É como aquela história das rãs que são colocadas num caldeirão: Este é aquecido a lume brando, a temperatura sobe muito devagar, um impercetível, mas contínuo aumento. As rãs vão-se adaptando às temperaturas crescentes, até que ficam cozidas com uma temperatura atingindo próximo dos 100º C. Enquanto que, se fossem colocadas no caldeirão, com temperatura já próxima de 100ºC, ou se o aquecimento fosse muito rápido, elas iriam, com certeza, saltar.
Com a liberdade de palavra, ou seja, com a parte mais substancial das liberdades individuais, no Ocidente passa-se o mesmo.
Na sequência do 11 de Setembro de 2001, o governo dos EUA passa o «Patriot Act», cuja redação não pode ter sido efetuada (nas suas muitas centenas de páginas) nos poucos dias entre a fatídica data e o momento da sua apresentação na Câmara dos Representantes. Com certeza, estava já redigido em rascunho, pelo menos, muito tempo antes. Neste «Patriot Act», a liberdade de informação e de opinião, assim como as defesas e garantias dos cidadãos, estavam já fortemente postas em causa, com o pretexto de combater o «terrorismo». Todo o Ocidente, de um modo ou de outro, passou legislação semelhante, ou pelo menos, começou a agir de forma arbitrária com critérios semelhantes, reprimindo sobretudo os movimentos sociais e as pessoas destituídas, como se estas fossem «terroristas».
Depois, veio a pseudo- pandemia do COVID, com o rastreio dos que supostamente estivessem infetados com o SARS-Cov2. Deste modo, todas as pessoas que tivessem interagido, de qualquer forma, com as tais pessoas, eram também rastreadas. Tratava-se duma técnica de controlo de massas, que já era aplicada desde há algum tempo, na República Popular da China. Na China, era usada para fixar ao pormenor o que os cidadãos faziam ou não faziam no quotidiano, o famoso sistema de crédito social / social credit system: os cidadãos que façam coisas socialmente benéficas (segundo o critério dos dirigentes), serão recompensados, os que, pelo contrário, se afastem da «virtude», são punidos. Essa punição implica a exclusão e discriminação institucionalizadas, mesmo relativamente a «desvios» triviais. Foi precisamente este, o modelo escolhido pelo «Ocidente» para rastrear potenciais disseminadores de COVID. Deve ter havido mãozinha de Klaus Schwab (Führer de líderes do Ocidente*) a inspirar os governos, nesta matéria.
O «Homeland Security Department» (um produto do «Patriot Act») vem agora dotar-se dum departamento de combate à desinformação. Note-se que a desinformação que eles pretendem combater, são todas as informações, notícias e opiniões «incorretas», segundo o critério deles. Os/as que dirigem o departamento, serão «senhores/as da verdade», serão eles/elas que decidirão sobre se o que pensas, dizes ou fazes, se conforma ou não com «a verdade».
Note-se que, de uma forma ou de outra, ESTE NOVO MINISTÉRIO DA VERDADE, vai inspirar o que se faz noutros países, na órbita dos EUA. Os outros países têm uma casta governante tão corrupta (pelo menos) como na terra do Tio Sam. Todos querem manter-se no poder. Tendo oportunidade, vão esmagar a dissidência. Claro, insistindo que fazem isso a favor da liberdade, da expressão livre e dos direitos humanos, que eles tanto invocam!
A rápida transformação das «democracias liberais» em ditaduras que tomam os romances distópicos de Aldous Huxley, George Orwell, ou a obra de Edward Bernays, etc. como manuais do «como fazer», deveria despertar angústia, raiva e vontade de lutar nas pessoas que se situam «à esquerda», no espectro político. Porém, os que o fazem, estão isolados no meio duma massa de gente tomada pela política «identitária», fazendo de certas questões (em si mesmas pertinentes, sem dúvida) sua exclusiva razão de militância.
Para dar combate eficaz contra a nova era de totalitarismo tecnocrático, estou disponível para me aliar, seja com quem for, que veja como prioritário esse combate. Quem se mantém no snobismo de só se mobilizar perante «causas identitárias», que ele/ela considera «justas», apenas merece o meu desprezo.
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