sexta-feira, 6 de junho de 2025
A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS COM OBJETIVOS POLÍTICOS
quinta-feira, 5 de junho de 2025
ÀS PALAVRAS RENUNCIEI [OBRAS DE MANUEL BANET]
Imagem: escrita cuneíforme
Gostava de construir novas palavras,
Delas fazer um vocabulário
Só meu, para meus leitores
Que pudesse partilhar
Como num dicionário
Mas sem o estafado sentido
Só me acodem palavras gastas
Daquelas que são ecoadas
Em inúmeras canções
De amor ou desesperança
Lançadas ao desbarato
Enfim, palavras chãs
Se ao menos pudesse
Com elas construir
Algo novo, inaudito
Seria o triunfo do som
Sobre a gramática fria
A síntese genial
Então, como bandeira
Envolveria teu corpo
De cores, sons e sentidos
Na imperfeita obra
Que o poema desvela
E toda a nudez revela
Pois renunciei ser
O mago dos versos
A Lua não me aquece
Prefiro o forte abraço
Do vento oceânico
No meu corpo tenso
Colhi todos os perfumes,
Cores e sabores da vida
Como jardim de mistérios
Serei mais qu' uma ave
Improvisando seu canto
Em harmonia perfeita?
Somos frutos tardios
De jardins tranquilos
Nem mais, nem menos
Nenhuma pretensão
Tivemos de profetizar
A luz que se esvai
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Murtal, 05 de Junho 2025
O OCIDENTE E A SÍNDROMA DE NEGAÇÃO DA REALIDADE
Na guerra híbrida que os países da OTAN têm constantemente levado a cabo contra a Rússia, sobressaem as ações desestabilizadoras nos países fronteiriços. Esta desestabilização conduziu à situação presente da Ucrânia. Esta ingerência antecedeu de 8 anos, pelo menos, a invasão russa de 2022. Desde o golpe de «Maidan» em 2014 (e até muito antes), a OTAN tem fomentado a guerra contra a Rússia. Não esqueçamos que os países da OTAN promoveram a «revolução colorida» em 2005, a qual levou ao poder Julia Timochenko, chefe do governo mais fanaticamente anti-russa. As raízes deste ódio são complexas e têm que ver com a história conturbada da Ucrânia no século passado. Mas, a situação foi aproveitada por agentes da CIA e do MI6, para a desestabilização deste país, na era pós-soviética.
Este fanatismo anti-russo não é um mero «nacionalismo», como é designado por muitos, na media corporativa: Tem muita relação com os elementos «banderitas». Lembremos que Stepan Bandera foi erigido em herói pelo atual regime de Kiev. Durante a IIª Guerra Mundial, o movimento que ele liderou foi aliado das tropas hitlerianas que invadiram a URSS. Ele ordenou chacinas de dezenas de milhares de judeus, polacos e russos. Vários elementos banderitas mantiveram-se ativos, na clandestinidade ou no exílio, durante o período pós IIª Guerra Mundial. Vários trabalharam para a Rádio Voz da América, ou Rádio Liberdade, ou enquanto agentes da CIA.
O «sonho molhado» dos imperialistas anglo-americanos e dos políticos europeus alinhados com os neoconservadores de Washington, é o de desmebrar a Federação Russa. Supostamente, ela seria uma «ameaça para os ex-Estados soviéticos», que se tornaram independentes após a dissolução da URSS em 1991. Não existe o menor desejo de Putin ou de qualquer força política atual na Rússia, de «reconquista» das ex-repúblicas soviéticas. É mais uma das falsidades repetidas nos media ocidentais apostados em diabolizar o presidente russo e o seu governo. Todos sabem, na Rússia, que uma tal expansão só traria problemas, e sem qualquer vantagem. Mas, pelo contrário, a Rússia está perante uma longa guerra híbrida, levada a cabo pelo Ocidente, de conquista e «balcanização» da Rússia, para se apoderar dos recursos naturais abundantes, que ela encerra.
Estes políticos do Ocidente estão na origem da guerra russo-ucraniana e do seu prolongamento. Eles servem-se de Zelensky como de um fantoche. Hoje, é claro para todos que a continuação desta guerra não favorece a população ucraniana. Aliás a guerra, desde o início, recebeu o apoio de toda a ordem (financiamento, equipamentos, armas, apoio logístico, treinos, tropas especiais no terreno para operarem mísseis...) dos governos Norte-Americanos e Europeus, da OTAN.
Mas, estes não souberam avaliar a situação concreta. Talvez tenham acreditado na sua própria propaganda: De que o governo de Putin estava numa situação frágil, que ele iria confrontar-se com o descontentamento popular crescente, perante as dificuldades económicas originadas pelas sanções e guerra económica levadas a cabo pelos países do Ocidente coletivo.
De facto, as coisas não se passaram como tinham previsto os atlantistas. Os governos dos países da OTAN são os máximos responsáveis pelas desgraças do povo ucraniano. São os piores inimigos deste povo. Eles não querem saber do futuro da Ucrânia e da sua população; só lhes interessa que ela desempenhe o papel de «ariete» contra a Rússia, como eles próprios afirmam. Mas, a realidade, queiram ou não, é totalmente outra.
As referências abaixo, ajudam-nos a compreendeer o enorme atoleiro em que foram metidos os países da OTAN e da U.E. pelos seus belicosos dirigentes.
Leia o artigo abaixo:
https://www.moonofalabama.org/2025/06/the-defeat-of-the-west-and-its-dislocation.html#more
E consulte os links com análises por Emmanuel Todd, John Mearsheimer & Alastair Crooke
(Caricatura de 1812, ilustrando a retirada da Rússia de Napoleão, em que este dita um boletim completamente fantasista da situação)
quarta-feira, 4 de junho de 2025
U.E DESTRÓI A DEMOCRACIA POR DENTRO
terça-feira, 3 de junho de 2025
«A ORDEM A PARTIR DO CAOS» ?
segunda-feira, 2 de junho de 2025
COMENTÁRIO AOS ATAQUES COM DRONES UCRANIANOS, A BASES RUSSAS A 01-06-2025
O ataque em massa com drones ucranianos - coordenado a partir de bases da OTAN - atingindo 5 bases russas, muito distantes (algumas a 5000 km!) do teatro de operações, alcançou umas dezenas de bombardeiros que faziam parte do dispositivo de resposta nuclear da força aérea russa. Foi uma operação efetuada dois dias antes da ronda de negociações diretas Rússia-Ucrânia, que se previa iniciar-se hoje 02-06-2025, em Istambul.
Nada do que se passou pode ter sido decidido por Zelensky e seu Estado-Maior, sem a anuência e mesmo a conivência dos altos comandos da OTAN. Foi uma «mensagem codificada» da OTAN para o Kremlin.
Analisando de forma mais aprofundada, além do objetivo de criar um incidente que pudesse causar a suspensão das negociações, a OTAN decidiu desencadear mais este ataque a partir de solo ucraniano, por outros motivos.
Foi uma complexa operação, envolvendo drones. Quer drones deste tipo, quer os mísseis, na realidade, precisam de assistência direta de pessoal da OTAN: A sua trajetória é guiada por sistemas de satélites dos EUA (StrarLink). Sem assistência da OTAN, é impossível drones ou mísseis percorrerem até 5000 km, ou distâncias semelhantes, para alcançar os seus alvos.
Desde há muito tempo, esta guerra envolve pessoal da OTAN para operar estes sistemas. De cada vez que um míssil de médio-longo alcance é disparado a partir do solo ucraniano para o território russo, esse disparo envolve militares da OTAN.
Penso que a Rússia não quer envolver-se diretamente em combates com países da OTAN. Mas, as chefias ocidentais estão a desenvolver uma estratégia de provocações cada vez mais graves, para forçar a Rússia a contra-atacar: Se ela respondesse, por exemplo, atingindo um centro de comando de drones e mísseis, situado num país da OTAN de onde partem os ataques ao território russo, isso seria legítimo da parte da Rússia. Porém, seria o pretexto para a OTAN entrar em confronto direto com a Rússia.
Este é o jogo perigoso que os chefes militares e políticos da OTAN estão - pelos vistos - dispostos a jogar!
O alargamento oficial desta guerra a membros da OTAN será fator de sério agravamento, pois pode desencadear a utilização de armas nucleares, ditas «táticas», mas que serão - na verdade - o passo irreversível para a escalada nuclear, culminando num Armagedão planetário.
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*Parte da operação teria sido a partir da Finlândia e da Noruega, mas não tenho pormenores, de momento.
VILLA-LOBOS e Música da América Latina (Segundas-f. musicais nº36)
O VIOLÃO DE VILLA-LOBOS, por TURÍBIO SANTOS
Márquez: Danzón Nr. 2 ∙ hr-Sinfonieorchester ∙ Andrés Orozco-Estrada