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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

A LENTA AGONIA DO EURO*


O vídeo acima analisa a economia da Zona Euro e deixa pouca esperança de ser evitada a crise final. 

 A fraqueza do Euro está patente quando a sua taxa de câmbio em relação ao Dólar vai diminuindo, ao ponto de se estar perto de atingir a paridade Dólar/Euro. Mas será que esta indicação é a mais relevante? 

- De facto, todas as moedas fiducitárias, em particular as do Ocidente, têm vindo a perder poder de compra a uma velocidade estonteante. A forma mais correta de avaliar a perda de valor, será em relação ao ouro. O metal amarelo é, de facto, o «metal monetário» que sempre foi reconhecido como portador de um valor estável, servindo como instrumento de troca,  dinheiro, desde há mais de 5000 anos.**

Se nos reportarmos ao valor das moedas fiat mais utilizadas nas trocas comerciais dos mercados internacionais do Ocidente (Dólar, Euro, Yen, Libra...), verificamos que o valor de todas elas, em relação à onça de ouro, tem diminuído exponencialmente nos últimos 5 anos, com uma aceleração da descida nos últimos seis meses. Em relação ao Dólar, para se comprar um quilograma de ouro, há 5 anos, eram necessários 50.000 Dólares US. Hoje, a mesma quantidade de ouro, apenas pode ser adquirida por 85.000 Dólares US.  Quanto ao Euro, no início de Dez. de 2019, custava 45.000 Euros um quilograma de ouro; agora, custa 81.000 Euros. 

Esta relação entre o ouro e as moedas fiat é importante, pois - na verdade - é como uma linha-base para se medir a inflação. Porque o valor de todas as outras mercadorias sobe no médio prazo, acima das percentagens de aumento do ouro. Por outras palavras se, no espaço temporal de 5 anos, o ouro aumentou (em moedas fiat) de 60% ou um pouco mais, podemos ter a certeza de que os items de consumo corrente, no mesmo intervalo de tempo, aumentaram acima dessa percentagem. Com efeito, o custo da alimentação, avaliada em termos de preços médios nos países do Euro, subiu mais de 100%, mais do dobro em apenas 5 anos. 

A população europeia, geralmente, ficou mais pobre, pois os seus rendimentos (em salários, pensões, ou outras fontes) foram crescendo nominalmente a um ritmo muito menor que os preços dos bens e serviços básicos. Só a oligarquia,  já muito rica, viu as suas fortunas aumentar realmente, ou seja, em termos de capacidade aquisitiva. 

O valor duma moeda, mesmo se medido da forma mais rigorosa possível, nunca está numa relação linear estricta com a política económica de uma nação e, neste caso, do conjunto de nações que adoptaram o Euro. Do mesmo modo, os juros dos bonds emitidos pelos vários países do Euro (dívida soberana) não reflectem, desde a crise do Euro em 2012, a avaliação dos mercados em relação à solidez das respectivas economias. Esta dissociação deveu-se à política «excecional» do BCE, que aliás se prolonga até agora, em comprar a dívida emitida pelos Estados mais fracos da Zona Euro, falseando assim o valor de mercado dos bonds emitidos. Os compradores de tais bonds tinham a garantia de que estes eram sustentados pelo BCE, sendo portanto avaliados como investimentos semelhantes em risco à  compra de bonds das melhores economias europeias, como a Alemanha e outros Estados do Norte da Europa: Mas, com a vantagem dos juros serem um pouco mais elevados,que destes últimos. 

Nestas condições, os Estados mais endividados, em vez de reduzir de modo significativo seu endividamento, continuaram a pedir emprestado, ano após ano, mais do que as quantias que liquidavam da sua dívida soberana, aumentando assim o seu endividamento. Todos os Estados do Sul da Euro Zona (incluindo a França e a Itália) estão hoje numa posição de dívida em percentagem do PIB, equivalente aos casos da Grécia, de Portugal e doutros, no ano de 2012.   

Mesmo na ausência de políticas erradas por parte dos Estados participantes do Euro, o Sistema Monetário Europeu acumula desequilíbrios de modo estrutural, ou seja, devido a um défice da capacidade produtiva e de exportação nos países do Sul, enquanto o oposto acontece em relação aos países do Norte. Não pode ser de outro modo, num sistema que funciona largamente como mercado interno, «A Eurolândia». Onde existir um défice, tem de haver, do outro lado, um superávit: Se a balança comercial de certos países do Euro é cronicamente deficitária (os chamados «PIGS»), isso significa que outros países  do Euro têm um superávit crónico: Este caso é o das economias mais vigorosas, a Alemanha, a Holanda e países Escandinavos.  Isto porque a grande maioria das trocas comerciais ocorre dentro do espaço Euro. 

O Euro não pode ser assimilado sequer à divisa dum Estado soberano, porque se assim fosse, esse Estado poderia subir ou baixar a taxa de câmbio em relação às divisas estrangeiras e aumentar ou diminuir os juros das obrigações soberanas. Tal não acontece no sistema do Euro. Assim, o crónico défice das contas externas só pode ser mantido com uma política de austeridade,  castigando sobretudo os produtores, os que produzem a riqueza. 

Ao longo de décadas, o défice das contas públicas e do comércio externo nos países mais endividados, implicou o défice de investimento em  infrestruturas, em educação e em inovação, tudo o que garante, no longo prazo, que um país progrida economicamente. Só lhes resta então vender «as jóias da coroa», ou seja, as empresas e recursos nacionais que dão lucro, ou que possuam capacidade de gerar lucro. 

Estamos em Portugal e noutros países europeus, neste estádio. A situação é análoga à dos países do «Terceiro Mundo», com dívidas excessivas aos bancos e entidades financeiras internacionais e que se foram agravando, ficando aqueles países cada vez mais atolados no ciclo da dependência.   

Por outro lado, os EUA, a potência tutelar da Europa através da OTAN, accentua o seu peso, forçando os países europeus a alinhar na guerra da Ucrânia por eles provocada metodicamente - e que estava perdida, à partida - contra a Rússia, o principal fornecedor de energia aos países europeus mais industrializados e o grande importador de géneros alimentares dos países meridionais. 

Este conflito foi a «receita perfeita» para o Império, pois os súbditos europeus ficavam cada vez mais dependentes, não apenas em termos militares, como em aspetos essenciais da economia, como o abastecimento energético. O aprofundamento da crise económica na U.E. foi devido, em grande parte, ao seu envolvimento na aventura belicista contra a Rússia. O corolário foi a fuga de indústrias europeias para o outro lado do Atlântico, nos EUA, para beneficiar das condições mais favoráveis, em termos de impostos, de custos da energia e outras vantagens competitivas. 

Claro que os investidores internacionais estão conscientes do ponto em que a economia europeia se encontra e do desfecho mais provável: Haverá aumento dos juros da dívida soberana dos Estados europeus, assinalando a falta de confiança na sua economia, com a concomitante espiral descendente: Inflação, perda de competitividade, desemprego, recessão e contração da economia...

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*Devido ao "colete de forças" da Comissão Europeia, o mais provável será o definhar da Zona Euro, acompanhada pela crise política dentro dos Estados dominantes. A saída de países individuais do Euro vai ser contrariada, de todas as maneiras possíveis, por Bruxelas.

** Da newsletter de Buillon Vault, veja no gráfico abaixo, que descreve a evolução do retorno sobre investimento para uma série de classes de ativos; o ouro supera qualquer outro ativo no intervalo de tempo representado (de 1999 - até hoje):

O ouro cresceu 820% em Dólares US...

 

...770% em Euros...

 

...e bem acima de 1 000% em Libras esterlinas.


Relacionado:

PLANO DRAGHI: SUPER ESTADO EUROPEU








terça-feira, 22 de outubro de 2024

PRIMEIRO DIA DA CIMEIRA DOS BRICS EM KAZAN (RÚSSIA)

 Tal como temos vindo a relatar, os BRICS foram fortalecendo as suas trocas comerciais recíprocas, evitando o dólar como intermediário, fazendo o ajuste final com ouro (visto que os câmbios entre duas divisas podem oscilar durante a negociação). Este processo é bastante simples e não implica uma entidade centralizada (a instauração do «BRICS Pay» irá potenciar as trocas país a país). 

Quanto ao processo de investimento, esse sim, beneficia de uma entidade centralizada, o Banco de Investimento dos BRICS. Tem sido um motor para o desenvolvimento de muitos países do Sul Global, que anteriormente só podiam recorrer (na prática) às instituições controladas pelos EUA, como o FMI e o Banco Mundial, que só emprestavam a troco de condições como os famosos «programas de ajustamento estrutural», os quais levavam ao empobrecimento ainda maior destes países. 
Este investimento financiado pelos BRICS, incide em infraestruturas, novos meios de comunicação e em economia digital. Permite que - em pouco tempo - os países africanos atinjam a autossuficiência e desenvolvimento autónomo, como nunca tiveram, desde a descolonização. A África sairá grande vencedora (económica), na segunda metade do século XXI. 

No que toca à adesão plena aos BRICS de cerca de 40 países-candidatos, colocam-se dificuldades, pois o alargamento tem de ser feito perante regras claras e não ambíguas; o que era possível ser feito a 5, com um «consenso oral», já não é procedimento adequado a 40 ou 50. 
A prudência em fazer uma série de acordos parciais e bilaterais, com os países-candidatos, é de simples bom-senso; também é vantajosa para os candidatos, pois assim estarão em condições de avaliar as vantagens e inconvenientes das suas economias se integrarem plenamente aos BRICS. 


Esta entrevista acima, em espanhol (pode ativar as legendas na mesma língua), pode exemplificar o ponto de vista, não apenas do entrevistado (De Castro), como de muitos empresários, espanhóis e europeus. 

Há que ver as coisas num modo não ideológico, não preconceituoso. E tem razão o entrevistado, pois o pragmatismo permitiria aumentar os intercâmbios comerciais entre a Europa e o resto do Mundo, aliviando assim a crise de recessão/depressão que a Europa tem estado a sofrer, desde há dois anos, por mais que politicamente tentem ocultar a  gravidade da sua situação. A existência desta oportunidade, da Europa se unir ao Sul Global, é posta em relevo pelo entrevistado.


quarta-feira, 13 de março de 2024

IMPRESSIONANTE! O HARAQUIRI* DA ALEMANHA

Tudo isto para agradar ao seu senhor feudal, os EUA. 

Veja:

Como é que os EUA destruíram a economia alemã


Talvez não fosse um haraquiri genuíno, pois este implicava a livre vontade do suicida.  
Foi então um «suicídio ordenado» aos governantes alemães, pelo seu suserano dos EUA.
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*No Japão medieval, o haraquiri, ou suicídio ritual, era praticado pelos samurai vassalos dum senhor da guerra, quando consideravam que estivesse em causa a mínima dúvida da sua total fidelidade ao senhor feudal. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

A «RELIGIÃO» DO NOSSO TEMPO

Conto sobre um culto nada cristão, nesta quadra natalícia 

Era uma vez... Um mundo que estava organizado de acordo com uma religião muito em voga nos círculos de economistas «mainstream». 

Nesta fé, o dinheiro era o suporte mágico para fazer funcionar a economia. Mágico, porque podia fabricar-se tanto quanto se quisesse, sem que houvesse consequências de maior. 

Apenas umas oscilações cíclicas, que davam oportunidade aos mais lestos traders, de ficarem  ricos (e  de muitos outros se arruinarem!). 

Houve um aumento muito moderado de preços, durante mais de uma década. Também, havia sempre superavit de bens de consumo, importados em larga proporção da China e de países do Terceiro Mundo.

A quantidade de trabalhadores nos países do Terceiro Mundo, era praticamente inesgotável. Havia que dar trabalho a toda essa gente (paga a um dólar por dia) e pôr no desemprego (pago pela segurança social) os operários do mundo rico, sempre a reivindicar mais, ameaçando com greves e aumentando os custos de produção. 

Penso que já todos ouviram falar desta fé, chamada neoliberalismo. O seu culto é hegemónico nos círculos de poder. 

O seu «credo», no que toca à política monetária, é designado por «MMT» (Modern Monetary Theory). Esta teoria postula que não importa a quantidade de dinheiro que é imprimida pelos bancos centrais e que o aumento do dinheiro em circulação estimula a economia.

Ora, para grande espanto dos «sábios» economistas neoliberais, o sistema todo está a desmoronar-se (*) diante dos nossos olhos. Uma enorme recessão está a abater-se, uma inflação fora do controlo dos bancos centrais e o pior ainda não se fez sentir. Isto ocorre, apesar do mundo ter sido sujeito à ortodoxia mais pura da religião neoliberal, durante décadas.

Mas, se queres saber realmente como se chegou a este ponto, graças à tal religião neoliberal e da MMT, consulta autores com espírito  crítico, que não sejam duma das numerosas seitas que professam o neoliberalismo. 

Alguns autores, têm escritos esclarecedores (não demagógicos) sobre o keysenianismo, a MMT e o neoliberalismo: Alasdair Mcleod    Charles-Hugh Smith     Egon Von Greyerz

Todos eles têm sido citados por mim neste blog, assim como outros. Não tenho nenhuma filiação em qualquer escola teórica de economia. Embora saiba que muitas pessoas olham primeiro o perfil político-ideológico duma pessoa, antes de ouvirem ou lerem suas palavras, eu não faço isso. Eu tenho aproveitado elementos de informação destes e de muitos outros autores, marxistas, keynesianos, escola austríaca, escola de Chicago, etc., sem ter a pretensão de saber mais do que eles. Porém, sem deixar de notar as suas fraquezas. 

Cada um deveria procurar ler, não apenas os autores correntes na sua «igreja», mas também outros, em especial, aqueles com os quais não esteja de acordo. Só assim, poderá desenvolver o espírito crítico e lucidez necessárias para construir uma visão própria.

                              Edifício da Bolsa de Nova Iorque



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(*) Teremos de sofrer ou 1) uma implosão global dos ativos financeiros e das economias; ou 2) uma capitulação perante a inflação através de mais uma dose de «QE» destruidora do valor das moedas-papel. Venha o diabo e escolha!

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

SAÍDA DA RÚSSIA: EMPRESAS OCIDENTAIS PERDERAM 240 BILIÕES DE $


 A saída precipitada de empresas ocidentais da Rússia - iniciada em Fevereiro e Março 2022, na sequência da invasão da Ucrânia - foi causadora de uma perda global de 240 biliões de dólares, a estas empresas. 

A Rússia ficou prejudicada economicamente, mas tem uma resiliência notável e já se estava a preparar desde 2014 para o endurecimento das sanções. Por outro lado, a saída dessas corporações ocidentais constitui oportunidade de aumento de negócio e de expansão para as empresas russas equivalentes.

O dano que estas empresas ocidentais causaram a si próprias, certamente agravou a recessão/depressão, que já tinha começado no Ocidente antes de 2022.   

PS1: A Bulgária não vai ativar sanções contra a Rússia. No vídeo AQUI, mostra-se o grau de dependência da Europa em relação a várias formas de energia, fornecidas pela Rússia. 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

A INFLAÇÃO VAI DEVORAR A CLASSE MÉDIA





A classe média europeia, da Europa ocidental sobretudo, habituou-se a viver num certo desafogo, a gastar uma fração dos seus rendimentos em consumo não essencial, ou sumptuário, etc. Ora, no contexto atual e com perspetiva de se perpetuar por longos anos, entra-se numa fase de contração, de recessão e estagnação, mas com inflação elevada, embora, talvez nunca se chegue a deslizar para o patamar da hiperinflação. Mas como se chegou a este ponto?

Antes de mais, há uma coincidência bastante rara de escassez na oferta e dum excesso de liquidez. Ou seja, a crise despoletada em Setembro de 2019 (portanto erroneamente atribuída ao «COVID») e os episódios subsequentes, em 2020/2o21 incluindo os lockdowns ou confinamentos, induziram em todo o Mundo, mas sobretudo nos países produtores e exportadores, como a China, uma escassez, quer dos bens acabados, quer de componentes (como os microchips): Isto foi-se repercutir nas cadeias de abastecimento de todo o Ocidente.

Quanto ao excesso de liquidez, ele resulta da política de impressão monetária, cujos protagonistas são governos e bancos centrais ocidentais. Seria fastidioso retraçar para os leitores os episódios chamados de QE (Quantitive Easing), designação eufemística para aquilo que é, de facto, impressão monetária. Limito-me a dizer - aqui - que a diluição do valor das unidades monetárias foi o causador principal do despoletar da inflação. Foi esta tal política deliberada de criação monetária pelos bancos centrais ocidentais, a que tem sido seguida desde a crise de 2008.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia e as sanções (guerra económica) impostas à Rússia pelo Ocidente, tiveram um efeito muito menos grave na economia russa, do que os poderes ocidentais esperavam. Mas, tiveram um efeito «boomerang» gravíssimo, sobretudo na economia dos países da U.E. Estes, que já estavam a recuperar dos dois anos de lockdown e de restrições de toda a ordem, com pretexto do COVID, viram-se (devido às decisões intempestivas dos seus governos) numa situação catastrófica. Desde a restrição severa de energia, de adubos, ao trigo de importação, a Europa ocidental está mergulhada num ciclo de escassez, numa espiral de subida de preços, de quebra de cadeias de abastecimento que afetam, não só consumos correntes da população, mas a própria capacidade produtiva das empresas. As roturas nas cadeias de abastecimento são apenas um aspeto da questão, pois existe em simultâneo, um brutal aumento de preços de matérias-primas industriais e agrícolas. Está-se, portanto, num ponto de extrema vulnerabilidade, em variadas vertentes da economia da Europa ocidental. Infelizmente, a perspetiva de que a guerra se venha a resolver e que se volte ao «normal», é completamente irrealista, no curto prazo. Vamos ter um cenário de prolongada guerra económica.

Ao CONTRÁRIO da Rússia e da China, que tomaram diversas medidas de precaução ANTES do rebentamento desta crise, a Europa da NATO comportou-se, durante este tempo todo, como se tivesse «o mundo a seus pés», como se fosse o centro de um vasto império colonial, abastecido em toda a espécie de produtos de que precisasse.

Nada foi feito, apesar de ter sido ela a tomar a iniciativa da onda de sanções que já estavam planeadas, mesmo antes da invasão da Ucrânia, a um dos seus parceiros comerciais mais importantes, a Rússia, tanto do ponto de vista da energia (carvão, petróleo, e gás natural), como dos cereais (1/4 das exportações de cereais mundiais são russas) e das matérias-primas estratégicas, de que a Rússia é grande exportadora mundial.

Coloco duas hipóteses para explicação desta política, aparentemente suicidária:

- ou os governantes são completamente estúpidos e incompetentes,

- ou então, este processo é intencional. Neste caso, teríamos uma tentativa de causar o caos, para poder melhor impor a Nova Ordem Mundial, com menor resistência social, face a um cenário de catástrofe.

Seria o VELHO PROCESSO DE «PROBLEMA-CHOQUE-SOLUÇÃO»: O problema, neste caso, é como levar cabo o «Great Reset». Haverá uma solução «necessária», a que convém às «elites». E, graças ao efeito de choque, ao colapso das economias e do caos decorrente, os potenciais opositores não estarão em condições de fazer uma resistência eficaz. Note-se que, neste cenário, é conveniente para as elites que o público acredite tratar-se da conjunção de fatores infelizes, completamente imprevisíveis e alheios à vontade dos dirigentes.
No contexto da dívida astronómica, que ocorre dum e outro lado do Atlântico (nos EUA e na UE) há duas soluções teóricas possíveis:
- Ou os governos põem um freio às despesas orçamentais crescentes e um freio à impressão monetária. Isso significa austeridade e colapso da bolsa. Esta hipótese, sendo impopular, é quase certo que os governos irão evitá-la.
A outra possibilidade, é ir imprimindo mais e mais divisas, aparentemente saldando as contas do Estado, mas socavando o valor das divisas, pelo que a inflação é despoletada e acelerada, até as divisas ficarem como papel sem valor, como no Zimbabué ou na Venezuela. Infelizmente, é quase certo que os governos vão optar por isso. Esta opção implica um empobrecimento geral. A economia entrará em colapso. 

quinta-feira, 8 de abril de 2021

REALMENTE, A GRANDE MUDANÇA (GREAT RESET) JÁ ESTÁ EM CURSO

 Esta grande mudança era tida como inevitável pelas altas esferas financeiras que controlam o mundo, hoje. 

Note-se que o sistema financeiro foi levado a um extremo. O da financiarização, que colocava «de pernas para o ar» toda a economia, ou seja, punha a parte produtiva (produção de bens e de serviços), como subordinada da finança. Nos séculos anteriores, incluindo uma boa parte do século XX, a finança detinha uma fatia, mas não a maioria, ou parte que lhe desse o controlo das alavancas da economia. 

Podemos datar a viragem decisiva, o bascular de uma economia produtiva, para uma economia financeirizada, no Ocidente, à década de 1990, em que os EUA e seus aliados surgem como vencedores da Guerra Fria contra a URSS, ficando em situação de super-potência única no Planeta, ditando a todos, quer directamente, quer através de instituições internacionais que controlam, como os países e respectivos governos se devem comportar. 

O acto legislativo emblemático que acompanhou esta «húbris*» no campo geo-estratégico, foi durante a presidência de Bill Clinton, o repudiar da Lei americana Glass - Steagall , passada na altura da Grande Depressão, na presidência de Roosevelt. A finalidade da referida lei era evitar as catástrofes induzidas pela especulação financeira, separando bancos e instituições de crédito em duas categorias: Os bancos de investimento, cuja finalidade era captar capitais para investimento na economia; os bancos de depósitos cuja função era assegurar o depósito de poupanças, com investimento prudente em veículos de rentabilidade baixa ou moderada (obrigações do tesouro, por exemplo), mas que garantia uma rentabilidade um pouco acima da inflação. 

Os indivíduos eram estimulados a poupar, pois - no mínimo - o poder de compra das suas poupanças estava salvaguardado. Este sistema funcionou, durante as três ou quatro décadas do pós IIª Guerra Mundial. Noutros países além dos EUA, havia mecanismos legislativos assegurando a separação dos dois tipos de actividades financeiras. 

A partir do momento do desaparecimento destas separações legais, a banca comercial teve liberdade para utilizar, do modo que lhe apetecesse, com muito poucas e ineficazes restrições, o dinheiro dos seus clientes, dos depositantes. 

As crises sucederam-se então. Dá-se-lhes nomes, que não revelam a natureza dos problemas subjacentes: «crise mexicana», «crise russa», «crise asiática» (em 1997), crise das «dot-com» (em 2000), crise das «sub-prime» (crédito hipotecário, em 2008). 

A presente crise é chamada do «Covid», mas teve início em Setembro de 2019, cerca de 5 meses - pelo menos -antes de se ouvir falar do novo vírus. Em Setembro de 2019 deu-se a subida brusca e acentuada dos juros do crédito inter-bancário de curta duração. O desmoronar deste, obrigou o banco central americano (a FED) a acorrer com biliões, semanalmente, até ao final de 2019. Só assim conseguiu evitar o congelamento do crédito interbancário, coisa que ocorrera na crise de 2007/2008, e fora um dos sinais mais sérios de que o sistema estava a desmoronar-se. 

Mas, as coisas abaixo da superfície são ainda um pouco piores. Com a liberalização completa dos mercados financeiros, os bancos produziram derivados, instrumentos financeiros completamente novos e artificiais, que se negoceiam «ao balcão», ou seja não surgem nos balanços destas instituições. 

Muito haveria a dizer sobre esta deriva especulativa financeira, encorajada pelos governos e bancos centrais. Vale a pena investigar todas as ramificações destas construções artificiais, o mercado dos derivados, cujo valor global ultrapassa - em muito - o PIB mundial: Será de 5 vezes, de 10 vezes o PIB mundial? -Ninguém pode dizê-lo, ao certo, pois este mundo financeiro dos derivados é muito opaco (fora dos balanços oficiais dos bancos), sendo mantido assim intencionalmente.

Desde 2008, a economia dos países ocidentais tem estado de rastos; para nos apercebermos disso basta indicar que na década passada, que deveria ser de recuperação, segundo Jamie Dimon (CEO do maior banco dos EUA, o «JP Morgan»), o PIB dos EUA experimentou um crescimento cumulativo da ordem de 18%. Isto pode parecer muito, porém, após os outros períodos de recessão, durante as expansões que se seguiram, o crescimento cumulado era da ordem de 40% em dez anos. Portanto, nesta última década observou-se menos de metade da média do crescimento cumulativo em dez anos, nos EUA e nos países da Euro Zona (um pouco pior, neste caso): houve uma «recuperação anémica», depois da grande recessão de 2008. 

Apenas 11 anos depois (2008-  2019), surge uma nova crise, em todos os aspectos mais grave, mais profunda e com bancos centrais que não dispunham de margem para diminuir as taxas de juro de referência. Estas têm sido, historicamente, a única variável que os bancos centrais podem facilmente manipular para estimular a economia. 

Quando começaram a surgir obrigações soberanas com taxa negativa, entrámos em pleno reino de fantasia financeira e monetária. Nunca na História se vira o emprestador dar um juro (é este o significado de «juro negativo»), para que o devedor aceitasse contrair um empréstimo. Eis o grau de absurdo a que chegou a completa financeirização, no Ocidente, em apenas 30 anos! 

A constante monetização, ou seja, a compra de activos aos bancos comerciais e aos Estados, pelos bancos centrais, origina as bolhas especulativas a que temos assistido: 

- Podemos considerar como bolha, a quase gratuidade dos empréstimos, devido a uma artificial quebra dos juros, incluindo as taxas de juro muito baixas nas obrigações soberanas. Lembremos que, quanto mais baixa for uma taxa de juro, mais valor uma obrigação tem: ou seja, a entidade que emite este instrumento de dívida consegue colocá-la a um determinado juro. Quanto mais baixo for o juro, mais os compradores valorizam a obrigação, ao ponto de a aceitarem, recebendo um juro muito baixo. 

Para as pessoas não especializadas nos mercados, pode haver um certo fascínio e tentação, nas bolsas de acções: No mercado de acções, as grandes empresas aproveitam os juros quase a zero e fazem auto-compra das suas acções, fazendo subir assim, artificialmente, sua cotação. O dinheiro constantemente fornecido, gratuitamente, pelos bancos centrais, tinha de ir parar a algum lado. 

A inflação dos activos financeiros não será contida dentro destes, por muito mais tempo: mais cedo ou mais tarde, haverá um transbordar para a economia, com a inflação nos bens de consumo corrente a acentuar-se. Não se sabe se haverá, ou não, hiperinflação. Mas, o mais prudente é partir do princípio de que essa hiperinflação vai ocorrer, necessariamente. É como um tanque ou um reservatório de água, por muito grande que seja, se tiver um caudal de água a verter constantemente nele, acabará por transbordar...

 O mercado do imobiliário tem experimentado inflação, sobretudo, o segmento mais alto, dos apartamentos e condomínios de luxo, em todas as grandes cidades do Ocidente. Este fenómeno também é consequência, directa e inevitável, do enriquecimento dos já muito ricos. Há uma classe que tem ganho muito com estas políticas de «quantitative easing». E, ainda por cima, tem ganho com os confinamentos desde Março de 2020. A situação de ruína para os pequenos comércios e industrias, gera uma situação de monopólio de facto, para as grandes superfícies e para as grandes empresas «on-line». São os mais ricos, nas várias sociedades que são os maiores detentores privados de acções cotadas em bolsa. Sabem que o jogo tem um fim, e têm vendido nos picos de especulação bolsista, para se retirarem logo, sendo esse dinheiro imediatamente investido em imobiliário de luxo, obras de arte, objectos de colecção, barras de ouro, etc. Eles sabem que - no longo prazo - quando esta crise tiver passado, tais bens não financeiros terão, no mínimo, conservado o valor (em termos reais). 

Quanto ao valor do dinheiro que nós usamos, é completamente cilindrado. A operação já começou:

- primeiro, é destruído o seu valor real, a capacidade aquisitiva destas divisas: A operação em curso, com impressão monetária não-stop, pelos principais bancos centrais ocidentais.

- depois, é digitalizado - de modo total e legal: O dinheiro-papel deixa de estar em circulação. Os juros dos depósitos das contas (a prazo ou à ordem) serão muito negativos, os depositantes farão tudo para gastar esse dinheiro depositado, antes que ele perca mais valor.

- em paralelo com a digitalização a 100% das transacções, vai surgir uma unidade monetária digital, gerida pelos bancos centrais, usando a tecnologia «block-chain». O sistema será análogo ao Bitcoin, mas com a diferença de que este é totalmente descentralizado e as moedas digitais dos bancos centrais serão totalmente centralizadas (e controladas).

- a economia real, dos bens e serviços, vai ficar ainda mais centralizada do que já está: Vai ser praticamente impossível as pessoas comuns adquirirem um apartamento, ou um carro. A sua vida terá de organizar-se de um modo diferente de hoje. É isso, basicamente, o que significa o lema de Klaus Schawb, «Não possuirás nada e serás feliz»...

- a instauração do Rendimento Mínimo Universal ou Incondicional, que todas as pessoas irão receber apenas por existirem, terá como consequência imediata que o custo do trabalho irá descer para os patrões, a níveis inconcebíveis hoje em dia. Os patrões apenas terão de pagar «uns tostões», para obterem a «escravização voluntária» dos que queiram viver um pouco acima do nível de subsistência. Aliás, já se pode observar o agravamento da exploração, nos países «ricos» do Ocidente, como no Terceiro Mundo.

Em conclusão: Se as pessoas não abrem os olhos, se não reagem individual e colectivamente, serão escravas; os seus filhos e netos, também. Será muito difícil haver uma rebelião, será mais difícil lutar de quaisquer formas e métodos, porque as pessoas ficaram sem direitos na prática, sem meios de defesa. 

Se os projectos da oligarquia e do seu «Great Reset» continuarem a avançar como planificado, pode-se dizer adeus à liberdade, democracia, ou ao Estado de Direito ... Ou, então, o significado destas palavras será convertido em «novi-língua» orwelliana, como já fazem com o «passaporte de imunidade**», certificando que se tomou a vacina anti-Covid. Agora, chamam a isso «passaporte da liberdade»; a esse instrumento de escravização e controlo! 

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*Húbris: palavra de origem grega, que significa embriaguez do vencedor, que tudo se julga permitido.

** Leia o excelente artigo do Prof. Anthony Hall AQUI

sábado, 13 de junho de 2020

Há MUITO MAIS com a vacina do coronavírus do que nos dizem


Veja, grave e reenvie a todas as pessoas suas conhecidas, este vídeo é muito importante e ajuda a esclarecer muitas questões relacionadas com a pandemia... há muito mais com a vacina do coronavírus do que nos dizem...

domingo, 1 de março de 2020

JOGO FINAL (END GAME)

                'We’re headed for the worst financial crisis of our lifetimes' – Jim Rogers

Os mercados, não apenas financeiros, mas também (e sobretudo) físicos estão paralisados.
Porquê? - Em primeiro lugar, é preciso afastar o mito do coronavírus como «o» agente da desgraça económica e financeira que nos está a cair em cima neste momento.
Antes de mais, a crise foi incubada durante longos anos. Pode dizer-se que está directamente relacionada com a maneira como os bancos centrais «resolveram» a crise de 2008. 
Ao inflacionarem os seus livros de contas com os activos tóxicos recolhidos nos bancos comerciais, distribuindo largamente «dinheiro-papel» (triliões de dólares) sem contrapartida em maior produção e riqueza verdadeira, estavam a criar as condições para o que agora se passou. 
A situação foi posta a nu em 17 de Setembro de 2019, quando os bancos recusaram uns aos outros os habituais empréstimos de curto prazo, os quais têm como finalidade assegurar liquidez, ou seja, «cash», que pode faltar num dado momento da operação dum banco, mesmo o mais solvente e bem gerido. Simplesmente, quando não existe confiança nenhuma entre bancos, como já tínhamos visto em 2008, os juros desses empréstimos tornam-se elevadíssimos. 
Isso assinala o facto do banco A ter «cash», mas não ter confiança que o banco B, esteja a oferecer, como garantia do empréstimo, um activo que é realmente aquilo que pretende ser. Com efeito, bancos como o Deutsche Bank, estão envolvidos no casino dos derivados, meras apostas, a realização de um lucro por quem ganha, depende da existência de algo «sólido» do lado de quem perde. 
O receio de se repetir a situação de 2008, desencadeou a resposta de emergência do FED (Banco Central dos EUA), que passou a injectar somas elevadíssimas, quotidianamente, vendo-se forçado a actuar como substituto dos bancos comerciais. Ora, na estrutura geral do crédito, não pode haver uma falha concreta e persistente num sector do crédito, sem que isso não se repercuta noutro sector. As dívidas, nos seus diversos prazos ou «maturidades», estão conectadas entre si.
Por outro lado, a economia real estava já em estado de grande debilidade, como se poderá verificar pelos números fracos do comércio em vários países. 

O efeito da epidemia, do ponto de vista económico, foi o de precipitar a crise, sendo que esta se desencadeou pela paralisia da produção, sobretudo na China, transformada em «fábrica do mundo» algumas décadas atrás. 
O efeito de bola de neve nas cadeias de produção, visto que uma série de produtos acabados em fábricas dos EUA ou da Europa, necessitam de componentes intermédios que apenas são fabricados noutras paragens, é determinante do ponto de vista global. Também é muito grave a perda devida à ausência de receitas do turismo, à diminuição do comércio mundial, do tráfico aéreo... 
O mundo foi precipitado numa recessão brusca e profunda que pode significar uma perda da ordem de -15 % do valor do PIB mundial. 

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Segundo o que tenho apurado, muitos globalistas «estavam à espera» duma oportunidade deste género para imporem as suas soluções. Ninguém, com um mínimo de bom-senso nega que eles possuam uma estratégia, pois eles controlam as mais poderosas alavancas da economia, dos bancos centrais, aos grandes bancos sistémicos, às maiores empresas multinacionais e aos governos e entidades supra-nacionais (FMI, Banco Mundial, OMC, ONU...)
Afigura-se-me provável que esta estratégia se desenrole em três fases:

1º  Irão inflacionar («inflate or die»...) até que o sistema comece a sofrer de hiperinflação, resultante da enorme massa monetária que irão colocar em circulação, de maneira coordenada. 
Os preços dos produtos vão sofrer uma aceleração pois, tanto os comerciantes como o público, vão ter de ajustar-se à nova realidade. Até agora, a inflação foi largamente confinada aos produtos financeiros (acções, obrigações, derivados, etc.) . Agora, será uma avalanche de dinheiro, com um PIB que não se mantém constante, que se está a retrair, em virtude da paralisia da produção. 
O resultado, será uma inflação acrescida, sem uma impulsão da produção propriamente dita (ao contrário do que os neo-keynesianos levianamente postulam). Tal subida da inflação vai conduzir - como em «n» casos anteriores - a uma hiperinflação. 

2º Irão provocar o famoso «reset», ou seja, vão aproveitar a má saúde do sistema monetário (mal) gerido por eles próprios, para impor a digitalização total e obrigatória do dinheiro. 
Não haverá moedas e notas, apenas impulsos electrónicos e fotónicos, nos smartphones, computadores, terminais e máquinas diversas. 
Esta digitalização tem a grande vantagem deles poderem vigiar todas as transacções de uma pessoa, se quiserem, em tempo real, sem que essa pessoa saiba (perda total da confidencialidade da vida privada). 
Graças ao «tracking» incessante, não apenas irão saber qual o vosso padrão de consumo e não apenas irão usar essas informações para vos vender as coisas que mais gostais ou fantasiais (como já fazem actualmente), vão também ter uma «radiografia» de toda a vossa vida pessoal. 
Mais grave ainda, poderão desconectar uma pessoa, sem dificuldade, caso ela tenha um comportamento considerado 'anti-social': está em vigor na China um sistema de classificação/notação social, onde pessoas com má notação estão impedidas de comprar bilhetes de avião, ou de frequentar cursos superiores, etc. 
Finalmente, graças à digitalização a 100%, vai ser possível aplicarem-lhe juros negativos. Os juros negativos são como impostos: -2%, -5%, -8%, etc. Estes irão incidir sobre  os depósitos bancários, sem que as pessoas possam defender-se disso: já não será possível retirar dinheiro do multibanco e colocá-lo «debaixo do colchão», sob forma de dinheiro-papel.

3º Como o dinheiro electrónico, digital ou cripto-moeda, estará sujeito às mesmas vicissitudes que a forma «antiquada» de dinheiro-papel, vai reforçar-se a espoliação dos não-poderosos. Primeiro, porque a oligarquia nunca está satisfeita com aquilo que tem, quer sempre mais: mais controlo, mais poder, mais dinheiro, para aumentar o seu poder. 
Mas, por outro lado, controlar as pessoas é difícil, pois elas não são estúpidas: percebem e não gostam de ser constantemente «ordenhadas». Haverá sempre quem invente maneiras para se subtrair aos novos «senhores feudais», haverá sempre resistência dos escravos-assalariados. Nessa altura, haverá um renovar da luta de classes, ultimamente suprimida ou desviada, por meios diversos, que não irei aqui aprofundar. 
O resultado desta renovada luta pode ser, ou a emancipação da tutela dos oligarcas e dos seus capatazes, ou uma maior opressão. Mas as coisas não vão ficar como dantes.

Estas três fases poderão durar tempos muito diversos e estar parcialmente sobrepostas. 
Em todo o caso, este cenário pareceu-me reflectir a dinâmica observada, ao nível mundial.

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PS1: Actualização
Veja este episódio de «Money GPS» para obter informação detalhada sobre os assuntos acima abordados:
https://www.youtube.com/watch?v=yijWp8M14IA

PS2: Actualização
El Erian considera que «a dinâmica presente alimenta-se a si própria, propulsionada pelo «vírus do medo» e por outros comportamentos que geram paralisia e insegurança» 
(... a dynamic that builds on itself in the short term, fueled by a “fear virus” and other behavioral traits that engender paralysis and insecurity.) 

PS3: Actualização
Como eu previra, a taxa de juro do FED foi cortada de 50 pontos-base, um valor mínimo, mas é só o princípio.

PS4: Actualização
A sociedade sem cash (dinheiro papel) está aí. Depois da China desinfectar as notas de banco com ultravioleta, vêm - do lado da OMS - sugerir que a eliminação do papel-moeda seria uma boa medida, por razões sanitárias, claro ... 

sexta-feira, 12 de julho de 2019

A VERDADE CHOCANTE SOBRE A ECONOMIA - ROBERT KIYOSAKI


Kiyosaki explica por que razão surge um fenómeno como os «coletes amarelos». Mas a maioria das pessoas, em geral, não percebeu ainda o que está a acontecer e aquilo que acontecerá quando a próxima crise se abater e ficarem com as suas vidas despedaçadas: sem pensões de reforma, sem emprego, sem salários, sem rendimentos, sem capacidade de se defenderem. 
A diferença entre «trabalhar para fazer dinheiro» e o dinheiro «trabalhar para si», é a que faz com que a poupança das classes médias vá enriquecer Wall Street. 
Claro que Wall Street e a classe possidente não querem que se perceba como funciona a economia!
Ninguém nos ensina como os ricos não pagam impostos, ou como o dinheiro é desenhado intencionalmente para se ir desvalorizando, perdendo o seu poder aquisitivo, etc, etc.
Kiyosaki é excepcional porque nos explica claramente aquilo que os «doutorados» em economia se especializaram em nos esconder...