A quebra do dólar não é corretamente equacionada. Realmente, as pessoas em geral, não sabem que o dólar US teve uma quebra de 78% do seu poder aquisitivo desde 2016. As estatísticas da inflação, em dólares ou noutra divisa, não dão conta, nem de longe, da perda do poder aquisitivo das divisas. A desvalorização constante e silenciosa do dinheiro está entre as causas do empobrecimento da imensa maioria e do enriquecimento dos políticos e dos muito ricos. Eles escondem-nos a realidade, para seu proveito próprio! https://substack.com/home/post/p-161522355?source=queue

segunda-feira, 31 de março de 2025

(Segundas.f. musicais nº32) AS FOLIAS, DO FOLCLORE AOS MEIOS ARISTOCRÁTICOS

La Follia por Arcangelo Corelli

 Veja o comentário no blog Le Lutin D'Écouves

Excerto do texto do blog acima citado:

«A Folia é na sua origem uma dança, mencionada pela primeira vez num texto português do século XV. Tratava-se duma coreografia ligada a ritos de fertilidade e na qual os homens apareciam com vestidos de mulheres. O rítmo rápido, assim como o seu aspecto «louco», devem ter estado na origem do nome, as Folias».

https://lelutindecouves.blogspot.com/2010/09/les-folies-despagne-1.html

Quanto à sucessão dos acordes que formam a sequência base e sobre a qual são construídas as variações, notam-se semelhanças com o que veio a ser designado como «o Flamenco», o qual tem origem na canção renascentista «Guardame las Vacas»
As Folias também utilizam o baixo obstinado, na base de acordes formando uma armadura harmónica sobre a qual se desenvolvem variações, em geral, nas tessituras mais agudas. 
A Folia foi muito utilizada por compositores dos séculos XVI, XVII e XVIII, onde sobressaem, a par de anónimos, ibéricos célebres e, para além da Península Ibérica, de Itália, França, etc.

domingo, 30 de março de 2025

COMO A RECÉM- ELEITA PRESIDENTE MEXICANA MANTEVE EM RESPEITO DONALD TRUMP

 

Claudia Sheinbaum mostrou grande maturidade e soube fazer valer os interesses vitais do México face ao vizinho poderoso no Norte. Não se sabe se a situação vai evoluir para uma melhoria das relações ou se vai haver guerra comercial, a partir de 2 de Abril. O que é certo é que não haverá «capitulação» do lado mexicano. Veja o vídeo abaixo: 




quinta-feira, 27 de março de 2025

NEUTRALITY STUDIES: «ENCALHADOS NO REINO DA FANTASIA»

 

British MP, Lord Skidelsky


Pascal Lottaz de Neutrality Studies traz-nos  mais uma notável entrevista, de um membro da Câmara dos Lords, que exprime o hiato que se tem alargado nos últimos tempos, entre a realidade e as fantasias, daí o título desta peça: «Struck in Fantasyland» . 
Na minha opinião, o que diz Lord Skidelsky não é somente uma evidência que eu já tinha percebido, ao compulsar nestes últimos anos, materiais para as minhas crónicas neste blog; é sobretudo um apelo - implícito - à ação, das pessoas com sentido do real, para que retomem as coisas em mãos, para que acabe esta deriva «histérica» em relação à guerra Russo-Ucraniana, sobretudo na Europa da U.E. e no Reino Unido.

PS1 (28/03/2023): Martin Armstrong, no seu blog, mostra que os dirigentes dos principais países europeus da OTAN estão perfeitamente alinhados com o regime de Kiev. Estão dispostos a desencadear uma guerra directa OTAN - Rússia. Não hesitarão perante nada, desde ataques de «falsa bandeira», até à entrada em força de soldados da OTAN, combatendo ao lado da Ucrânia, a pretexto de serem «tropas de interposição», obrigando os russos a lutar contra eles. 
Segundo Martin Armstrong, vários dirigentes europeus da OTAN estão «na cama» com os neocons.

terça-feira, 25 de março de 2025

Jonathan Cook: «O Novo Fascismo»

Jonathan Cook é um britânico radicado em Nazareth (Palestina), que tem mantido um constante fluxo de informação independente, em língua inglesa, sobre o conflito israelo-palestiniano. Ele tem sido uma das fontes mais fidedignas sobre as guerras israelo-árabes e a ocupação dos Territórios da Palestina.

Podeis estar contra ou a favor dos seus pontos de vista, mas não podeis negar a objetividade e relevância dos dados que ele tem vindo a divulgar ao longo dos anos. 

Devemos tomá-lo muito a sério, quando diz que Israel é modelo («template») para o que se tem estado a passar na Europa e nos EUA, nas guerras contra as liberdades. No Reino Unido e em vários países da U.E. (incluindo a Alemanha, mas não exclusivamente) fabricaram leis que equiparam a solidariedade com o povo palestiniano, com «conivência com terroristas». Na mesma ocasião, as notícias sobre terrorismo de Estado, em Israel e nos «civilizados» países ocidentais, são suprimidas. Em vários casos, a sua denúncia tem sido mesmo criminalizada e não os atos destes Estados, propriamente terroristas!

 https://open.substack.com/pub/jonathancook/p/the-new-fascism-israel-is-the-template?utm_source=share&utm_medium=android&r=9hbco 


O fascismo nunca desapareceu das nossas sociedades, das nossas instituições,  das mentalidades de muitos concidadãos.  Esta é  a verdade que Jonathan Cook nos mostra. A conivência com o genocídio dos palestinianos às mãos dos sionistas de Israel não  seria sequer possível e ainda menos defendida por larga base do establishment, caso o fascismo tivesse sido completamente derrotado, após a II Guerra Mundial.

segunda-feira, 24 de março de 2025

PORTUGAL, «O COLAPSO EM CÂMARA LENTA»

 No vídeo seguinte são apontadas algumas das graves disfunções, que têm sido responsáveis pela crise. Esta tem sido mais longa e mais profunda que noutros países europeus. Na realidade, conjugam-se três crises, ou três componentes de uma mesma crise estrutural: demográfica, económica e social.

Na realidade, as raíses do fenómeno português podem ser procuradas bem longe, na História. Porém, no relativo curto prazo, situo a deriva agravada a partir do ano de 2015 quando, saído de uma grave recessão e com num processo anémico de crescimento, o país foi governado pelo centro-esquerda, tendo antes estado entregue ao centro-direita. 

Na realidade, trata-se de duas versões da classe dominante. Esta burguesia local tem estado vassalizada - principalmente - aos senhores da UE, à Comissão Europeia e aos governos dos países mais fortes (Alemanha e França sobretudo). 

A opção do governo P«S» de Carlos Costa, foi de  dar rédea larga à exploração de curtíssimo prazo resultante da bonança momentânea com o turismo, criando condições para uma enganadora retoma económica. Enganadora, pois não se baseava em desenvolvimento estratégico, como seria o caso, se houvesse real investimento em infraestruturas e em formação. Mesmo nos sectores «dos ovos de ouro», turismo e imobiliário, não havia real estratégia. O imobiliário foi entregue a empreendores exclusivamente virados para a construção ou reabilitação de elevados custos finais, destinada à fina camada de portugueses endinheirados e -sobretudo - aos muitos estrangeiros, principalmente da UE, mas também dos EUA, do Brasil, da China, etc. Estes superricos viam a compra de imobiliário em Portugal, como sendo um investimento com boas hipóteses de valorização. Era também avaliado este país como sendo «seguro», em termos de proteção da propriedade capitalista. 

Com a crise do COVID primeiro e depois com a deterioração do clima económico na UE, entrou-se em recessão. Esta, tem sido negada pelas estatísticas enviesadas. Mas, as condições precárias dos não-beneficiários com o «mini-boom» turístico, foram tornando-se cada vez piores. Muitos partiram para o estrangeiro, sobretudo jovens, como está documentado no vídeo. Mas, esta emigração em massa só trouxe prejuízo ao país, pois acentuou a condição de país exportador de mão-de-obra e cuja juventude - altamente qualificada- por falta de emprego adequado, é obrigada a fazer carreira no estrangeiro (a «drenagem dos cérebros» ou «brain drain»). 

A dependência estrutural de Portugal não é uma fatalidade, porém:

 Portugal possui boas condições naturais, climáticas e geográficas, para arrancar para um desenvolvimento autónomo. Mas, para isso, seria necessário que a camada dirigente dos partidos de governo tivesse uma perspectiva patriótica. Ora, esta camada é totalmente o oposto: sofre dum complexo de inferioridade face ao estrangeiro, em todos os setores do espectro político: de direita, de centro e de esquerda. O mais frequente, é digladiarem-se para arrancar mais benesses ao Estado, através do controlo da media de massas. 

A casta governante está inteiramente devotada aos interesses corporativos; sua sujeição canina ao imperialismo e à OTAN, são outro sinal claro disso.




domingo, 23 de março de 2025

PROPAGANDA 21 (Nº26): DUAS GUERRAS, UM CÉREBRO, ZERO CONSISTÊNCIA

 


Análise de como a propaganda profunda age ao nível do sentimento das pessoas; o lado racional não é posto em causa; por isso as pessoas pensam que estão em controlo do que pensam e que não se deixam influenciar pela propaganda mas estão completamente erradas. Veja no vídeo acima a demonstração.


PS: Depois de ver o vídeo acima, não ficará surpreendido por uma notícia como a seguinte ...

Israel’s Hellish Attack on the Palestinians

The Genocide Continues 


... ser completamente obliterada dos noticiários mainstream!

sábado, 22 de março de 2025

CRÓNICA DA IIIº GUERRA MUNDIAL, Nº41: O EUROPEÍSMO DESCONCERTADO REVELA SUA VERDADEIRA FACE

Uma interessante discussão sobre o militarismo, por Michael Roberts:  

https://thenextrecession.wordpress.com/2025/03/22/from-welfare-to-warfare-military-keynesianism/



Meu comentário:

Tenho ideia de que o «Keynesianismo de guerra» foi positivo na altura da 2ªGuerra Mundial, sobretudo para os EUA, pois ajudou a derrotar os poderes do Eixo e simultaneamente foi a saída para a longa e terrível depressão na economia americana e mundial, que durou de 1929 a 1941, mais de uma década.

Mas, em consequência do Mundo resultante do fim da IIª Guerra Mundial, nomeadamente, a formação do bloco soviético, o império americano quis manter as suas indústrias de guerra intactas para derrotar os soviéticos e seus aliados...Assim, nos anos 50 e 60 as despesas de guerra continuaram, não havendo reconversão significativa das indústrias de guerra (sobredimensionadas, mesmo para o contexto da então nova guerra-fria). Depois, o Complexo Militar Industrial foi tomando mais e mais poder na política, na administração, no Pentágono, na CIA, etc, até que, definitiva e totalmente, tomou conta dos assuntos correntes (a última tentativa para derrotá-lo, foi devida a JFK…).

Nos dias de hoje, não existe possibilidade prática, num lapso de tempo inferior a dez anos, das indústrias militares - presentes e futuras - da UE atingirem um nível remotamente semelhante ao que possuem, tanto a China, como a Rússia (e estes são dois aliados de facto). Este atual entusiasmo militar é baseado em tomar seus desejos pela realidade (wishful thinking), por pessoas que estavam tão seguras do apoio americano, que nunca encararam a possibilidade deste apoio acabar, como está acontecendo agora.
Porém, uma despesa «furiosa» de rearmamento, a ter lugar, irá arruinar todos os países da UE; será um suicídio económico e social. Sendo assim, cabe aos povos europeus acordarem, verem como foram enganados e tomarem seu destino em suas próprias mãos, varrendo a clique militarista, parasitária e oligárquica que domina a UE.