Nesta entrevista Alasdair Mcleod esclarece a fundo o que está em jogo, no contexto atual, geopolítico e financeiro.
Não perca! Ele coloca as questões que ninguém se atreve a colocar!
Nesta entrevista Alasdair Mcleod esclarece a fundo o que está em jogo, no contexto atual, geopolítico e financeiro.
Não perca! Ele coloca as questões que ninguém se atreve a colocar!
CRÓNICA (Nº32) DA IIIª GUERRA MUNDIAL
Johann Jakob Froberger não é deste tempo. Talvez não seja demais considerar ser ele de outra civilização, que não da nossa: Porque tudo o que se encontra na obra deste grande compositor do século XVII é delicadeza, expressão de sentimentos com contenção, subtileza no discurso musical, apelo à interioridade, reflexão filosófica. Nada do que enumerei tem grande repercussão nos auditores da nossa época. Alguns músicos profissionais com vasto conhecimento da sua obra e da época em que foi escrita, tentaram divulgá-lo, fazendo sobressair as suas qualidades. Mas, em vão!
Uma parte do público, nem sequer vai parar e escutar esta música: Só lhes interessa o ribombar do efeito fácil. Os que têm ainda sensibilidade musical e não foram tragados pela medíocre reprodução "ad nauseam" dos «hits» (que também existem) na música antiga, clássica, ou erudita; estes poucos, adoradores da beleza serena e reflexiva da música virada para o interior, são muito facilmente captados pela música de Froberger. Nesta, são capazes de encontrar ecos de seus próprios sentimentos e estados psicológicos, que lhes dão uma proximidade especial a esta música.
A Duquesa Sibila de Wittemberg estimava tanto as composições do seu músico pela sua rara qualidade, que, graças a ela, parte muito significativa da obra do seu súbdito foi preservada e chegou até nós.
Abaixo, reproduzo as seis Partitas «Auf der Mayerin» seguidas de Courante, Double e Sarabande, extraídas do volume dedicado a Sybill, Duquesa de Württemberg.
Podeis apreciar as peças isoladas, ou em Suites, que organizei na playlist FROBERGER - MEDITATION
Froberger está plenamente inserido na sua época. Pode-se dizer que a sua música vai buscar as melhores partes da tradição germânica, da francesa (sobretudo, do rico reportório de alaúde) e também da Itália do Norte. Compreende-se, pois ele esteve numa posição privilegiada, como músico nas cortes da Alemanha do Sul e Central, que eram outros tantos focos onde se cruzavam as tendências referidas.
A sua interioridade e subtileza celebrizaram peças como "Le Tombeau de Monsieur de Blancroche", homenageando a memória do Mestre alaudista parisiense, que morreu nos braços de Johann Jakob, após uma queda nas escadas. Note-se, esta peça está toda virada para o interior, para os sentimentos de profunda estima que Froberger tinha para com o alaudista, seu amigo. Só no final, com uma longa escala descendente, aparece o elemento obviamente descritivo da queda, que lhe foi fatal.
Não me vou alongar com as outras peças que vos proponho, pois podeis ler muito boas análises por músicos e musicólogos profissionais. Penso que quem esteja disponível para uma audição atenta, pode intuir qual o idioma dos afetos neste músico extraordinário, subtil e melancólico.
No contexto histórico e em termos estilísticos, contribuiu para o amadurecimento da forma «Suite» para o cravo. Além disso, alargou a técnica de composição e de execução deste instrumento, através da variada paleta expressiva.
Talvez, os "DEZ DIAS QUE ABALARAM O MUNDO"* das nossas vidas.
Eu estive doente e tive de assistir a minha esposa, também ela doente. Por isso, não escrevi, nesta semana, novos artigos para meus leitores do blog. Mas, agora que estou melhor, consegui apenas publicar dois vídeos esclarecedores:
O 1º, é uma entrevista de Glen Greenwald ao Prof. Jeffrey Sachs.
Para se perceber como chegámos a este ponto, é preciso ter uma noção de todo o desenvolvimento que conduziu ao estado presente. A entrevista é intitulada «A Guerra Ucraniana Foi uma Jogada Estouvada» e faz todo o sentido, porque, como o Prof. Sachs recorda, os EUA e a OTAN, durante anos, tudo fizeram para que se chegasse a este estado. Mas, não só a provocação à guerra foi estouvada, como foi de incrível irresponsabilidade, a sucessão de recusas, a cada vez que a Rússia vinha propor conversações para novo acordo de paz e segurança no continente Europeu.
o 2º, é Andy Schectman, um comerciante e especialista de mercados de metais preciosos, que não tem dúvidas sobre a leviandade dos dirigentes políticos, banqueiros centrais e da classe dos oligarcas ocidentais.
Todos eles estavam absolutamente seguros, até há bem pouco tempo, que o dólar era inexpugnável como moeda de reserva e como moeda de intercâmbio comercial em todo o mundo. As forças que se opunham ao dólar tinham, no entanto, excelentes economistas e estrategas, não deixando passar as oportunidades de fortalecer a construção dos BRICS e das trocas entre eles, prescindindo do dólar, assim como do desenhar de uma moeda não vinculada a um país, mas a um pacote de matérias primas, onde o ouro entrava com uma cota de 40%.
Esta moeda internacional que, estou quase certo, vai ser proclamada na próxima Cimeira dos BRICS de Kazan, terá um respaldo muito maior do que o dólar (moeda dita «fiat»), que apenas tem como respaldo a «palavra» , as «promessas» do governo dos EUA.
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*O título do livro de John Reed, de reportagem sobre os dez dias de 1917, que antecederam e imediatamente sucederam à tomada do Palácio de Inverno pelos bolcheviques em 25 de Outubro (do calendário ortodoxo). John Reed, o jornalista e revolucionário, cidadão dos EUA, a quem foi concedida a honra de ser enterrado na Praça Vermelha.
https://www.youtube.coam/watch?v=wl51iST98hA
Matona, mia cara, Mi follere canzon, Cantar sotto finestra, Lantze bon compagnon. Don don don, diri diri don don don don.
Ti prego m'ascoltare, che mi cantar de bon,
E mi ti foller bene, come greco e capon.
Don don don, diri diri don don don don.
Comandar alle cacce, cacciar, cacciar con le falcon,
Mi ti portar becacce, grasse come rognon.
Don don don, diri diri don don don don.
Se mi non saper dire, tante belle razon,
Petrarcha mi non saper, Ne fonte d'Helicon.
Don don don, diri diri don don don don.
Se ti mi foller bene, mi non esser poltron,
Mi ficcar tutta notte urtar, urtar, urtar come monton,
Don don don, diri diri don don don don.
https://www.youtube.com/watch?v=zA2Ed5D1hHs&t=1s
El grillo, el grillo è buon cantore Che tiene longo verso Dalle (dalle) beve (beve) grillo (grillo) canta (canta) Dalle dalle, beve beve, grillo grilo, canta El grillo, el grillo è buon cantore Ma non fa come gli altri uccelli Come li han cantato un poco Quando la maggior el caldo Alhor canta sol per amore El grillo, el grillo è buon cantore Che tiene longo verso Dalle (dalle) beve (beve) ts-tss (ts-tss) ts-tss (ts-tss) Dalle dalle, beve beve, grillo grilo, canta El grillo, el grillo è buon cantore Van de fatto in altro loco Sempre el grillo sta pur saldo Quando la maggior el caldo Alhor canta sol per amore
https://www.youtube.com/watch?v=BDCKjPKdmhg
"Quand je bois un vin clairet Ami tout tourne, tourne, tourne, tourne Aussi désormais je bois Anjou ou Arbois Chantons et buvons, à ce flacon faisons la guerre Chantons et buvons, les amis, buvons donc !"
https://www.youtube.com/watch?v=Dn_cSDVOMK0
Mignonne, allons voir si la rose
Qui ce matin avoit desclose
Sa robe de pourpre au Soleil,
A point perdu, ceste vesprée,
Les plis de sa robe pourprée.
Et son teint au vostre pareil.
Las ! voyez comme en peu d’espace,
Mignonne, elle a dessus la place
Las, las, ses beautez laissé cheoir !
O vrayment marastre Nature,
Puis qu’une telle fleur ne dure
Que du matin jusques au soir !
Donc, si vous me croyez mignonne,
Tandis que vostre âge fleuronne
En sa plus verte nouveauté,
Cueillez, cueillez vostre jeunesse :
Comme à ceste fleur la vieillesse
Fera ternir vostre beauté.
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Nas descrições que acompanham os vídeos, no Youtube, podem-se ler dados biográficos e sobre as peças gravadas.
Algumas das letras são de tipo burlesco (Matona mia cara...), «bem humorado» (El Grillo), ou "chansons à boire" (Tourdion). Outras, são obras requintadas, de poetas frequentando a corte, como Pierre de Ronsard (Mignonne, allons voir si la rose...), ou Clément Marot (Tant que vivray...).
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NB: Pode-se consultar os números anteriores desta série, no dossier «Coletânea de páginas sobre música»