Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

CONTROLA OS SEUS IMPULSOS?

 O comércio joga com os impulsos das pessoas  para comprarem. O estímulo para comprar está disseminado em toda a sociedade. É que na sociedade da mercadoria, onde tudo se compra e vende, o ato de comprar é assimilado a duas coisas, no inconsciente:

A - Um prazer sensual, análogo à fase oral/anal da psicologia freudiana. 

Com efeito, a adição de compra compulsiva  é uma patologia muito séria e mais banal  que outras adições que não envolvam ingestão de «drogas». Mas, o sistema de escravização do consumidor consegue desenvolver técnicas para o aumento de sua adição. 

Por exemplo, as luzes e decorações de Natal nas ruas, nos centros comerciais e nas montras: São, afinal, a criação de um ambiente «feérico» que faz as pessoas quererem voltar à infância e deixarem-se arrastar por impulsos de consumo. Este impulso pode ser motivado por desejo de satisfazer entes queridos (o Natal como festa da Família), mas também aqui se trata de uma relação falseada, porque mediada pela mercadoria. Em geral, quer em ocasiões «normais» ou «especiais», o impulso obsessivo de comprar, desencadeia compras inúteis, que desequilibram o orçamento pessoal.

B- Um símbolo de status; por isso é que bugigangas produzidas em série, são publicitadas como algo «exclusivo». De facto, a adição às compras é cuidadosamente cultivada pelos órgãos de  comunicação social de massas, cujos rendimentos são resultantes da publicidade, sobretudo. 

O contexto da sociedade mercantil hipervaloriza a aquisição e acumulação de objetos: As pessoas têm uma relação doentia com a posse de certos objetos, em especial se forem caros, de luxo, de «prestígio». 

Os objetos a que me refiro, não são adquiridos por necessidade ou conveniência, são como um «investimento» afetivo e promocional. 

- Auto-Afetivo, porque as pessoas (simbolicamente) estão a remunerar ou a recompensar, a si próprias.

- Auto-Promocional: Ao exibirem algo ostensivamente caro. Esses itens - mesmo que sejam de pouca ou nenhuma utilidade - estão a exibir a  elevada capacidade aquisitiva de seu possuidor.



Numa sociedade onde a aparência é tudo, onde  ser economicamente bem sucedido, é ser uma «celebridade» e passar a fazer parte da «elite», mesmo que seja de maneira efémera, as pessoas não conseguem amadurecer o seu ego. Permanecem bloqueadas nos afetos infantis, tanto no que respeita à «gula» de compras, como à gula de comida. 

Repare-se nas seguintes situações:

- A epidemia de obesidade (sobretudo, nas camadas menos abonadas), 

- A atitude hedónica, não apenas de adolescentes como de adultos (= adolescentes mentais),

- O crescente número de pessoas que ficam endividadas em excesso, usando cartões de crédito, 

Todos estes (e muitos mais), são exemplos bem visíveis de patologias sociais. Todos são característicos da chamada sociedade de consumo. Por contraste, as características acima não se observam nos períodos históricos anteriores à revolução industrial, ou nas sociedades que - ainda hoje - subsistem fora do modelo dominante.

A alternativa não reside na pobreza voluntária, ou noutro tipo de autoflagelação, para combater os males sociais. É fundamental educar-nos e educarmos as jovens gerações, para não cairmos no ciclo infernal do «consumo pulsional». 

Além disso, temos de compreender que as soluções boas para o ambiente, para a sustentabilidade da biosfera e para uma sociedade harmoniosa são incompatíveis com o capitalismo

É um facto, que o capitalismo precisa do sobre- consumo desenfreado. Por muito que mostrem preocupações «ecológicas» e «socialmente responsáveis», os comerciantes e os industriais só são verdadeiramente movidos por uma coisa, o lucro.

Não é de admirar, pois o modelo de economia e sociedade capitalista, é exatamente aquele que endeusa o indivíduo que enriquece, seja lá por que meios for. Desde que seja rico/a, é uma pessoa interessante, inteligente, etc. Portanto, as pessoas - mesmo que não sejam comerciantes ou industriais - são fortemente encorajadas a procurar enriquecer-se, sem olharem demasiado aos meios. 

A ostentação, o consumo de luxo, o consumo hedónico, são o símbolo e o triunfo desejado pela maior parte das pessoas, dentro do  modelo económico e social capitalista.

sábado, 28 de outubro de 2023

«LEIS DO MERCADO»? EU DIGO-VOS O QUE SÃO.

 A hipocrisia dos intitulados políticos e economistas ocidentais, faz com que as pessoas vivam na doce ilusão de que as coisas estão a melhorar, globalmente. Há alguns «recuos», mas a exploração dos trabalhadores não é aquilo que era noutros tempos. A sério?!?


Em boa lógica, as pessoas - quase todas - vivem em estado de denegação. Pois a intensificação da exploração do trabalho e a depredação dos recursos ambientais, abrangem cada vez mais zonas do globo, são cada vez mais impiedosas para os povos indígenas e para o próprio sustento do ecossistema Terra. Esta é a verdadeira face da globalização.

Por exemplo, a quantidade enorme de gadgets que as pessoas adquirem, nas partes do mundo mais afluentes, têm  um tempo «de vida útil» muito curto. Cada vez mais curto (pensem nos computadores, nos smartphones, etc.) . Nestes gadgets de «high-tech» estão inseridos componentes minerais que são extraídos de inúmeros locais, mas quase todos eles situados no Terceiro Mundo. As chamadas «terras raras» são um bom exemplo. Na realidade, não são assim tão raras, pois o elemento mais raro deste grupo é mais abundante na crosta terrestre, que o ouro. Só que o ouro é explorado quando se encontra em veios, mas tal não acontece com as «terras raras». Para se concentrar o suficiente de um dado elemento pertencente a este grupo, é preciso extrair toneladas e toneladas de terra e de rocha, formando imensas escombreiras. O solo fica estéril durante muitos anos. O processo de concentração e refinação destes «metais raros» também é muito poluidor, criando-se enormes lagos envenenados contendo os subprodutos tóxicos destes processos. 


A China é o principal produtor de «Terras Raras»; porém não é por possuir concentrações favoráveis desses elementos, visto que eles estão mais ou menos dispersos - em concentrações semelhantes - por toda a crosta terrestre. Aquilo que é diferente, é que na China as «regulamentações ambientais» estão quase ausentes. Igualmente, as condições salariais e de higiene são deploráveis, mas as autoridades chinesas têm tudo sob controlo. As pessoas sensíveis aos direitos humanos e à ecologia (a maior parte, vivendo no conforto híper tecnológico) não se inquietam muito também com as zonas do interior da China e seus habitantes. 

O mesmo, ou pior, se passa com a exploração na República Democrática do Congo dos minérios estratégicos para a indústria eletrónica e componentes obrigatórias em qualquer bugiganga digital que utilizamos. A depredação da floresta tropical-equatorial e a transformação de crianças em escravos das minas, não é dos séculos passados, é de agora!

Sem esquecer  a louca corrida para explorar todo e qualquer depósito de Lítio (incluindo na Serra da Estrela, um Parque Natural de primeira importância no centro-norte de Portugal), para alimentar a indústria automóvel EV, para consumo (e paz de espírito) dos cidadãos dos países ocidentais: Estes são ricos, ecologistas, preocupados com questões sociais, mas só dentro do perímetro das suas sociedades e das paisagens abrangidas pela sua visão estreita!  

Então, a questão do mercado resume-se aos termos seguintes:

- Os mercados hoje são internacionais, globalizados, numa escala sem precedentes.

- O que é consumido pelos países afluentes (Norte América, Europa Ocidental, Austrália) em termos agrícolas mas, sobretudo, industriais vem - na sua grande maioria- de países do Terceiro Mundo

- As razões principais disto são: a enorme discrepância salarial, da ordem de dez vezes menos nos países pobres em relação aos ricos. A total ausência ou o não cumprimento de normas de proteção do ambiente e depredação constante dos recursos.

- Além disso, as multinacionais que exploram os recursos minerais nesses países, têm capacidade para corromper e/ou vergar a vontade dos governos locais. Estes, preferem fechar os olhos, a terem uma perda de rendimentos sob forma de «royalties» e também perderem muitos postos de trabalho, caso as multinacionais saiam. 

- Portanto, os mercados de matérias-primas e do trabalho não são de todo «livres», pelo menos no sentido comum do termo. Seria um mercado livre, se um comprador e um vendedor (quer em termos individuais, quer coletivos) têm ambos uma certa capacidade de negociação e o preço (quer de mercadorias, quer da mão-de-obra) é o resultante dessa negociação. 

- Os recursos da minoria da população mundial que beneficia desta situação, são fruto da superexploração do trabalho no Terceiro Mundo;  da completa rapina e destruição de recursos naturais dessas partes do Globo.

Uma análise económica honesta dos custos globais, deveria ter em conta os factos evidentes que eu mencionei acima. Mas, a narrativa dos economistas contemporâneos é quase toda uma enorme falácia, para adormecer as consciências. Digo isto, porque sei que eles sabem: os economistas ocidentais sabem perfeitamente os factos acima apontados.

Não há leis do mercado, no sentido de «Leis da Física», ou de outra ciência exata, ou natural. A «lei» do mercado é somente a imposição violenta da exploração.



sábado, 23 de setembro de 2023

ARTE DA EXTINÇÃO

              O Dodo, ave que foi rapidamente extinta, pouco tempo depois de descoberta

             Retirado de:  https://off-guardian.org/2023/09/22/in-the-lands-of-the-dodo-bird/



Sim, leu bem! A arte da Extinção e não o contrário.

Aqui não se vai falar de extinção da Arte, porque a maioria das pessoas já a extinguiu das suas vidas

Mas as vidas, as «vidas biológicas», se assim quiserem dizer, essa vida que nós tomamos como algo tão importante, pela qual estamos prontos a tudo entregar, para o salvamento das nossas pessoas... a doutores, psicólogos, gurus, curandeiros, feiticeiros, carniceiros, enfim, a uma gente tão solícita e que promete a cura, mediante certa quantia em espécie sonante, sob forma digital, para ser-se moderno.

Sim, é certo: tratam-te da saúde, lá isso tratam! Consoante as tuas posses, haverá milhares de maneiras para tu, leitor/a, seres "extinto/a".

Mas não irei esmiuçar as modalidades individuais de extinção neste escrito. Irei abordar algumas das tecnologias mais potentes para extinção coletiva, em massa, das que se podem aplicar a um povo, uma nação, um continente ou à totalidade da raça humana!

Na era tecnológica em que vivemos, a Extinção realizou progressos consideráveis. Irei sumariamente citar alguns aspetos de tais progressos.




1º Método,

Extinção por má gestão dos recursos, contaminação dos recursos básicos. Na nossa época, os meios de contaminar as águas doces e os mares, multiplicaram-se. As agências governamentais costumam virar para o lado a cara, pois as indústrias poluidoras são fonte de receitas em impostos, correspondem a um certo número de postos de trabalho e de qualquer maneira, seria mais oneroso limparem os derrames e contaminações, do que fingir que não se passa nada de grave, que a «natureza» se encarrega -por si só - de limpar, destoxificar, revitalizar. Como ninguém é multado, ninguém tem sua empresa encerrada, por causa dessas ocorrências, é como um cheque em branco para os industriais, mas um cheque muito oneroso para o ambiente, para nós e para as gerações futuras.




2º Método,

Usam-se técnicas de engenharia genética em plantas e animais domésticos, para os tornarem insensíveis a certas pragas. Os ditos genes não são confináveis a dada espécie, nem são delimitáveis geograficamente. Portanto uma «experiência» feita numa determinada planta cultivada, numa determinada parte do mundo, pode (e tem havido exemplos numerosos) contaminar culturas semelhantes, ou espécies com algum parentesco, totalmente fora do controlo de entidades ou governos. Os gigantes do agronegócio até perseguem (!) agricultores, cujas culturas acidentalmente foram contaminadas por tais genes, resultantes de engenharia genética. Podem ter processos e serem obrigados a desembolsar somas enormes, por «infringir os direitos de patente» dos tais gigantes do Agronegócio.

Mas isto, é pouca coisa, se comparado com a utilização massiva de nicotinoides e outros inseticidas, causadores de grande mortandade em abelhas e noutros insetos polinizadores. Os grupos da agroquímica, com seus lóbis, têm conseguido proteger-se. Continua a venda e utilização desses inseticidas, demonstrados como totalmente destrutivos para o ambiente. É nestas pequenas coisas que se percebe como é que deputados e outros políticos subitamente ficam ricos. A morte catastrófica de insetos polinizadores equivale a ter de abandonar-se a agricultura em zonas de excelente rendimento agrícola. Não é exagero dizer que os insetos polinizadores são responsáveis por mais de 4/5 das espécies vegetais cultivadas, ou mesmo, uma proporção mais elevada. É preciso ter em conta, também, as espécies não-cultivadas que utilizam a polinização por insetos e que desempenham papeis insubstituíveis nos ecossistemas naturais.




Método nº3

Um encarecimento brutal do preço da energia, sob pretexto de «revolução verde» ou de política «zero carbono», atingindo assim a subsistência dos mais pobres, incluindo nos países mais afluentes. Os grupos socialmente mais frágeis são os que sofrem mais. É uma dupla sentença, pois a sua opção resume-se a comer o suficiente no inverno, mas não aquecer os lares (e sofrer com o frio, o que causa mais óbitos do que o excesso de calor), ou pagar a fatura da energia, mas sofrer de insuficiência alimentar. Esse aumento dos combustíveis, em particular, é atribuído a muitas «razões» mas - sobretudo - à guerra na Ucrânia. É um facto, que foram as potências da UE que decretaram o embargo ao gás e petróleo russos, logo no início da guerra. Mas, como sabemos bem, é Putin o responsável por tudo o que acontece. Outro método, é fechar centrais nucleares, supostamente muito perigosas. Sobretudo porque, assim, torna-se viável a exploração de eólicas e de painéis solares, já para não falar dos automóveis movidos com baterias a lítio. Mas, se essas centrais nucleares foram fechadas, onde é que vão buscar a eletricidade? - Ah, reabriram e repõem em funcionamento, a todo o vapor (sic!), centrais a carvão , que - como sabemos - não têm qualquer efeito nefasto no ambiente, são mesmo «amigas do ambiente»! A prova? - Esta foi a solução adotada pelos ecologistas governamentais, na Alemanha.




Método nº4

Esta é das soluções mais radicais para o despovoamento. Inventada há menos de um século, chama-se bomba termonuclear. Sabemos que alguns governos têm uma longa «história de amor» com estas armas definitivas. Os dirigentes destas potências não querem saber sobre se existem efeitos «secundários», se estes forem consequência dum ataque nuclear ao inimigo, claro. Pois um bombardeamento nuclear, seja ele qual for, vai fatalmente causar danos ditos «colaterais», nas populações civis que são certamente as mais atingidas. Ainda por cima, é um método de longa duração. Por exemplo, os atóis do Oceano Pacífico usados para ensaios de explosão de bombas nucleares, seja por americanos ou por franceses, nos anos 40 e 50 do século passado, continuam não-habitáveis e assim ficarão, durante séculos.




Método nº5

Fabricar (falsas ou verdadeiras) epidemias* com vírus manipulados geneticamente. Tal foi o caso - comprovado, para além de qualquer dúvida - com o COVID. Estas armas biológicas são disseminadas em território inimigo, causando um prejuízo sobretudo económico, devido aos enormes gastos para tratar e recuperar a saúde das populações e às perdas na estrutura produtiva. Não é interessante - para os atacantes - causar uma epidemia demasiado mortífera: São sempre necessários escravos como mão de obra para tarefas penosas, insalubres, etc., indispensáveis ao funcionamento dos territórios conquistados.


Numa segunda fase, as tropas e as populações amigas recebem um antídoto, ou vacina: Assim, ficariam protegidos do vírus, ou de seus efeitos mais graves. Tentaram isso, mas foi um completo fiasco, com as «vacinas» usando vetores de ARNm contra o COVID. Os potentados farmacêuticos e os Estados mais poderosos e corruptos, não hesitam -porém - em, novamente, avançar com outras «vacinas» ARNm para outros vírus patogénicos. Devem estar a reservar a utilização em massa (e obrigatória) de tais «vacinas», para momento oportuno, para dizimar alguns milhões suplementares, com o pretexto de os «salvar» dum vírus perigoso. Dispõem da panóplia toda de engenharia genética. Têm aperfeiçoado muito - nos últimos tempos - as tecnologias de vigilância, controlo e condicionamento de massas. Vai haver muitas mais oportunidades, além do COVID: Na realidade, o COVID foi somente a primeira experiência planetária. Serviu para testar estratégias de controlo e condicionamento de massas, assim como os próprios vírus modificados. Os vetores virais e as «vacinas» (na realidade agentes de supressão da imunidade) tinham fraca letalidade**, mas elevada morbilidade. Foi ocasião para aplicarem, em grande escala, técnicas de «engenharia do medo», orquestradas pela média de massas, em simbiose com governos e organizações internacionais de «saúde» ( OMS). Num espaço muito curto e sem resistências significativas, instalou-se um novo tipo de Estado totalitário. Muitas pessoas não o reconheceram, porém, porque apareceu com a face sorridente e amistosa do «Grande Irmão». A campanha de terror psicológico serviu para isolar e ostracizar contestatários da Nova Ordem Mundial.

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(06/10/23) Acrescento uma referência recente que revela outro aspeto da campanha de «vacinação» contra o vírus covidiano:

A causa de sangramentos vaginais pode estar associada com casos de cancro do útero, dos ovários, ou outras afeções graves. Mas, mesmo nos casos mais benignos, significa uma diminuição da capacidade de procriação, diminuição de fertilidade e isso pode traduzir-se por uma quebra (ainda mais acentuada) na taxa de fertilidade, conduzindo a uma diminuição ainda mais grave da população ativa, dentro de poucos anos.


(02/11/23) Outra referência importante, em que se vê a criminalidade da casta dirigente dos EUA e Ocidente, associada a atividades criminosas de manipulação de corona vírus em Wuhan. Os objetivos das mesmas não eram aceitáveis, à partida: chocavam com a ética e com a lei internacional sobre armas biológicas: https://www.zerohedge.com/covid-19/unraveling-wuhan-cover-how-fauci-conspired-virologists-deceive-public-and-smear-critics Muitos milhões morreram em resultado de manipulações genéticas subsidiadas pelo governo dos EUA.

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Até agora, estão de parabéns, os globalistas: Têm conseguido o que queriam e com muito pouco custo. Os de baixo, estes, estão ainda mais destituídos, sem meios eficazes de protesto. As eleições, nos países auto- designados de «democracias liberais», são tão genuínas como as organizadas nas ditaduras comunistas, ou fascistas.

Talvez surpreenda alguns leitores a minha opinião seguinte. A arma mais poderosa é a metodologia que possibilita todos os métodos anteriormente enumerados: O controlo mental, através de uma campanha permanente de perversão e ocultação dos factos e da realidade. Os cidadãos vivem num mundo de fantasia, mas chamam a isso «realidade». Creio que o termo que se aplica em psicologia, é o de alucinação coletiva. Os mais afetados enfurecem-se quando alguém lhes tenta mostrar que... «de facto, o que eles tomam por realidade, é somente uma construção conveniente, para que permaneçam dóceis, como ovelhas no rebanho».

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* Ver artigo de Parry: 

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/03/max-parry-sera-que-pandemia-global-e-um.html

 **A letalidade é a capacidade de causar morte. No pânico orquestrado com a pandemia de COVID, os casos reais  de morte por COVID foram poucos. Mas, foram empolados com toda a espécie de casos de óbito por outras causas, ao mesmo tempo que se interditava a autópsia de todos os pacientes falecidos.          morbilidade é a capacidade de provocar doença. Foi grande a morbilidade causada pelos coronavírus manipulados. Sendo estes transmitidos pelo ar, tal como a gripe, a sua rápida disseminação estava assegurada.

terça-feira, 4 de julho de 2023

O RENOVO DA FILOSOFIA NATURAL

 

         Figura: simbolismo tranquilo de paisagem holandesa, séc. XVII 

Eu sinto que é necessário eclodir um novo ramo da grande árvore naturalista. Um ramo que pode florescer em meio das estruturas falsamente «inteligentes» e que nos cercam e mesmo nos invadem por todos os lados. 

Já não chega, com efeito, a resistência natural dos seres vivos e mesmo dos humanos, enquanto organismos. Na realidade, o que de positivo se poderia extrair de «progressos científicos e técnicos» neste novo milénio, foi desviado, quando não mesmo anulado, ou subvertido, pela civilização da ganância, do hedonismo e do individualismo exacerbado. Estas três características são apenas diferentes facetas dum fenómeno global de desorientação, decadência e desequilíbrio nas nossas  sociedades tecnologizadas, a saber:  

A ganância é o desejo de enriquecer e acumular riqueza por cima de quaisquer considerações éticas ou morais. Note-se que não considero o desejo de enriquecer, em si mesmo, como um mal. Mas, se as pessoas fossem formadas dentro de padrões de equidade e justiça (o que não acontece, antes pelo contrário) iriam naturalmente considerar que o facto de serem ricas, ou de terem enriquecido, se deve em grande parte, a estarem numa sociedade que lhes  proporcionou as coisas básicas, a própria organização social, sem o que os seus esforços teriam sido fúteis. A maior riqueza implica maior responsabilidade social, implica ter-se em conta a adequação do que se faz com o dinheiro e com  o poder daí decorrente. Isto seria a lógica de indivíduos que foram educados para internalizar certos valores. Pelo contrário, pessoas que não têm uma escala interna de valores acabam fatalmente por pensar que são ricas «porque o mereceram», etc.

Na escala individual, o hedonismo campeia, como forma predominante de comportamento, nas sociedades mais afluentes, mas também nas outras, com uma adoração de quem é rico, tem sucesso, tem fama, tem exposição mediática, etc. 

Este tipo de mediatização da vida pessoal chega ao ponto de uma «mise en scène» da própria vida pessoal e familiar, para se enquadrar dentro do imaginário da multidão adoradora do ídolo.  A media de «massas» é a principal promotora desta despudorada exposição da vida particular das «estrelas» (sejam de cinema, de desporto, de política, de empresários, dos membros de casas reais, etc.). Mas, não seria possível ela fazer este «trabalho de coscuvilhice», se as pessoas, que são o objeto dessa curiosidade, não se prestassem de bom grado ao jogo, não «abrissem as portas», por um lado; por outro,  este jornalismo vai ao encontro do desejo do público, ávido de intriga, de «ver pelo buraco da fechadura», ávido de conhecer as venturas e desventuras dos ricos e poderosos, de as comentar longamente, imaginando-se membro ou, pelo menos, frequentador dessa «elite».

O individualismo exacerbado é dado como «modelo» de comportamento. A ideologia de massas vai buscar todos os casos de «sucesso», que são invariavelmente descritos como a «gesta heroica» de um indivíduo, forçando o destino e finalmente recebendo o justo triunfo e recompensa pela sua persistência etc. Este discurso é um panegírico muito comum nos empresários. Têm todos eles uma característica; a de que «saíram do nada». Mas, também serve o propósito de mitificar a carreira de académicos, de médicos, de políticos, de artistas, etc. Portanto, nesta ideologia, o sucesso é tudo e assim tem-se as maiores nulidades promovidas a modelos de comportamento, de bom gosto e de virtudes!

Seria fácil atribuir isto tudo ao capitalismo, só que tal não decorre automaticamente do capitalismo, ou doutro tipo de organização económica e política da sociedade. Decorre do abandono da ligação do homem, dos homens organizados em sociedade, com a Natureza. 

Com efeito, este divórcio deu-se bastante cedo, na história da humanidade. Mas, embora a tecnologia inventada e desenvolvida, tenha sido sofisticada em vários domínios, desde a mais alta antiguidade, a vida em sociedade era ainda regida pelos ciclos naturais: As pessoas comiam o que a natureza lhes dava, na estação em que ela lhes dava; a agricultura era uma imitação da biologia e da ecologia; não a radical artificialidade, pondo as plantas e os animais em condições antinaturais, como hoje em dia, praticamente em todas as sociedade humanas (desenvolvidas, ou «em desenvolvimento»). 

Hoje tornou-se evidente, a humanidade está a ser acorrentada pelas invenções ou gadgets que alguns inventaram. Os que fabricam estes objetos tecnológicos dirão que eles trazem conforto, prazer, saber, velocidade, etc. Eles querem vender o máximo de produtos... nunca irão desvendar os aspetos negativos; porém, o público desejoso de consumir estes objetos, «esquece-se» de verificar minimamente se as promessas publicitadas, são reais ou apenas uma forma de publicitar o produto, «vendendo sonho».

A humanidade já não está em ligação com o mundo natural, na sua imensa maioria, pois uma maioria dos humanos habita em grandes cidades; outros, habitarão em centros urbanos mais pequenos, mas podem - numa proporção variável - estar tão «mentalmente urbanizados» como os primeiros. Sobretudo, a vida urbana com sua escravidão assalariada, a agressão à saúde e ao equilíbrio humano,  o gigantismo e  fealdade predominante do espaço urbano, etc. é ainda tida como local de vida «ideal», sobretudo pelos habitantes das áreas menos urbanizadas, ou rurais, que restam. Todos - ou quase - anseiam ir para a grande cidade, vista apenas pelas oportunidades, nunca vista através do prisma da exploração desenfreada e da vida antinatural.

Existe algum desejo de subtração a este ambiente urbano e à artificialidade do seu modo de vida mas, em muitos casos, este desejo permanece não realizado; noutros, as tentativas para viver em espaços rurais falham, porque as pessoas foram para lá com visões românticas do que é viver no campo, como agricultores. 

Em qualquer dos casos acima, trata-se duma pequena minoria. Enquanto a imensa maioria das pessoas urbanizadas anseia «estar no campo», mas em férias, apenas. Trazem para o espaço rural o modo de vida urbano («as casas de férias»), fazendo curtas estadias periódicas, numa transumância sazonal das famílias, sobretudo em estâncias de férias na costa, zonas  hipertrofiadas no Verão. São vilas e aldeias inicialmente rurais ou de pescadores, agora apenas vivendo de e para o turismo. 

Mas a Natureza embora esteja doente em muitos sítios é, sem dúvida, mais forte que as «civilizações», que apenas se interessam em extrair dela as matérias-primas, o rendimento, em pô-la a produzir como se duma fábrica se tratasse. A cura para os múltiplos males sociais que assolam a humanidade, não a tenho. Nem creio que alguém -seriamente - a possua. Certamente não a possuem, aqueles que se fazem arautos de filosofias ou ideologias de pacotilha, que aproveitam a moda ecologista, mas são destituídos de conhecimento científico. No fundo, são meramente políticos que se apropriam de slogans ditos «verdes», para melhor deterem as rédeas do poder (e os lucros daí decorrentes). 

Eu, antes de mais, procuro para mim próprio uma filosofia de vida: Um modo de ser e de estar, que seja compatível com as poucas verdades que eu reconheço, como sendo uma base válida para nortear o meu comportamento. Nesta medida, não proclamo que encontrei a solução para os problemas que afligem a humanidade. Tenho algum conhecimento, muito incompleto, dos modos como as sociedades funcionam, como se organizam, como produzem, com se distribuem no espaço, como se sustentam e se destroem a si próprias. Mas, de forma muito incompleta e com muitos erros, pois tenho de me basear por um lado, na experiência própria limitadíssima da sociedade, por outro de recolha de dados transmitidos por outros que - consciente ou inconscientemente - segregam sua visão do mundo (ideologia), ao descreverem os fenómenos sociais.

A filosofia natural parte do reconhecimento de que  Natureza tem um grau de complexidade e sofisticação enormes. Que encontrou soluções de adaptação a vários ambientes, com as suas características físicas próprias e com as comunidades de organismos que aí se encontram e vivem, sem «ajuda» humana de qualquer espécie. É também saber-se «ouvir» os animais e plantas, inclusive os «animais humanos» (e nós próprios), não para tirar daí «lucro» ou vantagem, mas para harmonizar o nosso comportamento, para estarmos inseridos harmoniosamente no Todo que é o Universo.

É uma religião, no sentido de re-unir o Homem com o Todo. As grandes religiões fazem isso, ou fizeram-no numa etapa da sua História, tendo sido reconhecidas como tal pelos que as fundaram, as expandiram e as seguiram. As ideologias, como reduções da «ciência» para servir de meio de alcançar o poder e de o manter, são «religiões», mas no sentido negativo de obscurecerem o relacionamento dos humanos com a Natureza e com o Divino. 

Se Deus é universal, se está em todo lado, se é omnisciente, se transcende tudo o que o espírito humano consegue conceber, então a Natureza é outra forma de designar Deus. Ela está em nós e fora de nós. Está nas estrelas e galáxias, assim como na profundeza dos oceanos e em todo e qualquer lugar que queiramos investigar. Queres respeitar a Natureza, então respeita-a como Divina, não a reduzas a objeto conveniente, ou a fonte de lucro. As relações entre os homens estão subvertidas, porque a relação dos homens com a Natureza e com Deus está subvertida. Só pode haver um progresso verdadeiro, se este progresso for para todos e isto engloba as gerações vindouras. Mas, este o falso progresso é depredador, faz-se à custa da capacidade de regeneração do ambiente e, portanto, das gerações vindouras. A orgulhosa civilização tecnológica mundializada, que nos aparece como «o progresso», não é mais do que a exacerbação do violar das leis naturais e divinas. Esta destruição é não criativa, ou seja, é uma depredação, em especial dos ecossistemas mais produtivos, em abundância e diversidade. 

Pare-se de chorar «lágrimas de crocodilo»,  a hipocrisia que consiste em afixar uma ideologia «verde» ou «ambientalista», para as pessoas se «sentirem bem com as suas consciências» e faça-se o que é necessário e possível, para se subtraírem a vós próprios, mas também ao vosso entorno (família, vizinhos, colegas...) a ideologia que mina e destrói irreversivelmente a capacidade de regeneração da vida.

Viver com consciência é, sobretudo, viver em função dum conhecimento do papel que tenho na Natureza. Quanto mais profundo for esse conhecimento, quanto melhor desempenho o papel que julgo ser o meu, melhor me sinto. Eu julgo que este sentimento é partilhado pelos humanos; senão por todos, por uma grande parte deles. É por isso que mantenho a esperança, apesar deste presente de regressão e degradação civilizacional, de que somos testemunhos.




terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

ECOLOGIA: MITOS E REALIDADES

 Tenho estado a acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos da chamada «revolução verde» embora não tenha muitas vezes escrito sobre o assunto, mas hoje farei um esforço:

Devo dizer que sou profundamente ecologista, no sentido de preservar a biodiversidade, de permitir a integração dos povos e culturas num modo de vida não destruidor e aceito que a civilização tecnológica que temos não é resposta, pois ela está na base de inúmeras agressões, tanto a seres humanos (que muitos «ignoram», porque ocorrem no «Terceiro Mundo»), como ao ambiente.

As derivas do capitalismo «verde» são baseadas nas ilusões de que se pode obter energia «limpa», em quantidade suficiente para as pessoas (pelo menos no Mundo dito desenvolvido, afluente) continuarem a viver num nível de conforto semelhante ao de hoje. Estas ilusões propaladas, são mentiras intencionais: Quem as propala, incluindo indivíduos com prestigiosas carreiras e títulos académicos elevados, estão conscientes de que estão a relatar as questões de modo enviesado, isto é, a fazer propaganda. São pessoas que mascaram a preocupação com seu próprio emprego, com uma preocupação fictícia com o ambiente.

A questão da emissão humana do CO2 para a atmosfera já foi tratada neste blog em vários artigos. Eu irei apenas aqui sublinhar que tudo está errado, nos que advogam como causa fundamental do aquecimento ou efeito de estufa, o factor antropogénico. 

Pois esse tal efeito existiu desde os primeiros tempos da Terra, há biliões de anos, sendo que os períodos onde o CO2 atmosférico era mais elevado, também são os da maior produção de biomassa total. Por isso, esse excedente de biomassa das florestas do Carbonífero, passados muitos milhões de anos, fornece-nos grande parte do carvão e petróleo que é explorado, hoje em dia.  

Segundo, as medições do CO2, a partir de métodos e de aparelhos com uma sensibilidade e fiabilidade mínimas, só ocorreram a partir da segunda metade do século XIX (cerca de 1880). Os que defendem um aumento do CO2 paralelo ao aumento do efeito de estufa, fazem-no a partir duma janela de observação e registos demasiado estreita para abarcar os fenómenos à escala geológica (centenas de milhares de anos ou mesmo milhões de anos). Pelo contrário, existem métodos, hoje bem desenvolvidos, que são muito fiáveis dentro de determinada janela temporal, desde que os registos sejam corretamente efetuados e acompanhados por rigorosa calibração: 

- Na janela temporal de séculos, temos a espessura dos anéis de crescimento das árvores. Pode dar-nos a ideia de estresses que, num momento, essas árvores tiveram; se houve um período de arrefecimento, a acumulação de nova biomassa pelas plantas será menor e isso reflete-se na menor espessura dos anéis de crescimento. 

- Na escala dos milhares de anos, temos vários métodos usando isótopos radioactivos, 14C, ou não radioactivos, como o 13C e outros elementos, que se têm mostrado muito úteis. 

- Temos os estudos dos paleontólogos, com fósseis  das faunas e floras dos períodos anteriores ao Holocénico (o período geológico mais recente, que nos inclui enquanto espécie), que nos revelam quais as condições gerais e particulares dos ambientes em que viveram estes seres vivos (cobrindo cerca de 500 milhões de anos), permitindo inferir os intervalos de temperaturas a que esses animais e plantas estavam adaptados. 

- A astronomia reconhece os ciclos de Milankovitch, que estão relacionados com as Glaciações, onde cada ciclo dura em média cerca de 40 mil anos. 

Todas estas metodologias, utilizadas pelos cientistas climáticos, permitem extrair dados concretos. Estes têm sempre de ser trabalhados, calibrados, mas são imprescindíveis. Estas investigações sérias e multidisciplinares, dos climatologistas e de outros cientistas associados, apontam para fatores múltiplos, de ponderação difícil - não para uma «linearidade» - para dar conta de fenómenos de aquecimento ou de arrefecimento globais. Não tem qualquer cientificidade afirmar-se que aumentos de dióxido de carbono na atmosfera, são «o fator mais importante» do «aquecimento global». Mas, os «cientistas da treta» costumam ocultar o que não lhes convém, ou chegam a dar uma interpretação falsa de qualquer fenómeno que venha contradizer a sua teoria. 

O mais vulgar é passarem sob silêncio aquilo que eles não podem explicar; como, por exemplo, o registo por organismos científicos australianos do aumento dos recifes de corais, que deveriam exatamente ter o comportamento oposto, caso as teses desses ideólogos falsamente científicos fossem comprovadas. 

Apenas quis dar, acima,  uma pequena amostra. A media mainstream tem sido responsável de muito alarido, pois ela «vende notícias» e as notícias alarmistas são as que despertam mais curiosidade no leitor (quantos mais leitores, mais publicidade paga o jornal ou o site terá e poderá cobrar mais por ela).

A terrível estupidez que significa estarmos na orla de grandes catástrofes humanas, ou causadas pelos humanos, é adensada pela estupidez suplementar das pessoas responsáveis, com visibilidade mediática, estarem a embarcar numa campanha sem sentido, pelo abandono das outras formas de energia, que não sejam as chamadas energias «renováveis», quando se sabe que a capacidade total de armazenamento de energia nas baterias de lítio que são produzidas, é muito limitada; e sabendo que estas baterias precisam de energia fóssil para serem construídas e recarregadas. Pelo menos, no presente e no futuro próximo, as soluções propostas não estarão à altura das necessidades.

Além do mais, os chamados recursos «renováveis», não o são, segundo a ótica global do custo total energético e no aspeto da salvaguarda do ambiente (que é fundamental). Com efeito, esta salvaguarda implicaria serem inteiramente recicláveis os seus componentes: Na verdade, tanto os painéis solares fotovoltaicos estragados, como as paletes de eólicas em desuso, são deixados a apodrecer em «cemitérios» . Os componentes não são reciclados, porque as operações de reciclagem não são rentáveis. Mas, não há problema; estes lixos causam danos ambientais nada desprezíveis, mas estão longe da vista das pessoas!

Tristemente, as pessoas responsáveis pelas consequências catastróficas de tais decisões «verdes» não serão chamadas à responsabilidade, em tribunal. Tal é o mecanismo da alienação e corrupção nas sociedades ditas «evoluídas», que são apenas evoluídas na hipocrisia. Basta pensar que Julian Assange*... Ele é mantido sob prisão arbitrária, sem ter feito qualquer crime, mas porque reportou o que o Império tem feito, com as suas tropas e seus torturadores, nos países que ocupou; no  Afeganistão e no Iraque, principalmente.

Outro exemplo: a crise global de segurança e o risco de alargamento da guerra não alarmam a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, dirigente do partido ecologista: Mas, a crise ecológica é decuplicada em qualquer cenário de guerra, mesmo nas guerras «confinadas». A guerra é a situação mais desfavorável, em termos ambientais: Provoca a rutura nas vidas humanas, a desarticulação da sociedade, o agravamento dos problemas ambientais, que podem ir até à destruição completa e irreversível de habitats naturais. Isto, para não falarmos da guerra generalizada, que se tornaria nuclear e potencialmente causando a extinção de todas as formas de vida (e da nossa espécie, obviamente). Pois esta ministra alemã é o mais pró-guerra que se possa conceber!

Conclusão: Eu poderia continuar, traçando um panorama mais completo. Há imensas situações onde aparecem flagrantes contradições entre o discurso do poder e sua prática real, em defesa do ambiente. Mas isso está para além das minhas capacidades. De qualquer maneira, vários autores têm feito essas críticas. Mas, como existe a barreira da censura/autocensura nos grandes media, tem sido torpedeado de todas as maneiras levar este debate ao grande público. 

É assim que os «grandes» ganham; eliminam à partida - da praça pública, que hoje em dia são os grandes media -  todos aqueles que tenham capacidade e vontade de pôr em causa as suas políticas. Na verdade, estamos num novo tipo de totalitarismo, em que as pessoas «comuns» pensam que estamos em «democracia», mas em que apenas resta a imagem mais superficial, a mera aparência, não a substância. Para que esta situação mude, é necessário que o povo deixe de confiar automaticamente em tudo o que lhe dizem, deixe de se comportar de forma passiva em relação à informação. Existem exceções, às quais os leitores deste blog provavelmente pertencem, mas insuficientes para obrigar à transformação qualitativa do modo como circula a informação e sobre o acesso ao debate por parte daqueles cujos pontos de vista são não conformes aos do poder.

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*Veja AQUI sobre luta para desmascarar a «justiça»  do R-U. , Suécia e EUA, no que toca a extradição de Assange para os EUA.



quinta-feira, 25 de agosto de 2022

HIPOCRISIA ECOLÓGICA

 Eu fico estarrecido primeiro, depois fico deprimido com os «ecologistas» de pacotilha contemporâneos.

Não duvido que existam muitas e boas pessoas que não tomam a ecologia como uma espécie de moda. Que estudaram a ecologia como ciência, sem demagogias, com rigor e abertura crítica. Mas, estes honestos ecologistas científicos (ou com motivações genuínas em defesa do ambiente e - portanto -levados a buscar a verdade dos factos, não as aparências) são submersos pela «onda verde» de falsos ecologistas, pessoas contratadas pelos grandes interesses capitalistas, as grandes corporações, pelo status quo, que pretendem assim fazer «green-washing». De facto, é uma lavagem ao cérebro que atinge mais os jovens,  confrontados com fenómenos de moda, com o falso discurso «alternativo», etc. Estes jovens não aprenderam na escola o pensamento crítico, o ceticismo saudável, a preocupação de objetividade, mas foram injetados de propaganda «green» sob pretexto de «ciência». 

Os dados da psicologia mostram que é muito mais difícil convencer do seu engano uma pessoa que acreditou numa teoria errónea, do que mostrar a uma pessoa, que ainda não tomou partido, que realmente essa teoria é falsa, não repousa sobre factos comprovados reais. Esta perversão das pessoas bem-intencionadas, é um dos objetivos dos multimilionários que se acotovelam em Davos, junto a Klaus Schwab, Bill Gates, a chefes de estado e de governo, além de «cientistas» comprados com benesses, que julgam o seu sucesso mediático ser devido ao seu talento; de facto, são promovidos para fazerem parte da «coudelaria» científica de Davos!

Note-se que a ONU está completamente inserida nesta operação: Com o seu GIEC, que é um painel intergovernamental, portanto não é um comité científico, tanto existindo nele cientistas do clima, como meros funcionários de ministérios e pessoal da política, não cientistas. O mesmo, ou pior, se pode dizer da OMS, tomada de assalto há alguns anos pelas grandes farmacêuticas, as quais, com a Fundação Bill e Melinda Gates e outras mais, se arrogam o direito de ditar ou influenciar de modo decisivo as políticas da OMS: É bem conhecido que o financiamento privado  (fundações + grandes empresas do sector), na OMS, é muito superior ao estatal (os países da ONU, na proporção do seu PIB, contribuem para a OMS e para outras agências da ONU). 

A ONU produziu uma espécie de «roteiro», a AGENDA 2030. Eles preconizam, sob capa de «economia verde, sustentável», o decrescimento, ou seja a versão mais radical, que significa em concreto que muitos no Sul Global vão morrer à fome e de doenças evitáveis, porque assim teremos um mundo talhado à dimensão dos sonhos malthusianos e eugenistas da «elite», desde os tempos de Cecil Rhodes e da «Round Table», que povoam «think tanks», inúmeras comissões governamentais, para-governamentais e intergovernamentais, além das ONG's («Organizações Não-Governamentais») que -afinal - também são governamentais, pois dependem de subsídios e/ou encomendas governamentais.

Todo esse belo mundo usa slogans da «ecologia profunda» para fazer com que haja uma regressão civilizacional, que eles celebram, através de vocabulário que mascara a realidade dura, recaindo sobre a cidadania de seus próprios países: Eles são peritos em palavras, por isso, substituíram a «austeridade» pela «simplicidade», ou seja, os cidadãos são obrigados - em nome da simplicidade - a serem como uns santos, despojados de quase tudo (e até do essencial), para que os Senhores (os donos do planeta) se passeiem de jet, de conferência em colóquio, de simpósio em congresso, sempre para o maior bem da Terra Mãe, claro!



O «reciclável» é uma psi-op (operação psicológica). O mesmo se poderá dizer das máscaras que não protegem da transmissão viral, mas causam dano visível nas pessoas (micropartículas de plástico inaladas e aumento de cancros) e na vida selvagem (inúmeras aves têm uma morte horrível, armadilhadas pelas máscaras que se enrolam nas patas).

E quem julgam vocês que vai sofrer com falta de alimento e com imenso frio, nesta próxima temporada? Serão os ricos, com os seus SUV EV e as suas mansões termorreguladas? - Não serão os pobres, em especial dos países da periferia, dos países pobres, muitos dos quais também são capitalistas, por sinal e até de um capitalismo mais selvagem?? 

A originalidade da situação é que mesmo em países afluentes, como a Alemanha e a Holanda, já se percebe a enorme vaga de descontentamento popular, porque as pessoas estão a abrir os olhos e a compreender toda a conjura, o golpe de Estado global que nos caiu em cima em Fevereiro-Março de 2020.

 Desenganem-se os que atribuem a Putin e à guerra na Ucrânia (provocada pelo Ocidente) todos os males da economia, do clima, da escassez manufaturada de alimentos: Àquela elite globalista convém ter um supervilão, um demónio, uma encarnação do mal, sobre o qual poderão deitar todas as culpas. 

Mas, a realidade é teimosa (como dizia Lenine), ela mostra, por exemplo, que as medidas contra os agricultores na Holanda, nada têm que ver com a guerra na Ucrânia. São tomadas por um governo muito «bem comportado» na NATO e na UE

A vaga de revolta que levou ao derrube do governo do Sri Lanka, foi devida ao aumento brutal dos preços dos bens essenciais. Sim, mas isso é consequência do governo (corrupto) ter decidido, sob influência de conselheiros ocidentais «iluminados», que deveria converter a agricultura do Sri Lanka, imediatamente, sem transição, para agricultura biológica, isto é sem adubagem química de qualquer espécie. A previsível quebra de produção agrícola subsequente, levou à ruína generalizada dos agricultores, ao aumento em flecha dos preços dos bens alimentares, a uma escassez generalizada de alimentos: o arroz subiu de preço até valores incomportáveis para as famílias pobres e médias. Foi este o contexto, nunca tratado nos media «mainstream», que levou à revolta popular. 

Entre os cultores da Nova Ordem Mundial, existe uma crença de que eles, da «raça dos Senhores», irão governar para sempre na Terra pacificada, domesticada, após convulsão por eles mesmos provocada. Assim, aplicam a fórmula «a ordem pelo caos». Pensam que essa «nova ordem» emergirá do caos. Este tipo de formulação é absurda, pois ao provocarem o caos, com vista a que possa daí sair (por milagre?) uma "Nova Ordem", estão a destruir a base da civilização. Estão a provocar a vinda da nova «Idade das Trevas» (*).  A primeira correspondeu a um período que durou vários séculos, entre o ruir do Império Romano e o Renascimento. 

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(*) Nessa altura, as fomes, as epidemias e a quase extinção de trocas comerciais, provocaram um marasmo duradouro, que apenas foi invertido na era seguinte, em que os vínculos feudais foram esbatidos, em resultado da peste negra e da escassez de mão-de-obra. A partir dos séculos 14 e 15, dá-se o Renascimento, com o desenvolvimento do capitalismo mercantil e dos bem conhecidos episódios: viagens ultramarinas, novas rotas marítimas do comércio, "descoberta" de novos povos pelos europeus, redescoberta da Arte, Filosofia e Ciência da Antiguidade Greco-Romana, rutura na Igreja com a Reforma, seguida de Guerras de Religião, etc. 

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PS1: Este autor vem corroborar a minha visão sobre a catástrofe ecológica (e civilizacional, e humanitária ...) manufaturada pela direção malthusiana, eugenista, que quer impor um governo da elite plutocrática (neofeudalismo):

https://www.zerohedge.com/geopolitical/great-reset-perfect-storm

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

[REFLEXÃO] NATUREZA, O ÚNICO SUPORTE DA ECONOMIA HUMANA


Uma economia natural ou inspirada diretamente na Natureza, como começar a pensá-la, a pô-la em prática?

- A economia tem sido associada com o dinheiro, nas nossas sociedades. No entanto, o dinheiro é uma invenção «recente». Data muito provavelmente das primeiras civilizações agrárias (sumérias etc.). Nestas, foi um instrumento de contabilização de propriedade (por exemplo os animais duma manada) ou relacionadas com o imposto devido ao rei (por exemplo, um  terreno correspondia, em imposto, a «X» alqueires de trigo).

Mas, antes disso, havia sociedades humanas, havia trocas no interior e exterior nos grupos, clãs e tribos. Com certeza que eles sabiam contar. As gravuras rupestres mostram uma profusão de animais, mas também muitas figuras abstratas, como pontos e traços, cujo significado não é possível restituir, mas que podem ter algo a ver com um sistema de contagem e numeração. A função de contabilidade não podia ser totalmente alheia aos humanos. Mas, as necessidades dessas épocas pré-agricultura não eram as mesmas das civilizações agrárias. As pessoas partilhavam os produtos da caça e da recoleta. Não havia possibilidade de fazer um stock de comida por longo tempo. O alimento que não podia ser consumido, estragava-se e tornava-se impróprio para consumo.

Fazendo um grande salto, vemos que a característica de nossas economias atuais é a superabundância de objetos, os quais não têm, muitas vezes, qualquer utilidade; ou, em que sua utilidade é apenas significativa dentro do presente sistema de códigos e convenções. Grande parte das coisas com valor de uso concreto, sejam utensílios ou produtos consumíveis, não estão associadas a prestígio social. Aqueles, não são considerados objetos com «valor», no complexo mental de alienação, de portadores de «status» para quem os possui, ou consome.

A acumulação foi um reflexo da necessidade, durante milénios, nas sociedades em que havia escassez crónica. Nas sociedades da abundância, a acumulação é uma patologia. As pessoas ficam literalmente afogadas em objetos, têm uma visão do mundo associada à posse desses objetos, nem têm outra forma de avaliar  - de dar valor - as relações sociais. A própria sexualidade tornou-se assunto de posse, não é troca igual, como seria de esperar; muitas vezes assume caráter violento, opressivo, de domínio. 

A economia restaurada seria um retorno saudável ao que realmente nos ajuda a viver, a desempenhar nossas funções, a ter real conforto e a usufruir do  belo. 

Alguns autores empenharam-se em calcular a energia consumida, por pessoa, na nossa civilização tecnológica. Uma pessoa, em média, teria em permanência ao seu dispor máquinas, aparelhos, veículos e energia para os operar, no equivalente a cerca de 200 «escravos energéticos» e isto, sem exagero nenhum. As pessoas médias de hoje, teriam acesso ao poder e ao conforto, numa escala semelhante aos grandes proprietários de escravos (e de terras) da antiguidade.  

Claro que este devorar de energia e de matérias-primas, é destruidor. Ele não pode ser magicamente «renovável», de modo nenhum. Há depredação, ou seja, não existe maneira de regenerar o ecossistema empobrecido por tudo aquilo que os humanos fazem «normalmente». Evoco aqui o papel deletério da agricultura industrial sobre a capacidade de regeneração dos ecossistemas agrícolas. Ou a impossibilidade de reciclar os minerais essenciais para o funcionamento dos telemóveis (lixo que se acumula), extraídos à custa de autêntico trabalho escravo, em minas situadas nos países mais pobres do planeta. Os inúmeros exemplos de depredação incluem a poluição dos oceanos e da sua vida, indispensáveis à sustentabilidade do planeta e da espécie humana. 

Tudo isto resulta duma certa visão da Natureza, como um «recurso» que se pode «explorar», que é «lícito» usar como nos apetecer, desde que o Estado, a Lei, reconheçam a nossa propriedade sobre essas coisas. A propriedade é vista como direito absoluto sobre seres vivos e objetos inanimados. Pode ela ser individual ou coletiva: Tanto num, como noutro caso, o resultado prático é o mesmo. A razão disto, é que são os sistemas políticos que regulam o acesso à propriedade. As normas são decretadas por homens, exclusivamente. Não são, nem jamais foram, um «mandato divino».  

A abolição deste estado de coisas não é possível, senão com a mudança real de perspetiva. 

Não vamos esperar mais uns milénios, até que as mentalidades mudem. Nessa altura, já será tarde demais, já demasiada degradação terá ocorrido. Mas, podem-se construir, agora, alternativas reais e não ficções de comunas hippies, ou outros devaneios de classes burguesas enfadadas. É muito triste vermos, hoje, que os esforços e sonhos dos jovens sejam «aspirados», com falsas lutas pela «sustentabilidade climática». Um aspeto elementar da estratégia ecológica verdadeira, é que a fragmentação das lutas ambientais e sua separação das lutas sociais, não pode servir senão para as transviar.

A transformação da sociedade por meios pacíficos, implica consciência, outra forma como a nossa relação à Natureza é pensada e sentida. Também necessita duma compreensão inteligente do que dizem as religiões e sistemas de filosofia sobre o assunto. Quem estiver consciente, tenha compreensão e compromisso com aqueles valores, pode encontrar e construir em conjunto com outros, uma comunidade intencional.

O radical divórcio do espírito humano em relação ao mundo natural, aconteceu como «avatar» da ciência mecânica triunfante, no período 1700 - 1900. O materialismo mecanicista, o deísmo e a «ideologia do progresso», estiveram associados à colonização. Esta já tinha começado muito antes, porém, nos séculos XVIII e XIX alcançou o cume, como sistema de exploração colonial e esclavagismo. 

É evidente que muitas coisas de grande valor, descobertas científicas, obras literárias, artes, filosofias, aconteceram nesse período. Não seremos nós a «deitar fora o bebé, com a água do banho». Pelo contrário, temos de nos apropriar e assumir que os valores científicos, filosóficos, estéticos, foram produtos de determinadas condições sociais de exploração, por mais deploráveis que tenham sido. 

Por isso mesmo, os ditos produtos são pertença de todos; não dos poucos descendentes das aristocracias de então, mas dos descendentes dos explorados, que somos quase todos: Ou seja, a educação real é emancipatória, não é um exercício de exclusão, de destruição, de obscurantismo.

Podemos nos emancipar da visão de acumulação de riqueza, pela alternativa clara em favor das trocas diretas e horizontais. Pela não conivência com a mercantilização da vida, seja a vida humana, seja a de quaisquer espécies. Mas, sobretudo, tentando aproximar (fugindo dos fundamentalismos idiotas) a nossa visão, o nosso ideal, do concreto, do prático. Alguns, chamam a isso «utopias»; eu chamo «utopias realizadas e desprezadas». Voltaremos a ver as coisas da Natureza com respeito, teremos de novo como ideal de vida, não acumular os bens e riquezas, mas a sua partilha com os outros.

Esta forma de ver e de organizar a vida, está em contradição apenas com a sociedade mercantil, com a sociedade onde o ter anula o ser. Isto corresponde somente a uma pequena camada superficial da nossa história enquanto espécie, como produtos da biologia e evolução, que se medem em biliões de anos.

A nossa espécie tem de ser capaz de perceber o que eu acima esbocei. Ela não pode estar refém de sistemas de poder, de imposições autoritárias, do desprezo pelas capacidades limitadas de regeneração dos sistemas naturais. A única via possível, inteligente e ética é de sermos guardiães (não proprietários gananciosos), tanto do mundo natural, como do património civilizacional acumulado. O corolário disto, é não aceitar que a nossa vida esteja sob o mando de psicopatas, que só pensam em termos de poder, de posse, acumulação de riqueza, por cima e em prejuízo de todos os outros.  

 

sábado, 29 de janeiro de 2022

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA, UM LOGRO? Conferência por Jean-Baptiste Fressoz


                                                (falado em francês. Tem legendagem em inglês)


Importante conferência, centrada sobre a evolução das fontes e consumos energéticos durante a História, em particular, a partir da revolução industrial. Deita abaixo muitos dos mitos, preconceitos e construções ideológicas do presente. A não perder! 
Veja também, neste blog, sobre o esgotamento dos recursos minerais e energias «renováveis»:  

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

MISSIVA Nº2 À CONFEDERAÇÃO INTERGALÁCTICA


À Irmandade Intergaláctica,




Na 1ª missiva que vos enviei, sobre o funcionamento do planeta Terra e da sociedade humana que nela habita, tentei explicar-vos brevemente o sistema de funcionamento, designado por «economia de mercado» ou «capitalismo».

Hoje, irei debruçar-me sobre outro aspeto da sociedade: a questão da sustentabilidade ecológica e como esta questão tem sido manipulada pelos poderosos, que detêm não apenas a influência sobre muitos dos aspetos produtivos, como sobre uma grande parte das mentes.

A partir do momento em que, neste planeta, a conservação da diversidade das espécies e a capacidade de autorregeneração dos ecossistemas se tornou um problema à vista de qualquer um, todos podendo facilmente compreender as questões que estavam em jogo, assim como o papel essencial para a própria subsistência da vida humana neste planeta, desenvolveram-se correntes ditas «ecologistas». Na verdade, quase todas consistiam numa curiosa mistura de catastrofismo (algumas vezes designado por "milenarista", com referência a «profetas» que abundam na viragem de cada milénio) e de utopias radicais e acientíficas.

Estas tendências adotaram nomes diversos. Considero-as aqui como subtribos da grande tribo «New Age». Cada tendência reivindica as suas peculiares visões, que querem impor às restantes, sob pretexto de ilusória «ciência ecológica» que, na verdade, apenas tem de ciência o nome. Com efeito, existe uma Ecologia, enquanto ciência, nascida no século XX (essencialmente), que desenvolve metodologias adequadas para avaliação dos vários fatores, em pequenos e grandes espaços, com influência num conjunto de espécies diversificado. Os cientistas utilizam instrumentos apropriados de avaliação, medição e monitorização, não apenas dos aspetos físico-químicos do ambiente, como das múltiplas e complexas interações dos organismos nele presente. Porém, a Ecologia, tal como outras ciências do mais alto grau de complexidade concebível, têm vindo a ser desviadas, aproveitadas por políticos pouco escrupulosos, que se disfarçam de cientistas do clima ou da ecologia. Na realidade, as competências desses políticos nas complexas ciências da Climatologia e Ecologia, são pouco menos que nulas.

Para cúmulo, o capitalismo causador dos desequilíbrios ambientais, porém exclusivamente atribuídos à sociedade «industrial», tem liderado a ofensiva de «Public Relations» e de «Psychological Operations», dirigida às massas inquietas e incapazes de fazer a destrinça entre a ciência e a falsificação da mesma. Tal narrativa falsa vem revestida com vocábulos muito bem sonantes: «economia sustentável», «energias renováveis», «reciclagem», «natural», etc., são frases e expressões também usadas na publicidade, para vender produtos industriais que não têm rigorosamente nada do que anunciam no rótulo.

É nesta configuração que floresce a chamada ecologia política, que une o mais falso discurso "ecologista", sem ponta duma real cientificidade, ao discurso demagógico dos políticos, dispostos a tudo, a começar pela mentira constante e descarada, para obterem os votos dos cidadãos.
Pensai na monstruosidade destas operações e dos rios de dinheiro que implicam. Numa sociedade onde o lucro é tudo, onde ser-se bem sucedido é ter muito dinheiro (= poder), tais operações não poderiam deixar de ser altamente rentáveis. Foi assim, que, por um lado, o capitalismo viu maneira de escapar ao mau nome de sistema de exploração, que tinha adquirido ao longo dos séculos e por outro lado, obter novos e sumarentos ganhos, vendendo as novas maravilhas «verdes», que iriam salvar a civilização do caos, das alterações climáticas, do aquecimento global, da depredação da Natureza, etc. O irónico, é que estes males vieram «pela mão» do sistema capitalista de exploração dos povos e da Natureza. Note-se que estas catástrofes são reais, mas não se devem a um mal inerente à evolução e ao avanço tecnológico e científico humanos.
Este discurso tem como objetivo provocar um sentimento de culpa nas pessoas, acusadas de «consumir» depois de tudo fazerem (os mesmos capitalistas) para as induzir a um comportamento de consumo compulsivo para - logo de seguida - «justificar» supostas soluções. Estas seriam, ou a substituição de uma depredação por outra, ou uma regressão das sociedades ao estádio pré-industrial.

Os ecologistas políticos, na sua imensa maioria, não põem em causa o capitalismo: Só alguns parecem ser sinceros e coerentes anticapitalistas. Na sua maioria, a «tribo New Age» parece ter esquecido que, erradicar as causas profundas das degradações ambientais implica uma real modificação de estrutura da sociedade, não apenas soluções tecnológicas, não apenas mudança nos hábitos de consumo e do modo de vida de indivíduos e grupos. Aliás, estas mudanças só poderão acontecer a partir ou concomitantemente com uma mudança económica profunda, com a transformação das relações de produção e do próprio fundamento da sociedade. 

Mas, se as forças dominantes atuais continuarem a exercer o seu papel, prevejo que a sociedade humana irá acabar por perder o seu potencial de civilização universal. Ela irá para o abismo, se o sistema atual continuar, baseado na imensa riqueza dalguns e na escassez para o maior número. Assim, esta onda de «ecologismo» tem sido aproveitada para fazer uma lavagem verde do sistema vigente.

De facto, irmãos/irmãs confederadas/os, têm de recordar as etapas históricas que ocorreram nas vossas nações, anteriores à Confederação Galáctica.
Estamos a presenciar, na Terra, a uma nova versão do processo que ocorreu nos nossos sistemas solares, há cerca de três milénios, mais ou menos. Nos mundos que não foram arrastados na espiral de violência, destruição e por fim, levados à extinção, nestes mundos sobreviventes, a capacidade de regeneração e autossustentação foram inscritas nas constituições, a par da igualdade e dignidade dos viventes, com a particular responsabilidade daqueles dotados dum sistema cognitivo racional.

Porém, o meu objetivo não é o de retraçar nosso passado, mas antes de exemplificar como este sistema Terra se encontra numa encruzilhada. A consciência planetária está ainda muito pouco difundida. Os rebentos dela despontam aqui e ali, mas são logo abafados pelas (ainda) mais poderosas  forças do capitalismo senescente. Este já não tem a pujança e criatividade que o fez triunfar, há cerca de 500 anos. No seu estado atual, tem algo de fascinante e de terrível.

Não faço ideia do que irá acontecer a breve ou médio prazo. Quer me parecer, no entanto, que a civilização humana entrou numa época-charneira, da qual tanto pode resultar a aniquilação, como a evolução positiva para um grau superior de civilização.



MB