Israel está acabado. Pelo menos, o Israel do apartheid contra a população palestiniana (maioritária). O governo e o Estado sionista está isolado, tal como aconteceu com o país onde foi usado primeiro o termo de "apartheid", a África do Sul racista, governada por uma minoria branca, com apoios de políticos e de grandes capitalistas, das chamadas «democracias ocidentais». Não haverá um exacto paralelo, mas a situação global que se apresenta é a mesma: não é viável um Estado isolado ao nível diplomático, por muitos repudiado e boicotado, em muitas nações.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Saga dos neandertais na Ibéria e sua hibridação com H. sapiens



 A imagem popular dos Neandertais como bestas possantes, resistentes a condições adversas, mas de pouca inteligência, veio «explicar» durante decénios a extinção deste grupo de humanos arcaicos, à medida que se espalhava a população dos "Cro Magnon"* que são nossos ancestrais diretos, humanos anatomicamente modernos.

Porém, desde cedo, a imagem de brutamontes dos Neandertais estava posta em causa, pelo facto de existirem várias evidências de importações de tecnologias de talhe da pedra, oriundas dos Homo sapiens, pois estão já presentes em África, antes da última onda migratória para a Europa*. No entanto, essas técnicas foram copiadas e adaptadas por neandertais. As técnicas de talhe «Levallois» são tipicamente de transição entre a cultura Musteriense (típica de neandertais) e de «Homo sapiens sapiens».

Antes de estarem disponíveis as técnicas de análise de ADN antigo, João Zilhão e equipa (1998) levantaram a hipótese de que o Menino de Lapedo (ver vídeo abaixo), possuía inegáveis traços anatómicos de neandertal, embora fosse um «humano moderno».  Zilhão interpreta este hibridismo como sinal de que havia - disseminados na população a que pertencia o menino de Lapedo - genes originários dos neandertais. Tal como acontece com a nossa herança de genes neandertais, os cruzamentos na origem do hibridismo do Menino de Lapedo tiveram lugar muito tempo antes (milhares de anos).

No âmbito da genética das populações é sabido que os genes podem persistir ou desaparecer numa população ao longo das gerações, devido aos efeitos da selecção (selecção «darwiniana»), ou devido ao acaso.  Sabemos que quanto mais distantes no tempo forem os acontecimentos de hibridação  inter- específica,mais os genes importados estarão diluídos nas gerações subsequentes. 

Observou-se uma percentagem maior de genes de origem neandertal em populações atuais da Ibéria, em comparação com a percentagem em populações da Europa Oriental ou Asiáticas.  Este facto reforça um conjunto de evidências de que a extinção dos neandertais foi muito mais tardia na Ibéria, em relação a outras zonas que eles povoaram. 

Os documentários abaixo são interessantes. Em certos pontos, avançam com teorias ou hipóteses, para as quais não existe acordo na comunidade científica. Isso é o normal na ciência, que precisa do confronto de posições para o avanço nas pesquisas, nas investigações no terreno, nos debates teóricos...

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* Os primeiros humanos modernos (chamados de Cro-Magnon) chegaram à Europa há cerca de 45.000 anos. 




 Neandertais SOBREVIVERAM ATÉ 25.000 ANOS ATRÁS 




      CRIANÇA DE LAPEDO : hibridação H. sapiens x H. neanderthalensis


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1 comentário:

Manuel Baptista disse...

https://youtu.be/-1VPP9FzlE0?si=xM-TtjCU8SRCTUPR
Um recente documentário sobre os modos como os neandertais enterravam os mortos em especial, bebés e crianças