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sexta-feira, 21 de maio de 2021

POWELL (FED, EUA) ANUNCIA CBDC («CENTRAL BANK DIGITAL CURRENCY»)


 Comentário
O anúncio de J. Powell não é surpresa para as pessoas que acompanham de perto a evolução financeira. 
É anunciador de um caminho que foi longamente preparado, mas ainda assim, acho que é histórico
Com efeito, a orientação do banco central americano (a FED) é uma espécie de bússola para todos os bancos centrais. O que a FED faz, os outros têm de ter em conta, quer o copiem ou não. 
A passagem ao dinheiro digital a 100%, não está longe. Mas, Jerome Powell nunca iria dizer isso, porque iria provocar uma desvalorização demasiado rápida do dólar. 

No curto prazo, a FED e outros bancos centrais estão interessados em desvalorizar o dólar e as restantes divisas em papel (divisas fiat), mas a um ritmo não excessivo.

Vão abrandar a impressão monetária, vão subir progressivamente as taxas de juro de referência, pois a economia está a crescer mais depressa do que eles previam, com uma inflação - medida pelos critérios deles - a mais do dobro da meta de 2% (na realidade, está a atingir os dois dígitos, mas eles escondem isso). 

Entretanto, ao anunciar publicamente um «dólar digital» para muito breve, a FED dá o passo já dado pela China (Yuan digital) e pela Suécia.  Isto vai arrastar os outros bancos centrais, do Euro e das outras divisas, a acelerar a digitalização a cem por cento. 
Isto significa que o bitcoin e as outras criptomoedas, que pretendiam ser dinheiro fora do controlo das autoridades, dos bancos centrais, do fisco, etc. irão perder parte substancial do seu valor. Os detentores de criptomoedas devem estar agora a desfazer-se delas. 
Isto explica porque a cotação do bitcoin e de outras criptomoedas desceu, em poucos dias, brutalmente, cerca de 50 %, nalguns casos ou mais. Esta quebra brusca deve-se à constatação de que qualquer criptomoeda «privada» será, no mínimo, redundante quando entrarem em circulação moedas digitais, emitidas por bancos centrais;  no máximo, será ilegalizada, sob pretexto de que serve de suporte ao crime, à evasão fiscal, etc.

A conclusão disto tudo é que a transição para o mundo digitalizado a 100 % está a acelerar-se. 

A inflação não será combatida, sob pretexto de que é «transitória». Na verdade, os bancos centrais contam com ela para liquidar o que resta de valor às moedas fiat.

Isto vai empurrar os investidores a adquirirem toda a espécie de activos não financeiros: ouro e metais preciosos, imobiliário, terrenos agrícolas, etc, etc. 

Eu não acredito que os governos e bancos centrais consigam manter sob controlo a inflação; estão reunidas as condições para uma espiral inflacionária incontrolada. Esta fase só terminará quando houver a perda completa de valor, a destruição total, das divisas fiat. 

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NOTAS

1- As «cryptocurrencies», ou seja «cripto-moedas» não são mais do que uma nova classe de activos financeiros. Mas não são, em caso nenhum, «moedas». Podem ter a sua razão de ser e utilidade, mas são demasiado voláteis, demasiado sujeitas a especulação para serem intermediário corriqueiro em qualquer tipo de troca. 
O facto das preferências e afirmações de Elon Musk fazerem oscilar brutalmente o bitcoin e toda a classe de semelhantes instrumentos financeiros, prova-o:

2- O BIS e os bancos centrais estão a fazer com que as cripto-moedas centralizadas emitidas por eles, sejam propriedade destas estruturas. Como tal, vão programar o seu uso. Irão determinar que items são adequados para os indivíduos comprarem. Veja os pormenores AQUI. Estamos a avançar a grandes passos para uma sociedade distópica de controlo total.

3- Edward Snowden escreveu um artigo, rico em conteúdo e crítico sobre os verdadeiros motivos pelos quais os bancos centrais instauram as «CBCD». Ler AQUI

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

COMO SE CONECTA A PANDEMIA COM O «GREAT RESET»?

 À medida que a crise económica mundial se vai agravando*, os poderes do capital estão cada vez mais determinados em reforçar (e perpetuar) os «lockdown», instaurando uma espécie de ditadura internacional permanente, sob capa de medidas «sanitárias». O apelo de profissionais de saúde e de investigadores, enviado a trinta governos, pode mostrar o hiato existente entre a verdadeira ciência, a verdadeira avaliação científica e a gestão política de uma situação sanitária. Um estado de colapso da economia real é escondido, contra todas as evidências do dia-a-dia, com dados forjados sobre inflação e desemprego, números  tão manipulados pelos governos ocidentais e suas agências, que deixaram de ter qualquer credibilidade.

O facto é que a inflação tem de ser escondida, pois ela funciona como sinal de que se está perante um colapso. Ora, os governos e os seus mandantes precisam de jogar com a percepção do público, para poderem levar a cabo o «Great Reset» de acordo com os seus interesses. Neste esquema, insere-se a permanente supressão do preço dos metais preciosos, mormente do ouro, através de manipulação de contratos de futuros («ouro-papel») nas bolsas de matérias-primas, nas quais 90% dos contratos de compra e venda de ouro, não têm qualquer metal subjacente. Os bancos comerciais ditos «bullion banks» - sob o mando dos governos ocidentais- têm sido capazes suprimir o preço do ouro e da prata, manipulando os contratos de futuros (que eles criam a preceito). 

Caminha-se para a digitalização completa do sistema monetário. Quando esta estiver realizada, com moedas 100% digitais emitidas pelos bancos centrais, isso vai permitir um muito maior controlo da economia, que é o seu objectivo verdadeiro. Mas esse objectivo não poderá realizar-se num instante. Há múltiplos problemas técnicos, políticos, legais, etc. que precisam de resolver para completar a «revolução» do desaparecimento do dinheiro físico (cash). Um dos problemas, é a reforma de contratos, incluindo contratos com derivados, onde as taxas LIBOR são mencionadas. Este sistema do LIBOR vai ser completamente reformado. Os termos contratuais arriscam-se a ficar nulos, se não forem reformulados. Isso implica a renegociação ou a feitura ex-novo de milhões de contratos. Não é tarefa fácil de ser realizada, sem grandes litígios e perdas dos intervenientes nos contratos.

Muitas pessoas são atraídas para a miragem do bitcoin e de outras criptomoedas, mas esquecem que estas têm cotação em moedas «fiat» (dólares, euros, etc...) nas plataformas de câmbio (as quais são, aliás, muito frágeis porque susceptíveis de serem pirateadas). Se o bitcoin sobe de forma impressionante, na verdade, não é o bitcoin que está subindo, é a moeda na qual é medido seu valor (em geral, o dólar) que está caindo. O termo «miragem» é pesado, mas apropriado, pois os referidos bitcoin (ou outras criptomoedas) deixarão de valer, assim que os governos, coordenados com os bancos centrais, emitirem uma proibição de uso destes como meios de pagamento... O que - estou certo - farão um pouco antes ou em simultâneo com o lançamento das suas próprias moedas digitais, emitidas pelos respectivos bancos centrais. As criptomoedas independentes dos Estados, dos governos e dos bancos centrais, irão descer «dos píncaros da Lua», para zero. As pessoas que transaccionam em criptomoedas estão conscientes desse perigo: sua estratégia mostra-o, pois ela se resume em acumular capital numa moeda tradicional («fiat»), usando o bitcoin como mero veículo de especulação. Compram quando está muito baixo e vendem próximo dum máximo, convertendo logo as criptomoedas em dólares. 

Chegará um momento em que a descolagem da economia real (em colapso) e a economia fictícia (bolsas, divisas e criptomoedas), será óbvia, mesmo para o investidor mais obtuso: Todo este artifício de manipulação, toda esta economia financeirizada, vai ruir. Nessa altura, será impossível salvar algo que esteja dentro do sistema financeiro. O colapso será geral; os investidores pequenos e médios irão perder 90% dos seus investimentos. Os grandes irão tornar-se donos e senhores, não apenas do capital das empresas, mas de propriedades imobiliárias (terrenos agrícolas ou urbanos...) e outros bens duradouros. 

O que a maior parte das pessoas não consegue enxergar é que a perda das liberdades decorrentes de um estado de excepção permanente, a pretexto de uma pandemia, é coerente com os planos das oligarquias mundiais (coligadas no essencial, embora rivais em relação à hegemonia). O jogo chama-se «controlo total», sendo as pessoas obrigadas a entrar no novo modelo, queiram ou não queiram. Os progressistas ficam ofuscados, iludidos com as promessas de «green new deal» ou outras patranhas de slogans bem sonantes, que lhes despertam ecos de simpatia porque vão (verbalmente apenas) ao encontro dos seus sonhos e ideologias. Mas aquilo que os globalistas - que se exprimem pela boca de um Klaus Schwab - desejam, é somente o retorno ao feudalismo. Mas agora à escala global, em que os servos «não possuem nada» e serão «felizes», na medida em que os Senhores feudais os deixem viver e trabalhar... para eles!.

(*) PS: Pierre Jovanovic explica a gravidade da catástrofe económica, em especial europeia...


sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

E ASSIM A OLIGARQUIA VENCEU POR «KO» A DEMOCRACIA

                     
A crise de 2007-2008 foi apenas o borbulhar de uma acumulação de capital fictício, de capital levantado a partir de operações com derivados, os tais produtos financeiros (contratos de futuros, etc) transpostos,  ou copiados dos mercados de matérias-primas (principalmente agrícolas, para assegurar um rendimento das colheitas, etc.). Afinal, foi a financiarização que permitiu que hipotecas «sub-prime» se vendessem «por atacado», nos diversos mercados mundiais, como se fossem investimentos seguros...

A resposta ao colapso, consistiu em injectar somas colossais nos bancos ditos sistémicos, para evitar que a queda do Lehman Brothers viesse a arrastar consigo a queda dos outros bancos e instituições financeiras. Foi uma medida de emergência, que o governo dos EUA e a FED decidiram no momento. Mas essa emergência foi prolongada por sucessivas compras de «activos tóxicos» aos ditos bancos, pela FED. Logo as economias mais desenvolvidas e respectivos bancos centrais - Banco central do  Japão, o ECB, o Bank of England, etc... - faziam o mesmo. A massa monetária foi-se multiplicando, sem que houvesse a recuperação económica vigorosa, como era desejada.

No intervalo de tempo de 2009 a 2018, os grandes grupos financeiros, os fundos de investimento, etc... foram comprando os activos financeiros - acções, obrigações, derivados - nos mercados, a tal ponto que a inflação nestes produtos se tornou muito notória: Por exemplo, subiam cotações bolsistas de empresas que não tinham lucro e estavam com uma montanha de dívidas. Os juros das obrigações soberanas de Portugal atingiram valores de mercado baixíssimos, semelhantes às dos EUA, depois de terem estado com juros acima dos 10% em 2012 - 2013, numa severa crise da dívida soberana. Esta fora causada por sobre-endividamento por parte do governo e seguida por especulação contra estes títulos da dívida. Mas o ECB passou a comprar a dívida de todos os países do euro, enchendo assim a sua folha de activos; os juros, tanto mais baixos quanto mais as cotações sobem nas obrigações, foram descendo. O efeito perverso, é que em países com desequilíbrio crónico da balança de pagamentos, pouco ou nenhum esforço se fez para equilibrar as suas contas.

Em Dezembro de 2018, as bolsas sofreram um «crach», completamente inesperado para muitos investidores. A razão deste foi a política da FED, de «re-normalizar» os juros, levada a cabo com subidas muito graduais, ao longo do ano anterior e outras anunciadas. Perante este crach, a FED teve logo de anunciar uma inversão da política. A partir deste ponto, era claro que o sistema financeiro e os bancos centrais que - de certo modo - tentavam regulá-lo, estavam metidos num ciclo infernal: 

- Se parassem a injecção permanente de dinheiro e deixassem de manter o custo dos empréstimos (os juros) em valores baixíssimos, desencadeavam uma crise financeira, que se poderia avolumar e transformar em depressão económica;

- Se continuassem com esta política de oferecer «dinheiro gratuito» aos grandes actores financeiros, estavam a desbaratar a confiança nas divisas fiat (dólar, euro, etc) e corriam o risco de que a inflação saísse do universo dos activos financeiros, para os produtos de consumo e se tornasse hiper-inflação.  Diga-se que os governos quase sempre preferem inflacionar a divisa, a fazer «default». Em ambos os casos falham as suas obrigações de pagamento, mas no primeiro caso não têm de o confessar. 

Assim se chega a Setembro de 2019, em que os bancos, nos EUA, começam a não emprestar uns aos outros, tal como aconteceu no desencadear da crise de 2008, nas operações de empréstimo de curta duração. O facto de não emprestarem facilmente traduziu-se na subida dos juros, que passaram para mais de 10%, quando o normal era da ordem de 2-3 % . A FED teve de injectar neste mercado «REPO» somas de biliões semanalmente. Esta intervenção foi anunciada como de curto prazo, um mês ou dois. Mas, apesar de haver dito que este expediente seria de curta duração, a FED continuou até ao fim do ano e para além deste, a injectar somas colossais, o que fez muitos observadores considerar que a FED estava discretamente a intensificar o «quantative easing» (impressão monetária, na realidade). 

Veio a crise dita do COVID, no primeiro trimestre de 2020. Antes disso, o grande capital mais por dentro das realidades financeiras, começou a vender activos, principalmente acções cotadas e aumentando os activos de baixo risco, como obrigações do Tesouro (treasuries), imobiliário, metais  (ouro e prata)... Nas bolsas, o que desencadeou pânico em Março, foi o facto de a FED não conseguir obter uma significativa baixa dos juros, apesar de ter injectado uma quantia elevada no mercado. Teve de voltar à carga poucos dias depois para conseguir estabilizar, um pouco, os mercados obrigacionistas. 

De então para cá, o sistema está em roda livre, pois os bancos centrais, em uníssono, puseram-se a verter grandes quantidades de divisas, sem qualquer suporte na economia real, criando ou ampliando bolhas para todos os activos financeiros existentes. Um mercado não financeiro, o imobiliário, continuará durante algum tempo artificialmente cotado, mas sua descida será muito rápida. Aliás, já começou: o sector comercial e o sector dos apartamentos de luxo estão ambos em colapso ou, pelo menos, estão paralisados. Quanto aos mercados do ouro e da prata, valores refúgio com especial apelo nos países da Ásia (China, Índia, etc.), têm subido acentuadamente (crescimento do preço do ouro de 25% num ano, quando cotado em dólares), apesar dos esquemas de supressão, envolvendo contratos de futuros - emitidos fraudulentamente mas impunemente - por grandes bancos, que agem por conta dos governos e bancos centrais ocidentais. 

Se, tudo o que os bancos centrais e governos encontram como «solução» mágica, são as divisas digitais centralmente emitidas, ou seja, uma digitalização total e forçada do dinheiro em circulação, nada de essencial será resolvido. A desconfiança do público não vai dissipar-se: muitas pessoas vão constatar que sua situação objectiva continua a piorar. Apenas os bancos serão beneficiários da captura e retenção de pequenas somas nos seus cofres, quando o público já não puder transaccionar em papel-moeda.

No entretanto, as pequenas e médias empresas de todo o mundo ocidental estão em grave risco. A crise de desemprego vai ser enorme, pois elas empregam cerca de 70% da força de trabalho por conta de outrem, em Portugal e noutros países europeus (os outros 30% são funcionários públicos e de grandes empresas).

Não haverá possibilidade de reabsorver esta massa enorme de trabalhadores. Por isso mesmo, a «elite» (oligarquia) tem apontado como «solução» o rendimento mínimo incondicional (RMI), ou seja, as pessoas, quer tenham ou não emprego, receberão uma soma - por ex.: 500 € - a qual lhes permitiria suprir as necessidades básicas. Mesmo antes que venha uma crise de hiperinflação, uma inflação mais elevada é suficiente para tornar essa «esmola social» completamente insuficiente para sustentar as pessoas. 

A classe dos ricos não tem nenhuma intenção de se desapossar dos seus excedentes. Ela está a congeminar a «solução» seguinte, apresentada por Klaus Schwab e os oligarcas que se reúnem no Fórum Económico Mundial de Davos (este ano tendo sido deslocado e adiado, para Singapura, em Junho...): 

- A sociedade de «participantes» ou «stakeholder society» mais não é do que uma espécie de feudalismo, adaptado ao século XXI. O grosso das pessoas não poderá senão alugar, não serão proprietárias de nada... Não serão proprietárias da sua habitação, apenas inquilinas, terão de arrendar veículos, instrumentos de trabalho, etc. Terão de constituir micro-empresas, onde trabalharão e farão trabalhar seus familiares, por vezes, com rendimento demasiado baixo, que o rendimento mínimo iria suprir.    

Mas, este «sonho molhado» da oligarquia que nos explora, só pode ser eficaz se houver colaboração activa dos agentes do Estado, os governos, as polícias, os tribunais, etc. Não se verá -pós-pandemia de COVID - um renovo da liberdade, nem da participação cidadã na vida política: pelo contrário, haverá sempre algum «vírus», ou «terrorista» para «justificar» estados de excepção, que se tornarão a norma, enquanto as constituições serão mantidas... isto é, mantidas penduradas nas paredes, para decoração!

O que é confrangedor observar é a entusiástica adesão a aspectos parciais deste plano macabro, plano esse que é completamente público, uma «conspiração a céu aberto», por parte de grupos tradicionalmente defensores dos direitos dos cidadãos, como os partidos de esquerda, os sindicatos, os intelectuais, os universitários, os artistas, os jornalistas... 

- Num primeiro momento, ficaram siderados com a resposta, vinda de cima, dos governos, à pandemia. Depois, ficaram tomados de psicose de pânico alguns; outros, perceberam confusamente que tinham dado o aval à maior tomada de poder deste século, ao maior golpe contra a liberdade. Mas não tinham receio em relação ao seu nível de vida pessoal, em relação às suas pessoas físicas e dos seus familiares, desde que ficassem quietinhos ...E assim, a oligarquia venceu por «KO» a democracia. 

Os que estão suficientemente longe do poder para compreender a gravidade do que se passa, estão a reagir, mas são demasiado destituídos de meios, face a cartéis bem organizados, instituídos e financiados. Muitas pessoas irão acordar, para o tarde, numa altura em que será difícil fazer algo, sem correr sérios riscos.


PS1 (08/01/2021): Depois de ter escrito este artigo, veio-me à notícia a estranha circunstância da «invasão» do Capitólio em Washington. 

Segundo a análise de Paul Craig Roberts, o Estado Profundo  tem feito uma luta incessante contra Trump, desde o momento da sua eleição há quatro anos, até agora. Também defende a tese de que o Establishment quer vingar-se de Trump e fazê-lo de um modo tal que este não possa vir a liderar um movimento/partido alternativo/populista. 

A obsessão censória de algumas figuras, querendo perseguir tudo o que seja «trumpista» com um zelo semelhante ao da Inquisição e do McCarthyism, mostram que já não existe laivo de democracia liberal nos EUA: Esta faliu, com os golpes sucessivos e mortíferos, vindos tanto do lado do Partido Republicano, como do Democrata. 

A época que se avizinha, no chamado Ocidente, é sombria...


  

  

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

UM SACO CHEIO DE NADA

                     

Para Klaus Schwab e seus epígonos, as pessoas deviam estar felizes por não possuir nada. Como devem ser infelizes estes multimilionários, com seus milhares de acções cotadas em bolsa, suas centenas de milhões de investimentos financeiros, nas suas casas apalaçadas! 

Devem ter uma vida muito triste! 

Talvez se consolem pelo facto de arcarem com a responsabilidade de gerir esses bens. 

Ao fim e ao cabo, embora nós não tenhamos compreendido, eles são o supra-sumo do humanitarismo, os benfeitores da Humanidade. 

Sabia que Bill Gates tem advogado que as vacinações dos 7 mil milhões de seres humanos, seriam muito benéficas para a humanidade em geral, pois calculava que isso permitiria uns «15% de redução da população mundial» ? E que Melinda Gates afirmou recentemente «que não previra que houvesse tantas consequências sociais desagradáveis (para os outros, não para ela) dos lockdowns»? 

- Pois, nós humanos, somos uns ingratos, não sabemos estar agradecidos a estes grandes filantropos. Sem a sua filantropia, onde iria parar a indústria farmacêutica? Onde iriam os doentes obter medicamentos e os médicos, como poderiam tratar os pacientes? Pois, realmente as farmacêuticas merecem os biliões que ganham com as suas vacinas. São muito bem entregues a estas instituições, que não têm outros propósitos, senão nos dar saúde! 

- Enfim, o que querem? Não se pode - simultaneamente - pagar com dinheiro do orçamento, vacinas por um lado e, por outro, camas de cuidados intensivos, nos hospitais. Não se podem - simultaneamente - fornecer ajudas aos industriais, para não despedirem face à paralisia da produção (causada pelos governos) e garantir o preenchimento das vagas de pessoal do Serviço Nacional de Saúde, médicos, auxiliares, enfermeiros e técnicos especialistas ...  

- E se as vacinas não funcionam? Se causam mais mal do que a doença que iriam prevenir? Não se deve ser alarmista, deve-se considerar que tudo vai correr pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis. As pessoas que colocam quaisquer objecções são SEMPRE incompetentes, malévolas e fanáticas anti-vacinas... enfim, o pior!

-  Aliás, pensa-se que as pessoas vão ser periodicamente vacinadas, pois a imunidade ao COVID se esvai passados poucos meses e tanto melhor. Assim, aprenderão a ter seu «carnet de imunidade» em dia. Este, claro, ficará associado a um micro-chip, inserido de forma invisível e indelével no braço. Assim, as pessoas não poderão tentar fazer-se passar por vacinadas, quando não o foram. 

- Tudo está muito bem programado, não fossem os nossos benfeitores competentes e diligentes. Eles até se prepararam num exercício, para uma pandemia causada por um vírus (diferente, mas parecido com o SARS-Cov-2). Teve lugar nos finais de 2019 (Out-Nov.) e chamou-se Event 201

- Este evento e outros, como ID2020 (da Fundação Rockfeller, de 2010), para o qual foram convidados muitos dirigentes, de farmacêuticas, da saúde, de governos, de empresas e da media, permitiram que ficassem preparados para o que iria - sem dúvida - acontecer. Apenas, não se sabia exactamente em qual data.

Agora, estamos a meio do «Great Reset» financeiro, em que metade das empresas de pequena e média dimensão estão falidas, em todo o Mundo dito desenvolvido, preparando assim a era da digitalização total dos serviços e do próprio dinheiro. 

- Este será uma cripto-moeda, mas não uma independente, feita por pessoas privadas. Serão cripto-moedas emitidas pelos bancos centrais: em breve, será a única moeda admitida. Mas isto apenas será um passo em direcção à integração vertical das economias, sob a direcção global de instituições totalmente desinteressadas, como o Fórum Económico de Davos, o FMI, a ONU, etc, etc... 

- Por fim, as pessoas acordarão e verão que a «Nova Ordem Mundial», que espíritos mesquinhos e pessimistas anunciavam como uma espécie de «fascismo global», nada mais é que a evolução natural das sociedades ... 

Todas as regras preparadas pelos governantes para a nossa consoada e outras reuniões de Natal e Réveillon do Ano Novo, são obviamente (!) para o nosso bem, para não haver a disseminação de horrorosos vírus, especialmente os vírus da solidariedade humana, da fraternidade, do pensamento crítico e da discussão livre.

Quanto a prendas, meninos e meninas, «um saco cheio de nada»!

... E aprendam a fazer como o jovem que aparece no site de Davos: sorri, enquanto verifica que nada possui... afinal é «feliz». 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O PARADOXO DO DÓLAR VERSUS VALORAÇÕES BOLSISTAS

 



A FED (Reserva Federal Americana, o banco central dos EUA) tem criado dólares desde Março deste ano, como nunca antes, embora antes fosse já profícua em tal actividade. Esta criação monetária, vai acabar por minar a capacidade do dólar permanecer como moeda de reserva mundial. 

Quando os detentores de dólares exteriores aos EUA - o que inclui os bancos centrais de todos os países do mundo, gostem ou não do governo dos EUA - ficarem convictos de que este já perdeu demasiado valor, que não compensa deter dólares, pois existe cada vez maior desconfiança em relação a esta divisa... então, será o fim da sua hegemonia, quer como valor de reserva, quer no comércio mundial. 

Ora, este momento aproxima-se a grande velocidade, pois existe uma consciência clara de que a FED está apostada em produzir moeda, mesmo com o risco de destruir o seu valor, para «salvar» a economia dos EUA.  

É aqui que reside o paradoxo. 
A FED equaciona - erradamente - a propulsão dos valores bolsistas para alturas estratosféricas, à saúde da economia americana, no seu todo. 
Em resultado da impressão monetária, o dólar vai descendo em termos relativos face a outras moedas, mas também vai perdendo credibilidade no público em geral e nos investidores. Verifica-se já a tendência dele deixar de ser refúgio preferido («safe haven») em tempos de crise.
 
A classe dos multimilionários e bilionários (os 0.01%), está constantemente a ganhar com a situação, visto que os activos bolsistas são parte substancial da sua riqueza total. Note-se que são eles os donos das empresas cotadas em bolsa, ou accionistas de relevo das mesmas. A tabela acima é bem elucidativa sobre o maná que receberam os muito ricos, desde o início da crise «do Covid».
  
Porém, ser-se rico em dólares hoje, pode significar perder-se tudo amanhã, se esta moeda sofrer uma crise hiper-inflacionária. Apostar que isso não ocorrerá jamais, ou que não ocorrerá em vida dos investidores actuais, é uma aposta muito arriscada.

Como referi num artigo publicado recentemente, se grandes países (como a China e a Rússia) decidirem indexar suas moedas respectivas ao ouro, com a garantia do ouro - que possuem em quantidade - isto será o toque de finados do dólar, enquanto moeda de reserva mundial. 

As pessoas e instituições irão optar por algo que possua a sólida garantia do ouro, de preferência a uma moeda sem qualquer esteio sólido, de um país com economia terciarizada e com défice crónico. Não poderão confiar num país assim, ainda por cima, com uma moeda constantemente inflacionada por emissões do banco central, não correspondentes a verdadeira riqueza. 

O «exorbitante privilégio», de que já falava Valéry Giscard D'Estaign, significa que os EUA, pelo facto do dólar ter sido designado «moeda de reserva mundial» nos acordos de Bretton Woods de 1944, está constantemente a ter défices orçamentais e comerciais, sem sofrer qualquer penalização, pois «exporta» a inflação gerada pelo seu próprio banco central. 
Com esses dólares produzidos a partir de nada, compra todo o género de produtos, desde matérias-primas a produtos transformados, que custaram muito a produzir, nos países que os exportam para os EUA. 
Estes produtores, em troca, recebem dólares, que apenas valem enquanto o mundo estiver convencido do seu valor. A partir do momento em que o esquema for claro para muitos, o risco de se possuir dólares será considerável. 

Porque, nessa altura, os dólares, que circulam pelo mundo fora, irão regressar aos EUA, onde produzirão uma hiperinflação e - mesmo - a falência do próprio Estado, visto que o Tesouro não poderá colocar sua dívida, senão a juros tão elevados, que serão impossíveis de suportar pelo Orçamento Federal. Então, será o colapso.

São as consequências deste paradoxo que a classe dos super-ricos quer evitar a todo o custo... mas, através de truques de magia, como o «Great Reset» e o seu cortejo de ideias mal cozinhadas, dos patrões de Davos...

Mas, a realidade é sempre mais forte: 
Se não acreditamos no «movimento perpétuo», nem na «quadratura do círculo», porque havemos de crer que, pelo facto das divisas se tornarem exclusivamente digitais, se resolverão os problemas da economia real, ou seja, a produção e a  justiça da repartição?

sexta-feira, 26 de junho de 2020

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA (PARTE VII)

                                   

                             [Venezuela: exemplo concreto de hiperinflação]


Ao decidir escrever esta crónica, na continuidade dos temas das anteriores, deparo-me com uma dificuldade maior: Embora esteja a escrever apenas um trimestre depois da última crónica (a parte VI foi escrita em finais de Março de 2020), é um pouco como se fosse 20 anos depois, tão densa e dramática a actualidade tem sido.  Ela tem sido isso, para além da crise sanitária, largamente exagerada e convenientemente prolongada, quer pelos media, quer pelas políticas de «lockdown»
Não irei alongar-me sobre o assunto que tenho debatido extensivamente nas páginas deste blog. 
Vou antes chamar a atenção para o facto de que esta crise é uma crise sistémica: Estamos perante algo que nunca experimentámos nas nossas vidas, a não ser que tenhamos nascido antes de 1929. Mesmo assim, praticamente não sobrevive ninguém que fosse adulto nesse momento. De qualquer maneira, a crise de 1929 deixou marcas tão profundas em todas as esferas, que não poderíamos imaginar o mundo de hoje, sem as convulsões que foram desencadeadas a partir dessa data. 
Será quase impossível imaginar um mundo sem as consequências da Grande Depressão de 1929-1933: Um mundo onde não tivesse havido a ascensão ao poder de Hitler, ou a IIª Guerra Mundial, ou a concentração do capital financeiro, ou a criação do chamado Welfare State, ou... ou ...ou...

Não sou, nem quero ser um «profeta», mas  pelo que já se vê agora, ou pelas consequências muito próximas e lógicas das situações criadas, há algo absolutamente essencial, que descrevo abaixo, não mencionado pelos analistas, ou por miopia, ou por estratégia. 
O sistema económico, financeiro e monetário está em completa desarticulação. Os bancos centrais e os governos não conseguem ter «mão» nesta situação. Tradicionalmente, a «impressão monetária» servia para causar uma ilusão de maior riqueza e este optimismo ilusório era considerado suficiente para «dar uma chicotada» na economia, impulsionando o consumo e o crédito, fazendo arrancar um novo ciclo. A impressão monetária atingiu píncaros absolutamente inéditos, mas a economia mundial simplesmente não é estimulada. Isto não deveria surpreender ninguém, pois a destruição catastrófica de emprego e empresas causada pelos «lockdown» um pouco por todo o mundo, nos dois meses anteriores, deitaram por terra qualquer hipótese da máquina produtiva se activar, em consequência de um «estímulo» monetário. O próprio FMI está a apontar para números de PIB dos países desenvolvidos, da ordem de 10 pontos negativos (uma contracção de 10% do PIB da eurolândia) para o corrente ano.
A crise - que está nas primeiras etapas - inicia-se com um período de deflação. Dentro de algum tempo, dá-se o agravamento do desemprego, a espiral descendente, com falências em série. Para evitar este cenário, governos e bancos centrais vão accionar as únicas políticas que sabem aplicar, nestes casos: impressão monetária.
Segundo a teoria prevalecente, designada «neokeynesianismo», em situação de recessão ou depressão, deve-se fornecer dinheiro fresco, vindo dos bancos centrais para os bancos comerciais, que fluirá destes para empresas e para o crédito ao consumidor. Este ficará estimulado a consumir e espera-se assim que passe a depressão económica. 
Vão «estimular» com políticas monetárias cada vez mais arrojadas, mas isso não terá qualquer efeito real: é como se dessem injecções de adrenalina num corpo em estado comatoso:
- Primeiro, farão injecções de dinheiro nos bancos, com esperança de uma expansão do crédito e reactivação da subida nas bolsas. 
- Depois, vendo que este processo não traz nenhum estímulo real, irão fazer uma política muito menos convencional, de compra directa das obrigações de empresas e das acções cotadas em bolsa. Irão a imitar o trajecto tomado pelo Bank of Japan desde há décadas, sem outro resultado, senão uma profunda estagnação/depressão. 
- Em desespero, vão fazer injecções directamente aos consumidores, através do «rendimento básico universal». Isto significa que qualquer pessoa, simplesmente por existir, independentemente de ter ou não trabalho, rendimentos, etc... vai receber uma soma - por exemplo 600 euros mensais - como «complemento» ou «sustentáculo vital». Este dinheiro, espera-se, vai ser utilizado para consumo, não vai ser aforrado, visto que os juros são negativos, em termos reais. 

A hipótese do «rendimento de  base universal» ser utilizado para aumento do consumo das famílias parece sensata, à primeira vista. 
Mas tem um grave e evidente inconveniente: a multiplicação de dinheiro, sem contrapartida em bens consumíveis. 
Havendo muito mais dinheiro para o mesmo número de produtos, o preço destes vai aumentar. Na situação presente, também poderá haver uma contracção da oferta, por menor produção, causada pelas falências em série e pela ruptura das cadeias de abastecimento. 

O que se prepara é um ciclo de hiperinflação. A oligarquia deseja causar o colapso completo, mas controlado por ela, para poder impor a sua nova ordem. Esta, incluirá o reforço das organizações transnacionais, do globalismo, o controlo absoluto da emissão de moeda a nível mundial (provavelmente sob os auspícios do FMI) e reforço dos mercados também fortemente centralizados, globalizados.  
Perante este cenário, já se verifica que bancos comerciais e os mais afortunados (o 0.01%) estão a acumular ouro. Actores importantes, como o banco de investimento Goldman Sachs e vários «Hedge Funds» (fundos de investimento) estão abertamente a aconselhar seus clientes a comprar ouro.
No futuro, haverá uma transição para um novo sistema monetário, cujos contornos não estão ainda visíveis, mas a oligarquia globalista tem a firme intenção de manter e reforçar o seu controlo sobre a emissão e circulação da moeda. Com certeza, o ouro terá um papel a desempenhar nessa nova arquitectura monetária mundial, resta saber qual será, exactamente. É também provável que lancem uma «moeda digital», mas não será descentralizada e fora do controlo estatal, como é o caso, hoje em dia, com o bitcoin e congéneres.
Como tenho escrito repetidas vezes, a única maneira das pessoas comuns evitarem que o que se avizinha, as afecte de modo particularmente cruel, é estarem bem informadas e construírem uma maior autonomia, face a um eventual agravamento da situação.   
Os dirigentes políticos e económicos e a media convencional estão a ocultar um risco enorme, muito mais grave que uma eventual «segunda onda» do coronavírus : a hiperinflação, que é a destruição violenta de património, dos meios de vida, das vidas mesmo, comparável à devastação de uma guerra.  

                      

domingo, 1 de março de 2020

JOGO FINAL (END GAME)

                'We’re headed for the worst financial crisis of our lifetimes' – Jim Rogers

Os mercados, não apenas financeiros, mas também (e sobretudo) físicos estão paralisados.
Porquê? - Em primeiro lugar, é preciso afastar o mito do coronavírus como «o» agente da desgraça económica e financeira que nos está a cair em cima neste momento.
Antes de mais, a crise foi incubada durante longos anos. Pode dizer-se que está directamente relacionada com a maneira como os bancos centrais «resolveram» a crise de 2008. 
Ao inflacionarem os seus livros de contas com os activos tóxicos recolhidos nos bancos comerciais, distribuindo largamente «dinheiro-papel» (triliões de dólares) sem contrapartida em maior produção e riqueza verdadeira, estavam a criar as condições para o que agora se passou. 
A situação foi posta a nu em 17 de Setembro de 2019, quando os bancos recusaram uns aos outros os habituais empréstimos de curto prazo, os quais têm como finalidade assegurar liquidez, ou seja, «cash», que pode faltar num dado momento da operação dum banco, mesmo o mais solvente e bem gerido. Simplesmente, quando não existe confiança nenhuma entre bancos, como já tínhamos visto em 2008, os juros desses empréstimos tornam-se elevadíssimos. 
Isso assinala o facto do banco A ter «cash», mas não ter confiança que o banco B, esteja a oferecer, como garantia do empréstimo, um activo que é realmente aquilo que pretende ser. Com efeito, bancos como o Deutsche Bank, estão envolvidos no casino dos derivados, meras apostas, a realização de um lucro por quem ganha, depende da existência de algo «sólido» do lado de quem perde. 
O receio de se repetir a situação de 2008, desencadeou a resposta de emergência do FED (Banco Central dos EUA), que passou a injectar somas elevadíssimas, quotidianamente, vendo-se forçado a actuar como substituto dos bancos comerciais. Ora, na estrutura geral do crédito, não pode haver uma falha concreta e persistente num sector do crédito, sem que isso não se repercuta noutro sector. As dívidas, nos seus diversos prazos ou «maturidades», estão conectadas entre si.
Por outro lado, a economia real estava já em estado de grande debilidade, como se poderá verificar pelos números fracos do comércio em vários países. 

O efeito da epidemia, do ponto de vista económico, foi o de precipitar a crise, sendo que esta se desencadeou pela paralisia da produção, sobretudo na China, transformada em «fábrica do mundo» algumas décadas atrás. 
O efeito de bola de neve nas cadeias de produção, visto que uma série de produtos acabados em fábricas dos EUA ou da Europa, necessitam de componentes intermédios que apenas são fabricados noutras paragens, é determinante do ponto de vista global. Também é muito grave a perda devida à ausência de receitas do turismo, à diminuição do comércio mundial, do tráfico aéreo... 
O mundo foi precipitado numa recessão brusca e profunda que pode significar uma perda da ordem de -15 % do valor do PIB mundial. 

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Segundo o que tenho apurado, muitos globalistas «estavam à espera» duma oportunidade deste género para imporem as suas soluções. Ninguém, com um mínimo de bom-senso nega que eles possuam uma estratégia, pois eles controlam as mais poderosas alavancas da economia, dos bancos centrais, aos grandes bancos sistémicos, às maiores empresas multinacionais e aos governos e entidades supra-nacionais (FMI, Banco Mundial, OMC, ONU...)
Afigura-se-me provável que esta estratégia se desenrole em três fases:

1º  Irão inflacionar («inflate or die»...) até que o sistema comece a sofrer de hiperinflação, resultante da enorme massa monetária que irão colocar em circulação, de maneira coordenada. 
Os preços dos produtos vão sofrer uma aceleração pois, tanto os comerciantes como o público, vão ter de ajustar-se à nova realidade. Até agora, a inflação foi largamente confinada aos produtos financeiros (acções, obrigações, derivados, etc.) . Agora, será uma avalanche de dinheiro, com um PIB que não se mantém constante, que se está a retrair, em virtude da paralisia da produção. 
O resultado, será uma inflação acrescida, sem uma impulsão da produção propriamente dita (ao contrário do que os neo-keynesianos levianamente postulam). Tal subida da inflação vai conduzir - como em «n» casos anteriores - a uma hiperinflação. 

2º Irão provocar o famoso «reset», ou seja, vão aproveitar a má saúde do sistema monetário (mal) gerido por eles próprios, para impor a digitalização total e obrigatória do dinheiro. 
Não haverá moedas e notas, apenas impulsos electrónicos e fotónicos, nos smartphones, computadores, terminais e máquinas diversas. 
Esta digitalização tem a grande vantagem deles poderem vigiar todas as transacções de uma pessoa, se quiserem, em tempo real, sem que essa pessoa saiba (perda total da confidencialidade da vida privada). 
Graças ao «tracking» incessante, não apenas irão saber qual o vosso padrão de consumo e não apenas irão usar essas informações para vos vender as coisas que mais gostais ou fantasiais (como já fazem actualmente), vão também ter uma «radiografia» de toda a vossa vida pessoal. 
Mais grave ainda, poderão desconectar uma pessoa, sem dificuldade, caso ela tenha um comportamento considerado 'anti-social': está em vigor na China um sistema de classificação/notação social, onde pessoas com má notação estão impedidas de comprar bilhetes de avião, ou de frequentar cursos superiores, etc. 
Finalmente, graças à digitalização a 100%, vai ser possível aplicarem-lhe juros negativos. Os juros negativos são como impostos: -2%, -5%, -8%, etc. Estes irão incidir sobre  os depósitos bancários, sem que as pessoas possam defender-se disso: já não será possível retirar dinheiro do multibanco e colocá-lo «debaixo do colchão», sob forma de dinheiro-papel.

3º Como o dinheiro electrónico, digital ou cripto-moeda, estará sujeito às mesmas vicissitudes que a forma «antiquada» de dinheiro-papel, vai reforçar-se a espoliação dos não-poderosos. Primeiro, porque a oligarquia nunca está satisfeita com aquilo que tem, quer sempre mais: mais controlo, mais poder, mais dinheiro, para aumentar o seu poder. 
Mas, por outro lado, controlar as pessoas é difícil, pois elas não são estúpidas: percebem e não gostam de ser constantemente «ordenhadas». Haverá sempre quem invente maneiras para se subtrair aos novos «senhores feudais», haverá sempre resistência dos escravos-assalariados. Nessa altura, haverá um renovar da luta de classes, ultimamente suprimida ou desviada, por meios diversos, que não irei aqui aprofundar. 
O resultado desta renovada luta pode ser, ou a emancipação da tutela dos oligarcas e dos seus capatazes, ou uma maior opressão. Mas as coisas não vão ficar como dantes.

Estas três fases poderão durar tempos muito diversos e estar parcialmente sobrepostas. 
Em todo o caso, este cenário pareceu-me reflectir a dinâmica observada, ao nível mundial.

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PS1: Actualização
Veja este episódio de «Money GPS» para obter informação detalhada sobre os assuntos acima abordados:
https://www.youtube.com/watch?v=yijWp8M14IA

PS2: Actualização
El Erian considera que «a dinâmica presente alimenta-se a si própria, propulsionada pelo «vírus do medo» e por outros comportamentos que geram paralisia e insegurança» 
(... a dynamic that builds on itself in the short term, fueled by a “fear virus” and other behavioral traits that engender paralysis and insecurity.) 

PS3: Actualização
Como eu previra, a taxa de juro do FED foi cortada de 50 pontos-base, um valor mínimo, mas é só o princípio.

PS4: Actualização
A sociedade sem cash (dinheiro papel) está aí. Depois da China desinfectar as notas de banco com ultravioleta, vêm - do lado da OMS - sugerir que a eliminação do papel-moeda seria uma boa medida, por razões sanitárias, claro ... 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

[28-29 /02/2020] A MAIOR CRISE MONETÁRIA/SISTÉMICA DA HISTÓRIA

                     (As fotos abaixo são relativas à grande depressão dos anos 1929-33)

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Sim, estamos perante o início de uma crise cujas dimensões são tais, que ninguém ou quase, se apercebe do abismo que se está a desenhar em frente «dos olhos financeiros» do mundo inteiro.
Explicação: perante a descida vertiginosa dos mercados de acções e obrigações, maiores do que as descidas da grande crise de 2007/2008 e das outras, de que o sistema guarda memória, qual será a reacção dos bancos centrais? Aposto, com toda a confiança, que estão agora (28-29 Fev. 2020) reunidos, sob a batuta do BIS (Bank of International Settlements) para decidir de uma coordenada política de impressão monetária, com vista a «salvar» a economia da catástrofe.
Evidentemente, não vão salvar nada, pois mesmo que os mercados por magia (falsa) subam vertiginosamente do mesmo modo que desceram, vão fazê-lo com dinheiro impresso e cedido pelos bancos centrais, «resgatando» assim a economia financeirizada em que temos vivido. 
Mas, muitos actores do mundo económico real vão receber os dólares, ou yens, ou euros, etc. suplementares, não com entusiasmo, mas com apreensão, pois todo e qualquer activo que detenham, vai sofrer diluição equivalente do valor. 

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O público em geral vai também ver a aceleração da inflação, inevitável numa situação de inundação dos mercados com divisas que não correspondem a nada, a nenhum valor/trabalho. Como noutras situações históricas conhecidas, desde a Alemanha da República de Weimar (1920-23), à Rússia de Ieltsin (finais dos anos 90), à Argentina (de 2000) ou ainda outros episódios de hiperinflação contemporâneos, como na Venezuela e Zimbabwe, o início parece ser uma inflação apenas um pouco mais intensa, depois haverá uma descida enorme dos salários reais e aí as pessoas começam a entrar em pânico, sendo depois questão de pouco tempo (meses) até o dinheiro deixar de ter qualquer valor.  
Escusado será dizer que as pessoas mais afectadas são as que ficam impossibilitadas de sobreviver neste contexto: em geral, os assalariados, os pensionistas, as pessoas de posses modestas, ficam na miséria. 
O sistema global não poderá continuar neste estado por muito tempo. Daí que as «elites» já tenham preparado um «reset» ou seja, uma forma de mudar o que tem de ser mudado para que tudo (o que é essencial) fique na mesma
É muito provável o lançamento dum sistema monetário baseado em cripto-moedas, mas com emissão estatal ou por bancos centrais. Esta «solução» não será uma verdadeira solução, porque o conteúdo do valor das criptomoedas ou moedas digitais será sempre sujeito a manobra dos governos e bancos centrais, tal como têm sido - até agora - as moedas em papel, as «divisas fiat», que apenas existem porque os Estados obrigam os cidadãos a fazerem todos os seus pagamentos nestas e só nestas divisas, para que as transacções sejam consideradas válidas, para todos os efeitos legais.

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Ora, os Estados estão sempre a desvalorizar suas moedas para conseguirem fazer mais despesas, que não teriam hipótese de fazer, somente com dinheiro dos impostos. Mas fazem-nas, no entanto, devido ao seu endividamento, junto de entidades financeiras, como bancos, fundos especulativos, etc. (os compradores de dívidas estatais ditas «dívida soberana»). 
Uma grande parte do colapso a que começamos a assistir agora, deveu-se a essa arquitectura defeituosa do sistema monetário e do poder político, aproveitando e abusando dessa possibilidade  de endividamento, para se auto-perpetuar à custa do futuro dos seus próprios países e povos. 
Mas, como as populações respectivas não compreendem patavina do esquema de Ponzi que tem sido mantido mundialmente pelos governos e finança, eles têm continuado, ao longo de décadas, o seu comportamento criminoso, de forma continuada, descarada e impunemente.

Só haverá mudança real do sistema monetário se e quando o mesmo não permitir os golpes ou esquemas de Ponzi, que têm sido o apanágio destas castas financeira e governante. 
Quando o trabalhador tiver a garantia da conservação do valor do fruto do seu trabalho, qualquer que seja a unidade em que é pago, ao contrário de hoje, em que o poder de compra dos salários se deteriora mais ou menos rapidamente. 
Hoje em dia, o assalariado não consegue manter o seu poder de compra, simplesmente porque o dinheiro está «desenhado» para ir perdendo valor ao longo do tempo, mas isso ninguém (ou quase) lhe explica! 
Só uma transformação profunda, não violenta, que aborde as questões sem demagogia e no interesse da imensa maioria, poderá resolver as questões...