quarta-feira, 18 de maio de 2022

MITOLOGIAS (IV)TRANSFORMAÇÕES ZOOMÓRFICAS



Cópia de um quadro perdido de Michelangelo representando Leda e o cisne


Zeus era conhecido por se transformar em animal, touro, cisne ou outro, e desse modo seduzir as mulheres que desejava, fecundá-las e estas inevitavelmente produziam uma progénie, que iria refletir de algum modo a excecionalidade da sua proveniência: ou pela sua beleza, ou pelas suas capacidades físicas, morais, intelectuais, etc.    

Esta capacidade em se transformar num animal, não era exclusiva de Zeus; todos os deuses do Olimpo a praticavam. Os heróis, os descendentes de deuses e humanos, talvez não tivessem a maravilhosa propriedade, encerrados que estavam na sua condição humana, mesmo que manifestassem atributos incomuns, em termos comparativos com os meramente humanos.  

Todos conhecem a história lendária de Leda. Ela deixou-se seduzir por um cisne, que não era senão Zeus. Este, através do estranho estratagema pode enganar o marido legítimo de Leda. Desta união nasceram, a partir de ovos, Castor e Pollux (os dois gémeos masculinos que acabaram por ir para a abóbada celeste, daí o nome duma das constelações), Climenestra e Helena.

Climenestra e Helena, tanto uma como outra, estão ligadas ao ciclo da epopeia da Ilíada. Helena é muito mais conhecida, visto que foi, segundo a lenda, raptada ao seu marido o rei de Esparta, por Páris, desencadeando a guerra de Troia. Climenestra tem uma história igualmente trágica, associada ao mesmo ciclo da Ilíada.

Como se vê, os produtos das uniões adulterinas com Zeus produziam seres excecionais, mas trágicos também. 

Outra célebre história de zoomorfismo ou de amores com animais, é a de Neptuno, transformando-se em touro, seduzindo e fecundando Pasífae, esposa do rei Minos. Na verdade, Pasífae faz muito para seduzir o touro em que o deus Neptuno se tinha transformado. Pede a Dédalo, o célebre arquiteto do rei de Creta, para construir uma réplica de vaca dentro da qual se esconderia. Esta réplica, perfeita e natural, seduziria o touro. Mais tarde, invocou ser forçada a tal conduta pelo facto do rei Minos ter sido perjuro, não satisfazendo a promessa feita a Neptuno. O produto da cópula do deus dos mares, com a rainha de Creta, foi o Minotauro, com corpo de homem e cabeça de touro.  Um  produto tão evidente destes amores, tinha de ser escondido no Labirinto

Além do princípio de que os deuses se podem transformar no que quiserem, nota-se a  aceitação «natural» da lascívia, perversidade, ou até, da propensão para a bestialidade (ter relações sexuais com animais), mas - sobretudo - do lado feminino! Ainda por cima, são caraterísticas dadas a mulheres de alta condição, como rainhas ou princesas.

A excecionalidade dos costumes dos deuses fazia parte da mitologia clássica. Eram capazes de fazer coisas completamente vedadas aos homens, também relativamente à lei moral, como serem adúlteros ou incitarem ao adultério, tomarem, violentarem as suas presas, usar toda a espécie de manhas, etc... 

Mas, este erotismo violento, tirânico, possessivo não seria a mera projeção do que se considerava ser "varonil" nessa época? Não seria a narrativa dos deuses, a projeção do comportamento dos grandes, dos poderosos? Não estaria já a mulher a ser vista apenas como presa, ou como sedutora, papeis estes que se foram acentuando e prolongando, com modificações, até à era cristã: A mulher «santa» e submissa, aceitando o sacrifício ou a «meretriz» sedutora e diabólica...

                            

                               BAIXO-RELEVO: LEDA, O CISNE E CUPIDO (ÉPOCA ROMANA)

Pessoalmente, estou convencido que gregos e romanos não «acreditavam» nestes mitos, no sentido literal: Como acreditar que Leda tivesse realmente sido fecundada por um cisne? Ou que Pasífae tivesse gerado um monstro com cabeça de touro e corpo de homem, por ter copulado com Neptuno/touro ? Muitas outras histórias também desafiam o senso comum. 

Claro que os que narram os mitos descrevem-nos como tendo acontecido, como estando na origem de constelações, de dinastias ou de guerras, etc. Assim, a origem semidivina da casta governante era afirmada. Também, a «imoralidade» aparente das histórias dos deuses olímpicos, tinha a restrição de que os deuses estavam para além do poder, da compreensão e da própria moral dos homens. Era assim compreendido e integrado o ato sexual, enquanto desejo violento, irracional, impulsivo. Assim eram - também - as pulsões eróticas dos próprios deuses. 

Lucrécio, no seu célebre poema De Rerum Natura, cita os deuses, mas não dá muito crédito à sua existência. Limita-se a dizer que eles, lá no Olimpo, vão vivendo sua vida, com suas intrigas, sem se importarem com o mundo dos homens. 

Esta atitude era de quase ateísmo, o mais extrema possível, não ofendendo porém as leis de Roma. Se afirmasse claramente que os deuses não existiam, poderia ter sérios problemas  com as autoridades. Mas, note-se, todo o discurso filosófico-científico do longo poema se centra nas causas naturais e em como não devíamos estar preocupados com o além. 

Assim, no contexto de afirmar a prevalência absoluta das coisas naturais, fornece explicações inteiramente racionais sobre a hereditariedade  e a sexualidade. É notável que - embora conceda grande capacidade geratriz e transformadora à Natureza - não tenta «explicar» o que é da ordem do mito: As quimeras, as transformações miraculosas, etc. Nomeadamente, recordo-me duma passagem, onde argumentava que, se uma árvore dá maçãs, não se pode esperar que ela dê peras, nem que da semente da maçã surja outra árvore, que não seja uma macieira.

Este poema foi escrito na época latina, depois do declínio e conquista do mundo grego pelos romanos. Porém, Lucrécio recolhe toda a tradição de Epicuro (do qual restam poucos originais). Epicuro e Demócrito estão no âmago da cultura grega. Mesmo que estes filósofos e correntes filosóficas não tivessem sido dominantes no seu tempo, é evidente que suas teses foram bem conhecidas doutros filósofos contemporâneos. 

As histórias de transformações (sobretudo de deuses) em animais, muito comuns nos relatos da mitologia greco-romana, são formas poéticas. Tal como em relação às quimeras (grifos, esfinges, etc.), desempenhavam um papel nas narrativas míticas, mas tais histórias não eram percebidas - nem por antigos, nem por modernos - como relatos de casos verídicos, nem sequer, verosímeis. 

Eram símbolos e como tal, tinham um papel, mas esse papel não era o de explicação racional. Eram uma forma de acomodar o universo do inconsciente, as pulsões profundas da alma, individual e coletiva, a aceitação da irracionalidade do mundo, a metáfora das forças obscuras que nos atravessam o espírito e sobre as quais não temos um controlo verdadeiro. Enfim, faziam parte dos arquétipos e do  que Jung designa por «inconsciente coletivo». 

Estavam na raiz e no centro da mitologia greco-romana. Não se poderia estar «dentro» dessa civilização, sem dialogar com esses mitos fundadores, os quais se propagavam sob todas as formas.

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Nota: Em baixo seleciono alguns links. Nestes, pode o leitor obter informação complementar.

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1- Metamorfoses. Lúcio de Apuleio.
   

2- A titânide Métis, primeira esposa de Zeus e mãe da deusa Atena, era considerada capaz de mudar sua aparência para qualquer coisa que ela quisesse.



 
6- Sobre zoofilia 


7- De Rerum...

«Não se deve, porém, aceitar que os elementos se possam juntar de todas as maneiras. De outro modo, ver-se-ia por toda parte nascerem monstros, existirem espécies de homens semiferas, brotarem às vezes ramos de um corpo vivo, unirem-se membros de animais terrestres e marinhos e até apresentar a natureza, pelas terras de tudo produtoras, quimeras que exalassem chamas das tétricas goelas.
Ora, é manifesto que nada disto sucede, visto que todos os corpos criados a partir de germes determinados e de determinada mãe conservam, segundo vemos, ao crescer, os caracteres específicos». (20 LUCRÉCIO. Da natureza II, 700-710.)

8- Explorações do Mundo da Antiguidade. 
Este vídeo permite-nos ver a enorme mobilidade dos exploradores e portanto o entrecruzamento de culturas que existiu na Antiguidade

terça-feira, 17 de maio de 2022

DINHEIRO DIGITAL, INFLAÇÃO E OS MITOS ECONÓMICOS DO PRESENTE





Segundo Alasdair Mcleod, não existe nada mais difícil de explicar em economia, do que a subida dos preços. Vale a pena ler o seu artigo. Não irei repeti-lo ou resumi-lo, neste apontamento.

Apenas quero manifestar o meu estranhamento pela forma despreocupada como muitos cidadãos estão olhando para a presente vaga de inflação. 
Todos deveriam saber (mas não sabem) que a inflação é - em última análise - um fenómeno monetário. Ou seja, está correlacionada com a quantidade «excessiva» de moeda (papel/digital) em circulação dentro de um país e no mercado internacional. Essa massa monetária «anda à procura» de se investir em bens de consumo ou em ativos financeiros. A parte entesourada pode aumentar também (o dinheiro líquido, ou «cash») mas, este efeito não acontece em grande escala, no contexto atual. 
As pessoas são fortemente empurradas para investirem suas poupanças, quer em ações ou obrigações, quer em índices ETFs, como se estes ativos financeiros tivessem a propriedade «mágica» de superar crises e de serem capazes de conservar o seu valor, quando tudo estiver a ruir à sua volta. Não conseguem. 
O que acontece, é retornarem ao seu valor intrínseco, ou próximo dele: o valor do papel-moeda, nesta situação é zero, ou próximo de zero. Assim é com todos os ativos avaliados em termos de moedas «fiat».

 A única possibilidade de escapar ao efeito triturador da inflação sobre os ativos, é convertê-los em bens cuja existência seja independente dos acasos da finança especulativa: os terrenos, o imobiliário, os metais preciosos, os objetos de arte e coleção. 
Todos os outros estão sujeitos a que seu valor se reduza a zero. De que serve ser-se «trilionário» em dólares do Zimbabwé, se isto significa ter a capacidade aquisitiva para comprar três ovos de galinha?

A mudança em curso é desejada pelos bancos centrais. Não pensem que eles estão a fazer as coisas pelo melhor, mas que são «desastrados» ou «estúpidos» e sai-lhes tudo ao contrário! 
- Não, quem pensa assim é que está a ser estúpido! 
- Se analisarmos informação pública vinda do BIS (Banco Central dos Bancos Centrais), dos Bancos centrais principais (FED, BCE, Bank of England, PBC, etc.) e de governos, vemos claramente que estão numa corrida para DESTRUIR O VALOR DAS SUAS RESPECTIVAS DIVISAS. Isto parece absurdo, à primeira vista. Mas o contexto é tudo; é que se acumulou dívida, toda a espécie de dívida - pública, privada, corporativa, soberana, etc.
Estão desesperados por encontrar uma saída para esta dívida monstruosa, que já começa seriamente a afetar os seus negócios e portanto a sua taxa de acumulação. Encontraram a digitalização do dinheiro a 100 %, como fórmula mágica, que irá fazer «desaparecer» o problema. Na teoria, essa dívida nunca desaparece; mas na prática sim, porque quem não tiver capacidade para pressionar o sistema judicial e político, para reaver o que lhe devem, ficará espoliado, na prática. 

Por isso, fazem tudo para tornarem inadiável, impossível de evitar, a tal introdução das DIVISAS DIGITAIS EMITIDAS PELOS BANCOS CENTRAIS. Esta é a razão pela qual a oligarquia está freneticamente comprando terrenos, casas, bens diversos e ouro, muito ouro; porque ela sabe perfeitamente o risco de manter o grosso da sua fortuna em papéis sujeitos a especulação. 
Sabe perfeitamente que apenas se deve atribuir pequena fração dos ativos a investimentos muito arriscados. Nestes, também se inclui o bitcoin e todas as criptomoedas emitidas fora do controlo dos Estados. 
Isto porque, no momento que os governos e bancos centrais decidirem (de repente), esse instrumento deixará de possuir qualquer valor: basta que seja interdito ser transacionado por «moeda digital estatal», entretanto instaurada pelos Estados e Bancos Centrais. 
Neste momento, o detentor de criptomoedas «livres» pode usar essas, apenas e somente, como quando usa «notas de banco do Monopoly» só possuindo valor dentro desse jogo.

Neste momento,  já alguns compreenderam o jogo, fazem tudo para empurrar as pessoas da classe média empobrecida para o precipício das bolsas, dos índices, os hedge funds, das criptomoedas
Eles sabem que estão a arrastar as pessoas honestas e crédulas para algo muito mau, mas eles não fazem isso por maldade pura e gratuita. 
Fazem-no porque é a maneira deles próprios se «desencravarem», de vender tais ativos, que estão na «estratosfera» agora e ainda irão mais alto, isto é, até desaparecerem como fumo. 
Perguntem sempre a vocês próprios se alguém tem, ou não, interesse próprio («skin in the game» Nassim Taleb) ao fazer uma determinada projeção, ao sugerir esta ou aquela estratégia.



O meu interesse é simplesmente avisar os meus concidadãos. Sei que a crise será profunda, duradoura e destruidora. Talvez algumas pessoas amigas, conhecidas ou desconhecidas, me leiam e compreendam que eu não tenho motivação de lucro pessoal, para dizer o que estou a dizer. Tão pouco tenho motivação ideológica deste tipo. 
Apenas sei que quanto mais miséria, violência, destruição houver no mundo e - também - à minha roda, mais miserável vai ser a minha vida e a vida dos que eu amo.

Voltando ao artigo de A. Mcleod, penso que o título é irónico, pois a dificuldade de compreender a questão da inflação, é nula. A questão é que os interesses colocam todo um jogo de espelhos e de nevoeiro, para tornar incompreensível a questão da inflação ao «não-iniciado». Com efeito, é com a ignorância alheia que os trapaceiros conseguem manter seus «esquemas de Ponzi» a funcionar, é assim que continuam a enriquecer à custa da falência alheia.

VIKTOR ORBAN: Embargo aos combustíveis russos iria afetar drasticamente abastecimento energético da Hungria




 Veja excertos do discurso do Primeiro-Ministro húngaro, com legendas em inglês.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Declaração Global COVID Summit Representando 17.000 Médicos e Cientistas Médicos



Por Dr. Robert Malone

Uma declaração conjunta*, representando 17.000 médicos e cientistas médicos para acabar com a emergência nacional, restaurar a integridade científica e abordar crimes contra a humanidade


A hora é agora. Como a maioria dos leitores já sabe, não se trata apenas do COVID. A constituição está na balança. Por favor, ajude-nos a espalhar essas mensagens por toda parte. Os 17.000 médicos e cientistas médicos em nossa organização, que não estão em conflito financeiro e permanecem comprometidos com o Juramento de Hipócrates, estão fazendo a sua parte. Agora, pedimos que você nos ajude a ajudá-lo. Nós precisamos da sua ajuda.

Cimeira Global COVID, Declaração IV

Uma Declaração Conjunta, representando 17.000 Médicos e Cientistas Médicos 

Para restaurar a integridade científica

17.000 médicos e cientistas médicos declaram que o estado de emergência médica deve ser levantado , a integridade científica restaurada e os crimes contra a humanidade abordados.

Nós, os médicos e cientistas médicos do mundo , unidos por nossa lealdade ao Juramento de Hipócrates, reconhecemos que as desastrosas políticas de saúde pública COVID-19 impostas aos médicos e nossos pacientes são o culminar de uma aliança médica corrupta de farmacêuticos, seguros e instituições de saúde, juntamente com os fundos financeiros que os controlam. Eles se infiltraram em nosso sistema médico em todos os níveis e são protegidos e apoiados por uma aliança paralela de grandes empresas de tecnologia, mídia, acadêmicos e agências governamentais que lucraram com essa catástrofe orquestrada.

Essa aliança corrupta comprometeu a integridade de nossas sociedades médicas de maior prestígio às quais pertencemos, gerando uma ilusão de consenso científico ao substituir a verdade pela propaganda. Essa aliança continua a promover alegações não científicas censurando dados e intimidando e demitindo médicos e cientistas por simplesmente publicar resultados clínicos reais ou tratar seus pacientes com medicamentos comprovados que salvam vidas. Essas decisões catastróficas ocorreram às custas dos inocentes, que são forçados a sofrer danos à saúde e morte causados ​​pela retenção intencional de tratamentos críticos e urgentes, ou como resultado de injeções de terapia genética coagidas, que não são seguras nem eficazes.

A comunidade médica negou aos pacientes o direito humano fundamental de fornecer consentimento informado verdadeiro para as injeções experimentais de COVID-19 . Nossos pacientes também estão impedidos de obter as informações necessárias para entender os riscos e benefícios das vacinas e suas alternativas, devido à ampla censura e propaganda espalhada por governos, autoridades de saúde pública e mídia. Os pacientes continuam a ser submetidos a confinamentos forçados que prejudicam a sua saúde, carreira e educação dos filhos e prejudicam os laços sociais e familiares críticos para a sociedade civil. Isto não é uma coincidência. No livro intitulado “COVID-19: The Great Reset”, a liderança desta aliança afirmou claramente que sua intenção é alavancar o COVID-19 como uma “oportunidade” para redefinir toda a nossa sociedade, cultura, estruturas políticas e economia globais.

Nossos 17.000 médicos e cientistas médicos do Global COVID Summit representam uma comunidade médica global muito maior e esclarecida que se recusa a ser comprometida e está unida e disposta a arriscar a ira da aliança médica corrupta para defender a saúde de seus pacientes.

A missão do Global COVID Summit é acabar com essa crise orquestrada, que foi ilegitimamente imposta ao mundo, e declarar formalmente que as ações dessa aliança corrupta constituem nada menos que crimes contra a humanidade.

Devemos restaurar a confiança do povo na medicina , que começa com o diálogo livre e aberto entre médicos e cientistas médicos. Devemos restaurar os direitos médicos e a autonomia do paciente. Isso inclui o princípio fundamental da sagrada relação médico-paciente. A necessidade social para isso está atrasada há décadas e, portanto, nós, os médicos do mundo, somos obrigados a agir.

Após dois anos de pesquisa científica, milhões de pacientes tratados , centenas de ensaios clínicos realizados e dados científicos compartilhados, demonstramos e documentamos nosso sucesso na compreensão e no combate ao COVID-19. Ao considerar os riscos versus benefícios das principais decisões políticas, nosso Global COVID Summit de 17.000 médicos e cientistas médicos de todo o mundo chegaram a um consenso sobre os seguintes princípios fundamentais:

  1. Declaramos e os dados confirmam que as injeções de terapia genética experimental COVID-19 devem terminar.
  2. Declaramos que os médicos não devem ser impedidos de fornecer tratamento médico que salva vidas.
  3. Declaramos que o estado de emergência nacional, que facilita a corrupção e prolonga a pandemia, deve ser imediatamente encerrado.
  4. Declaramos que a privacidade médica nunca mais deve ser violada e todas as restrições sociais e de viagem devem cessar.
  5. Declaramos que as máscaras não são e nunca foram uma proteção eficaz contra um vírus respiratório transmitido pelo ar no ambiente comunitário.
  6. Declaramos que o financiamento e a pesquisa devem ser estabelecidos para danos, morte e sofrimento da vacinação.
  7. Declaramos que nenhuma oportunidade deve ser negada, incluindo educação, carreira, serviço militar ou tratamento médico, por falta de vontade de tomar uma injeção.
  8. Declaramos que as violações da Primeira Emenda e a censura médica por parte do governo, empresas de tecnologia e mídia devem cessar, e a Declaração de Direitos deve ser mantida.
  9. Declaramos que Pfizer, Moderna, BioNTech, Janssen, Astra Zeneca e seus facilitadores retiveram e omitiram intencionalmente informações de segurança e eficácia de pacientes e médicos, e devem ser imediatamente indiciados por fraude.
  10. Declaramos que o governo e as agências médicas devem ser responsabilizados.

*Retirado do site de Global Research. Versão em inglês, aqui: https://www.globalresearch.ca/global-covid-summit-declaration-iv/5780294

Nota aos leitores: Sinta-se à vontade para republicar e compartilhar amplamente os artigos da Global Research.

A imagem em destaque é da Children's Health Defense

FIM DA HEGEMONIA DO DÓLAR ?




Este programa de George Galloway é o que - ultimamente - posso encontrar de melhor e mais honesto em termos de pensamento plural, anti-capitalista, anti-imperialista. Os seus intervenientes são pessoas cultas e defensoras de uma alternativa socialista, no sentido lato do termo.

 Será o Dólar a chave para a hegemonia US? 
- Mas, na realidade, a questão traduz-se em avaliar com cuidado, sobre a natureza da hegemonia US. Com efeito, não se pensa na hegemonia do dólar nas operações financeiras apenas mas, sobretudo, na facilidade com que os EUA podem decretar sanções contra países e regimes que  não sejam do seu agrado. 

Esta discussão inclui o Dr. Francisco Rodriguez (perito em economia política, Middlesex Univ.), Shabbir Razvi (analista económico e político), Prof. Michael Hudson (através de link vídeo a partir de Missouri, USA), Clive Menzies (investigador em economia política) e Prof. Steve Keen (australiano, via ligação vídeo de Bangkok).

 

domingo, 15 de maio de 2022

MITOLOGIAS (III) QUIMERAS

Chamam-se quimeras, as figuras de animais fantásticos, parte de uma espécie e outra parte, de outra. O termo também se aplica quando uma das partes em causa é humana, sendo a outra animal. Será o caso, por exemplo, das quimeras célebres, as esfinges e as sereias.

Tanto umas como outras, têm uma parte do corpo, de origem humana (do sexo feminino) e outra parte de animal. Hoje irei apenas referir um caso das sereias, deixando pra outras alturas a reflexão sobre outras quimeras. Há tanto por onde escolher, que seria impossível fazer um artigo pequeno, como os desta série «Mitologias»; seria necessário fazer toda uma série deles. Com efeito, quase todos os relatos mitológicos envolvem, num ou noutro ponto, um animal que se pode chamar de «quimera»; em todo o caso, desempenham funções de relevo num número incalculável de mitos.




As Sereias

Mulher-Peixe seria a definição das sereias, porém, verifica-se que podiam tomar o aspeto de aves parecidas com mochos, a julgar por um vaso pintado de terracota, descrevendo a história de Ulisses, tentado pelas sereias.


O canto das sereias era a perdição dos marinheiros que, seduzidos, mergulhavam no mar revolto, para nunca mais voltarem.

Ulisses, porém, fez-se amarrar ao mastro do barco pela sua tripulação. Esta, por ordem do seu capitão, tinha tapado os ouvidos com tampões de cera, enquanto ele - Ulisses - tinha os ouvidos bem abertos, mas não podia libertar-se das amarras. Teve possibilidade de ouvir os sons maviosos que emitiam esses seres fantásticos, mas sem sucumbir ao mal de enlouquecer e de as seguir para o abismo.

A alucinação de Ulisses e de tantos marujos era efetivamente sonora: ninguém sobrevivia a esse sortilégio, pelo que ninguém podia exprimir ou explicar em que consistiam esses cânticos tão sedutores, que causavam a perdição de tripulações inteiras.

Estamos perante uma história que teve com certeza inúmeras versões orais, antes de Homero a registar na Odisseia, admitindo que Homero ele próprio não fosse um mito, admitindo ainda que tenha sido ele, não apenas a compor, como a dar a versão escrita, hoje conhecida, da Ilíada e da Odisseia.

Mas, esta história não tem a ver com quaisquer híbridos de mulheres e animais, ou até mesmo com os perigos que enfrentavam os marinheiros nos mares desconhecidos. Mesmo que a narrativa linear esteja exatamente descrevendo essa ocorrência. Estamos no reino da poesia, da metáfora, do conto moralizante, de tudo menos de uma descrição de qualquer fenómeno natural.

Eu não acredito que as histórias maravilhosas - ou mitos - que os homens contaram e transmitiram oralmente, desde tempos imemoriais, fossem vistas por eles como relatos de acontecimentos, de fenómenos naturais ocorridos, ou até como testemunhos fiéis das aventuras de heróis famosos.

Não; o mito não era algo da ordem do real. Não creio que o vissem como sendo algo extraordinário, mas ainda assim, na esfera dos possíveis. Antes, como a fantasia revelando uma verdade oculta, algo que era importante os homens tomarem consciência, ficando precavidos e capazes de reagir perante sua ocorrência.

No caso do cântico das sereias, é evidente que a metáfora é a do coro de elogios, de melodias maviosas, irresistíveis a muitos ouvidos, mesmo aos dos marinheiros empedernidos e dos heróis calejados da guerra de Troia.

Ou seja, o tema real é a tentação dos homens. De sucumbirem ao efeito sedutor das fanfarras, dos elogios, das glórias, que acompanham os vencedores. Seria o referido cântico uma metáfora da corte de bajuladores que acompanha os vencedores, que os leva à embriaguez da vitória ou «húbris», pela qual estão dispostos a cometer as maiores loucuras, como a de mergulhar num mar tempestuoso, para irem ao encontro das vozes canoras.

A "vox populi" (dos romanos), era essa voz que entoava os cânticos de sereias. Era essa a tentação que era preciso, a todo o custo, evitar. A voz coletiva que desencadeia a loucura para a qual são arrastados os heróis, de repente guindados ao cimo do poder.

Hoje em dia, não existe freio, nenhuma retenção por parte dos poderosos. Eles dominam através das «vozes de sereias» da comunicação social.
Notem que «media» significa mediador. Este mediador (coletivo) substitui-se ao que deveria ser a voz do povo.
A «vox populi» já não se exprime de modo nenhum; a substitui-la ouvem-se apenas os gritos, apelos «patrióticos» e outros slogans «encantatórios», que têm como destinatários, não os ouvidos dos poderosos - eles é que encomendam tais sinfonias - mas os nossos.
O vozeiro obsessivo, permanente da media, destina-se a que o povo permaneça iludido, ou pior, que se encaminhe para o precipício, inconsciente de que quem o embala com cânticos de sereias, são os donos da sua escravidão.
Já não é sem tempo, que as pessoas acordem do seu encantamento ou hipnose: Pois elas são como os marinheiros, mas sem os tampões de cera e sem um Ulisses para sabiamente as guiar.

HOMENAGEM A UM HOMEM, POETA DE CORPO INTEIRO

 


O livro de Poesia de Maximiano Gonçalves, intitulado «Ouvir a Palavra», motivou-me a escrever o texto seguinte. Não atribuo nenhuma responsabilidade ao Autor pelo que eu escrevi. Somente, desejo indicar que este livro é dos poucos (seja de poesia, ou de outro género) que me tem estimulado a pensar. Tentei verter por escrito todo um emaranhado de sentimentos e pensamentos, que me assomam lendo os versos inspirados do seu Autor.      



Como eu amo a música! Como eu amo a poesia! 

Poesia é música, disso não tenho dúvida. Estar à escuta da palavra é somente a primeira e maior virtude do poeta. Estar dentro da palavra significa estar para lá do que explicitamente ela nos transmite: a palavra segundo a «definição do dicionário» é uma coisa, mas a palavra enquanto Verbo é outra. Esta segue até ao infinito, até aos confins que o criador do discurso (poético ou outro) se abalança encontrar-lhe. Por tal motivo, «em busca da palavra perdida», se desfiam horas e dias inteiros. Mas essa vã procura, essa obsessão esquisita, também tem um lado prático. É que a palavra é como o barro; pode ser esculpida com maior ou menor esmero, arte e técnica. Um indivíduo pode esculpir a palavra, como um escultor pode moldar no barro uma obra, que - eventualmente - será transposta para o bronze. Mas, também, encontramos, quase em bruto, pequenas esculturas que são «arte popular», que nos transmitem a vibração genuína duma emoção; aquela que passa misteriosamente das mãos do seu criador, ao indivíduo que dá com tal obra-prima de «arte popular».

É assim que eu vejo a arte em geral, como representação do universo interno do criador, mas em diálogo com a realidade do mundo. Esta noção da realidade, que nos concita a atenção e, mais do que isso, a consciência do que vai pelo mundo, pode ser perdida temporariamente ou permanentemente, mesmo pelos mais talentosos espíritos científicos, artísticos, literários ou filosóficos. Porém, é para mim uma questão muito central da minha produção literária, tanto em poesia, como noutros textos (filosóficos, de análise política, social, etc.). A questão que me parece importante é de estar conectado com o real, com a vida tal como ela é, tal como se pode vislumbrar na aparência, ou apreendê-la nas profundidades. Confundir realismo com materialismo, é um erro crasso; pode-se ser muito realista e ter um fundo de espiritualidade, pode-se ser materialista e estar completamente fora do real!

De tudo podemos discorrer, mas somente ficam as palavras que se vêm inserir na nossa vivência profunda. Só consigo decorar poemas, não apenas que esteticamente me satisfazem como, sobretudo, que me dizem muito, que se adequam aos sentimentos, aos acontecimentos, às vivências da minha vida. 

O poema «É bom inventar rios…». É curto, tem a forma dum epigrama; é daqueles que eu gosto de decorar, de tal maneira exprime na forma sintética da poesia, um humanismo que não necessita de extensas explicações intelectuais, porque é genuíno.


É bom inventar rios

E barcos que os atravessam

Lentos e esguios…


E pontes que levem gente

E não apenas fios

Tecidos por desafios

De material que não sente.