Peace and quiet and open air
Wait for us somewhere
Embora estas narrativas sejam completamente diferentes na aparência, se pegarmos em descrições oriundas de povos não industrializados, na África ou América do Sul e Central, por exemplo, verificamos que todas essas descrições se enquadram num conjunto que - explicitamente - se coloca como explicação do que atualmente existe, da existência do homem e da mulher, dos animais, do Sol, da Lua, etc.
Os mitos de origem na Grécia antiga não são exceção, no fundo. Eles se conformam com uma visão do caos (primordial), a partir do qual nascem os primeiros deuses, claramente personificações de forças naturais, visto que «comandam» essas forças.
A mitologia greco-romana distingue claramente o tempo das origens do tempo presente. Não existe uma continuidade, mas antes uma série de etapas descontínuas, pelas quais passaram o Universo e o Mundo. Nestas fases, embora o presente seja necessariamente herdeiro delas, não está sujeito às mesmas forças ou a manifestações esbatidas, somente, como que a testemunhar do tal passado remoto. Por exemplo, sendo os titãs responsáveis pela forma como foi moldado Mundo, a geologia, as montanhas, os mares, etc., o seu trabalho está basicamente completado e o que se observa - agora - é o resultado dele.
Note-se que as cosmogonias orientais, como a Hindu, a Budista, a Taoista, etc. são completamente diferentes, visto que partem doutro princípio organizador. Nelas, o tempo não é linear, mas circular. A existência de ciclos, leva a que seja possível observar «n» vezes os mesmos processos naturais, os mesmos fenómenos. Terá sido isso que levou povos e filósofos dessas culturas a postular que o tempo é cíclico. Segundo algumas correntes orientais, o tempo seria ilusão, ou mera aparência; o tempo existiria só na nossa mente.
Legenda da Figura 1: Representação de Omphalos, a origem do mundo, num templo grego
A mitologia grega - da qual se vão inspirar as tradições europeias - postula uma origem absoluta do Universo, a partir do «ovo primordial». A rutura do equilíbrio teria desencadeado o caos, que se foi transformando em ordem, em resultado do trabalho dos titãs, deuses primordiais e progenitores dos deuses do Olimpo.
O tempo é unidirecional e aberto, na mitologia grega, a qual foi inspiração de todas as narrativas do Ocidente, em relação à origem do Mundo.
Por contraste, o tempo é cíclico em bom número de cosmogonias asiáticas; tal distinção leva a que sua cosmovisão seja totalmente diferente da ocidental.
Meu querido amigo e cidadão de corpo inteiro, Maximiano Gonçalves, concedeu-me a honra de transcrever estas suas palavras, neste blog. Graças ao seu talento, os oportunistas e nojentos saracoteios da classe política portuguesa vassala do Império, são devidamente postos a nu.
Obrigado Max!
Manuel Banet
A visita do Ministro Português, e Primeiro, à Ucrânia é um momento da recente política portuguesa - embora, lamentavelmente, pouco salientado pelos meios internacionais de comunicação (mainstream ou não) - que a cronologia da notável intervenção portuguesa no Mundo vai registar.
Sobretudo quando se trata de dinheiros públicos, ou seja, aquele dinheiro que - cedo ou tarde - todos nós teremos de pagar, porque somos nós a fonte donde o Estado vai buscar o dinheiro.
Isto vem a propósito dos biliões que se vão enterrar (ou melhor, vão entrar... e sair) nesse poço sem fundo:
- Quando a guerra está perdida, quando os próprios ministros do governo Zelensky declaram que só com muitos biliões a podem aguentar porque o Estado ucraniano está falido. Vem, depressa, Úrsula ajudar!
A ajuda da União Europeia consistirá (para já) em 9 biliões frescos. Eles serão devorados até ao último cêntimo, num Estado falido. Estado esse que é o mais corrupto do mundo. O mais certo, é o dinheiro ir parar às contas do Kolomoisky e outros oligarcas e apoiantes do regime, além das contas off-shore do comediante Zelensky, feito presidente.
Porém, a palhaçada não acaba aqui, pois o congresso dos EUA já decidiu enviar 40 biliões, para «ajuda». Isto é o negócio do século, para muitos cleptocratas, e não apenas da Ucrânia, também dos próprios países «doadores». (Eu coloco «doadores» entre aspas, pois nós não fomos ouvidos nem chamados. )
Nós, «os servos», dum lado e doutro do Atlântico, apenas servimos para fornecer os tais biliões, com mais impostos, medidas de austeridade, etc. Não há distinções. Os chefes dizem que é preciso enviar tantos biliões para a Ucrânia; e que os súbditos não se atrevam a levantar a voz!
Isto faz-me lembrar um pouco de história recente de Portugal:
- Em tempos de crise profunda, Portugal tinha uma espécie de gestores, que se poderia caracterizar como «abutre dos negócios». Estes gestores, bem vestidos e engravatados, tomavam conta de empresas em falência. Mediante falsas garantias e esquemas de corrupção, conseguiam obter, junto de bancos, empréstimos para «salvar as empresas».
Estas, já estavam falidas, na prática, mas não tinha sido ainda decretada a sua falência. Porém, os trabalhadores não recebiam salário há meses e as mobílias, as matérias-primas, os equipamentos, eram secretamente vendidos ao desbarato.
Nem a empresa «a salvar», nem os trabalhadores, viam a cor do dinheiro de tais empréstimos. Os «gestores» tinham a arte de fazer desaparecer o dinheiro sem que se pudesse apontar o dedo, pois «eles tinham feito o seu melhor», para salvar a empresa.
Agora, a comédia macabra tem como cenário a Ucrânia. A sua população não terá outra escolha senão emigrar para terras dos seus «benfeitores», ou então, viver no «Zimbabwe europeu».
Não o merecem; são - para todos os efeitos - irmãos e irmãs de infortúnio. Nós devemos acolhê-los, mas - em simultâneo - devemos denunciar os abutres que se acoitam, a todos os níveis do poder e da casta política, nos países da NATO. Povoam ministérios, ONGs, administrações de empresas de toda a espécie, mas, em especial, as de «segurança» e de armamento. Para eles, isto é «uma party»!
O dinheiro vai desaparecer e ninguém se espantará que assim seja. O Estado, afinal, é como uma monstruosa empresa. E sabemos bem que o dinheiro despejado em empresas falidas, é dinheiro perdido. Isto aplica-se aos Estados, também! Embora, no caso dos Estados, esse dinheiro não esteja perdido para todos: Há sempre uns mais iguais que os outros. Há os que enchem os bolsos com uns milhões e vão gozá-los em estâncias de férias bem agradáveis. Quanto aos outros, que fossem espertos e aprendessem com os oligarcas.
Mas, o processo de entrada em falência do sistema Euro, já está bastante avançado; ultimamente sofreu uma aceleração. Vejam como o dólar está «forte» e o euro, como está «fraco». Pois, a divisa europeia vai estar ainda mais fraca. Vai ser um sorvedoiro, até ao rebentamento final do sistema monetário europeu. O sorvedoiro de dinheiro da guerra ucraniana, vai acabar por levar à falência total e irrecuperável e ao rebentamento - de um modo ou doutro - do sistema da União Europeia.
Os magnates dos EUA ficam a olhar todos contentes, pois a economia americana, por mais disfuncional que seja, vai aparecer aos olhos dos capitalistas, como o «último porto de abrigo» («safe haven») e os capitais do mundo vão afluir de novo aos USA ... Penso que este é o cálculo do lado do Tio Sam. Posso estar completamente enganado; até gostava de estar completamente enganado, mas o cenário para os povos da UE é realmente negro. Os dirigentes ocidentais traíram os seus eleitores, só que estes ainda não o sabem e quando o souberem, já será tarde demais.
Só desejo que os povos da Europa aprendam, duma vez por todas, com a dura lição que está a desabar em cima de suas cabeças.