No passado dia 2 de Agosto, enquanto Nancy Pelosi estava a fazer a sua visita provocatória a Taiwan, Daniel Ortega, o Presidente Sandinista da Nicarágua analisava num discurso porque razão os EUA levam a cabo uma política de agressão contra a China, a Rússia e todos os os Estados que não se alinhem na ordem mundial unipolar do Imperialismo Yankee. Vídeo produzido e falado por Benjamin Norton.
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domingo, 7 de agosto de 2022
sábado, 21 de maio de 2022
COLAPSO ANUNCIADO DA PRÓXIMA CIMEIRA DAS AMÉRICAS
Cimeira organizada pelo governo americano e prevista para o próximo mês, em Los Angeles.
Anúncio da preparação da Cimeira dos Povos pela Democracia (a realizar nos EUA), que se assume como contra-cimeira, para exigir a terminação da agressão dos EUA à América Latina.
O maior violador das leis e regulamentos internacionais, assim como da ética mais elementar, tem sido os EUA. Este diálogo, no vídeo abaixo, mostra o Império das mentiras em toda a sua perversa extensão.
O imperialismo americano, desde os finais do século XIX, até hoje, tem perpetrado os seus crimes contra a humanidade, as suas permanentes pressões, golpes, punições coletivas (sanções, embargos), mentindo descaradamente e projetando nos outros, aquilo que eles próprios - governantes dos USA - fazem.
As nações e governos, mesmo quando favoráveis ao capitalismo, não deixam de sentir a opressão e ameaça permanentes do Império. Muito poucos dirigentes têm coragem de dizer aquilo que pensam. Por isso, os responsáveis pela política bárbara do imperialismo americano não têm sido suficientemente desmascarados. Há ainda a ilusão, em muitas pessoas, de que o Império espalha a «democracia», a «prosperidade» e que, internamente, os EUA são um modelo invejável de governação.
As correntes progressistas nas Américas e na Europa, irão - por fim - despertar? Ou será que também se vão afundar com o Império americano, capturadas que foram pelo mesmo e mantidas apenas para dar a ilusão de pluralismo?
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
O CAMINHO PARA A PAZ PELO COMÉRCIO
No passado
remoto, as rotas comerciais eram abertas a golpes de espada ou tiros de
canhoneira.
Basta
pensarmos na maneira como Vasco da Gama e seus sucessores no Índico impuseram
um monopólio comercial português e expulsaram os comerciantes árabes, aí instalados
desde há vários séculos.
Ou ainda, como
o Reino Unido, no tempo da Rainha Vitória, impôs o comércio de ópio à China,
através de duas guerras cruéis, das quais resultaram tratados humilhantes para
os chineses.
Com efeito, a
«liberdade de comércio» que foi imposta pelos marinheiros e soldados dos
impérios ocidentais não tem grande coisa que ver com as teorias de livre comércio
dos liberais. Em vez de livre comércio trataram de impor o seu domínio imperial,
a todo o mundo não europeu. Muitas das desgraças de hoje têm as suas raízes
diretas nessa época, de expansão agressiva e bélica dos colonialismos.
Porém, por
outro lado, constata-se que a realização de tratados comerciais ou a aceitação
de regras comuns às trocas comerciais é um primeiro passo para a normalização
de relações diplomáticas ou que estas têm como corolário imediato, o
desenvolvimento das relações comerciais.
A abertura da
China, ainda no período de Mao nos anos 70, foi devida de facto, ao seu desejo de fazer
comércio e esse desejo foi correspondido por poderosos interesses privados
ocidentais.
A negação de
comércio, como sejam as guerras de tarifas ou ainda pior, as sanções, os embargos,
os bloqueios, são armas muito cruéis e absolutamente ineficazes, no mundo de
hoje. Tal tem sido a atitude dos EUA e seus vassalos «aliados» da OTAN e UE …
A guerra
comercial ou económica começou com a Rússia depois do golpe na Ucrânia, que depôs um
governo legítimo, mas que tinha optado por união económica com o espaço Russo e
não com a União Europeia. Essa guerra económica só trouxe dificuldades aos
comerciantes, agricultores e industriais dos países ocidentais.
No campo
russo, trouxe uma reação de defesa nacionalista, de se autonomizar do «Ocidente»;
sobretudo, de produzirem eles próprios, tendo – portanto - um efeito
estimulante na indústria e na agricultura.
Já no caso da Venezuela, o bloqueio e guerra económica por parte dos EUA, já duram há cerca de um decénio, mas a severidade foi aumentando neste último ano, ao ponto de um relator especial das Nações Unidas, considerar que as políticas de sanções dos EUA podiam configurar um crime contra a humanidade, nos termos da definição da ONU.
A guerra
económica dos EUA contra Cuba vem desde o triunfo da revolução que depôs o
ditador favorável aos EUA. Ela perdura desde há 60 ou mais anos e não trouxe mais
do que sofrimento e privações para a população da ilha, sem nenhum efeito de fragilização
do regime castrista. Claro que, para eles, este objectivo de subversão de um regime adverso é perfeitamente
válido e «moral»: para eles, imperialistas, não contam as populações que serão sempre
as primeiras vítimas de tais bloqueios.
A noção de que
estes países, que se designam a si próprios por «democracias ocidentais», não
são mais do que países governados por mafiosos, que querem impor, por meios de
chantagem e pela força, a sua lei a outras nações, pode parecer exagero às pessoas imbuídas de cultura «ocidental», porém nos países que agrupam três
quartos da população mundial, esta noção é absolutamente trivial.
A existência
de uma fina capa ideológica de «liberalismo», não resiste a dois segundos de
análise, quando nos debruçamos sobre políticas concretas. Se «liberalismo»,
significa sobretudo liberdade de comércio, representada pela tradição liberal de
Locke, Adam Smith, etc., então a China e Rússia de hoje, assim como vários dos
seus parceiros são porta-estandartes e verdadeiros obreiros desse liberalismo.
A liberdade de
comércio é vital para aquela enorme parte de humanidade (no mínimo, 6 mil
milhões), pois ela tem como meio de subsistência essencial a produção de bens
agrícolas, de matérias primas minerais, ou de bens manufacturados.
A evolução dos
países «ocidentais» [América do Norte, Europa ocidental, Austrália,
Nova Zelândia e Japão] no último quarto de século, foi no sentido da «terciarização»
da economia, da desindustrialização ou seja, do abandono da economia produtiva
para a economia especulativa.
Nestes países,
cuja riqueza assentou sobre séculos de pilhagem das colónias e escravidão, a
estratégia de «terceirização» foi saudada pelos mais míopes e corruptos, visto
que é realmente preciso fazer um esforço para acreditar que uma economia se
pode sustentar com «serviços» e onde o lema tem sido «consumir, consumir, nem
que seja a crédito».
As
transformações na estrutura produtiva na China, mas também na India, Paquistão
e outros, foram muito rápidas e conseguiram produzir a maior transformação de
que há memória, de populações secularmente carenciadas, com padrões de nível vida
muito baixos; uma saída da pobreza para grande parte da população. O enorme
crescimento da classe média, nestes países, tem permitido um crescimento
exponencial, pois os produtos manufacturados já não terão como escoadouro
exclusivo a exportação, mas também vai crescendo o mercado interno para estes
produtos, incluindo os de gama alta, o que permite não estarem tão dependentes
dos caprichos das ex-potências coloniais e imperialistas.
As «Novas Rotas da Seda» são realmente a concretização imparável deste extraordinário florescimento
económico, o qual terá repercussões benéficas também noutros países, que tinham
mantido um grau incipiente de desenvolvimento.
Para todos os intervenientes
nas redes comerciais, a questão central vai ser a estabilidade das condições de
trocas. Daí que haja um interesse material pela paz, o que é sempre muito mais
poderoso do que qualquer ideologia.
Mas, se
ideólogos no Ocidente quiserem defender o liberalismo na sua pureza, pois aí
terão oportunidade de se colocarem do lado dos que querem manter abertas as
rotas comerciais, querem estabelecer e manter trocas benéficas para todas
partes… deverão repudiar os militaristas, os loucos que querem o mundo inteiro
sob sua hegemonia e relações baseadas na força e no medo.
A evolução das
relações internacionais pode sofrer muitos episódios, nem todos beneficiando a
liberdade de comércio. Mas, no longo prazo, a humanidade que produz irá decidir
como e em que termos se farão as trocas, aplicando as boas práticas de
reciprocidade, de não ingerência, de relações mutuamente vantajosas, de
resolução pacífica dos diferendos…
… será um
renovo da civilização.
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