar frases-feitas, de retórica vazia, como as que produziram durante toda a sua carreira. Isto é o que se pode esperar deles. Nem, ao menos, estão imbuídos duma qualquer visão histórica. Eles navegam ao sabor das conveniências. E as conveniências, digamos francamente, é manterem-se a flutuar na esfera do poder (enquanto governo, ou oposição), evitando a ira popular. O que mais temem, é que venham a conhecimento público suas inúmeras manobras protegendo os interesses de grandes financeiros e industriais, e assim comprando a sua protecção. Não vou aqui demonstrar, de novo, como a chamada «democracia liberal», cada vez tem menos de «democracia», ou de «liberal». Alás, basta ver o que se passa nos países tidos como «faróis da democracia», naquilo em que se transformaram.
O fracasso consiste não só na guerra Ucrânia-Rússia, em si mesma, como no bloqueio da sua resolução, por via dum acordo de paz que confira estabilidade e segurança a todos os países europeus, incluindo a Rússia.
Este fracasso é inteiramente devido à pusilanimidade de chefes de governo, de altos responsáveis da OTAN e de toda a pseudo-elite que tem produzido campanhas de ódio e de falsificação dos factos no terreno.
Qualquer pessoa, independentemente das suas convicções, deveria desprezá-los, pois eles arrastaram a situação duas vezes para o impasse, daí resultando a continuação da guerra e seus muitos milhares de mortos (1ª vez em Istambul, em abril de 2022; 2ª em Budapest em out. de 2025).
A propaganda poderá enganar um certo número de pessoas, durante um dado tempo; porém, nunca poderá enganar todas as pessoas, durante todo o tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário