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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ENQUANTO A VERDADE É NEGADA, O ESTADO PROFUNDO AVANÇA


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Enquanto a verdade é negada ao público americano e internacional em geral, o «Estado Profundo» da nação que se auto-classifica como «indispensável» continua a manobrar com total impunidade.

Em múltiplas ocasiões verifica-se que Trump foi ultrapassado pelo «Estado profundo», nomeadamente em relação à sua política de apaziguamento com a Rússia, sabotada múltiplas vezes, sendo a última o incidente marítimo no estreito de Kerch, com navios de guerra ucranianos entrando em águas territoriais russas, uma manobra destinada a provocar um aumento de tensão ao nível não apenas local, mas a bloquear qualquer movimento de países europeus e  de  Trump no sentido de aliviar a política de sanções
Estas sanções, como sabemos, têm sido talvez piores para os países europeus e aliados dos EUA, do que para a Rússia propriamente. Esta política tem propiciado que Putin leve a cabo a modernização do arsenal estratégico russo, o aumento da operacionalidade das forças armadas, o reforço da aliança com a China em todos os domínios, incluindo o militar, a aceleração da «desdolarização» da economia russa. 

O incidente com a prisão no Canadá, por pedido expresso dos americanos, sobre a cidadã chinesa, Meng Wanzhou, directora executiva da Huawei, filha do principal accionista da mesma, tem contornos demasiado escabrosos. 
O pretexto de que a Huawei tem relações comerciais com o  Irão, seria risível, se não fosse uma negação patente da lei e direito internacionais. Com efeito, a referida directora da Huawei não cometeu nenhum crime, nem face às leis americana ou canadiana nem face à lei internacional, para ser colocada nesta posição. É, portanto, o equivalente ao nível de Estados de uma tomada de refém por bandidos. Reflecte este acto exactamente aquilo em que se tornaram os EUA, desde que os neocons fazem a lei, ou seja, desde as presidências de Bill Clinton, G. W. Bush, Obama e agora de Trump.

Em termos de lei internacional, os EUA deve ser considerado um «Estado pária», um «rogue State», pois as convenções e regras internacionais, quer as que regem relações ao nível dos Estados, quer de empresas tanto entre elas, como com Estados (direito internacional privado), estão a ser postas em causa flagrantemente pelos EUA, os quais só as invocam quando isso lhes convém para a sua retórica. 
Para cúmulo, também as convenções internacionais que protegem os cidadãos do arbítrio dos Estados, são espezinhadas, agora. 
Com esta política, os Estados-vassalos, particularmente na Europa, terão as maiores dificuldades de se alinharem e mesmo serão forçados a entrar em contradição com a política dos EUA. Já o fizeram em relação à retirada unilateral dos EUA do acordo com o Irão.  

Face a tanta falta de senso político e mesmo de senso comum, há que tentar compreender a razão e lógica subjacentes a isto tudo. Parece-me que o Estado profundo tem forçado Trump a aceitar políticas contrárias às suas crenças e à vontade que exprimiu na campanha eleitoral, que foram uma das razões porque foi eleito, sendo a outra, o facto de uma vasta camada de eleitores estar farta de ser humilhada por uma «elite» bem pensante (liberal de esquerda), que apoiava Clinton. 

Podemos criticar severamente as incoerências das posições e dos actos praticados por Trump, sem dúvida. Sem dúvida, ele tem responsabilidades. 
Mas, parece-me que ele está sujeito a chantagem. Parece-me que muito do que se passa por detrás da cena tem a ver com isso. Parece-me que o «Estado profundo» dispõe de meios eficazes de exercer chantagem. Usou essa chantagem com a pretensa cumplicidade russa na sua campanha e eleição de 2016, quando, na verdade, foram Obama e Hillary que deram aos russos a concessão (perigosa, em termos de defesa dos EUA), o acordo dito do urânio, segundo o qual os russos efectuariam a refinação do combustível nuclear, destinado às centrais nucleares americanas. 
Sabemos que o Estado profundo americano tem no seu passado o assassinato de um presidente (JF Kennedy) e de muitos outros destacados cidadãos (Martin Luther King, Malcolm X, etc, etc), para não falar do golpe de Estado, encoberto de ataque terrorista, do 11 de Setembro de 2001
Este Estado profundo não é «reformável» e nem creio que seja possível aplacá-lo. 
Trump tem sido obrigado a ceder em aspectos vitais da política americana. A própria composição do governo tem sofrido alterações no sentido de colocar homens e mulheres de confiança dos neocons, como John Bolton, enquanto garantes de que as políticas de Trump não tomem caminhos demasiado contrários aos desígnios estratégicos deles. 

Sem dúvida, os EUA são efectivamente um país de «partido único» como diz Chomsky, com duas alas, os Democratas e os Republicanos... Eu acrescentaria que por detrás da cena quem tem realmente a chave do poder nos EUA são os neocons, sendo estes voluntariamente, agentes do complexo militar industrial e securitário, agentes dos lobbies do armamento, da agro-indústria, da indústria farmacêutica e, sobretudo, da grande banca, de «Wall Street», os interesses financeiros, que possuem directa ou indirectamente uma enorme fatia dos EUA.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O PÚBLICO ESTÁ A SER MACIÇAMENTE CONDICIONADO PARA UMA GUERRA


A loucura do império anglo-americano é mais aparente do que real: segundo George Galloway ela obedece a uma lógica. Esta loucura será do tipo «frio», ou seja, dos sociopatas que os chefes têm demonstrado ser.

Entretanto, a criminalização da Rússia prossegue, tendo o coro da imprensa «mainstream», como prostituta de serviço, feito tudo para que o público esteja completamente informado sobre quão «mau» é Putin e o seu regime!

Mas nenhuma encenação é perfeita e a cadeia de televisão russa RT conseguiu desmascarar um pseudo ataque, que tinha sido preparado pelos «White helmets» (supostamente humanitários, na realidade, membros do ramo da Al Quaida síria). Preparavam-se para fabricar outro falso ataque químico, em coordenação com John Bolton, o neocon que fanfarronou que «um novo ataque da Síria com armas químicas iria receber outra resposta».

Pergunta-se, face à completa montagem, absurda e inverosímil, do envenenamento dos Skripal e da atribuição do mesmo a agentes russos, o que não poderão os anglo-americanos tramar numa situação realmente impossível de avaliar, pelo menos no curto prazo, como o cenário da guerra na Síria
O verdadeiro motivo da reviravolta da administração Trump em relação à Síria tem a ver com a chantagem exercida pelos lobbies dos sionistas e do armamento em Washington.
Em troca de não concretizarem a ameaça de impeachment (um bluff, porque realmente não existe base legal, jurídica, para o fazer) querem obrigá-lo a inflectir a sua política externa, que inicialmente se caracterizava por uma retirada das tropas e conselheiros dos vários teatros de guerra em que os EUA se envolveram nos mandatos dos dois anteriores presidentes, tendo para isso que realizar um apaziguamento com os russos, para conseguir um grau mínimo de coordenação, aquando das retiradas da Síria e do Afeganistão. É este plano estratégico que os neocon (todos eles notórios pró-sionistas) que dominam desde há duas décadas, pelo menos, os meandros da política externa do Império, tinham de sabotar.
Não se pode saber agora - a 12 de Setembro 2018 - qual o resultado dos esforços de uns e de outros. Se houver um apaziguamento e a operação de limpeza de Idlib for coroada de sucesso, sabemos que em Washington prevaleceu a linha fiel ao desígnio inicial de Trump. Se houver uma escalada, com um crescendo de agressividade verbal de lado a lado, seguido eventualmente de um «incidente», seja ele uma acção de «falsa bandeira» ou não, e uma confrontação generalizada,então os neocon venceram.
Chamo a atenção para as análises de pessoas corajosas e lúcidas, como Paul Craig Roberts, sobre o funcionamento do poder em Washington: eu não estou especulando, estou a fazer uma síntese de informações sobre assuntos que acompanho. 
Com esta divulgação de dados e  o desmascarar das manobras espero contrariar a narrativa permanente que a media corporativa tem despejado.
 A perda completa de objectividade, a propaganda de tipo «Big Brother» (Orwell), é que me faz crer que a guerra esteja iminente. É que as guerras modernas são precedidas por salvas de propaganda mortífera, antes de haver salvas de artilharia.


sábado, 7 de julho de 2018

AFINAL DE CONTAS... A ENERGIA É QUE CONTA!

No calor do Verão, espero que encontrem prazer em ler 2 excelentes artigos: 
- e o outro «As tarifas são ponto de partida para cinquenta anos de guerra comercial com a China», ambos publicados no Asian Times, de autoria de Pepe Escobar.


Ambos os artigos têm muita informação significativa, recorrem a fontes sérias, mas sobretudo, dão-nos uma perspectiva de como realmente, independentemente da retórica e da propaganda, se vão desenhando novas alianças e desfazendo antigas, dadas como certas... 
É o caso da Rússia e Arábia Saudita no primeiro caso  e no segundo, a dissolução da «solidariedade entre aliados», europeus e não só, nada felizes com as sanções contra o Irão, tendo já mostrado que não estão pelos ajustes.
Antes, a Alemanha também tinha manifestado que não estava disposta a aceitar que o Nord-Stream, o fornecimento de gás russo ao norte a Alemanha, por um gasoduto subaquático no Báltico,  fosse  boicotado, com a tentativa pelos EUA em fazer gorar este investimento fundamental para a indústria germânica.       
Muito significativo é o «não» turco em aderir às sanções contra o Irão; este fornece 50% do petróleo consumido na Turquia. 
Basta ter em conta esta situação, para se perceber muitos factos diplomáticos, económicos e militares ocorridos nos últimos tempos, na região.  
O caso da Coreia do Sul e do Japão, em relação às sanções contra o Irão, também é significativo. Vão pedir a suspensão das sanções para o seu comércio alegando a necessidade estratégica do abastecimento do petróleo iraniano aos seus países.
 Não esqueçamos que os EUA ameaçaram impedir quaisquer actividades no território dos EUA, às firmas que participassem em negócios com o Irão.  

Finalmente, percebemos que o «fracking» é um enorme fiasco, tecnológico e económico, além de obviamente um crime ambiental. 

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Quanto às tarifas comerciais; o presidente dos EUA parece pouco preocupado com uma capacidade produtiva interna muito pouco sólida. 

No mundo de hoje, o lema «América First»     só pode fazer sentido em paralelo com uma abertura e capacidade diplomática de encontrar parcerias e não fazer mais inimigos e «torcer o braço» a súbditos. 
A Rússia de Putin e a China de Xi-Jin-Pin sabem fazer isso: estes dirigentes põem claramente em primeiro lugar o interesse dos seus respectivos países... A arrogância imperial americana é que ainda não o compreendeu, verdadeiramente.
Ou pelo menos, se ao nível do «entourage» mais próximo do Presidente, alguns terão esse entendimento, parece que não será o caso dos que ainda dominam as duas facções democrata-republicana do partido «único» no Senado e Congresso, assim como o «Estado Profundo», ou seja, as entidades cinzentas, mas com poder dentro da CIA, o Dep. de Estado, o Pentágono e outros locais de poder do Estado. 
                          
As guerras físicas começam, muitas vezes, com guerras económicas. O arsenal económico - as sanções, os bloqueios, os boycotts - pode ser tão ou mais letal, que balas e bombas. 
No caso da guerra comercial dos EUA contra a China, creio que se trata de um enorme erro, de um erro derivado da hubris, a auto-confiança excessiva que se apodera dos vencedores e os faz cometer erros fatais. 
Quem depende de quem? Os EUA não têm possibilidade de ir comprar noutros mercados muitos dos produtos manufacturados na China. Não têm possibilidade técnica, nem económica, de suprir as suas necessidades em produtos manufacturados, senão num prazo de anos pois houve uma grande desindustrialização nos EUA  nos últimos 30 anos, sendo impossível restabelecer esta base senão em anos...4, 5 ou até 10 anos, no mínimo! 
Mesmo a «menina dos olhos» dos globalistas, a indústria do armamento, precisa de importar da China «terras raras» para ligas metálicas especiais, para aviões de combate, mísseis, etc. 
Ora a China é um dos poucos fornecedores mundiais de «terras raras» (esses elementos necessários em quantidades muito pequenas, mas insubstituíveis), tal como a Rússia e a Coreia do Norte...

Esta guerra das tarifas, não irá -de certeza- traduzir-se num dobrar da cerviz da China; portanto estamos a assistir, neste Verão, à  viragem para um novo ciclo geoestratégico, que poderá durar muitos anos. As coisas podem apresentar-se de múltiplas maneiras, mas para o poderio dos EUA, o desfecho é inelutável. Esse desfecho é a perda de seu papel hegemónico, a perda de influência no Mundo. 
Os governos - até agora - aliados dos EUA estão inquietos e querem dissociar-se do rumo que as coisas estão a tomar.

                           

quarta-feira, 2 de maio de 2018

O MUNDO, NA ENCRUZILHADA ENTRE A PAZ E A GUERRA

                            Iran's supreme leader Ayatollah Ali Khamenei meets with Russian president Vladimir Putin in Tehran on November 1, 2017. Photo: AFP/Iranian Supreme Leader's website
                  [Putin e o Ayatollah Khamenei]

Peter Lavelle, o animador do popular programa da RT, «Cross Talk» entrevista ao vivo, em simultâneo, quatro individualidades sobre assuntos de política internacional. 
Neste programa, há umas semanas atrás, tive ocasião de ouvir um «falcão» de Washington defender o «direito» dos EUA intervirem no Médio Oriente. Um dos argumentos que usou foi que Damasco tem sido apoiado pelo Irão. Peter Lavelle, oportunamente, perguntou-lhe se um país soberano (a Síria) não tinha o direito de ter relações com outros regimes, de estabelecer laços e de pedir ajuda, inclusive militar, com quem entendesse. O entrevistado, para não ter de concordar com o óbvio, meteu-se a justificar que o Irão, não apenas tinha mantido Assad no poder, como sobretudo constituía o elo principal dum arco (Irão, Síria, Líbano) de forças ameaçando os «nossos» amigos de Israel. 
Israel tornou-se um Estado completamente fora da Lei internacional. Não cumpre as múltiplas resoluções das Nações Unidas, tem um comportamento odioso,  genocida mesmo, em relação ao povo palestiniano, etc. Pois é esse regime, que possui ogivas nucleares, que está constantemente a acicatar Washington para entrar em guerra com o Irão. 
O regime de Washington está dominado pelo lobby mais poderoso que é o lobby pró-Israel, pois inclui riquíssimos membros na AIPAC (associação de amizade americana-israelita), a grande media corporativa, assim como de toda a indústria do armamento, que movimenta biliões. Além disso, grande parte do «Deep State», do Estado profundo, que é formado por aqueles funcionários não eleitos, nas agências de espionagem, nas forças armadas, no Departamento de Estado, etc, que se esmeram em barrar qualquer veleidade de um político de Washington, incluindo o próprio Presidente, de sair fora do que eles consideram ser a política correcta e o «interesse nacional». Pois é este conjunto de interesses que teleguia a política de Washington, nomeadamente em relação ao Médio Oriente. É uma relação de tipo parasitário, pois o hóspede (os EUA) é muito mais poderoso e fornece o «sangue» (os biliões de dólares anuais em «ajuda» ao aliado de Israel anualmente votados pelo Congresso) para o parasita, que morreria se não fosse constantemente nutrido pelos EUA.

O acordo nuclear com o Irão - que envolveu cinco potências - é o pretexto falacioso de uma crise, agora que o exército de mercenários pró-EUA ficou desmascarado e derrotado militarmente por Damasco e seus aliados. 
Com efeito, não é o mentiroso Netanyahu, que possui credibilidade e legitimidade para «denunciar» um suposto programa secreto de nuclear bélico do Irão. Todos sabem que é a agência atómica mundial, sob a égide da ONU, que tem essa incumbência.

                      Israel cancels US-based test of its Arrow-3 missile defense system until ‘maximum readiness’ ensured
                         [mísseis de Israel, que podem ser portadores de ogivas nucleares]

Para se ver como as regras do direito internacional são desprezadas pelos mesmos poderosos que, no Ocidente, posam como seus guardiões, estamos agora a assistir a mais um episódio da farsa, farsa cruel e perigosa, deles fingirem que acreditam que a propaganda de Natanyahu se baseia em argumentos sólidos... 

A inspecção da agência internacional que monitoriza as armas químicas demonstrou  num relatório recente não haver quaisquer evidências de ataque com armas químicas em Ghouta, mas as chancelarias «ocidentais», a começar pela representante dos EUA na ONU (a mais fanática, belicista e anti-diplomática embaixadora que jamais existiu!) não abrem o bico, agora. Teriam de indemnizar e pedir desculpas oficiais ao regime e ao povo sírio, pelo ilegal e imoral ataque com mísseis, coisa que na sua arrogância de «Senhores do Mundo» nunca fariam.

                        
                                                  [ataque contra a Síria]

A enorme falha da cidadania, nomeadamente europeia, em se organizar de forma autónoma, independente, num movimento cívico anti-guerra, afirmando os valores essenciais dos princípios da ONU, nomeadamente, que proíbem o recurso a meios militares, incluindo as operações ditas de «prevenção» de um ataque inimigo, além de que não se ouvem «piar» os supostos defensores dos trabalhadores e desapossados, pelo fim da corrida aos armamentos, que tem constituído globalmente uma drenagem de recursos que, de outro modo, seriam  investidos quer em infraestruturas úteis, quer em investimentos (pacíficos) produtivos, melhorando o bem-estar daqueles que trabalham.
É à luz desse vergonhoso descomprometimento, desse cobarde encolher de ombros, dessa hipocrisia em apenas reagir às violações dos direitos humanos, quando supostamente são oriundas de determinados actores, mas não de outros, que aquilo a que se assiste é possível na cena internacional. É graças à cobardia desses sectores que os governos, que agem em nosso nome, se podem mover à vontade, com impunidade, com aplauso!
Leiam o artigo (em inglês) de Pepe Escobar, do Asia Times: EURÁSIA, ENTRE A PAZ E A GUERRA
Leiam e divulguem sobre a próxima investida contra o Irão, que afinal é uma agressão despudorada do Império em decadência e que finge acreditar num primeiro-ministro de Israel, mentiroso sem pudor e descarado, para salvar-se dos escândalos que ameaçam obrigá-lo a sair do cargo. 


segunda-feira, 19 de março de 2018

O QUE É QUE CARACTERIZA UM ESTADO DE DIREITO?

             

Vem esta reflexão a propósito do caso do ex-espião Skripal supostamente envenenado com um gás em Inglaterra. 
Houve um acesso de histeria, ao nível na classe política, ampliada pela imprensa tablóide, perante as afirmações peremptórias de Theresa May e de membros do seu governo, as quais estão completamente fora dos procedimentos, tanto no que respeita aos acordos internacionais relativos a gases tóxicos, como até à presunção de inocência de um caso de tentativa dupla de homicídio. 
Com efeito, o incidente que causou o envenenamento de Sergei Skripal e de sua filha de 33 anos Yulia deveria ser matéria de investigação criminal, para se estabelecer os factos, o motivo e  o agente do crime.
Uma qualquer organização ou Estado, podia ter - de facto - acesso ao tal gás, podia mesmo fabricar o referido gás, usado na tentativa de assassinato. 
Torna-se ainda mais preocupante a reedição de reflexos anti-comunistas primários, que tinham sido amplamente usados para manipular o medo dos «vermelhos» e sobretudo a perseguição, a inclusão em «listas negras», de todos os que eram suspeitos de simpatias pelo «inimigo», a Rússia soviética.
As guerras contra o «terror», lançadas na época de Bush filho, foram um enorme fracasso militar e portanto político também. A oligarquia autoritária precisava de um novo perigo real ou imaginário. O caso de Putin e da Rússia, serviu tal finalidade de poder manter o eleitorado debaixo do medo. Sob o efeito do medo, as pessoas deixam de ter espírito crítico e começam a ter reflexos gregários, que se observam igualmente nas multidões arregimentadas, nos regimes totalitários.
A proximidade de um grande colapso nos mercados - ainda mais no mercado da dívida, do que nas bolsas de acções - faz com que a oligarquia se esmere em criar incidentes para poder desencadear uma guerra total, já não apenas uma guerra económica (sanções diversas), cuja intensidade aliás ultrapassa as restrições ao comércio com a URSS, durante a Guerra Fria Nº1.  
Uma situação muito preocupante para a liberdade de opinião, de palavra, quando o próprio líder da oposição, Jeremy Corbyn, é insultado no parlamento, apenas por colocar questões pertinentes ao governo.
Em resumo: o que se vem assistindo com o folhetim do ex-espião russo é um sinal de que não existe verdadeiro Estado de Direito, logo que «estala o verniz» das instâncias oficiais e se comportam de forma tipicamente autoritária, para não dizer fascista. 

sábado, 10 de março de 2018

ENTREVISTA EXCLUSIVA DE PUTIN A MEGYN KELLY DA NBC

Não é meu costume reproduzir um vídeo tão longo, porém julgo que é importante fazê-lo porque a media ocidental não está interessada em que as pessoas oiçam e vejam na íntegra este documento. 
Qualquer que seja a visão de quem vê isto, terá a entrevista inteira, não momentos seleccionados, podendo assim fazer uma opinião mais informada. 
Os assuntos discutidos são muito importantes em geral, para a questão da guerra e da paz e, em particular, devido às novas revelações russas sobre armas estratégicas. 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O SONHO DOS «NEOCONS»: CONQUISTAR A RÚSSIA

Há mais de vinte anos, o regime decorrente da dissolução da URSS estava sob ataque cerrado.
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Os «conselheiros», que rodeavam Yeltsin e toda uma corte da barões envolvidos na maior traficância de bens nacionais jamais ocorrida em toda a História, não apenas russa, como de todo o planeta, tinham como verdadeira missão, não a transformação dos despojos da URSS numa «democracia» de mercado ao estilo ocidental, mas sim numa neo-colónia dos triunfadores da guerra fria, o Império USA e seus acólitos atlantistas.
O saque foi interrompido no entanto, porque Yeltsin, apesar de muito doente de alcoolismo e de cardiopatia, percebeu que estava a ser um joguete de forças que apenas desejavam esse destino para a Rússia, o de neo-colónia.

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Chamou Putin, uma surpresa para os atlantistas e para muitos dos bilionários russos recém-instaurados graças à década de 90, essencialmente a pior vivida pela população russa, desde o fim da IIª Guerra mundial.
Basta lembrar a subida exponencial dos suicídios, do alcoolismo, a diminuição brusca da esperança de vida, a fome, a miséria, o aumento de banditismo, além do terrorismo associado a islamitas salafitas na Tchetchénia e noutras repúblicas do Caucaso.  

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Putin e seus apoiantes souberam dominar os donos de fortunas (Berezovsky, Khodorkovsky…) obtidas com a compra de empresas por um preço ridículo e imediatamente rentáveis.

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Esta venda ao desbarato processou-se da seguinte maneira: os grandes conglomerados da URSS eram juridicamente propriedade do povo soviético. Quando se procedeu ao desmantelamento do regime soviético, houve que dar uma aparência de legalidade a esse processo. Lembraram-se então de distribuir títulos de propriedade dos bens nacionais a cada cidadão russo, por forma que ele teria a possibilidade de transacioná-los.
Assim aconteceu com praticamente todos os tais «donos» de títulos, pois eles estavam perante uma desproteção completa face à hiperinflação que se abatera sobre o rublo (vejam as taxas de desvalorização, nos anos 90, de 1 para mil!).
Com um rublo em queda livre, uma involução total do aparelho produtivo, um aumento exponencial do crime organizado, etc… não foi difícil a um certo número de «espertos» obterem os tais títulos de propriedade, oferecendo aos seus detentores somas muito ridículas, aos olhos de hoje.
Assim, arrivistas da pior espécie conseguiram - num ápice - multiplicar as suas fortunas por dez ou por cem, através de métodos com a aparência de «legais»!
Na primeira década do nosso século deu-se o reerguer do Estado russo, pelas mãos de Putin e seus apoiantes. Desencadeou-se um processo de reverter parte das riquezas, principalmente petróleo e gás, para benefício nacional, sem eliminar porém a totalidade dos oligarcas formados na década anterior.
A partir desse momento, com a restauração da produção industrial e a correlativa capacidade de exportação da Rússia, os aliados atlantistas do Império, começaram a perceber que seria melhor entrarem em parceria estratégica com o novo senhor do Kremlin, beneficiando de fluxo contínuo de gás natural para abastecer as suas economias, assim como de uma parte importante do petróleo (extra OPEP), não sendo mais reféns energéticos absolutos dos países árabes, principalmente da Arábia Saudita e dos Emiratos.

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Estavam eles - os dirigentes dos principais estados da UE - muito contentes, quando os americanos - sob a administração Obama - decidem interferir pesadamente, através de ONGs que recebiam ajudas de milhões (foram, pelo menos, gastos 5 mil milhões, segundo disse Hillary Clinton em público) para derrubar o governo constitucional e democraticamente eleito na Ucrânia.
Em Fevereiro de 2014, sob a estreita tutela de Victória Nulan, os neo-nazis conseguiram derrubar, num golpe violento, o governo ucraniano.

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Eram saudosos do tempo em que legiões ucranianas (o seu chefe, Stepan Bandera, foi promovido a herói e inspirador dessa escumalha neo-nazi) se aliaram a Hitler para massacrar polacos, judeus, e «vermelhos». São histéricos capazes das piores atrocidades, como vieram a demonstrar meses depois, em Odessa. Furiosamente anti-russos, ao ponto de não deixar nenhuma hipótese às províncias do leste, maioritariamente russófonas, senão ficarem independentes do poder instalado.
Os americanos tinham o que queriam. As relações, entre a Rússia e a União Europeia, tinham-se degradado. Para culminar, fabricaram o trágico incidente com o avião de passageiros em Julho de 2017, para incriminar falsamente os russos pelo sucedido, ao mesmo tempo que inviabilizavam uma peritagem independente e neutral para investigar as causas e circunstâncias desta tragédia.

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Desde 2014 até agora e apesar de todas as variações de humor em Washington, apesar da mudança de presidente, que se presumia ser decisiva em política internacional, as políticas de Washington resumem-se a impor um regime de sanções, restringindo o comércio, proibindo  contactos, cercando a Rússia com mísseis, etc.
Este tipo de comportamento é compensador para manter a hegemonia da superpotência no curto prazo, mas tem o grave inconveniente de não poder ser levado para além de um certo ponto. Com efeito, o ponto de ruptura já foi alcançado em dois casos, de forma totalmente visível:
- com o governo turco - há cerca de um ano- na sequência de uma tentativa de golpe contra Erdogan, que este afirma teve apoio dos EUA.  

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- agora, com o governo alemão, visto que a Alemanha tinha sido poupada a incluir a construção do gasoduto Nord Stream no regime de sanções, imposto a todos os membros da NATO e decorrente da situação na Ucrânia.

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Este gasoduto é uma obra conjunta da Rússia e da Alemanha e irá abastecer em gás natural este último país, por um trajeto bem mais seguro do que os gasodutos actuais que passam pela Ucrânia e são susceptíveis de sabotagem, de serem danificados por falta de manutenção adequada, etc.
A Alemanha é um país industrial que teve o bom senso de não exportar toda a sua infraestrutura e produção e, portanto, necessita absolutamente de um fornecimento  regular de energia, a um preço competitivo, coisa que os EUA não poderão dar, pois não têm capacidade de colocar seus excedentes do «fracking» de forma regular, durante largo prazo. Nem jamais conseguirão fazê-lo a preços inferiores aos russos. Ou seja, eles queriam obrigar os europeus a privarem-se de uma fonte de abastecimento de energia abundante e relativamente barata, por uma energia mais cara e contingente!

Não é difícil ver que a hegemonia dos EUA está periclitante.

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É muito menos fácil compreender para onde se dirige o mundo, dado que existem demasiadas forças contraditórias na geopolítica mundial e que as questões decisivas quase nunca são expostas de forma franca e aberta. Pode mesmo dizer-se que nunca o são, pois raras vezes se vem a saber realmente o que estava em jogo, mesmo passados decénios sobre os acontecimentos.
Do meu ponto de vista, a perigosidade do Império Anglo-Americano irá crescendo. Porque não conseguirá ter sucesso em amarrar o sistema financeiro mundial ao petro-dólar, mas verá cada vez mais países se unirem em torno de projectos concretos que irão viabilizar maior intercâmbio, comércio, desenvolvimento, através da iniciativa «One Belt One Road», ou seja, «a nova rota da seda».
Como tem sido hábito desde o final da II Guerra Mundial, os grandes poderes irão continuar a disputar as suas zonas de influência através de guerras  por procuração, cada um procurando desestabilizar o adversário em zonas críticas e onde estejam já presentes as sementes da discórdia.
O Médio Oriente vai continuar por algum tempo a sofrer este destino, como encruzilhada entre vários interesses contraditórios e numa região do globo simultaneamente rica em termos de combustíveis fósseis e vital em termos das rotas comerciais marítimas Leste-Oeste.
Mas o grande «bolo» será, sem dúvida, o Continente Europeu, demasiado grande e poderoso para ser - simplesmente - «neo-colonizado» por americanos ou por sino-russos.
Apenas será possível, a qualquer deles, obter parcerias estratégicas, ou seja, em que a Europa mantenha a sua capacidade de autonomia, não sendo lacaio ou vassalo de nenhum dos superpoderes.
Por isto, ou apesar disto, os EUA apostaram - veja-se o papel deles no golpe da Ucrânia- na desestabilização e em subjugar os seus aliados europeus. O tiro saiu-lhes pela culatra. No entanto, eles deixaram no seu rastro, destruição de vidas, de economias e vários Estados falidos. Não é apenas o caso da Ucrânia, mas também da Líbia e, num certo grau, o da Síria.
Certamente, a principal causa do fluxo de refugiados que assola a Europa, nestes anos e tem desestabilizado os vários governos, é a política americana no Médio Oriente e Norte de África.

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Recentemente, nos EUA, o grupo designado por «neocons», que se entrincheirou há décadas no «Estado profundo», tem mostrado como ainda possui um peso muito grande, por directa ou indirecta sabotagem da política de Trump. Com isso, pretende obrigar o poder presidencial a conformar-se com a política internacional que tem vindo a ser seguida, indiferentemente, por administrações republicanas e democratas.  
É necessário compreender que este grupo dos «neocons» não se contenta com os EUA serem a primeira potência militar do planeta, eles querem dominância total: isto significa que o seu  objectivo é o de fazer com que não existam competidores, não apenas no plano militar, como no plano económico e de desenvolvimento científico-tecnológico, pois estes três aspectos se entrelaçam de forma indissociável.
Assim, o plano deles é tornar o mais difícil possível, que a China e a Rússia se desenvolvam, se expandam, tanto nas suas capacidades industriais, como nas trocas comerciais com o resto do mundo. Eles querem que existam «regimes espantalhos», como o Norte Coreano, para «justificar» uma política de sanções.
Esta forma de guerra económica, de assédio, serve muito bem aos EUA para continuar a intimidar (fazer bullying) aos outros países, sejam eles competidores ou aliados.

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A lógica neocon está completamente viciada por uma visão megalomaníaca de uma América superpoder «bondoso» da história mundial, apenas ela capaz de levar a todo o globo a democracia como eles a concebem, ou seja, o  regime liberal capitalista, tal como existe na Europa e América do Norte.
No longo prazo, porém, eles sabem que a estratégia dita de «contenção» não chega.
Para o seu objetivo ser alcançado, para essa tal hegemonia, têm de desmantelar a Rússia.
A Federação Russa terá, na perspectiva deles, de se fragmentar, ficando como uma série de mini-estados facilmente controláveis, sem poder para contrariar o grande poder hegemónico.
Eles não temem a guerra nuclear; pensam que ela será ocasião de arredar definitivamente a competição que faz obstáculo aos seus grandiosos projetos.

Se esta descrição vos parece vinda de mentes enlouquecidas, pois é verdade: mas não é a minha, nem a de muitos analistas que descrevem os problemas, mais ou menos, nos mesmos termos.
Ela é a visão louca de um poderoso grupo, os «neocons», que tem dominado totalmente a política externa americana desde os tempos do presidente Bill Clinton e tem mantido o seu controlo, apesar das mudanças na Presidência e no Congresso, nestas últimas décadas.

sábado, 14 de janeiro de 2017

NA GUERRA, A PRIMEIRA VÍTIMA É A VERDADE...


Estamos à beira de uma guerra, mas ninguém no Ocidente se incomoda com isso. 
A opinião pública foi quase completamente anestesiada com a política-espectáculo e essa guerra é vista como mais um espectáculo. 
Só que, desta vez, pode ser bem pior do que aquando do desencadear das guerras locais, pois será uma guerra entre super-potências nucleares. O público, os eleitores, os contribuintes, dos países ditos «ocidentais» só se incomodarão quando os efeitos baterem às sua porta. 

A horrível guerra civil na Síria só começou a incomodar os europeus quando estes tiveram de abrir as portas dos seus países a um mar de refugiados. Mesmo nessas circunstâncias, não lhes interessava saber como é que a guerra (imposta a essas populações) destruíra o modo de vida dos sírios e as vidas de muitos parentes deles. O que lhes importava era se o seu modo de vida iria ser perturbado pela presença dessa gente de «tez escura». 

Há dias, li uma notícia sobre o estado de espírito na Dinamarca, segundo a qual muitos estariam convencidos que «os Russos vêm aí...». Ora, os dinamarqueses são um pequeno povo, mas com um nível elevado de cultura. Como é possível terem uma ideia tão absurda como a do exército russo ir invadir o seu território? Como é que estão convencidos que os russos querem destruir as suas infraestruturas? Qual seria o objetivo de uma coisa dessas? A população com medo, sujeita a uma lavagem de cérebro permanente não pensa, não equaciona as coisas. É lhe fornecida propaganda da forma mais neutra, como se fossem informações absolutamente verificadas, quando se trata, na melhor das hipóteses de conjeturas.
Não são conjeturas, as concentrações massivas de equipamento bélico ofensivo ultra sofisticado acompanhado de muitos milhares de tropas da NATO, nas fronteiras da Rússia, supostamente para «defenderem» os estados «ameaçados». Fazem reviver o «papão da guerra fria», desencadeando um reflexo anti-russo nestes povos, assim como noutros, incluindo os dos EUA que pouco sabem da história europeia, na qual participa desde sempre a Rússia. 
Nos EUA, um inquérito de rua a jovens com cerca de vinte anos mostrava que estes não sabiam nada da Guerra Civil (entre os estados do norte e do sul dos EUA), muitos nem sabiam que o norte tinha saído vencedor! Perante essa incultura abismal, entre jovens que nasceram e frequentaram a escola nos EUA, não nos podemos espantar da ignorância mais ou menos total no que respeita à história e cultura europeias.
O legado de Obama é realmente abismal. Numa correria contra o relógio, antes de sair da presidência, procura criar situações de conflito com a Rússia e a China, para embaraçar o eleito, mas ainda não empossado, presidente Trump. 
Vejam aqui  a extensão das manobras que o Estado profundo (Deep State) perpetua, para obrigar o novo presidente a obedecer aos «neo-cons» (que dominam o setor da defesa e diplomacia do governo Obama). 
Os neo-cons têm uma doutrina segundo a qual os EUA são a força indispensável, o benigno império do bem e da democracia, sem o qual o mundo cairá no caos, devendo portanto ser a superpotência única, não devem deixar que qualquer potência esteja em condições de disputar a supremacia. 
Neste caso estarão a Rússia e a China, pelo que eles, neo-cons, acham que se deve fazer uma política eufemisticamente designada por «containement», na realidade de provocações permanentes, com vista a encontrar um pretexto para uma guerra. 
Eles desejam esta guerra, porque estão convencidos que, se lançarem um primeiro ataque, ele seria suficientemente devastador para inviabilizar uma riposta da potência atacada.
Isso é loucura total, numa escala absurda, pois põem em risco a segurança global, põe mesmo em severo risco a população civil dos EUA. 
Com efeito, os dirigentes da China ou da Rússia podem, a certa altura considerar que já chega de seus países estarem constantemente a serem ameaçados por um país agressivo de 350 milhões de habitantes (1300 milhões, só os chineses, 1/5 da população de todo o planeta). 
Pensem que eles se podem sentir tão ameaçados que arrisquem -eles próprios - a desencadear um ataque nuclear de surpresa, arrazando os EUA e muitos dos países ditos aliados, na realidade vassalos!
Felizmente que Putin e Xi Jin Pin não são instáveis e caprichosos, projetando o seu ego numa força militar, ao contrário de dirigentes americanos e alguns europeus. 

O agravamento da crise económica mundial, o não crescimento/recessão mundial que estão previstos para muito breve, vão originar pressões, não necessariamente no seio de grandes potências. Para «aliviar» a pressão sobre os governos, por parte das pessoas descontentes, recorrem a políticas belicistas, que acabam por conduzir a uma guerra. Tradicionalmente, a «unidade nacional» era assim obtida, evaporando-se ou silenciando-se as vozes críticas do governo, por imperativo «patriótico».

No nosso século, como verificámos, os tambores da guerra soam cada vez mais alto. Quando as pessoas «normais», nada inclinadas a aventuras belicistas, acordarem... será tarde demais!!!