quarta-feira, 8 de novembro de 2023
ARTHUR RIMBAUD / LÉO FERRÉ: «CHANSON DE LA PLUS HAUTE TOUR»
segunda-feira, 2 de outubro de 2023
HENRY MANCINI, O COMPOSITOR DE MÚSICA DE FILMES
https://www.youtube.com/watch?v=sEO0dgho9Z4
(Love Theme From The Glenn Miller Story)
terça-feira, 2 de maio de 2023
Villa-Lobos: prelúdio nº1
Thu Le * na guitarra clássica
Veja AQUI uma breve biografia seguida da análise das peças para guitarra, incluindo o prelúdio nº1.
O prelúdio em Mi menor é o primeiro dos 5 prelúdios escritos em 1940. Na primeira parte, predomina a nostalgia. Na segunda parte, em Mi maior, o ritmo torna-se mais animado. No final, o tema inicial regressa.
É uma peça muito conhecida, mas não deixa de ser um modelo de sobriedade. Revela a assimilação profunda, por Heitor Villa-Lobos, das heranças barroca e clássica, sem as imitar.
* Thu Le é vietnamita e mestra de guitarra clássica, com vasta carreira e muitas atuações no estrangeiro.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Obras de Dmitri Shostakovich pelo Carion Wind Quintet
Tahiti Trot Op. 16
Estas duas peças são a prova de que se pode ser um compositor «erudito» e também saber brincar!
sexta-feira, 29 de julho de 2022
[NO PAÍS DOS SONHOS] «Dança dos Cavaleiros» de Prokofiev
Este é um sonho que preferia não ter. Preferia um vazio, um manto branco, ocultando todas as imagens terríveis que passam diante dos meus olhos fechados.
Estas imagens, não as podemos ocultar, porque são o cinema interior que o nosso cérebro produz. De tal maneira nos implica, que ficamos exaustos, esgotados, trementes e gélidos, mas nada podemos fazer.
Nada nos pode afastar daquela caminhada rítmica, compassada, obsessiva, dos Montagus e Capuletos. Vejo que se dispõem numa dança hierática, macabra, pois já se sabe que não haverá quartel; será que irei presenciar o desencadear do ódio hereditário, da «vendetta», entre as duas casas aristocráticas?
Não, a música é essa mesma, da Suite de Prokofiev, porém o contexto é outro. É bem mais real, mais assustador, por isso mesmo. Aqui, neste sonho, não estamos no teatro, estamos numa rua qualquer duma cidade banal, no Século XXI.
A civilização ruiu, só restam bandos de assassinos desapiedados, que ditam a sua lei. Não há lugar para o amor, ou para qualquer sentimento humano. Em breve, será a matança. Os olhos, de ambos os lados, estão injetados de sangue. Se não estás num dos campos, então, és inimigo a abater; este é o cálculo feito por qualquer um dos lados.
Na vida do sonho, como na vida real, não me alinharei jamais com um dos campos de bandidos que se digladiam, para impor a sua lei às gentes. As pessoas comuns são como as presas das aves de rapina: Movem-se, sem saber que, dentro de instantes, vão ser atacadas, feridas, liquidadas e devoradas.
Esta dança obsessiva tem a altivez brutal da fatalidade que avança. Tem o peso inexorável do destino em cada nota. Depois de acordar, interpretei este sonho como premonitório da nova era trágica em que estamos a entrar; como em 1940, o ano da estreia da obra-prima de Prokofiev.